quarta-feira, 26 de março de 2025

Teatro Sem Fios


O céu não é humano e o homem que pensa nem sequer pode ser humano 
Bohumil Hrabal















Fotografia de Jorge Gonçalves 

Monólogo barroco transporta-nos ao ambiente amarelecido e cru da Checoslováquia de Kafka, afinal símbolo universal do absurdo existencial que povoa as nossas vidas. Uma história normal, se é que se pode chamar normal à simplicidade. 

Uma Solidão Demasiado Ruidosa 
Antena2 
Teatro Sem Fios 
27 de Março às 19:00 | 30 de Março às 14h00 

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segunda-feira, 24 de março de 2025

À Beira do Som














À Beira do Som é uma parceria com a Oficina Frequência, um projecto da jornalista Sandy Gageiro (Antena 1, Antena 2, TSF, RUC, entre outros), que "surge da vontade de trabalhar com o som em várias frentes, especialmente com adolescentes e crianças" onde realiza "oficinas de rádio e clubes de leitura".
À Beira do Som é uma crónica sonora, com base nas várias paisagens sonoras da Beira. uma cartografia sonora e afectiva, da Beira Litoral à Beira Baixa.
Tem periodicidade quinzenal (assim tentaremos, mas também pode ser de 3 em 3 semanas, que ninguém se chateará), e mais não é do que um pedaço de poesia sonora, estamos em crer, com a Beira como paisagem de fundo, uma paisagem que se vai alterando, dinâmica, mas também tradicional e carregada de identidade(s), com o som como guia, numa espécie de guardião da paisagem.

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domingo, 23 de março de 2025

Futuro

12 passas para um ano de Rádio (12) 

A Rádio, tal como muitas outras áreas de actividade laboral, assemelha-se a um imenso Titanic que vai afundando lentamente sem que ninguém queira muito dar por isso. A descida é irreversível, o embate no icebergue já aconteceu, estando neste momento a massa de gelo ainda a cortar o casco. Desenganem-se os que julgam que a Inteligência Artificial está aí para ajudar. A IA, ao invés do que se diz sobre aliviar a vida profissional e facilitar a vida pessoal e familiar dos trabalhadores, veio para eliminar postos de trabalho, extinguir rendimento, eliminar salários, outros custos e benefícios, em prol do engrossamento dos lucros dos proprietários e accionistas das grandes empresas. Com a IA só essas vão poder continuar a prosperar.  

sábado, 22 de março de 2025

Extinção

12 passas para um ano de Rádio (11) 

As ameaças à existência da Rádio, presentes desde o seu aparecimento, não cessam. Pelo contrário, aumentam de ano para ano, principalmente no sector privado, sempre com a cabeça no cepo, numa dança harakíri em bicos de pés sobre uma corda bamba, permanentemente sob o velho ditame de "ou as receitas são maiores que os custos ou então encerra-se". A guilhotina também desce, volta e meia, sobre o pescoço do sector público, com a tutela alternadamente a prometer investimento e reforço ou a promover a redução e a privatização. Reduzir o serviço público de radiodifusão significa empobrecer a oferta, tornando-a débil, condenando-a à irrelevância e privatizar significa fazer desaparecer. 
A ameaça é maior quando provém de governos de ideologia ultraliberalista. Convém lembrar que as ameaças à continuidade da existência do serviço público de Rádio agudiza-se de cada vez que um governo com essas características está no poder. Em meio-século de Democracia em Portugal aconteceu vezes suficientes para que o facto seja encarado como se se tratasse de uma mera coincidência.   

sexta-feira, 21 de março de 2025

Podcast

12 passas para um ano de Rádio (10) 

Estamos a assistir a uma proliferação galopante nunca antes vista na oferta deste formato. Aparentemente mostra-se como uma deslumbrante alternativa à Rádio, mas não é Rádio. Traz vantagens e desvantagens. Por exemplo, quantos mais podcasts existirem menos audiência terá cada um deles. A pulverização produz fragmentação. Há duas décadas, quando apareceram, os podcasts provinham do exterior da Rádio, realizados por pessoas fora desse universo. Muito depressa a Rádio entrou na nova plataforma - e bem!, reproduzindo e multiplicando a sua oferta. Nos dias que correm o Podcast profissionalizou-se, vive de forma autónoma fora da Rádio e há para todos os gostos e feitios. Rádios, jornais, televisões, profissionais e amadores. Toda a gente pode fazer um Podcast se quiser. 
As estações de Rádio que persistem sem Podcast estão fatalmente desactualizadas no caldeirão das plataformas. Rádios que produzam podcasts que não emitem nas emissões em FM estão a trair a Rádio e os ouvintes. Um claríssimo tiro no pé. 
É de lamentar que ao fim de duas décadas de Podcast não se tenha encontrado uma designação em português para este formato digital sonoro. Vingou o termo original em Inglês, quando temos uma língua riquíssima. Dizemos Radiodifusão, não dizemos Broadcast

quinta-feira, 20 de março de 2025

Internet

12 passas para um ano de Rádio (9) 

A Rádio adaptou-se lindamente ao aparecimento massificado da World Wide Web, adoptando-a como aliada e não como inimiga a temer, sabendo tirar o melhor partido dela. Ultrapassada a potencial ameaça inicial, que na verdade nunca o foi, começaram a surgir as contradições. Um dos maiores paradoxos é as rádios privadas queixarem-se que as redes sociais e as grandes multinacionais tecnológicas lhes retiram publicidade e depois utilizam essas mesmas redes sociais para difundirem o seu trabalho, alimentando boca e barriga dos lobos que as condenam à fome. 
Presa nas redes de mar-alto, a Rádio ainda não sabe bem o que fazer, que opções decisivas tomar, agora que vive mergulhada na imensidão da comunicação digital em rede. No mundo incontornável da Internet, a Rádio navega em águas desconhecidas. Investe, desinveste, volta a investir, volta a desinvestir. Encontra-se à deriva, perdida num mar intenso, num mar imenso.  
Outro dos maiores paradoxos é a Rádio utilizar a Internet para se desvalorizar. Programas que têm uma versão maior na Internet é excluir os ouvintes comuns da escuta normal. É dizer ao ouvinte algo como "vá para a net, deixe a Rádio. Na Internet é melhor que na Rádio, na net é que é bom."  

