quarta-feira, 26 de março de 2025
Teatro Sem Fios
Bohumil Hrabal
segunda-feira, 24 de março de 2025
À Beira do Som
À Beira do Som é uma crónica sonora, com base nas várias paisagens sonoras da Beira. uma cartografia sonora e afectiva, da Beira Litoral à Beira Baixa.
Tem periodicidade quinzenal (assim tentaremos, mas também pode ser de 3 em 3 semanas, que ninguém se chateará), e mais não é do que um pedaço de poesia sonora, estamos em crer, com a Beira como paisagem de fundo, uma paisagem que se vai alterando, dinâmica, mas também tradicional e carregada de identidade(s), com o som como guia, numa espécie de guardião da paisagem.
Ouvir e mais informação aqui
domingo, 23 de março de 2025
Futuro
12 passas para um ano de Rádio (12)
sábado, 22 de março de 2025
Extinção
As ameaças à existência da Rádio, presentes desde o seu aparecimento, não cessam. Pelo contrário, aumentam de ano para ano, principalmente no sector privado, sempre com a cabeça no cepo, numa dança harakíri em bicos de pés sobre uma corda bamba, permanentemente sob o velho ditame de "ou as receitas são maiores que os custos ou então encerra-se". A guilhotina também desce, volta e meia, sobre o pescoço do sector público, com a tutela alternadamente a prometer investimento e reforço ou a promover a redução e a privatização. Reduzir o serviço público de radiodifusão significa empobrecer a oferta, tornando-a débil, condenando-a à irrelevância e privatizar significa fazer desaparecer.
A ameaça é maior quando provém de governos de ideologia ultraliberalista. Convém lembrar que as ameaças à continuidade da existência do serviço público de Rádio agudiza-se de cada vez que um governo com essas características está no poder. Em meio-século de Democracia em Portugal aconteceu vezes suficientes para que o facto seja encarado como se se tratasse de uma mera coincidência.
sexta-feira, 21 de março de 2025
Podcast
12 passas para um ano de Rádio (10)
As estações de Rádio que persistem sem Podcast estão fatalmente desactualizadas no caldeirão das plataformas. Rádios que produzam podcasts que não emitem nas emissões em FM estão a trair a Rádio e os ouvintes. Um claríssimo tiro no pé.
É de lamentar que ao fim de duas décadas de Podcast não se tenha encontrado uma designação em português para este formato digital sonoro. Vingou o termo original em Inglês, quando temos uma língua riquíssima. Dizemos Radiodifusão, não dizemos Broadcast.
quinta-feira, 20 de março de 2025
Internet
12 passas para um ano de Rádio (9)
Outro dos maiores paradoxos é a Rádio utilizar a Internet para se desvalorizar. Programas que têm uma versão maior na Internet é excluir os ouvintes comuns da escuta normal. É dizer ao ouvinte algo como "vá para a net, deixe a Rádio. Na Internet é melhor que na Rádio, na net é que é bom."
quarta-feira, 19 de março de 2025
Mercado
12 passas para um ano de Rádio (8)
terça-feira, 18 de março de 2025
Publicidade
12 passas para um ano de Rádio (7)
Vagas de sucessivas crises financeiras, insolvências de patrocinadores regulares, deslocação para meios diferentes - principalmente para as redes sociais -, entre vários outros motivos, provocaram uma tremenda erosão do investimento publicitário na Rádio que, de forma funesta, apregoou durante muito tempo que era um meio barato em que se podia fazer publicidade a baixo custo. E o custo está aí: cerca de algumas dezenas acima de 50% do bolo publicitário desapareceu da Rádio. A fatia, que em tempos era larga, ficou finíssima. No topo da lista de bocas famintas estão, com base nos estudos que existem de audiências - que é para o mercado publicitário que são feitos - duas estações nacionais de música a digladiarem-se por umas décimas do barame trimestral. Na prática, encontram-se numa luta miserável para ver quem faz pior rádio a fim obter mais uma migalha de publicidade.
segunda-feira, 17 de março de 2025
Trabalho
12 passas para um ano de Rádio (6)
Numa possível entrevista de emprego, a primeira pergunta que um jovem candidato a entrar na Rádio devia fazer à entidade patronal é saber quanto vai ter de pagar para trabalhar.
