Continua a haver crise em muita coisa - e há - (cada vez
mais, infelizmente), mas ainda não no imenso mundo da criação musical. No mais
terrível ano da História para a Humanidade desde a segunda grande guerra, a
crise inflacionária foi pretexto para o reforço da criatividade nesta área a
nível mundial. Opinião pessoal de quem ouviu estes álbuns de 2022, mas nem
de perto nem de longe, todos os que foram editados este ano.
Angel Olsen - BigTime
Cate Le Bon - Pompeii
Bill Callahan - Ytilaer
Laura Veirs - Found Light
Lambchop - The Bibble
Beth Orton - Weather Alive
The Delines - The Sea Drift
Big Thief - Dragon New Warm Mountain I Believe In You
The Weather Station - How Is It That I Should Look At The Stars
O ano findo viu partir, como todos os anos, pessoas que de forma directa ou indirecta se cruzaram no meu já longo caminho na Rádio, quer seja profissionalmente, pessoalmente ou na mera condição de ouvinte:
Ao longo desta semana, as várias passagens do jornalista e escritor no mais belo e interessante programa diário da actual Rádio portuguesa, entre outros espaços realizados por Luís Caetano [«Última Edição»; «A Vida Breve»; «A Força das Coisas»] no canal erudito da Rádio Pública. Mais informação aqui
A Ronda da Noite Antena2 2ª a 6ª feira | 23:00/00:00 | 3ª a Sábado | 04:00/05:00 Produção, realização e apresentação de Luís Caetano Ouvir aqui
Premiada radialista e realizadora de documentários sonoros, iniciou carreira na RUM-Rádio Universitária do Minho. Na Rádio em Portugal realizou vários trabalhos transmitidos pela Antena2. Mais informação aqui
Sítio na Internet com a obra sonora da autora aqui
Ao longo desta semana, a escritora brasileira Nélida Piñon estará presente nas emissões do mais belo e interessante programa diário da actual Rádio portuguesa, recordando a sua passagem pelo programa «A Força do Destino», a par com Luís Caetano. Mais informação aqui
A Ronda da Noite Antena2 2ª a 6ª feira | 23:00/00:00 | 3ª a Sábado | 04:00/05:00 Produção, realização e apresentação de Luís Caetano
O Tempo representa para a Música muito mais do que uma folha em branco
O Tempo representa para a Música muito mais do que uma folha em branco. Para lá de um fluxo em que decorrem ritmos, melodias, timbres e combinações harmónicas, a dimensão temporal substancia-se em si mesma enquanto discurso, naquilo que modela e nos permite entender e sentir o que quer que seja. É por isso que podemos considerar os compositores como autênticos Mestres do Tempo. Numa vertente mais concreta, e se recuarmos até há pouco mais de dois séculos, o relógio mecânico proporcionava a ilusão do seu domínio, marcando e contando com precisão algo que antes parecia intangível. Tornou-se então objeto de fascínio em sociedades que se pretendiam modernas e sofisticadas, de tal modo que merecia alusões explícitas em obras de arte. É o caso das sinfonias N.º 101 de Haydn e N.º 8 de Beethoven, em cujos segundos andamentos é possível reconhecer o característico som do tique-taque.
Orquestra Metropolitana de Lisboa | Museu Nacional dos Coches
A primeira vez que Olivier Cuendet se apresentou à frente da OML aconteceu em 1993. Nessa ocasião juntou-se a Paulo Gaio Lima na interpretação do Concerto para Violoncelo N.º 1 de Haydn. Desde então, o maestro suíço já dirigiu a orquestra mais de quarenta vezes e manteve sempre uma forte amizade com o violoncelista e professor que nos deixou em maio de 2021.
Neste seu primeiro regresso a Lisboa após aquela data, traz consigo um programa que revela facetas menos conhecidas dos legados de Brahms e de Beethoven: do primeiro, orquestrações de algumas das Valsas de Canções de Amor originalmente pensadas para os salões privados vienenses dos anos 1870; do segundo, a música que compôs para um espetáculo de dança inspirado no mito de Prometeu.
Pelo meio, Cuendet estreia uma sua composição dedicada a Gaio Lima, juntando-se para o efeito ao percussionista Fritz Hauser, aos músicos da orquestra e a todos nós nesse recanto da música que se expressa em lamento e sentida homenagem.