quarta-feira, 19 de março de 2025

Mercado

12 passas para um ano de Rádio (8) 

Vários mercados. O publicitário, anteriormente referido noutro parágrafo, o da compra e venda de estações, que sempre aconteceu com altos e baixos desde a legalização das rádios privadas em Março de 1989 e o mercado de transferências de profissionais que, também com oscilações, esteve sempre em movimento. Este último com uma particular incidência sobre profissionais de Rádio que transitaram muito mais para a Televisão do que no sentido inverso. Todas estas movimentações têm maior ênfase na classe dos jornalistas. 
Em relação às estações privadas, a sua propriedade foi transformada num mercado de transação, em que quem compra fá-lo para a seguir - ou assim que possa - vender por um valor superior ao da aquisição. E assim sucessivamente, até ao dia em que mais ninguém compra e aí fecha-se. 

terça-feira, 18 de março de 2025

Publicidade

12 passas para um ano de Rádio (7) 

Vagas de sucessivas crises financeiras, insolvências de patrocinadores regulares, deslocação para meios diferentes - principalmente para as redes sociais -, entre vários outros motivos, provocaram uma tremenda erosão do investimento publicitário na Rádio que, de forma funesta, apregoou durante muito tempo que era um meio barato em que se podia fazer publicidade a baixo custo. E o custo está aí: cerca de algumas dezenas acima de 50% do bolo publicitário desapareceu da Rádio. A fatia, que em tempos era larga, ficou finíssima. No topo da lista de bocas famintas estão, com base nos estudos que existem de audiências - que é para o mercado publicitário que são feitos - duas estações nacionais de música a digladiarem-se por umas décimas do barame trimestral. Na prática, encontram-se numa luta miserável para ver quem faz pior rádio a fim obter mais uma migalha de publicidade.   


segunda-feira, 17 de março de 2025

Trabalho

12 passas para um ano de Rádio (6) 

Os sectores produtivos no mundo da Rádio encontram-se em evidente compressão e não é de agora. Com cada vez menos estações de Rádio há também menos mão-de-obra necessária. No entanto, a Rádio está viva e precisa de gente para a fazer. E quem trabalha nela cada vez trabalha mais. 
Numa possível entrevista de emprego, a primeira pergunta que um jovem candidato a entrar na Rádio devia fazer à entidade patronal é saber quanto vai ter de pagar para trabalhar. 
O mundo do trabalho em Portugal, não só na Rádio, tornou-se numa espécie de leilão em que fica com o emprego quem aceitar trabalhar mais por menos. Este cálculo sinistro é 100% igual ao mais básico cálculo matemático: mais por menos dá menos.  

domingo, 16 de março de 2025

Música

12 passas para um ano de Rádio (5) 

A mais antiga aliada da História da Rádio, depois da palavra. Som é emoção, músicas são emoções. É por esta e outras razões que devemos ser irrevogavelmente contra as 'playlists', que não transmitem emoção, sensações agradáveis, sequências musicais felizes, lógica interpretativa, harmonia sensorial, equilíbrio emocional, ambientes propícios e adequados aos vários tempos e momentos da transmissão radiofónica. Uma máquina composta por frieza amoral nunca terá a sensibilidade humana que é estritamente necessária em matérias sentimentais. É daqueles casos fundamentais e paradigmáticos da Rádio em que, sem a exclusiva mão humana, não se consegue fazer nada que faça sentido. 


sábado, 15 de março de 2025

Autoria

12 passas para um ano de Rádio (4) 

Basta olhar para as grelhas de programação, no que de melhor se faz na Rádio em Portugal, para facilmente verificar como seria o panorama radiofónico nacional se não existisse serviço público. É no conjunto dos vários canais públicos de Rádio que se encontra a maior quantidade de programação de autor e, inegavelmente, a maioria dos melhores programas. 
Felizmente há honrosas excepções no sector privado e nem são assim tão poucas, mas sem Rádio pública o cenário seria muitíssimo menos interessante. Desapareceria a possibilidade ainda hoje existente de ouvir Rádio, de posto em posto, sem ter de a desligar por falta de alternativas. 

sexta-feira, 14 de março de 2025

Português

12 passas para um ano de Rádio (3) 

Os erros de português, principalmente na Rádio feita em directo, são constantes e naturais. Diariamente. No entanto, erros repetidos já não são erros. São vícios no erro, julgando-se que não são nem uma coisa nem outra. Manda o bom senso que alguém dentro da Rádio esteja atento e à escuta, de preferência os responsáveis na hierarquia, detectando esses erros e corrigindo-os. Mas este flagelo é insanável porque quem manda também não sabe. 
Os maus tratos à língua portuguesa grassam nas rádios portuguesas. A depuração da linguagem é inexistente nas pessoas que falam ao microfone. Os radialistas estão absolutamente convencidos que se falarem muito estão a fazer um bom trabalho. Não estão. A Rádio em períodos de continuidade, quando é demasiado loquaz, cansa. É ruído, poluição sonora. 
Os espaços de aparente silêncio - sem o ser em concreto - produz uma abstracta sensação de libertação, um respirar essencial à fruição suave, sem atrito sensorial, alcançando conforto na escuta. Até na Rádio o silêncio é de ouro. 

quinta-feira, 13 de março de 2025

Programação

12 passas para um ano de Rádio (2) 

Acentuou-se nos últimos anos, de forma bastante recorrente, o desrespeito pela disciplina de antena em relação aos ouvintes. Constantes mudanças de horários, demasiadas repetições de programas, crónicas, reportagens, entrevistas, apontamentos de índole variada, rubricas e demais conteúdos, afasta uma grande parte da fidelização. 
Honra seja feita às estações de Rádio nacionais, regionais e locais que respeitam os horários de programação. É uma regra de ouro para fidelizar audiências. E quanto mais tempo assim o fizerem mais audiência acumulam, mais respeito ganham, mas confiáveis se tornam. A previsibilidade dos horários é fundamental na Rádio. 
Se os ouvintes têm de se esforçar muito para saberem o horário do que gostam de ouvir é a Rádio que está a falhar e é assim que os ouvintes se perdem. Ou dito de outra forma, não se ganham. 

quarta-feira, 12 de março de 2025

Difusão

12 passas para um ano de Rádio (1) 