domingo, 16 de março de 2025
Música
12 passas para um ano de Rádio (5)
A mais antiga aliada da História da Rádio, depois da palavra. Som é emoção, músicas são emoções. É por esta e outras razões que devemos ser irrevogavelmente contra as 'playlists', que não transmitem emoção, sensações agradáveis, sequências musicais felizes, lógica interpretativa, harmonia sensorial, equilíbrio emocional, ambientes propícios e adequados aos vários tempos e momentos da transmissão radiofónica. Uma máquina composta por frieza amoral nunca terá a sensibilidade humana que é estritamente necessária em matérias sentimentais. É daqueles casos fundamentais e paradigmáticos da Rádio em que, sem a exclusiva mão humana, não se consegue fazer nada que faça sentido.
sábado, 15 de março de 2025
Autoria
12 passas para um ano de Rádio (4)
Felizmente há honrosas excepções no sector privado e nem são assim tão poucas, mas sem Rádio pública o cenário seria muitíssimo menos interessante. Desapareceria a possibilidade ainda hoje existente de ouvir Rádio, de posto em posto, sem ter de a desligar por falta de alternativas.
sexta-feira, 14 de março de 2025
Português
12 passas para um ano de Rádio (3)
Os maus tratos à língua portuguesa grassam nas rádios portuguesas. A depuração da linguagem é inexistente nas pessoas que falam ao microfone. Os radialistas estão absolutamente convencidos que se falarem muito estão a fazer um bom trabalho. Não estão. A Rádio em períodos de continuidade, quando é demasiado loquaz, cansa. É ruído, poluição sonora.
Os espaços de aparente silêncio - sem o ser em concreto - produz uma abstracta sensação de libertação, um respirar essencial à fruição suave, sem atrito sensorial, alcançando conforto na escuta. Até na Rádio o silêncio é de ouro.
quinta-feira, 13 de março de 2025
Programação
12 passas para um ano de Rádio (2)
Honra seja feita às estações de Rádio nacionais, regionais e locais que respeitam os horários de programação. É uma regra de ouro para fidelizar audiências. E quanto mais tempo assim o fizerem mais audiência acumulam, mais respeito ganham, mas confiáveis se tornam. A previsibilidade dos horários é fundamental na Rádio.
Se os ouvintes têm de se esforçar muito para saberem o horário do que gostam de ouvir é a Rádio que está a falhar e é assim que os ouvintes se perdem. Ou dito de outra forma, não se ganham.
quarta-feira, 12 de março de 2025
Difusão
12 passas para um ano de Rádio (1)
A actual estrutura analógica é dispendiosa, carece de manutenção constante, é insuficiente para cobrir todo o território e não elimina as zonas de sombra. A questão é que ainda não existe uma solução digital mais eficiente e menos onerosa que consiga fazer melhor.
Está também por provar que a tecnologia digital de difusão venha realmente a ser mais barata. Talvez seja bom alertar que para se aceder à transmissão digital o consumidor final vai ter de pagar o que hoje é gratuito.
quarta-feira, 5 de março de 2025
O que as redes sociais nos fazem (VI)
A Rádio, o território das vozes
"Eu detecto no mundo, às vezes, um adormecimento, um costume do horror. Mas às vezes também detecto uma indignação permanente e gratuita e um pouco frívola em indignarmo-nos por tudo ao mesmo tempo e de maneira constante. Há um grau de frivolidade ali e com muita frequência do que os americanos chamam de "virtual signaling", que é indignar-me sobre uma tragédia humana, não por preocupação da tragédia, mas sim para assinalar "que virtuoso sou eu, que tenho o coração do lado correcto". Há um grau de banalidade nisto também. Eu creio que o grande problema é que o nosso comportamento nas redes sociais, lentamente, tem tido um efeito perverso na nossa relação com o mundo. Dizia-o uma autora de livros muito inteligentes, "Millennial", que sabe muito mais disto que eu, que falava de um mecanismo perverso que é chegar a ver tudo o que sucede no mundo - diz ela que "isto é uma consequência da ética das redes sociais, do Facebook e do Twitter" - chegar a ver tudo o que ocorre no mundo como um comentário sobre o que sou eu. As redes sociais produzem uma maneira narcisista de ver o mundo e isso distorce as nossas relações sociais, a nossa vida de cidadãos, as nossas opiniões políticas, inclusivamente. Em certo sentido, isto é o contrário do que se passa num romance. Um romance, a leitura de um romance, é o abandono do "eu". É uma viagem ao outro. Interessar-nos durante trezentas ou quatrocentas páginas no destino de outra pessoa. Esse é o momento de curiosidade pelo outro, de altruísmo, em certo sentido. É oposto ao que sucede na conversação contemporânea que temos nas redes sociais. Em certo sentido, por isso, são duas éticas distintas. Maneiras distintas de ver o mundo e opostas e que estão confrontadas."
