quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

REC

"Revolução em curso" é o título de um trabalho jornalístico publicado esta terça-feira no semanário BLITZ. O fenómeno Podcast visto, entre outros, por autores de rádio.
Eis alguns extractos disponibilizados no sítio do BLITZ:

PODCAST
É a «palavra de 2005» para a Universidade de Oxford e já é considerado, por muitos, um formato tão importante como o blogue. PODCAST significa democratização e portabilidade do áudio, de um simples programa de rádio a uma emissão pirata nascida na garagem. A revitalização da rádio ou uma porta aberta a um futuro para além dela.
Textos: Luís Guerra
Pormenores no BLITZ 1108

Rádio Markl
PODCAST «Há Vida em Markl» é escutado religiosamente nas manhãs da Antena 3 mas também é um fenómeno na internet. O culpado é o Podcast do programa radiofónico, inquilino permanente do 1º lugar do top de Podcasts (nacionais e estrangeiros) no iTunes português. NUNO MARKL fala da vida.
Texto: Luís Guerra
Pormenores no BLITZ 1108

Também na mesma edição do BLITZ:

Febre da Memória
FEBRE DE SÁBADO DE MANHÃ
No Portugal de 1980, JÚLIO ISIDRO foi o mais influente impulsionador de nova música portuguesa. Pela sua mão, a rádio e a televisão fez e trouxe-nos estrelas. Em troca, tornou-se a personalidade mediática mais popular desse Portugal. Febre de Sábado de Manhã é comemorado em CD triplo e concerto com directo televisivo.
Texto: Jorge Manuel Lopes
Pormenores no BLITZ 1108

in BLITZ 1108 (24.Janeiro.2006)
http://www.blitz.clix.pt/index2.html


...e continua...

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Rádio contumaz























A nova lei já aprovada, das quotas de “música portuguesa”, é ridícula. Um perfeito disparate. É mais um tiro num alvo chamado Rádio, e, pior que tudo, faz desta o bode expiatório fácil, tornando-a, uma vez mais, na vítima que dá jeito atacar. O legislador é forte com os fracos e fraco com os fortes. Uma lei ignóbil que diz que rádio é culpada. Faz dela contumaz, sem contudo lhe dar hipóteses de se defender como precisaria. Mas esta lei não se aplica à televisão…e porquê? Concordo com todos os que pensam que se trata de uma ingerência nos conteúdos das empresas de radiodifusão e choca com a liberdade de programação. Será também o governo que responderá por eventuais quedas nos níveis de audiências das estações que venham a ser prejudicadas com esta medida absurda?
Num panorama radiofónico altamente segmentado, cada vez mais estratificado e com públicos tão definidos e distintos, não faz nenhum sentido uma coisa destas! Vide por exemplo as rádios do grupo Média Capital. Como é possível meter em cada um daqueles múltiplos canais um mínimo de 25% (até 40%) de música portuguesa? E em estações do grupo Lusocanal? Estações como a Óxigenio e a Radar não vão ser danificadas com esta medida? A única estação que na minha opinião tinha e tem obrigação de emitir 100% de música portuguesa é a RDP-Antena1, mas este canal público, pese embora transmita mais música portuguesa que os restantes operadores, também veste a casaca da concorrência dos privados ao fazer o caminho das playlists.
E o que é música Portuguesa? A nova lei já nasce torta, definindo por exemplo que, música portuguesa pode ser em Inglês desde que cantada e/ou tocada por músicos portugueses.
Para mim, música portuguesa é toda e qualquer canção cantada em português, provenha ela da boca de um português, brasileiro, chinês ou jamaicano. É a língua que se ouve que define o idioma, não a nacionalidade dos artistas. E música instrumental só é música portuguesa desde que tocada por músicos de nacionalidade portuguesa.
A lei das quotas é passar um atestado de menoridade à verdadeira música portuguesa. É alcandora-la num protectorado minoritário, remetê-la a um gueto. Torna-a vítima legal. É claro que apesar de ser uma lei lesa pátria, não há só “inocentes” no processo…há quem possa e queira beneficiar com ela: em primeiro lugar uma meia dúzia de músicos desinspirados durante anos a fio e que estagnaram, ou músicos de talento duvidoso e pouco produtivo, que encontram nesta lei um passaporte de divulgação garantida sem terem que se esforçar para fazerem música a sério, pautada com mais elevados padrões qualitativos. Para quê “darem o litro” se passam à mesma na rádio? Na verdade não têm capacidade – ou não a querem desenvolver – para ombrearem de peito aberto com a música de outros que demonstram ter mais talento e qualidade. Em segundo lugar, ganham com esta lei alguns executivos das editoras, a chamada “Industria”, que querem fazer render o peixe nacional que vagueia nos seus catálogos (…de fundo). Esta lei cede ao lobby de toda essa gente que não serve a música portuguesa…antes, serve-se da música portuguesa usando a rádio. Os que se queixam que passam pouco nas rádios são os mesmos de sempre, os que passam sempre e que agora ainda vão passar mais na rádio. Os que nunca bafejaram o precioso éter continuarão a não ter oportunidade como até aqui não tiveram.
Isto é lei para engorda de algozes!
E quem vai perder? Os novos músicos, os menos novos mas muito bons, os melhores de sempre – que continuarão arredados – e, claro, os ouvintes. É o prejuízo de muitos em benefício de muito poucos. E como se vai fiscalizar eficazmente uma lei com estes contornos?
Como é costume, lá se está outra e mais uma vez a construir a casa pelo telhado. Não é assim que se defende seja o que for. Muito menos a língua e a música portuguesa.
Portugal é um país muito civilizadinho na teoria, no que toca às leis decretadas. No entanto a prática demonstra uma outra coisa, outra realidade. A maioria das leis neste país não se cumpre, tal como a famigerada e falida lei das quotas de 1981. Esta nova lei tem tudo para também não ser cumprida. Se eu fosse programador de radiodifusão não a cumpriria.