A substituição da transmissão radiofónica através de emissores de Frequência Modulada por outra tecnologia tem vindo a ser sucessivamente adiada até à linha da inevitabilidade. 
A actual estrutura analógica é dispendiosa, carece de manutenção constante, é insuficiente para cobrir todo o território e não elimina as zonas de sombra. A questão é que ainda não existe uma solução digital mais eficiente e menos onerosa que consiga fazer melhor. 
Está também por provar que a tecnologia digital de difusão venha realmente a ser mais barata. Talvez seja bom alertar que para se aceder à transmissão digital o consumidor final vai ter de pagar o que hoje é gratuito. 

quarta-feira, 5 de março de 2025

O que as redes sociais nos fazem (VI)

A Rádio, o território das vozes 



































"Eu detecto no mundo, às vezes, um adormecimento, um costume do horror. Mas às vezes também detecto uma indignação permanente e gratuita e um pouco frívola em indignarmo-nos por tudo ao mesmo tempo e de maneira constante. Há um grau de frivolidade ali e com muita frequência do que os americanos chamam de "virtual signaling", que é indignar-me sobre uma tragédia humana, não por preocupação da tragédia, mas sim para assinalar "que virtuoso sou eu, que tenho o coração do lado correcto". Há um grau de banalidade nisto também. Eu creio que o grande problema é que o nosso comportamento nas redes sociais, lentamente, tem tido um efeito perverso na nossa relação com o mundo. Dizia-o uma autora de livros muito inteligentes, "Millennial", que sabe muito mais disto que eu, que falava de um mecanismo perverso que é chegar a ver tudo o que sucede no mundo - diz ela que "isto é uma consequência da ética das redes sociais, do Facebook e do Twitter" - chegar a ver tudo o que ocorre no mundo como um comentário sobre o que sou eu. As redes sociais produzem uma maneira narcisista de ver o mundo e isso distorce as nossas relações sociais, a nossa vida de cidadãos, as nossas opiniões políticas, inclusivamente. Em certo sentido, isto é o contrário do que se passa num romance. Um romance, a leitura de um romance, é o abandono do "eu". É uma viagem ao outro. Interessar-nos durante trezentas ou quatrocentas páginas no destino de outra pessoa. Esse é o momento de curiosidade pelo outro, de altruísmo, em certo sentido. É oposto ao que sucede na conversação contemporânea que temos nas redes sociais. Em certo sentido, por isso, são duas éticas distintas. Maneiras distintas de ver o mundo e opostas e que estão confrontadas." 

Juan Gabriel Vásquez 

A Ronda Da Noite 
18 de Fevereiro 2025 
Antena2 
Programa de Luís Caetano 
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segunda-feira, 3 de março de 2025

Os Óscares na Rádio

 








Em tempos, a madrugada dos Óscares era uma noite de gala na Rádio em Portugal, com a transmissão em directo em emissões de prestígio ao longo de década e meia na TSF. Depois da descontinuação em 2005, a noite mais importante da sétima arte prosseguiu com acompanhamentos esparsos - e alguns anos de hiatos - em estações como a Antena1, Antena3, RCP-Rádio Clube e, mais recentemente, Rádio Observador. 
Este ano foi na recém reaparecida Correio da Manhã Rádio. A primeira emissão especial da nova CMR, com a transmissão da cerimónia da entrega dos Óscares de Hollywood em estúdio, em directo, numa equipa liderada pela jornalista Lara Marques Pereira, com Lara Afonso, Orlando Azevedo, Maria João Bastos, Rui Pedro Vieira, jornalista da CMTV e o convidado especial Paulo Branco, produtor de Cinema. Estiveram muito bem e fez-se uma grande noite de Rádio. 








Mais sobre a noite dos óscares na «Rádio Crítica» ao longo dos anos

Os Óscares na Rádio (23 de Fevereiro de 2009)
Um dia estranho para a Rádio (25 de Fevereiro de 2023) 
Também queremos pizza! (3 de Março de 2014) 

domingo, 2 de março de 2025

Rádio Crítica 20 anos











20 anos de publicações sobre Rádio na Internet

15 anos de partilhas do blogue na rede social Facebook 

00 anos na rede social Instagram 

00 anos na rede social Twitter 

00 anos na rede social

00 anos em qualquer outra rede social 

00 anos de utilização da IA 

Mais de uma centena de podcasts em conjunto no colectivo de autores «Irmandade do Éter» e em nome próprio entre Janeiro de 2006 e Setembro de 2022. 

Algumas partilhas, presenças e citações com e sem autorização prévia em livros publicados, programas de Rádio e Televisão; algumas citações autorizadas e não autorizadas em jornais, revistas, redes sociais e outros blogues. Vários textos transcritos e plagiados em parte ou integralmente em outros blogues, livros e redes sociais. Citações e cópias em trabalhos académicos com e sem autorização prévia. Dois grandes ataques informáticos com perda de publicações, apagamento de imagens e desaparecimento de sons. 
Apesar de tudo, num caminho de duas décadas cheias de coisas boas e más, nem um único desvio dos propósitos inaugurais declarados há vinte anos

sábado, 1 de março de 2025

RUC 39 anos

Rádio Universidade de Coimbra 














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Estação universitária local da cidade de Coimbra, Rádio-Escola inovadora, irreverente, fresca e inventiva, repleta de liberdade e saudável experimentalismo. Desde 1986. 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

TSF 37 anos

 




















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Por uma notícia vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo

Nasceu como rádio pirata em Lisboa (102.7 FM), com emissões regulares desde do célebre dia 29 de Fevereiro de 1988. A primeira notícia do primeiro noticiário, às 7 da manhã, lida por Francisco Sena Santos: “Paz no fisco durante três meses”. A partir de então a Rádio em Portugal mudara para sempre, principalmente em termos informativos. Foi uma pedrada no charco. Tornou-se numa referência incontornável do jornalismo radiofónico nacional e mesmo em termos estéticos. É ainda hoje a estação de Rádio mais imitada em Portugal. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

O que as redes sociais nos fazem (V)