segunda-feira, 3 de março de 2025
Os Óscares na Rádio
Em tempos, a madrugada dos Óscares era uma noite de gala na Rádio em Portugal, com a transmissão em directo em emissões de prestígio ao longo de década e meia na TSF. Depois da descontinuação em 2005, a noite mais importante da sétima arte prosseguiu com acompanhamentos esparsos - e alguns anos de hiatos - em estações como a Antena1, Antena3, RCP-Rádio Clube e, mais recentemente, Rádio Observador.
Mais sobre a noite dos óscares na «Rádio Crítica» ao longo dos anos:
Um dia estranho para a Rádio (25 de Fevereiro de 2023)
Também queremos pizza! (3 de Março de 2014)
domingo, 2 de março de 2025
Rádio Crítica 20 anos
20 anos de publicações sobre Rádio na Internet
15 anos de partilhas do blogue na rede social Facebook
00 anos na rede social Instagram
00 anos na rede social Twitter
00 anos na rede social X
00 anos em qualquer outra rede social
00 anos de utilização da IA
Mais de uma centena de podcasts em conjunto no colectivo de autores «Irmandade do Éter» e em nome próprio entre Janeiro de 2006 e Setembro de 2022.
Apesar de tudo, num caminho de duas décadas cheias de coisas boas e más, nem um único desvio dos propósitos inaugurais declarados há vinte anos.
sábado, 1 de março de 2025
RUC 39 anos
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
TSF 37 anos
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
O que as redes sociais nos fazem (V)
A olhar os dias, a olhar o mundo, através de livros recentes
"As máquinas começam de forma muito rudimentar a adquirir agência. Isto é, a capacidade de agir de maneira autónoma para alcançar uma meta. Nunca passou pela cabeça de um lápis escrever algo por sua iniciativa nem da da prensa pisar com mais força um cacho de uvas. Acontece que o telemóvel já não funciona de forma passiva, estando pelo contrário, programado para tomar as suas próprias decisões. Utilizamos o telemóvel para enviar um WatSapp e até aqui assemelha-se a uma ferramenta sofisticada, mas convencional. Permite-nos comunicar a mensagem que queremos. Mas depois aparece um monte de notificações que nunca pedimos e desvia-nos dos nossos objectivos iniciais. O aparelho começa a adquirir agência. Não por ser inteligente, não é, mas porque outros o utilizam como mecanismo de manipulação do nosso comportamento e pensamento. O uso que lhe damos é influenciado pelos interesses de um terceiro, mediatizados através de algoritmos. A irrupção da Inteligência Artificial coloca em cima da mesa o problema de quem toma as decisões. Uma bomba é atroz, mas é largada por uma pessoa, não decide atirar-se sozinha. Em contra partida, actualmente, graças a um profundo conhecimento que possuem sobre nós, as máquinas podem escolher de forma muito precisa que estímulo nos deverão apresentar para que se alterem os nossos pensamentos e comportamentos. Íamos enviar uma mensagem mas acabamos por passar duas horas a olhar para vídeos no Instagram ou no TikTok. Quem tomou essa decisão? Há já algum tempo que perdemos parte da nossa autonomia, a de sermos nós a decidir o que queremos com liberdade. Somos um pouco artificiais e deixamo-nos arrastar por algoritmos que invadem o nosso desejo mais profundo e a nossa motivação. Geram dependência. Apesar de andarmos por aí convencidos de que somos nós quem determina as nossas preferências e desejos. Na realidade, muitas das coisas que desejamos reflectem ideias que nos foram implantadas. "Muitas vezes as pessoas não sabem o que querem até que alguém lho mostre", disse uma vez Steve Jobs. A indústria da publicidade e do markting manipula as pessoas há décadas sem que estas se dêem conta. Estabelece associações entre cores e formas para gerar sensações de frescura, saúde ou beleza para satisfazer, etc. Recorramos a um exemplo simples: Quando num restaurante nos oferecem uma longuíssima carta com vinhos que não conhecemos, qual é o critério de escolha? A