Francisco Mateus


O que eles dizem (08)

(…)
Músicos, autores e editoras viram as suas exigências merecer respostas naquela que tomaram como a sua principal frente de combate. Todavia, não se pense que com mais rádio se salva a música (e industria musical) em Portugal. De uma necessária revisão dos programas de ensino a mais uma justa política fiscal, passando por programas oficiais de apoio à exportação e revisão urgente dos preços de venda ao público pelos editores, muito há ainda por fazer.
(…)

Nuno Galopim
in revista (DN) 20/Janeiro/2006


Rádio
APR acusa lei de defender indústria fonográfica

O presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) acusa as alterações á lei da rádio de defenderem apenas a indústria fonográfica. José Faustino diz que a imposição de quotas de música nacional ás rádios “foi claramente um jeito feito aos produtores”.


in Diário de Notícias
2ª feira / 22.Janeiro.2006

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Mais sobre Podcast em Portugal e não só

O que eles dizem (07)


«Podcasts» afirmam-se nas rádios nacionais

Uma nova técnica de distribuição de conteúdos áudio está a fazer algum furor na Internet. A sua aplicação à rádio permite um novo tipo de experiência e de maleabilidade nas situações em que cada um pode ouvir uma grelha de programação construída à sua medida. O ideal é ter um iPod ou outro tipo de leitor portátil, mas um vulgar PC também serve.

Sabe qual foi a palavra que o "New Oxford American Dictionary" elegeu como palavra do ano 2005? Pois é, "podcasts"... E o termo vai ser acrescentado na próxima actualização on-line deste dicionário, prevista para os primeiros meses de 2006. Bateu "bird flu" (gripe das aves) e "su doku" (o quebra-cabeças de origem japonesa). É uma aglutinação de iPod, o famoso leitor portátil de música em formato digital, com "broadcast", a palavra em inglês para "emissão", em rádio ou TV.A vantagem deste novo sistema de distribuição de programas de rádio, ou de outros ficheiros de som, é que permite aos utilizadores construir grelhas de conteúdos conforme os seus interesses, que podem ser ouvidos quando for mais conveniente, todos de uma vez ou a pouco e pouco. O iPod, devido à popularidade do aparelho, acaba por ser um dos ícones também desta nova tendência.Isto porque quem adere ao sistema subscreve feeds RSS (iniciais de "real simple syndication"), que funcionam como índices automaticamente actualizáveis, neste caso dos arquivos de som de dado programa ou rubrica radiofónica disponibilizados num site, por exemplo de uma rádio. Isto tem de ser feito a partir de um computador, mas o link pode ser transferido para um leitor portátil de mp3 ou outro formato.A partir daqui, de cada vez que o computador/aparelho é ligado à rede, se estiver disponível uma nova versão do programa subscrito, ela é descarregada automaticamente e pode ser ouvida a qualquer momento, onde der mais jeito. A Yahoo! lançou mesmo um motor de busca dedicado a esta nova forma de fazer e ouvir rádio. Em Portugal, a Rádio Comercial, o Rádio Clube Português e a Cotonete (da Media Capital) aderiram à novidade em meados do ano passado, e já este mês a TSF juntou-se-lhes.Assim, se quiser ouvir o Pessoal & Transmissível de Carlos Vaz Marques, na TSF, mas o fim da tarde não é o momento ideal para si, pode ir ao site da estação e subscrever este link, disponível para vários tipos de programas de agregação (RSS). Depois, à medida que vai actualizando o seu leitor, é uma questão de oportunidade e imaginação: no carro, na esplanada, à hora do almoço, no ginásio, a andar de bicicleta...