A olhar os dias, a olhar o mundo, através de livros recentes 





















"As máquinas começam de forma muito rudimentar a adquirir agência. Isto é, a capacidade de agir de maneira autónoma para alcançar uma meta. Nunca passou pela cabeça de um lápis escrever algo por sua iniciativa nem da da prensa pisar com mais força um cacho de uvas. Acontece que o telemóvel já não funciona de forma passiva, estando pelo contrário, programado para tomar as suas próprias decisões. Utilizamos o telemóvel para enviar um WatSapp e até aqui assemelha-se a uma ferramenta sofisticada, mas convencional. Permite-nos comunicar a mensagem que queremos. Mas depois aparece um monte de notificações que nunca pedimos e desvia-nos dos nossos objectivos iniciais. O aparelho começa a adquirir agência. Não por ser inteligente, não é, mas porque outros o utilizam como mecanismo de manipulação do nosso comportamento e pensamento. O uso que lhe damos é influenciado pelos interesses de um terceiro, mediatizados através de algoritmos. A irrupção da Inteligência Artificial coloca em cima da mesa o problema de quem toma as decisões. Uma bomba é atroz, mas é largada por uma pessoa, não decide atirar-se sozinha. Em contra partida, actualmente, graças a um profundo conhecimento que possuem sobre nós, as máquinas podem escolher de forma muito precisa que estímulo nos deverão apresentar para que se alterem os nossos pensamentos e comportamentos. Íamos enviar uma mensagem mas acabamos por passar duas horas a olhar para vídeos no Instagram ou no TikTok. Quem tomou essa decisão? Há já algum tempo que perdemos parte da nossa autonomia, a de sermos nós a decidir o que queremos com liberdade. Somos um pouco artificiais e deixamo-nos arrastar por algoritmos que invadem o nosso desejo mais profundo e a nossa motivação. Geram dependência. Apesar de andarmos por aí convencidos de que somos nós quem determina as nossas preferências e desejos. Na realidade, muitas das coisas que desejamos reflectem ideias que nos foram implantadas. "Muitas vezes as pessoas não sabem o que querem até que alguém lho mostre", disse uma vez Steve Jobs. A indústria da publicidade e do markting manipula as pessoas há décadas sem que estas se dêem conta. Estabelece associações entre cores e formas para gerar sensações de frescura, saúde ou beleza para satisfazer, etc. Recorramos a um exemplo simples: Quando num restaurante nos oferecem uma longuíssima carta com vinhos que não conhecemos, qual é o critério de escolha? A grande maioria das pessoas opta pelo segundo vinho mais barato. A decisão assenta num mecanismo inconsciente, tão invisível quanto recorrente, poupar o mais possível sem passar por sovina. Muitos hoteleiros sabem isto e põem o vinho que preferem vender, ou que lhes custa menos, em segundo lugar na lista. E assim, pouco a pouco, vamos caindo na armadilha de comprar o pior por um valor superior ao que tem. Alertados para esta possibilidade, aprendemos a desconfiar dos anúncios e de outros métodos evidentes de condicionamento dos nossos critérios. Mas ainda não desconfiamos das ferramentas porque, apesar de tudo, tivémo-las sempre sob o nosso controlo. Pegamos num lápis, desenhamos meia-dúzia de figuras, apagamo-las para as melhorar, fazemo-las de novo. O processo continua até perdermos a vontade de desenhar. E então, pura e simplesmente, paramos. Deixamos o lápis e passamos a outra coisa. Esta é a expressão mais simples do nosso sentido de agência. Quando queremos desenhar, desenhamos. Quando queremos parar, paramos. Pelo contrário, quando queremos comer duas ou três batatas fritas e acabamos a comer o pacote inteiro sentimos que algo se descontrolou e que não conseguimos evitá-lo. O que se perdeu pelo caminho é o sentido de agência. A nossa inteligência é versátil, mas também está repleta de pontos fracos que são muito evidentes quando entra em jogo a manipulação do desejo e da vontade." 

In: «Artificial - A Nova Inteligência e a Fronteira do Humano» 
Dos argentinos Mariano Sigman, físico, especialista em neurociência cognitiva da aprendizagem e Santiago Bilinkis, tecnólogo e especialista em Inteligência Artificial robótica de neurociência e nanotecnologia. 

A Ronda da Noite 
Antena2 
Programa de Luís Caetano 
20 de Fevereiro de 2025 
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

O que as redes sociais nos fazem (IV)





















"As redes sociais são neste momento um problema muito sério que nós temos porque efectivamente elas estão a extremar as pessoas, estão a polarizar a sociedade, estão a destruir a sociedade. Fazem com que as pessoas só vejam o seu ponto de vista. Tornam-se incapazes de ver o ponto de vista de outras pessoas de qualquer sector político, ideológico, religioso, clubístico, o que quer que nós escolhamos e, portanto, tudo isso é um problema muito sério e o problema torna-se mais sério quando elas começam a ser usadas do ponto de vista geoestratégico como instrumento de propaganda sem que nós nos apercebamos que são propaganda. Aliás, esse é um dos princípios melhores da propaganda. É fazer-se propaganda sem que se perceba que é propaganda e isso as redes socais estão a fazer muito bem. Ou melhor, agentes nas redes sociais. 
(...) 
Muitas das nossas decisões já são tomadas pelas redes sociais, que interpretam a forma como nós pensamos e depois agem em conformidade. 
(...) 
Neste momento o que nós estamos a ver justamente é que muita gente está a ter acesso à informação - e a parte do problema - através das redes sociais, através de agentes e as redes sociais são manipuladas por agentes maliciosos que dizem ser o que não são e não dizem ser o que são e enchem as redes socias de notícias falsas ou semi-falsas e que se destinam a criar determinados efeitos. E funcionam. 
(...) 
A verdade é que nós estamos a ter acesso - quando nos informamos através das redes sociais - estamos a ter acesso a informação que não é verificada. E, portanto, estamos a agir em função de realidades que não existem. É um bocado como: faz de conta que entra aqui um leão, mas toda a informação é de que não há nenhum leão. Se não há nenhum leão eu continuo a portar-me normalmente e daqui a um minuto vou ser comido. É importante nós sabermos qual é a realidade, porque se vivermos num mundo que não existe, um mundo de mentira, o que vai acontecer é que vamos estar constantemente a tomar decisões erradas. E não fugir do estúdio quando está aqui um leão é uma decisão errada." 