grande maioria das pessoas opta pelo segundo vinho mais barato. A decisão assenta num mecanismo inconsciente, tão invisível quanto recorrente, poupar o mais possível sem passar por sovina. Muitos hoteleiros sabem isto e põem o vinho que preferem vender, ou que lhes custa menos, em segundo lugar na lista. E assim, pouco a pouco, vamos caindo na armadilha de comprar o pior por um valor superior ao que tem. Alertados para esta possibilidade, aprendemos a desconfiar dos anúncios e de outros métodos evidentes de condicionamento dos nossos critérios. Mas ainda não desconfiamos das ferramentas porque, apesar de tudo, tivémo-las sempre sob o nosso controlo. Pegamos num lápis, desenhamos meia-dúzia de figuras, apagamo-las para as melhorar, fazemo-las de novo. O processo continua até perdermos a vontade de desenhar. E então, pura e simplesmente, paramos. Deixamos o lápis e passamos a outra coisa. Esta é a expressão mais simples do nosso sentido de agência. Quando queremos desenhar, desenhamos. Quando queremos parar, paramos. Pelo contrário, quando queremos comer duas ou três batatas fritas e acabamos a comer o pacote inteiro sentimos que algo se descontrolou e que não conseguimos evitá-lo. O que se perdeu pelo caminho é o sentido de agência. A nossa inteligência é versátil, mas também está repleta de pontos fracos que são muito evidentes quando entra em jogo a manipulação do desejo e da vontade."
Dos argentinos Mariano Sigman, físico, especialista em neurociência cognitiva da aprendizagem e Santiago Bilinkis, tecnólogo e especialista em Inteligência Artificial robótica de neurociência e nanotecnologia.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
O que as redes sociais nos fazem (IV)
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domingo, 16 de fevereiro de 2025
Esta noite na RADAR
Aquele lado que nunca vimos
Esteve muitos anos nas horas fundas de fim-de-semana na Antena2, mudou-se há algum tempo para a RADAR. Selecção musical calma e introspectiva, isenta de apresentação. Fazem falta espaços assim. Nem sempre a palavra é rainha na Rádio.
Centenário de Carlos Paredes na Rádio
A sua simplicidade era equivalente à sua grandeza
sábado, 15 de fevereiro de 2025
Hoje em Évora
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
Todos os dias são dias da Rádio
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Dia Mundial da Rádio
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
Casa-Museu Igrejas Caeiro
Rua Paulo da Gama 8, Alto do Lagoal, 2760-091 Caxias
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Boa Rádio à 4ª feira
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação
13:00/14:00 TSF – A Escuta do Mundo
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo
17:00/18:00 Antena2 – Quinta Essência
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2
22:00/23:00 Antena3 – Portugália
00:00/01:00 Antena2 – Raízes
00:00/01:00 Antena1 – Gira Discos
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Boa Rádio à 3ª feira
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite
00:00/01:00 Antena2 – Raízes
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Boa Rádio à 2ªfeira
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2
22:00/23:00 Antena3 – Portugália
00:00/01:00 Antena2 – Raízes
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte
domingo, 9 de fevereiro de 2025
Boa Rádio ao Domingo
07:00/09:00 Antena3 - Sol Maior
09:00/10:00 Antena2 - Café Plaza
09:00/10:00 Antena1 - Gramofone
10:00/11:00 Antena1 - O Amor É
11:00/12:00 Antena1 - A Cena Do ódio
11:00/12:00 RADAR - Reactivo
12:00/13:00 Antena3 - Coyote
12:00/13:00 TSF - Grande Entrevista
13:00/14:00 Antena2 - Coreto
14:00/15:00 Observador - E o Resto É História
14:00/15:00 Antena1 - Semana Que Foi, Semana Que Vem
15:00/16:00 Antena2 - Véu Diáfano
16:00/18:00 Antena2 - Musica Aeterna
18:00/22:00 Antena2 - Mezza-Voce
19:00/20:00 Antena3 - Matéria Prima
