quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ela está cá e na Rádio
















Está por cá nestes dia de primavera a veraneante cantora brasileira Sílvia Machete. É agora editado o álbum «Bomb of Love – Música Safada Para Corações Românticos». Actuações em Portugal da ex-artista de circo e actual potência mais forte da permanente renovação da Bossa Nova:

Lisboa (dia 28 de Abril)
Estarreja (29)
Porto (30)
Caldas da Rainha (02 de Maio)





















Canções de Sílvia Machete na Rádio
Estou a passar temas deste álbum desde o Verão do ano passado: “Foi Ela” e “Eu Só Quero Saber de Você”. Um must!
Hilariante a conversa de Sílvia Machete na «Prova Oral» da Antena3 com Fernando Alvim.

Ouvir aqui
Sílvia Machete: emissão «Prova Oral» RDP-Antena3 (20 de Abril 2010)

Mais sobre Sílvia Machete na «Rádio Crítica» (24 de Setembro 2009)

Sílvia Machete: MySpace

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O regresso de Né Ladeiras

Amanhã em Torres Novas!





quinta-feira, 22 de abril de 2010

Rádio Nostalgia / Abril 2010 (II)

Amanhã, no porto!














Depois de no passado dia 9 termos recordado aqui o Reggae dos anos 80 feito por brancos europeus, lembramos agora o hit “Amigo” dos Black Slate.
Desta vez Raggae feito por jamaicanos ingleses a viverem em Londres. Formaram-se em 1974. Desde meados dos anos oitenta que, em termos musicais, não se sabe nada deles.

Black Slate – “Amigo” (1980)


quarta-feira, 14 de abril de 2010

O pedaço de azul por entre as nuvens
















Está “no AR” a edição dos 26 anos da «Íntima Fracção»
Celebrando mais um aniversário, a «Íntima Fracção» continua a ser o traço azul riscando o céu no futuro incandescente.

Primeiro foi um lento acordar no meio da noite longa e deserta. Depois a luz que riscava o escuro, e um cometa de esperança - o traço azul no futuro incandescente.

Bonecas "daruma", também, cair sete vezes e levantar-se oito.

Uma idade de ouro, o silêncio e o regresso.

O vento, o exílio, o abandono. A perplexidade, e o receio de que cada vez que se regressa ao salão, o seja para uma última valsa.


Francisco Amaral in: 33ª edição no EXPRESSO online

Íntima Fracção no EXPRESSO online:
http://aeiou.expresso.pt/if

No alinhamento musical da emissão comemorativa dos 26 anos, está este tema “Sometime later” dos Alpha:



Mais sobre a «Íntima Fracção» na «Rádio Crítica» e na «Irmandade do Éter»:

Íntima Fracção – 25 anos
Íntima Fracção – Verão 1989 DOWNLOAD (1ªparte); DOWNLOAD (2ªparte)
Emissão dos cinco anos / RDP-Antena1 DOWNLOAD (Emissão integral)
Entrevista a Francisco Amaral


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Rádio Nostalgia / Abril 2010 (I)














Aí está a primeira festa na Primavera deste ano para nostálgicos das décadas de 70, 80 e 90, com origem no tal blogue que dava um grande programa de Rádio.

Os anos 70, 80 e 90 têm regresso marcado para o Ar D'Mar, no dia 10 de Abril. A avaliar pelo sucesso dos eventos anteriores, teremos casa cheia para dançar ao som daquelas músicas intemporais para as quais guardamos um cantinho no nosso coração. Eu e o Pedro Mineiro estaremos por lá, para trazer esses sons, e também aqueles de que já não nos lembrávamos. A entrada é livre, o staff é 5 estrelas, e o mar está mesmo ali em frente. Até dia 10! A partir das 22h e até... quando vocês quiserem!

Trazanboy
In: http://dear80s.blogspot.com/

A acompanhar a nostalgia em imagens e sons, o videoclipe da canção "Sunshine Reggae" dos dinamarqueses Laid Back.
Foi uma corrente muito em voga o Reggae a ser tocado e cantado por brancos europeus, neste caso por nórdicos. As melhores incursões pelo mundo da música nascida na Jamaica por parte de britânicos (alguns dos agrupamentos a serem multi-raciais) estiveram a cargo de nomes como os Clash, Black Slate, Specials e UB40. No entanto, houve outros nomes a conseguirem hits nos tops de 80, como por exemplo os Laid Back nesta canção de 1982. Sons e imagens da época:

Laid Back - "Sunshine Reggae" (1982)



Laid Back: site oficial

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A LUGAR COMUM tem a honra de apresentar:




















Taxi Taxi! (Suécia)

08 de Abril de 2010, 22:00
Tabacaria da Oficina Municipal do Teatro – COIMBRA

No início do mês de Abril, a Lugar Comum estreita a distância entre Portugal e o Norte da Europa para apresentar, no espaço da Tabacaria da Oficina Municipal do Teatro, um dos mais bem escondidos segredos da Suécia - Taxi Taxi!