Prova Oral 
Antena3 
Programa de Fernando Alvim 
02 de Dezembro 2025 (19:00/01:00) 
Convidado: José Rodrigues Dos Santos, jornalista da RTP 
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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Esta noite na RADAR

 




















As vezes que te olhamos e procuramos o outro lado
Aquele lado que nunca vimos 

Esteve muitos anos nas horas fundas de fim-de-semana na Antena2, mudou-se há algum tempo para a RADAR. Selecção musical calma e introspectiva, isenta de apresentação. Fazem falta espaços assim. Nem sempre a palavra é rainha na Rádio. 

Olhar a Lua 
RADAR 
Programa de Thomas Anahory 
Domingo 00:00/01:00 
3ª Feira 23:00/00:00 
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Centenário de Carlos Paredes na Rádio

 








A sua simplicidade era equivalente à sua grandeza 

Uma gravação pouco conhecida, num concerto no auditório do Teatro Carlos Alberto no Porto, no dia 31 de Março de 1984. Momentos de partilha tocada e falada do artista num disco que acompanha o livro «Movimentos Perpétuos», editado pela Oficina do Livro, incluindo dois concertos, um deles inédito. 
Esta notável emissão de Rádio contém ainda outros registos do guitarrista no acervo histórico do serviço público, para além de várias versões do clássico "Verdes Anos" na rubrica «Semibreve» de Andrea Lupi. 

A Ronda da Noite 
Antena2 
Programa de Luís Caetano 
6ª feira, 14 de Fevereiro 2025 
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sábado, 15 de fevereiro de 2025

Hoje em Évora


 


















Iniciativa com o apoio da rádio pública, conversa com moderação do radialista Tiago Castro. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Todos os dias são dias da Rádio

 


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Dia Mundial da Rádio



















Este ano sob o tema Alterações Climáticas 

Dia Mundial da Rádio com a gravação ao vivo do primeiro episódio do podcast "No Estúdio de Igrejas Caeiro".
O podcast, de periodicidade bimestral, é uma organização do Grupo de Trabalho Rádio e Meios Sonoros da Sopcom-Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, em parceria com a Fundação Marquês de Pombal. 
No estúdio privado de Francisco Igrejas Caeiro, membros do GT entrevistam figuras notáveis da história da rádio em Portugal.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.

Casa-Museu Igrejas Caeiro 
Rua Paulo da Gama 8, Alto do Lagoal, 2760-091 Caxias 

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24 horas de emissão consecutiva em directo na RUC-Rádio Universidade de Coimbra 






































18h00 – IMPÉRIO DO MEIO: Isabel Simões
19h00 – SANTOS DA CASA – ESPECIAL CROWDFUNDING: Fausto da Silva & Nuno Ávila
20h00 – ENTRE GRADES: Inês Cruz & Cláudio Pedrosa
21h00 – OBSERVAMISTO: Inês Sampaio, Mariana Caparica, Gabriela Fernandes & Beatriz Cardoso
22h00 – OLHO DO QUIZ: Gonçalo Pina, Mariana Massano & José Pedro Correia
23h00 – TALK TALK TALK ABOUT RUC: Daniel Belo, Paulo Sebastião, Pedro Arinto, Rui Ferreira & Sara Mendes
00h00 – RUC PAYOUT ZONE: Maria Carrilho
01h00 – Gonçalo Pina & José Pedro Correia
03h00 – ASMRUC, Catarina Almeida & Luís Pereira
04h00 – INTELIGENTÍSSIMO, Simão Nunes
05h00 – OS FUTUROS TODOS, OUT.RA – Associação Cultural
06h00 – SPOTLIGHT, Luís Pereira
07h00 – CYBERIA CROWDFUND, Bernardo Matos
08h00 – ABATANADO, Filipe Furtado & Amigos
12h00 – CIGA239, ciga239
13h00 – AS CRÍTICAS TAMBÉM SE ABATEM, Inês Santos, Maria Nolasco & Mariana Massano
14h00 – ENGRENAGEM, Artur Jóia
15h00 – CONSELHO DE ESTADO, Gonçalo Pina & Lexi Narovatkin
17h00 – FECHADO PARA OBRAS, Margarida Campos, Beatriz Sousa, Pedro Andrade, Rui Rodrigues & Mariana Massano 

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 4ª feira

 









10:00/12:00 TSF – Forum 
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard  
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 TSF – A Escuta do Mundo 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
13:00/14:00 RADAR – Perdida Na Música 
17:00/18:00 Antena2 – Quinta Essência 
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
22:00/23:00 Antena3 – Portugália 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
23:00/00:00 Antena1 – Fala Com Ela 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
00:00/01:00 Antena1 – Gira Discos 
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 3ª feira

 










10:00/12:00 TSF – Forum 
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard  
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
22:00/23:00 Antena3 – Portugália 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 2ªfeira


 












10:00/12:00 TSF – Forum 
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard  
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 TSF – Visão de Jogo 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais - Circunvalasound 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
21:00/23:00 Antena1 – Uma Noite Em Forma De Assim 
22:00/23:00 Antena3 – Portugália 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
23:00/01:00 Antena1 – Anatomia Do Ressentimento 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias 

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Boa Rádio ao Domingo

 










07:00/08:00 Antena1 - A Árvore da Música 
07:00/09:00 Antena3 - Sol Maior 
09:00/10:00 Antena2 - Café Plaza 
09:00/10:00 Antena1 - Gramofone 
10:00/11:00 Antena1 - O Amor É 
11:00/12:00 Antena1 - A Cena Do ódio 
11:00/12:00 RADAR - Reactivo 
12:00/13:00 Antena3 - Coyote 
12:00/13:00 TSF - Grande Entrevista 
13:00/14:00 Antena2 - Coreto 
14:00/15:00 Observador - E o Resto É História 
14:00/15:00 Antena1 - Semana Que Foi, Semana Que Vem 
15:00/16:00 Antena2 - Véu Diáfano 
16:00/18:00 Antena2 - Musica Aeterna 
18:00/22:00 Antena2 - Mezza-Voce 
19:00/20:00 Antena3 - Matéria Prima 
20:00/21:00 Antena3 - Notas Azuis 
21:00/23:00 Antena3 - Sinais de Fumo 
22:00/23:00 RADAR - Olhar a Lua 
23:00/00:00 RADAR - 27 Graus 
23:00/00:00 Antena2 - Argonauta 
23:00/00:00 Antena3 - A Profecia do Duque 
00:00/01:00 RUM - O Cubo 
00:00/01:00 Antena2 - Geografia dos Sons 
01:00/02:00 Antena2 - Bolha Gular 
02:00/03:00 Antena2 - Refletor 
03:00/06:00 Antena2 - Dois Ao Quadrado 
06:00/07:00 Antena2 - Notas Finais 