Primeiro boom foi em 2004

Mas afinal o que é um podcast? Várias fontes apresentam definições que não são totalmente coincidentes, talvez devido à novidade do fenómeno. Um comunicado da Oxford University Press define podcast como "uma gravação digital de uma emissão de rádio ou programa similar, posta à disposição na Internet para ser descarregada para um leitor de áudio pessoal".Mas a enciclopédia on-line Wikipedia diz que o termo foi cunhado em 2004, quando o uso de tecnologias RSS se popularizou como meio de distribuição de conteúdos áudio para serem ouvidos em leitores portáteis (como os de mp3) ou computadores pessoais.Os formatos de ficheiro mais utilizados são os mp3, AAC e OGG, que são disponibilizados num site para quem quiser subscrever, ou mesmo descarregar directamente ou ouvir no momento. Mas, ainda segundo a Wikipedia, é a possibilidade de subscrição de um feed RSS, que distribui automaticamente os conteúdos de cada vez que são actualizados, o que distingue um podcast de um simples download ou de uma audição em tempo real a partir de um site.


Media Capital Rádio avança com programas

A incursão das rádios da Media Capital neste domínio foi pioneira em Portugal. Desde Maio do ano passado, a empresa do grupo para este meio, a Media Capital Rádio (MCR), lançou uma área de podcast, primeiro no seu site de rádio on-line, o Cotonete, e depois na Rádio Comercial e no RCP.Entretanto, a empresa prepara-se para dar um novo passo neste domínio. Além das rubricas que já tem disponíveis, a MCR vai lançar em podcast os programas da manhã da Comercial, do RCP (Rádio Clube Português), da Cidade FM e da Best Rock. "Arrancamos na próxima semana. Os podcasts ficam disponíveis uma hora depois do fim dos programas, que acabam às 10h00", disse ao PÚBLICO o director-geral de Multimédia da MCR, Carlos Marques. Para a versão podcast, é retirada a publicidade e as músicas ficam reduzidas a 30 segundos, "porque legalmente não se pode ultrapassar esse tempo em programas disponibilizados on-line sem pagar direitos", explicou ainda.

"Na Europa, só a rádio Virgin, de Londres, é que já faz isto, pois o que há disponível são rubricas." E adiantou que também vão começar a produzir conteúdos para distribuição exclusiva por podcasting. Carlos Marques descreve como "interessantes" as reacções recebidas, mas explica que não têm maneira de conhecer o número exacto de subscritores das rubricas e de edições descarregadas.Na TSF, que lançou este serviço há duas semanas, está previsto para breve a introdução de novas rubricas, disse ao PÚBLICO o director José Fragoso. Neste período, já disponibilizaram novos agregadores (os programas que permitem fazer a subscrição RSS) no seu site e têm respondido a e-mails de pessoas curiosas em relação ao fenómeno mas que ainda não usaram as ferramentas. Na sua opinião, o podcasting tem tendência para crescer, porque os iPod e os outros leitores de mp3 "multiplicam-se à escala mundial e em Portugal também".A Rádio Renascença não tem este sistema, mas planeia disponibilizá-lo a partir de meados do ano.


Fenómeno alastra nos media

O podcasting é uma técnica recente mas que se transformou já num fenómeno de popularidade, que está a sair dos sites dos adeptos de primeira hora e dos fãs incondicionais para começar a alargar-se a instituições como o Governo dos Estados Unidos, que tem uma página onde reúne links para os seus podcasts, ou mesmo ao Pentágono. E grandes meios, como a agência de notícias norte-americana Associated Press ou o jornal britânico The Guardian, aderiram à novidade.Este jornal conseguiu mesmo evidenciar-se no princípio de Dezembro, quando o show de Ricky Gervais, Steve Merchant (criadores da série The Office, que passou no canal 2) e Karl Pilkington se tornou número 1 dos podcasts mais ouvidos no Reino Unido e nos EUA. Por outro lado, o britânico Daily Telegraph contratou um editor de podcasts e, cerca de um mês depois, o seu concorrente The Sun pôs on-line uma gravação com o primeiro-ministro Tony Blair, a que chamou um podcast.Nos Estados Unidos vai mesmo nascer uma revista impressa sobre podcasting, a ID3 Podcast Magazine, que deve chegar no princípio de Maio e ser bimestral. E há ainda os motores de busca de podcasts, como o ipoder.org ou o Podzinger.Em Portugal, os jornais ainda não entraram nesta era. Mas as rádios já lá estão a chegar (ver texto ao lado). E existe até um directório (www.lusocast.com) com cerca de cem canais listados, e quase 1300 programas, muitos deles em português do Brasil.Na quinta-feira, os canais mais recentes, que a página inicial do Lusocast ostentava, eram o Rádio Cowboy Cantor, inaugurado nesse dia, bem como Estranho Zumbido (de dia 12) e Pessoal e Transmissível, Rádio.com, e Fado Maior, todos de dia 12 e reflectindo a recente chegada da TSF a este mundo. Um canal corresponde a um link através do qual se subscreve um programa, que é actualizado regularmente.A homepage do Lusocast também tem uma lista com as últimas dez actualizações de canais. Na altura da consulta do PÚBLICO tinha quatro programas do dia e quatro da véspera.