20:00/21:00 Antena3 - Notas Azuis
21:00/23:00 Antena3 - Sinais de Fumo
22:00/23:00 RADAR - Olhar a Lua
23:00/00:00 RADAR - 27 Graus
23:00/00:00 Antena2 - Argonauta
23:00/00:00 Antena3 - A Profecia do Duque
00:00/01:00 RUM - O Cubo
00:00/01:00 Antena2 - Geografia dos Sons
01:00/02:00 Antena2 - Bolha Gular
02:00/03:00 Antena2 - Refletor
03:00/06:00 Antena2 - Dois Ao Quadrado
sábado, 8 de fevereiro de 2025
Boa Rádio ao Sábado
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Boa Rádio à 6ª feira
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação
13:00/14:00 RADAR – Maus Exemplos
18:00/20:00 Antena2 – Baile de Máscaras
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2
20:00/21:00 Antena3 – Portugália
22:00/00:00 Antena3 – Bons Rapazes
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite
23:00/00:00 Antena1 – Duas Ou Três Coisas
00:00/01:00 Antena2 – Raízes
00:00/01:00 Antena3 – Muitos Mundos
03:00/04:00 Antena2 – A Fuga da Arte
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
Boa Rádio à 5ª feira
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite
00:00/01:00 Antena2 – Raízes
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Se não são notícias verdadeiras não são notícias
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
O que as redes sociais nos fazem (III)
Só que hoje com a Internet a mentira já deu mesmo a volta ao mundo antes da verdade acordar e abrir os olhos. A revolução tecnológica digital mudou várias indústrias e a dos média foi uma das mais drasticamente abaladas.
Anatomia do Ressentimento
Programa de Mafalda Anjos
2ª feira, 27 de Janeiro 2025 (23:00/00:00)
Ouvir aqui
sábado, 1 de fevereiro de 2025
Hoje em Lisboa
quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Hoje em Aveiro
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
2ª metade da 3ª década do século XXI
Difusão
A substituição da transmissão radiofónica através de emissores de Frequência Modulada por outra tecnologia tem vindo a ser sucessivamente adiada até à linha da inevitabilidade. A actual estrutura analógica é dispendiosa, carece de manutenção constante, é insuficiente para cobrir todo o território e não elimina as zonas de sombra. A questão é que ainda não existe uma solução digital mais eficiente e menos onerosa que consiga fazer melhor. Está também por provar que a tecnologia digital de difusão venha realmente a ser mais barata. Talvez seja bom alertar que para se aceder à transmissão digital o consumidor final vai ter de pagar o que hoje é gratuito.
Programação
Acentuou-se nos últimos anos, de forma bastante recorrente, o desrespeito pela disciplina de antena em relação aos ouvintes. Constantes mudanças de horários, demasiadas repetições de programas, crónicas, reportagens, entrevistas, apontamentos de índole variada, rubricas e demais conteúdos, afasta uma grande parte da fidelização. Honra seja feita às estações de Rádio nacionais, regionais e locais que respeitam os horários de programação. É uma regra de ouro para fidelizar audiências. E quanto mais tempo assim o fizerem mais audiência acumulam, mais respeito ganham, mas confiáveis se tornam. A previsibilidade dos horários é fundamental na Rádio. Se os ouvintes têm de se esforçar muito para saberem o horário do que gostam de ouvir é a Rádio que está a falhar e é assim que os ouvintes se perdem. Ou dito de outra forma, não se ganham.
Português
Os erros de português, principalmente na Rádio feita em directo, são constantes e naturais. Diariamente. No entanto, erros repetidos já não são erros. São vícios no erro, julgando-se que não são nem uma coisa nem outra. Manda o bom senso que alguém dentro da Rádio esteja atento e à escuta, de preferência os responsáveis na hierarquia, detectando esses erros e corrigindo-os. Mas este flagelo é insanável porque quem manda também não sabe. Os maus tratos à língua portuguesa grassam nas rádios portuguesas.