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Boa Rádio ao Sábado

 













07:00/09:00 Antena2 - Sol Maior 
08:00/09:00 Antena1 - A Contar 
09:00/10:00 Antena2 - Café Plaza 
09:00/10:00 Antena1 - Sou Pessoa Para Isso 
10:00/11:00 Antena2 - Quinta Essência 
11:00/12:00 Antena2 - A Propósito da Música 
10:00/12:00 Antena1 - Destacável 
10:00/12:00 Renascença - Hotel Califórnia 
12:00/13:00 RADAR - Maus Exemplos 
12:00/13:00 Antena3 - Coyote 
12:00/14:00 Antena2 - Musica Aeterna 
12:00/13:00 TSF - O Estado Do Sítio 
13:00/14:00 Observador - Conversas Do Fim Do Mundo 
13:00/14:00 Antena3 - Domínio Público 
14:00/15:00 Observador - Pop Up
14:00/15:30 Antena2 - O Tempo e a Música 
15:00/16:00 Observador - Isto Não Passa Na Rádio 
15:30/16:00 Antena2 - Páginas De Português 
16:00/18:00 Antena2 - A Força Das Coisas 
17:00/18:00 RADAR - A Hora Do Bolo 
18:00/22:00 Antena2 - Mezza-Voce 
20:00/21:00 Antena3 - Caixa De Ritmos 
21:00/22:00 Antena3 - Muitos Mundos 
22:00/23:00 Antena2 - Banda Sonora 
22:00/00:00 Antena3 - Música Com Pés e Cabeça 
23:00/00:00 Antena2 - Argonauta 
00:00/01:00 Antena2 - A Fuga Da Arte 
00:00/02:00 Antena1 - Costa A Costa 
04:00/05:00 Antena1 - À Volta do Groove 
05:00/06:00 Antena1 - Duas Ou Três Coisas 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 6ª feira

 









10:00/12:00 TSF – Forum 
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
13:00/14:00 RADAR – Maus Exemplos 
18:00/20:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
20:00/21:00 Antena3 – Portugália 
21:00/22:00 Antena3 – Indiegente 
22:00/00:00 Antena3 – Bons Rapazes 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
23:00/00:00 Antena1 – Duas Ou Três Coisas 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
00:00/01:00 Antena3 – Muitos Mundos 
03:00/04:00 Antena2 – A Fuga da Arte 
05:00/07:00 Antena3 – Música Com Pés e Cabeça 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 5ª feira











10:00/12:00 TSF – Forum 
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard  
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 TSF – Mapa Mundo 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
17:00/18:00 Antena2 – Quinta Essência 
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
22:00/23:00 Antena3 – Portugália 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
00:00/01:00 Antena1 – Gira Discos 
00:00/02:00 Antena3 – Sinais De Fumo 
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Se não são notícias verdadeiras não são notícias










Às 18:30 com entrada livre. 
Informação aqui

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

O que as redes sociais nos fazem (III)













Uma mentira pode dar a volta ao mundo ainda antes da verdade ter tempo de vestir as calças
Só que hoje com a Internet a mentira já deu mesmo a volta ao mundo antes da verdade acordar e abrir os olhos. A revolução tecnológica digital mudou várias indústrias e a dos média foi uma das mais drasticamente abaladas. 

Conversa da jornalista Mafalda Anjos com os convidados Luís Paixão Martins, ex-radialista e jornalista, antigo consultor de comunicação e Gustavo Cardoso, sociólogo da comunicação, investigador, professor catedrático de ciências da comunicação e director do OBERCOM-Observatório dos Meios de Comunicação Social. 

Antena1 
Anatomia do Ressentimento 
Programa de Mafalda Anjos 
2ª feira, 27 de Janeiro 2025 (23:00/00:00) 
Ouvir aqui 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Hoje em Lisboa





















Informação aqui 


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Hoje em Aveiro





















Conferência sobre convergência entre Média e tecnologia 

Mais informação aqui


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

2ª metade da 3ª década do século XXI


O cinzento envolve 
Antes fosse meu numa luva de criança 













12 passas para este novo ano de Rádio 


Difusão 
A substituição da transmissão radiofónica através de emissores de Frequência Modulada por outra tecnologia tem vindo a ser sucessivamente adiada até à linha da inevitabilidade. A actual estrutura analógica é dispendiosa, carece de manutenção constante, é insuficiente para cobrir todo o território e não elimina as zonas de sombra. A questão é que ainda não existe uma solução digital mais eficiente e menos onerosa que consiga fazer melhor. Está também por provar que a tecnologia digital de difusão venha realmente a ser mais barata. Talvez seja bom alertar que para se aceder à transmissão digital o consumidor final vai ter de pagar o que hoje é gratuito. 

Programação 
Acentuou-se nos últimos anos, de forma bastante recorrente, o desrespeito pela disciplina de antena em relação aos ouvintes. Constantes mudanças de horários, demasiadas repetições de programas, crónicas, reportagens, entrevistas, apontamentos de índole variada, rubricas e demais conteúdos, afasta uma grande parte da fidelização. Honra seja feita às estações de Rádio nacionais, regionais e locais que respeitam os horários de programação. É uma regra de ouro para fidelizar audiências. E quanto mais tempo assim o fizerem mais audiência acumulam, mais respeito ganham, mas confiáveis se tornam. A previsibilidade dos horários é fundamental na Rádio. Se os ouvintes têm de se esforçar muito para saberem o horário do que gostam de ouvir é a Rádio que está a falhar e é assim que os ouvintes se perdem. Ou dito de outra forma, não se ganham. 