Como entrar no sistema

Antes de começar a ouvir conteúdos através do sistema podcasting, precisa de instalar no computador que lhe vai servir de base para esta função um programa agregador de conteúdos, que estão disponíveis gratuitamente. Por exemplo, o juice, o iTunes, o Doppler Radio ou o News Interceptor. Depois, tem de lhe acrescentar o código RSS de cada programa que pretende passar a ter disponível no computador (ou leitor portátil de ficheiros áudio digitais). A partir daí, de cada vez que se liga à internet as edições novas de cada programa são descarregadas automaticamente.

(Paulo Miguel Madeira - "Público" Domingo, 22 Janeiro de 2005)

sábado, 21 de janeiro de 2006

O seu a seu dono

Para que não fiquem dúvidas, a primeira empresa de radiodifusão em Portugal a chegar ao Podcast foi a Média Capital Rádios.
E para confirmar a verdade dos factos:

INOVAÇÃO. Uma das principais vantagens das rádios online, refere Carlos Marques, é a "possibilidade de inovação". Na Internet "é possível fazer uma rádio só durante um mês", exemplifica. Recentemente, o Cotonete lançou uma área de Podcasts, um serviço que a TSF já afirmou estar a planear.
(...)
Carlos Marques considera que o futuro das rádios "passa pelo online", onde os conteúdos podem ser personalizados. Uma das primeiras apostas do Cotonete foram as rádios personalizadas, que permitem ao utilizador criar a sua própria emissão.

in Diário de Notícias
Sábado, 03 /Dezembro/ 2005


A TSF começou esta semana a disponibilizar emissões em podcast (...) Inicialmente a TSF anunciou o lançamento deste sistema para o fim de Outubro, mas os testes demoraram mais que o previsto

in Público
Quinta-feira, 12 /Janeiro/ 2006

sábado, 14 de janeiro de 2006

PODCAST 2006 (cont.)

Um reparo atento de um leitor a quem agradeço:

Li o seu post " Podcast 2006", pela referência única que faz à TSF, sugere que todas as outras rádios não o fazem. O que não é verdade. A Média Capital Rádios lançou em 11 de Maio de 2005 uma área de Podcast, primeiro no Cotonete - http://www.cotonete.clix.pt/podcast/index.asp . posteriormente nos sites das Rádios Comercial, CidadeFM e RCP com os seguintes conteúdos e rubricas: Guilty Pleasures -http://www.radiocomercial.clix.pt/destaques/podcast/index.asp ; Crónica de Nuno Rogeiro, Luís Osório e Rui Pedro Batista -http://www.rcp.clix.pt/podcast/index.asp .
C.M.

A dúvida: Afinal quem chegou primeiro ao Podcast em Portugal?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

PODCAST 2006

O ano que terminou há dias foi o começo da sementeira. Em 2006 começarão a surgir os primeiros frutos sólidos em Portugal do fenómeno cada vez mais popular do Podcasting. É já claro que a pulverização do Podcasting vai trazer a lume conteúdos desinteressantes, subprodutos de qualidade duvidosa. Um pouco à semelhança do que aconteceu há mais de vinte anos com o fenómeno das rádios pirata. Ao início caberão todos, por princípio todos terão acesso ao acto de produzir livremente. Com o passar do tempo terá lugar um processo de selecção natural, donde se extrairá o trigo do joio. Cabe aos ouvintes/subscritores do Podcast fazer essa triagem. Com toda a naturalidade. Ainda não chegámos aí, mas para lá caminhamos a passos largos. A carolice dará lugar a um universo mais maduro, mais profissional. As rádios tradicionais já estão a perceber - embora ainda um bocado timidamente - a importância de acompanhar este novo fluxo tecnológico. Honra seja feita à TSF que se antecipou e aderiu ao fornecimento (parco) de conteúdos em formato Podcast desde o início deste novo ano. Não se percebe lá muito bem como é que o "porta-aviões" da rádio portuguesa, a RDP, está tão demorada neste processo, cujas capacidades máximas ainda estão por conhecer a fundo. Com um acervo histórico sem paralelo no país, a cada dia que passa aumenta o desperdício de tempo perdido. É confrangedor.