O primeiro trabalho do projecto escandinavo Taxi Taxi! não é certamente revelador do seu bilhete de identidade. Nele encontramos composições envelhecidas pelo decurso de sucessivos Outonos, que parecem ter susbsistido ao passar dos tempos, comportando mesmo amargurados traços de longas jornadas. Já a escrita surge-nos envolta num manto de sobriedade e maturidade, pontuada muitas vezes por uma agastada melancolia. E, no entanto, as suas autoras, Johanna e Miriam Eriksson Berhan, têm apenas 20 anos de idade.




















Nascidas em Estocolmo, gravaram as suas primeiras faixas quando ainda tinham 15 anos, lançando as mesmas no MySpace e assumindo a assinatura Taxi Taxi!. Seguiram-se as primeiras audições, os primeiros artigos em blogs, e um crescente culto em torno das suas composições que lhes rendeu a curto prazo um significativo airplay em diversas rádios suecas. De seguida, a imprensa multiplicou as referências ao projecto, surgindo os primeiros concertos que acabariam por as levar a uma actuação no Festival de Roskilde, na Dinamarca.
Após dois embrionários EP's, a etiqueta Rumraket (fundada por elementos do conhecido projecto Efterklang) editou em 2009 o álbum Still standing at your back door, produzido por Johan Berthling (Tape). Para além de consolidar a posição das Taxi Taxi! como uma das maiores promessas da indie folk actual, este longa-duração tem a particularidade de antecipar um pouco do que podemos esperar de Miriam e Johanna em concerto, visto terem assumido elas mesmo, à semelhança do que fazem em palco, a gravação de todos os instrumentos utilizados em estúdio.

Pela primeira vez em Portugal, a convite da Lugar Comum, as Taxi Taxi! actuarão em quatro datas, ao longo dos primeiros dias de Abril.

07 Abril :: Passos Manuel :: Porto
08 Abril :: Oficina Municipal do Teatro :: Coimbra
09 Abril :: Cine-Teatro :: Estarreja
10 Abril :: Centro de Artes do Espectáculo :: Portalegre

Links:
Taxi Taxi! - MySpace
Taxi Taxi! - last.fm

Preço (Concerto em Coimbra)
Entrada Associado Lugar Comum: €6,00

Entrada Normal: €7,00 (pré-venda na Oficina Municipal do Teatro ou reserva para geral@lugarcomum.pt); €8,00 (próprio dia)

Postos de venda:
FNAC – Coimbra (10h - 24h)
Oficina Municipal do Teatro (10h -12h30 / 14h30 -19h)

A Lugar Comum disponibiliza ainda o seu endereço de e-mail geral@lugarcomum.pt para todos aqueles que não se possam deslocar aos postos de venda indicados poderem adquirir a sua entrada. Deverá no e-mail enviado ser referida a intenção de aquisição dessas entradas, à qual daremos atempada resposta.

LUGAR COMUM – Associação de Promoção e Divulgação Cultural

segunda-feira, 5 de abril de 2010

4AD – 30 anos
















Este foi o primeiro disco a ser editado pela editora 4AD, no dia 1 de Abril de 1980




















Em três décadas de edições, foi nos anos 80 que a 4AD marcou decisivamente o mercado discográfico independente a nível mundial e foi nesse período clássico que a Rádio viveu momentos de extrema beleza através do recurso às suas edições musicais.
Nomes como Cocteau Twins, Dead Can Dance e This Mortal Coil fizeram as delícias dos primeiros anos do FM nacional. E foi também nos éteres da Frequência Modelada que o culto 4AD nasceu e cresceu entre nós. A simbiose foi perfeita. Principalmente na realização de programas de autor.
Actualmente a simbiose perfeita poderia continuar a existir, mas a implementação das playlists impedem totalmente essa possibilidade. O catálogo actual da 4AD continua a fornecer material de grande interesse e beleza sonora, mas não são produtos comerciais. Por isso estão arredados. Perdem todos neste processo: a começar e a acabar nos ouvintes (sempre os mais prejudicados em tudo o que de negativo se pratica na Rádio), passando pelos profissionais das estações (uma parte significativa destes), a própria editora que aposta na inovação e na vanguarda estilística e as próprias estações de Rádio, que emitem música comercial de inequívoca má qualidade.
O actual ouvinte passivo de música via emissões de Rádio nem consegue ter a noção do quão mal é tratado.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Em Órbita (1965 - 2010)

