Português 
Os erros de português, principalmente na Rádio feita em directo, são constantes e naturais. Diariamente. No entanto, erros repetidos já não são erros. São vícios no erro, julgando-se que não são nem uma coisa nem outra. Manda o bom senso que alguém dentro da Rádio esteja atento e à escuta, de preferência os responsáveis na hierarquia, detectando esses erros e corrigindo-os. Mas este flagelo é insanável porque quem manda também não sabe. Os maus tratos à língua portuguesa grassam nas rádios portuguesas. 
A depuração da linguagem é inexistente nas pessoas que falam ao microfone. Os radialistas estão absolutamente convencidos que se falarem muito estão a fazer um bom trabalho. Não estão. A Rádio em períodos de continuidade, quando é demasiado loquaz, cansa. É ruído, poluição sonora. Os espaços de aparente silêncio - sem o ser em concreto - produz uma abstracta sensação de libertação, um respirar essencial à fruição suave, sem atrito sensorial, alcançando conforto na escuta. Até na Rádio o silêncio é de ouro. 

Autoria 
Basta olhar para as grelhas de programação, no que de melhor se faz na Rádio em Portugal, para facilmente verificar como seria o panorama radiofónico nacional se não existisse serviço público. É no conjunto dos vários canais públicos de Rádio que se encontra a maior quantidade de programação de autor e, inegavelmente, a maioria dos melhores programas. Felizmente há honrosas excepções no sector privado e nem são assim tão poucas, mas sem Rádio pública o cenário seria muitíssimo menos interessante. Desapareceria a possibilidade ainda hoje existente de ouvir Rádio, de posto em posto, sem ter de a desligar por falta de alternativas. 

Música 
A mais antiga aliada da História da Rádio, depois da palavra. Som é emoção, músicas são emoções. É por esta e outras razões que devemos ser irrevogavelmente contra as 'playlists', que não transmitem emoção, sensações agradáveis, sequências musicais felizes, lógica interpretativa, harmonia sensorial, equilíbrio emocional, ambientes propícios e adequados aos vários tempos e momentos da transmissão radiofónica. Uma máquina composta por frieza amoral nunca terá a sensibilidade humana que é estritamente necessária em matérias sentimentais. É daqueles casos fundamentais e paradigmáticos da Rádio em que, sem a exclusiva mão humana, não se consegue fazer nada que faça sentido. 

Trabalho 
Os sectores produtivos no mundo da Rádio encontram-se em evidente compressão e não é de agora. Com cada vez menos estações de Rádio há também menos mão-de-obra necessária. No entanto, a Rádio está viva e precisa de gente para a fazer. E quem trabalha nela cada vez trabalha mais.  
Numa possível entrevista de emprego, a primeira pergunta que um jovem candidato a entrar na Rádio devia fazer à entidade patronal é saber quanto vai ter de pagar para trabalhar. O mundo do trabalho em Portugal, não só na Rádio, tornou-se numa espécie de leilão em que fica com o emprego quem aceitar trabalhar mais por menos. Este cálculo sinistro é 100% igual ao mais básico cálculo matemático: mais por menos dá menos.  

Publicidade 
Vagas de sucessivas crises financeiras, insolvências de patrocinadores regulares, deslocação para meios diferentes - principalmente para as redes sociais -, entre vários outros motivos, provocaram uma tremenda erosão do investimento publicitário na Rádio que, de forma funesta, apregoou durante muito tempo que era um meio barato em que se podia fazer publicidade a baixo custo. E o custo está aí: cerca de algumas dezenas acima de 50% do bolo publicitário desapareceu da Rádio. A fatia, que em tempos era larga, ficou finíssima. No topo da lista de bocas famintas estão, com base nos estudos que existem de audiências - que é para o mercado publicitário que são feitos - duas estações nacionais de música a digladiarem-se por umas décimas do barame trimestral. Na prática, encontram-se numa luta miserável para ver quem faz pior rádio a fim obter mais uma migalha de publicidade.   

Mercado 
Vários mercados. O publicitário, anteriormente referido noutro parágrafo, o da compra e venda de estações, que sempre aconteceu com altos e baixos desde a legalização das rádios privadas em Março de 1989 e o mercado de transferências de profissionais que, também com oscilações, esteve sempre em movimento. Este último com uma particular incidência sobre profissionais de Rádio que transitaram muito mais para a Televisão do que no sentido inverso. Todas estas movimentações têm maior ênfase na classe dos jornalistas. Em relação às estações privadas, a sua propriedade foi transformada num mercado de transação, em que quem compra fá-lo para a seguir - ou assim que possa - vender por um valor superior ao da aquisição. E assim sucessivamente, até ao dia em que mais ninguém compra e aí fecha-se. 

Internet 
A Rádio adaptou-se lindamente ao aparecimento massificado da World Wide Web, adoptando-a como aliada e não como inimiga a temer, sabendo tirar o melhor partido dela. Ultrapassada a potencial ameaça inicial, que na verdade nunca o foi, começaram a surgir as contradições. Um dos maiores paradoxos é as rádios privadas queixarem-se que as redes sociais e as grandes multinacionais tecnológicas lhes retiram publicidade e depois utilizam essas mesmas redes sociais para difundirem o seu trabalho, alimentando boca e barriga dos lobos que as condenam à fome. Presa nas redes de mar-alto, a Rádio ainda não sabe bem o que fazer, que opções decisivas tomar, agora que vive mergulhada na imensidão da comunicação digital em rede. No mundo incontornável da Internet, a Rádio navega em águas desconhecidas. Investe, desinveste, volta a investir, volta a desinvestir. Encontra-se à deriva, perdida num mar intenso, num mar imenso.  
Outro dos maiores paradoxos é a Rádio utilizar a Internet para se desvalorizar. Programas que têm uma versão maior na Internet é excluir os ouvintes comuns da escuta normal. É dizer ao ouvinte algo como "vá para a net, deixe a Rádio. Na Internet é melhor que na Rádio, na net é que é bom."  
 