Quando as rádios tradicionais entrarem em velocidade cruzeiro nos conteúdos fornecidos em Podcast, partindo do princípio que isso vai mesmo acontecer, restará aos Podcasters privados (caseiros) a capacidade de serem alternativa, através dos programas de autor. Serão os programas de autor - são-no já - a primeira e mais valia do Podcast. Nestes anos de estagnação de criatividade, diversidade e investimento quase nulo em programas em nome próprio, o Podcast é a estrada que se abre para além do beco sem saída a que se chegou. Não é difícil imaginar que, assim como alguns blogues chegaram à literatura, aos jornais, diversas publicações e à televisão, haverá programas de autor em Podcast a chegarem à rádio tradicional. Até aí, o Podcast será uma complementaridade à rádio. Mas a velocidade dos acontecimentos pode até ultrapassar essa etapa e saltar-se imediatamente a seguir para uma outra coisa qualquer e indefinida...talvez a criação de uma central de programação em Podcast que os distribua em tempo real através da Internet sem prejuízo dos descarregamentos e subscrições. Essa central de conteúdos poderá captar publicidade, auto sustentar-se através das receitas e assim tornar obsoleto o conceito actual de rádio tradicional com estúdios próprios, edifício sede, etc. Esta sim, é uma ameaça à rádio nos moldes como a conhecemos hoje. Mas como se diz à boca pequena, quando se fecha uma porta, abre-se uma janela. Inevitável?

Pessoalmente, encaro o fenómeno Podcast como uma oportunidade para os profissionais de rádio poderem desenvolver trabalho em nome próprio que, por razões várias, não podem desenvolver nas estações tradicionais em que trabalham. Nesse sentido, o desafio é altamente estimulante. Assim o queiram e saibam aproveitar.

Francisco Mateus

P.S: Já agora: não se arranja um termo em português para este fenómeno? Aceitam-se sugestões.


Para acabar de vez com 2005
O melhor do Podcast Português:

Lado B
http://programaladob.blogspot.com/
http://ladob.libsyn.com/rss
autor: Pedro Esteves

Ruclub
http://www.ruc.pt/
http://ruclub.blogspot.com/
http://ruclub.libsyn.com/ http://ruclub.libsyn.com/rss
autor: Paulo Santos


Íntima Fracção
http://www.ruc.pt/
http://www.intima.blogspot.com/
http://www.esec.pt/radio/programas/intimafraccao/if.html
http://www.gavezdois.com/
autor: Francisco Amaral


Percepções
http://www.rum.pt/
http://www.infinitu.blogspot.com/
http://ruminho.no-ip.org/podcast.php?catid=36
autor: Nídio Amado


Vidro Azul
http://www.ruc.pt/
http://vidroazulruc.blogspot.com/
http://vidroazul.libsyn.com/
autor: Ricardo Mariano


Mutantes
http://radio-mutantes.blogspot.com/
http://feeds.feedburner.com/mutantes
autores: Miguel Soares e Vítor Oliveira



PODCAST: o que é?
Antes ouvia-se a rádio no momento em que ela acontecia. Era irrepetível, dizia-se. Depois veio a Internet e alguns programas/sons passaram a estar disponíveis para além do momento da sua passagem hertziana. Mas ainda era preciso abrir o computador, consultar a página e confirmar se esse programa tinha ido para o ar. Até que apareceu o podcasting [associação da marca do leitor de áudio da Apple, iPod, ao termo “casting”, como sinónimo de transmissão]: colocando um código (feed) associado a um programa, que cada pessoa pode subscrever num programa agregador (como o Ipodder), o áudio chega directamente ao computador sem intervenção humana. Ou seja, posso construir a minha rádio com os conteúdos de que gosto, das mais variadas rádios ou produtores individuais – porque o fenómeno do podcasting começou precisamente com produções caseiras, de gente que encontrou no áudio a rádio que gostaria de fazer. O podcasting é sobretudo uma técnica de distribuição de áudio, cujas potencialidades ainda estão por explorar.