A depuração da linguagem é inexistente nas pessoas que falam ao microfone. Os radialistas estão absolutamente convencidos que se falarem muito estão a fazer um bom trabalho. Não estão. A Rádio em períodos de continuidade, quando é demasiado loquaz, cansa. É ruído, poluição sonora. Os espaços de aparente silêncio - sem o ser em concreto - produz uma abstracta sensação de libertação, um respirar essencial à fruição suave, sem atrito sensorial, alcançando conforto na escuta. Até na Rádio o silêncio é de ouro.
Autoria
Basta olhar para as grelhas de programação, no que de melhor se faz na Rádio em Portugal, para facilmente verificar como seria o panorama radiofónico nacional se não existisse serviço público. É no conjunto dos vários canais públicos de Rádio que se encontra a maior quantidade de programação de autor e, inegavelmente, a maioria dos melhores programas. Felizmente há honrosas excepções no sector privado e nem são assim tão poucas, mas sem Rádio pública o cenário seria muitíssimo menos interessante. Desapareceria a possibilidade ainda hoje existente de ouvir Rádio, de posto em posto, sem ter de a desligar por falta de alternativas.
Música
A mais antiga aliada da História da Rádio, depois da palavra. Som é emoção, músicas são emoções. É por esta e outras razões que devemos ser irrevogavelmente contra as 'playlists', que não transmitem emoção, sensações agradáveis, sequências musicais felizes, lógica interpretativa, harmonia sensorial, equilíbrio emocional, ambientes propícios e adequados aos vários tempos e momentos da transmissão radiofónica. Uma máquina composta por frieza amoral nunca terá a sensibilidade humana que é estritamente necessária em matérias sentimentais. É daqueles casos fundamentais e paradigmáticos da Rádio em que, sem a exclusiva mão humana, não se consegue fazer nada que faça sentido.
Trabalho
Os sectores produtivos no mundo da Rádio encontram-se em evidente compressão e não é de agora. Com cada vez menos estações de Rádio há também menos mão-de-obra necessária. No entanto, a Rádio está viva e precisa de gente para a fazer. E quem trabalha nela cada vez trabalha mais.
Numa possível entrevista de emprego, a primeira pergunta que um jovem candidato a entrar na Rádio devia fazer à entidade patronal é saber quanto vai ter de pagar para trabalhar. O mundo do trabalho em Portugal, não só na Rádio, tornou-se numa espécie de leilão em que fica com o emprego quem aceitar trabalhar mais por menos. Este cálculo sinistro é 100% igual ao mais básico cálculo matemático: mais por menos dá menos.
Publicidade
Vagas de sucessivas crises financeiras, insolvências de patrocinadores regulares, deslocação para meios diferentes - principalmente para as redes sociais -, entre vários outros motivos, provocaram uma tremenda erosão do investimento publicitário na Rádio que, de forma funesta, apregoou durante muito tempo que era um meio barato em que se podia fazer publicidade a baixo custo. E o custo está aí: cerca de algumas dezenas acima de 50% do bolo publicitário desapareceu da Rádio. A fatia, que em tempos era larga, ficou finíssima. No topo da lista de bocas famintas estão, com base nos estudos que existem de audiências - que é para o mercado publicitário que são feitos - duas estações nacionais de música a digladiarem-se por umas décimas do barame trimestral. Na prática, encontram-se numa luta miserável para ver quem faz pior rádio a fim obter mais uma migalha de publicidade.
Mercado
Vários mercados. O publicitário, anteriormente referido noutro parágrafo, o da compra e venda de estações, que sempre aconteceu com altos e baixos desde a legalização das rádios privadas em Março de 1989 e o mercado de transferências de profissionais que, também com oscilações, esteve sempre em movimento. Este último com uma particular incidência sobre profissionais de Rádio que transitaram muito mais para a Televisão do que no sentido inverso. Todas estas movimentações têm maior ênfase na classe dos jornalistas. Em relação às estações privadas, a sua propriedade foi transformada num mercado de transação, em que quem compra fá-lo para a seguir - ou assim que possa - vender por um valor superior ao da aquisição. E assim sucessivamente, até ao dia em que mais ninguém compra e aí fecha-se.