Podcast  
Estamos a assistir a uma proliferação galopante nunca antes vista na oferta deste formato. Aparentemente mostra-se como uma deslumbrante alternativa à Rádio, mas não é Rádio. Traz vantagens e desvantagens. Por exemplo, quantos mais podcasts existirem menos audiência terá cada um deles. A pulverização produz fragmentação. Há duas décadas, quando apareceram, os podcasts provinham do exterior da Rádio, realizados por pessoas fora desse universo. Muito depressa a Rádio entrou na nova plataforma - e bem!, reproduzindo e multiplicando a sua oferta. Nos dias que correm o Podcast profissionalizou-se, vive de forma autónoma fora da Rádio e há para todos os gostos e feitios. Rádios, jornais, televisões, profissionais e amadores. Toda a gente pode fazer um Podcast se quiser. 
As estações de Rádio que persistem sem Podcast estão fatalmente desactualizadas no caldeirão das plataformas. Rádios que produzam podcasts que não emitem nas emissões em FM estão a trair a Rádio e os ouvintes. Um claríssimo tiro no pé. 
É de lamentar que ao fim de duas décadas de Podcast não se tenha encontrado uma designação em português para este formato digital sonoro. Vingou o termo original em Inglês, quando temos uma língua riquíssima. Dizemos Radiodifusão, não dizemos Broadcast

Extinção 
As ameaças à existência da Rádio, presentes desde o seu aparecimento, não cessam. Pelo contrário, aumentam de ano para ano, principalmente no sector privado, sempre com a cabeça no cepo, numa dança harakíri em bicos de pés sobre uma corda bamba, permanentemente sob o velho ditame de "ou as receitas são maiores que os custos ou então encerra-se". A guilhotina também desce, volta e meia, sobre o pescoço do sector público, com a tutela alternadamente a prometer investimento e reforço ou a promover a redução e a privatização. Reduzir o serviço público de radiodifusão significa empobrecer a oferta, tornando-a débil, condenando-a à irrelevância e privatizar significa fazer desaparecer. 
A ameaça é maior quando provém de governos de ideologia ultraliberalista. Convém lembrar que as ameaças à continuidade da existência do serviço público de Rádio agudiza-se de cada vez que um governo com essas características está no poder. Em meio-século de Democracia em Portugal aconteceu vezes suficientes para que o facto seja encarado como se se tratasse de uma mera coincidência.   

Futuro 
A Rádio, tal como muitas outras áreas de actividade laboral, assemelha-se a um imenso Titanic que vai afundando lentamente sem que ninguém queira muito dar por isso. A descida é irreversível, o embate no icebergue já aconteceu, estando neste momento a massa de gelo ainda a cortar o casco. Desenganem-se os que julgam que a Inteligência Artificial está aí para ajudar. A IA, ao invés do que se diz sobre aliviar a vida profissional e facilitar a vida pessoal e familiar dos trabalhadores, veio para eliminar postos de trabalho, extinguir rendimento, eliminar salários, outros custos e benefícios, em prol do engrossamento dos lucros dos proprietários e accionistas das grandes empresas. Com a IA só essas vão poder continuar a prosperar.  

domingo, 26 de janeiro de 2025

O que as redes sociais nos fazem (II)










Fotografia de Jorge Carmona 

De volta ao Ódio no Festival Internacional de Literatura Fólio, em Outubro do ano passado, que teve como tema a Inquietação 
O ódio marca a humanidade desde sempre, mas o caminho da civilização devia atenuá-lo, racionalizá-lo, removê-lo. Não é isso que o mundo de hoje nos mostra. 
O ódio foi tema para uma conversa na recente edição do festival Fólio com os escritores Hugo Gonçalves (português) e Carina Sainz Borgo (venezuelana), uma conversa levada ao que de melhor se faz na Rádio portuguesa. 

"A Internet é um acelerador de partículas. É uma máquina de hiperbolização tremenda e que pega nos nossos agravos pessoais, nas pequenas coisas e lhes dá uma dimensão porque as pessoas acham que têm uma audiência. Antigamente a audiência estava circunscrita às pessoas que falavam na Televisão, às pessoas que escreviam nos jornais. E há uma falsa ilusão de que cada um de nós, com o seu telefone e com o seu perfil na rede social está a dar um espectáculo constante de "olha o que é que eu acho sobre o conflito israelo-palestiniano", sobre a polémica da semana. Essa alimentação do ego com coraçõezinhos e com likes ou com pessoas que vão lá e entram em discussão, mais o facto do algoritmo privilegiar o ultraje e o ódio - muito mais do que uma foto de um gato fofinho - isso  realmente é uma tempestade perfeita para que estes sentimentos possam tornar-se um produto que depois é muito apetitoso por líderes demagógicos, por canais de Televisão sensacionalistas." 
(...) 
"Desde o início as redes sociais triunfaram porque o modelo de negócio exigia que não fossem responsáveis - ao contrário do que acontece nos jornais e na Comunicação Social - por aquilo que publicavam, porque senão iam ter processos que nunca mais acabava. Isso era no início que as redes sociais eram utilizadas com uma certa ingenuidade, com fotografias das férias, antes do ódio. Nós às vezes esquecemo-nos disso, mas na curta vida das redes sociais elas têm um perfil que mudou radicalmente e hoje em dia elas são usadas - não é por acaso - são usadas para manipular eleições, são utilizadas por governos exactamente para poder interferir noutros países. Então ganharam uma dimensão que não tem nada a ver com essa nossa ingenuidade inicial de quando ainda estávamos no paraíso, antes de sermos expulsos do paraíso inicial das redes sociais."  
(...) 
"Eu queria fazer esta diferença: não há "cá fora". Muitas vezes as pessoas diziam "ah não, mas isso são coisas das redes sociais". As redes sociais são a nossa vida, não são virtuais. Há pessoas que passam oito, nove, dez horas online. Não há uma diferença hoje em dia substancial, porque se nós estamos num estado de consciência a interagir com outras pessoas, a reagir ao ultraje, a insultá-las durante seis, sete horas, quando eu vou ao café o meu estado mental é exactamente o mesmo. Então acho que essa divisão hoje em dia é muito mais ténue. Pode-se dizer  "ah, mas talvez as pessoas não digam cara a cara aquilo que dizem nas redes socais." Já começam a dizer. Essa linguagem das redes sociais já saiu e contamina a vida porque as redes sociais são a vida real." 
(...) 
"Eu, de vez em quando, vou espreitar as redes sociais, só espreitar - por uma questão de higiene não posso lá passar muito tempo - algumas contas que disseminam-nos desinformação e onde vão as pessoas vomitar o seu ódio diário." 


A Força Das Coisas 
Antena2 
Programa de Luís Caetano 
Sábado, 25 de Janeiro 2025 (16:00/17:30) 
Ouvir aqui