Dia 01 de Abril de 1965
Faz hoje 45 anos que se iniciaram as emissões do mítico programa «Em Órbita»

O MELHOR DE TODOS?
De todos os programas que marcaram a história da radiodifusão em Portugal, o “Em Órbita” tem sido maioritariamente apontado como o mais importante de todos. É o mais citado, o mais referenciado, o mais popularmente “clássico”. Terá sido este o melhor programa de sempre na rádio portuguesa?
O percurso do “Em Órbita”, iniciado na década de 60, sofreu alterações de figurino, percorreu várias décadas e atingiu várias gerações de ouvintes. Terminou a primeira fase de vida no dia 31 de Maio de 1971. Durante esse período, o conceito base assentava na seguinte frase: “Dedicação à divulgação, à selecção, à explicação e ao enquadramento das formas mais representativas da música popular de expressão inglesa”.
No meu caso, enquanto ouvinte, só entrei em órbita nos anos 80, já o programa de Jorge Gil aderira à chamada “música antiga” de carácter erudito (desde 1974), com especial enfoque no período Barroco.
Depois de ter estado em várias frequências e estações (RCP, Rádio Comercial, RDP), o “Em órbita” conheceria o canto do cisne nos primeiros meses de 2001 na Antena 2. Foi há nove anos. O fim chegara por decisão do próprio autor. Fica na história, fica a história:

«Criar Gosto» (como na qualidade que reúne todas as outras), e a procura de novas formas do Dizer Radiofónico, constituem as duas únicas linhas onde se inscreve o horizonte comum a toda a vida do Em órbita. «Se hoje em dia ele for somente entendido e classificado como um “programa de música erudita”, todo o trabalho investido ao longo de quase trinta anos terá sido mal compreendido, ou então teremos falhado no modo como procurámos atribuir-lhe uma identidade própria – que deveria afirmar-se como algo autónomo e independente da música que transmite.
«Há contudo razões para acreditar que assim não sucede, já que existem provas seguras da existência de um público que se manteve fiel ao programa, a despeito das mudanças por ele experimentadas com o passar dos anos.
«A permanência desse auditório, assim como a conquista de um outro que foi aderindo ao movimento da redescoberta do verdadeiro espírito da Música Antiga (oculto durante vários séculos), não pode decorrer apenas de um fenómeno de identificação mimética do gosto dos ouvintes com as opções que foram sendo assumidas pelos responsáveis do Em órbita.
«Não foi só a qualidade da música transmitida que permitiu ao programa manter um público fiel.
«O modo como ele questionou o Dizer Radiofónico, e as formas encontradas para levar à prática os resultados de semelhante indagação, estão igualmente na origem daquilo que atribuiu ao Em órbita a condição própria de um “objecto familiar”, à semelhança daqueles retratos antigos de família que não se podem perder – porque nos dizem sempre coisas novas.
«Se o programa não tivesse despertado intimidades afectivas naquelas regiões da alma onde as coisas ganham a força do que é credível, nunca teria havido condições para a mudança radical que se operou no início de 1974, quando a chamada música erudita estava excluída de qualquer estação de rádio de vocação comercial.
«E se foi possível levar por diante semelhante projecto, com naturais perdas de audiência nos primeiros anos, é porque já existia uma audiência cuja generosidade a tornava receptiva à semente de um gosto musical mais rico e profundo.»
Palavras de Jorge Gil que explicam opções, dão definições e caracterizam espaços e fronteiras para um dos grandes programas de rádio portuguesa e que marcou toda uma geração.
Fundamental para um completo entendimento do espantoso feed-back que o Em órbita provocou é o ter-se em conta que não foi só pela qualidade da música que o programa se consagrou. Foi também por um nível altíssimo de qualidade técnica que contrastava com o desleixo e o amadorismo generalizados na nossa rádio.Uma das mais brilhantes análises ao Em órbita, foi feita, no Expresso, por Rui Vieira Nery:
«Tudo começou com um grupo de jovens profissionais da rádio que em meados da década de 60, em pleno reino do nacional-cançonetismo, de Rafael e de Gianni Morandi, tocava regularmente o que de melhor e mais avançado se fazia na música popular anglo-americana, constituindo um espaço radiofónico alternativo que serviu de referência de qualidade a toda uma geração marcada pelo movimento associativo universitário, pela resistência antifascista, pelo trauma da guerra colonial, pela ruptura com os códigos morais pequeno-burgueses dos filmes cor-de-rosa de Doris Day e Marisol. Depois veio o 25 de Abril, a geração que se formara ao som do Em Órbita entrou de uma vez por todas na esfera do poder e o próprio grupo dos responsáveis pelo programa se dissolveu enquanto tal para gradualmente se ir convertendo – com diferentes graus de felicidade conforme os casos no novo núcleo dirigente da rádio portuguesa.
«Mas a vocação alternativa do Em Órbita não se tinha esgotado, quando a consagração institucional do seu primeiro figurino ameaçava transferi-lo das convulsões do desafio para a rotina fácil do sucesso, o programa reconverteu-se radicalmente em termos que muitos consideram quase suicidas e dedicou-se exclusivamente à música erudita, com destaque para o repertório barroco. Os seus níveis de audiência desceram vertiginosamente e tudo indicava que a sua própria sobrevivência estaria em breve seriamente ameaçada.
«A nova aposta do Em Órbita assenta sobretudo não só na promoção de um repertório pré-romântico quase desconhecido entre nós como na insistência na sua execução com instrumentos e práticas interpretativas originais, um movimento que em toda a Europa lutava ainda arduamente pela conquista de uma credibilidade que lhe era negada pelos herdeiros da tradição interpretativa oitocentista.
«O combate de Jorge Gil, que ficara sozinho à frente do programa, começou pouco a pouco a surtir efeito. Os níveis de audiência começaram de novo a subir (no início da década de 80 eram já dos mais altos da rádio portuguesa) e a consequência mais evidente deste fenómeno que se foi verificando foi uma procura crescente de gravações de música antiga no mercado discográfico nacional.
«A partir de 1985 o Em Órbita passou a promover concertos de música antiga. Começou com a Orquestra Barroca de Amsterdão, dirigida por Ton Koppman, para celebrar os tricentenários de Bach e Handel, e prosseguiu com produções tão importantes como a primeira audição moderna de La Guerra de los Gigantes de Sebastian Duron, pelo Hesperion XX, o Tristão e Isolda medieval de Bóston Camerata, os concertos de música de câmara de Jordi Savall, Ton Koopman e do Musica Antiqua, de Colónia ou a apresentação monumental das Vésperas de Monteverdi dirigidas por Savall, poucos dias antes da sua gravação num dos álbuns mais unanimemente aclamados da discografia europeia dos últimos anos.
«O Em Órbita, que soube sempre ir à frente e desbravar caminhos novos na vida musical portuguesa, deveria ser hoje, após vinte e cinco anos de provas excelentes, uma realidade sólida, acreditada e disputada pelos grupos económicos deste país como interlocutor privilegiado para as suas iniciativas de mecenato cultural.»
Fica assim dissecado, brilhantemente, o que foi um dos mais importantes e fundamentais programas da história da rádio em Portugal.

in: «Telefonia», de Matos Maia
Círculo de Leitores 1994

O autor e a voz 
Uma das vozes do programa «Em Órbita» foi a de Cândido Mota. Cândido Mota está fora da rádio há mais de 14 anos, mas continua a ser, em minha opinião, o mais versátil, o mais completo radialista que encontrei enquanto ouvinte. Lamento duas coisas: que Cândido Mota tenha saído da rádio tão prematuramente e de eu ainda não ser nascido nos tempos em que ele dava voz – e que voz – ao «Em órbita». Felizmente, em 2001, consegui ouvir alguns excertos dessas prestações no decorrer de uma conversa com Jorge Gil, autor do «Em órbita» e de «À Sombra de Edison». Este último já pude acompanhar como ouvinte, mas durou tão pouco tempo…
João David Nunes e Pedro Castelo foram duas das outras vozes a apresentarem o programa.
Quarenta e cinco anos depois o que é feito do próprio Jorge Gil? A última vez que o escutei foi em Março de 2001, na Antena2, na derradeira emissão de «Em órbita». Dois anos mais tarde, ainda colhi com surpresa a decisão da Portugal Telecom em acabar com o financiamento dos «Concertos Em órbita» que também eram da responsabilidade de Jorge Gil. Desde então e até hoje…

Actualização do texto «Em órbita» originalmente publicado na «Rádio Crítica» no dia 03 de Março de 2006
Ver também «À Sombra de Edison» na «Rádio Crítica» no dia 20 de Novembro de 2005