Internet
A Rádio adaptou-se lindamente ao aparecimento massificado da World Wide Web, adoptando-a como aliada e não como inimiga a temer, sabendo tirar o melhor partido dela. Ultrapassada a potencial ameaça inicial, que na verdade nunca o foi, começaram a surgir as contradições. Um dos maiores paradoxos é as rádios privadas queixarem-se que as redes sociais e as grandes multinacionais tecnológicas lhes retiram publicidade e depois utilizam essas mesmas redes sociais para difundirem o seu trabalho, alimentando boca e barriga dos lobos que as condenam à fome. Presa nas redes de mar-alto, a Rádio ainda não sabe bem o que fazer, que opções decisivas tomar, agora que vive mergulhada na imensidão da comunicação digital em rede. No mundo incontornável da Internet, a Rádio navega em águas desconhecidas. Investe, desinveste, volta a investir, volta a desinvestir. Encontra-se à deriva, perdida num mar intenso, num mar imenso.
Podcast
Estamos a assistir a uma proliferação galopante nunca antes vista na oferta deste formato. Aparentemente mostra-se como uma deslumbrante alternativa à Rádio, mas não é Rádio. Traz vantagens e desvantagens. Por exemplo, quantos mais podcasts existirem menos audiência terá cada um deles. A pulverização produz fragmentação. Há duas décadas, quando apareceram, os podcasts provinham do exterior da Rádio, realizados por pessoas fora desse universo. Muito depressa a Rádio entrou na nova plataforma - e bem!, reproduzindo e multiplicando a sua oferta. Nos dias que correm o Podcast profissionalizou-se, vive de forma autónoma fora da Rádio e há para todos os gostos e feitios. Rádios, jornais, televisões, profissionais e amadores. Toda a gente pode fazer um Podcast se quiser.
É de lamentar que ao fim de duas décadas de Podcast não se tenha encontrado uma designação em português para este formato digital sonoro. Vingou o termo original em Inglês, quando temos uma língua riquíssima. Dizemos Radiodifusão, não dizemos Broadcast.
Extinção
As ameaças à existência da Rádio, presentes desde o seu aparecimento, não cessam. Pelo contrário, aumentam de ano para ano, principalmente no sector privado, sempre com a cabeça no cepo, numa dança harakíri em bicos de pés sobre uma corda bamba, permanentemente sob o velho ditame de "ou as receitas são maiores que os custos ou então encerra-se". A guilhotina também desce, volta e meia, sobre o pescoço do sector público, com a tutela alternadamente a prometer investimento e reforço ou a promover a redução e a privatização. Reduzir o serviço público de radiodifusão significa empobrecer a oferta, tornando-a débil, condenando-a à irrelevância e privatizar significa fazer desaparecer.
A ameaça é maior quando provém de governos de ideologia ultraliberalista. Convém lembrar que as ameaças à continuidade da existência do serviço público de Rádio agudiza-se de cada vez que um governo com essas características está no poder. Em meio-século de Democracia em Portugal aconteceu vezes suficientes para que o facto seja encarado como se se tratasse de uma mera coincidência.
Futuro
A Rádio, tal como muitas outras áreas de actividade laboral, assemelha-se a um imenso Titanic que vai afundando lentamente sem que ninguém queira muito dar por isso. A descida é irreversível, o embate no icebergue já aconteceu, estando neste momento a massa de gelo ainda a cortar o casco. Desenganem-se os que julgam que a Inteligência Artificial está aí para ajudar. A IA, ao invés do que se diz sobre aliviar a vida profissional e facilitar a vida pessoal e familiar dos trabalhadores, veio para eliminar postos de trabalho, extinguir rendimento, eliminar salários, outros custos e benefícios, em prol do engrossamento dos lucros dos proprietários e accionistas das grandes empresas. Com a IA só essas vão poder continuar a prosperar.
domingo, 26 de janeiro de 2025
O que as redes sociais nos fazem (II)
Fotografia de Jorge Carmona
O ódio foi tema para uma conversa na recente edição do festival Fólio com os escritores Hugo Gonçalves (português) e Carina Sainz Borgo (venezuelana), uma conversa levada ao que de melhor se faz na Rádio portuguesa.