terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Rádio Nostalgia

Janeiro 2009



Neste Janeiro gelado, aquece-se a memória através da saga da arqueologia sonora. Mais uma reaquisição resgatada ao passado. Desta feita com o acompanhamento das imagens que, salvo erro, foram emitidas pela primeira vez em Portugal no programa «Vivamusica» na RTP. Na Rádio, esta canção rodava amiúde nas emissões em FM da Rádio Comercial pela mão de Luís Filipe Barros e outros. Estávamos em 1982. A vocalista Dale Bozzio, ex-coelhinha da revista Playboy (na altura eu não sabia disso!), impressionava pelo arrojo no visual, pelo menos à luz dos padrões da sociedade portuguesa de então. "Words" dos Missing Persons (Los Angeles, 1980-1986) foi o maior sucesso da banda formada pelo baterista Terry Bozzio, músico conhecido por ter feito parte da banda de Frank Zappa. E, como é do conhecimento dos grandes apreciadores, Zappa não se deixava rodear senão pelos melhores.
O presente resgate de "Words" (tema gravado em 1981) é, mais uma vez, obra do companheiro da Rádio Pedro Picoto que, a par de outros, não conhece freio no rebuscar de signos rememorativos de outrora. Do nosso "outrora-agora". E continua!












Outro nostálgico dos 'eighties' é Tarzanboy, autor do blogue «Queridos Anos 80» - o tal blogue que dava um grande programa de Rádio. Sempre atento, sempre actualizado em relação à década a que se dedica. No próximo dia 21 de Fevereiro (Sábado, 22:00) mais uma das festas alusivas aos anos 80 (na vertente pop/comercial). É a 17ª e realizar-se-á no espaço «Ar D'Mar», em Vila Nova de Gaia. Pela primeira vez, as festas «Queridos Anos 80» sairão da cidade do Porto. O próprio Tarzanboy, no papel de DJ, estará fisicamente presente a cruzar discos para os dançantes. Go Ahed!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Groove is in the heart
















Vai na 5ªedição o podcast «Deep Mode». Foi inaugurado por Hugo Pinto no dia 11 de Dezembro de 2008. Uma outra faceta do autor do magnífico podcast musical «Miss Tapes». Desta feita, mais movimento nos alinhamentos musicais. Um outro lado anteriormente escondido e agora revelado. «Miss Tapes», repleto de paisagens contemplativas e reflexivas, anulavam por natureza um espaço mais acelerado e ritmado, agora contemplado em «Deep Mode». Mantendo a qualidade de «Miss Tapes», «Deep Mode» é um assumido "lado b" de Hugo Pinto. Na verdade, todos nós não somos 'apenas um'. De equilíbrios se faz a vida e a complementaridade está, no tempo presente, devidamente encontrada na expressão artística do podcaster Hugo Pinto. Eu entro na dança! E vocês?

Deep Mode reúne "mixes" de música que vibra com palavras como "viagem", "sonho", "hipnose", "ritmo", "balanço", "espaço" e "movimento". Deep Mode será uma espécie de "lado b" virtual das Miss Tapes. Ou uma sombra (coberta por reflexos de bola de espelhos). Músicas alinhadas seguindo uma narrativa e um instinto para ouvir com um só pensamento: "Groove is in the heart".

http://deep-mode.blogspot.com/

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A LUGAR COMUM tem a honra de apresentar:

















Butcher The Bar
23 de Janeiro de 2009 (22h00)
Salão Brazil – COIMBRA

Links:
Butcher The Bar - MySpace
Last Fm da Lugar Comum
Last Fm do evento
Preço € 5 (+ oferta de pin para associados)
A reserva das entradas poderá ser efectuada preferencialmente através do endereço prettysongsdontlie@gmail.com (com indicação de número de bilhetes pretendido, Nome, BI e Contacto) ou telefonicamente junto do Salão Brazil (Tlf: 239 824 217) com as indicações já citadas.












Na solidão do seu quarto, em Rotherdam (UK), Joel Nicholson (aka. butcher the bar), assinou as composições de Sleep at your own speed; um álbum que pela sua atmosfera acústica e frágeis vocalizações, tem captado a atenção de muitos daqueles que seguem de perto o legado de nomes como Elliott Smith ou Nick Drake. Aposta da reconhecida editora europeia Morr Music, Joel incorpora no seu trabalho o traço que define a já denominada bedroom folk, ou seja, um processo criativo autónomo, que depende apenas do DIY, executado sem sair de um estúdio improvisado em casa. O recurso a um simples laptop, ou a instrumentos comprados em "flea markets", é ilustrativo do desprendimento e da ingenuidade deste registo. Cada nota transporta a fragilidade e a honestidade da sua interpretação. A cada momento sentimos o pudor de invadir um espaço que parece pertencer apenas a Joel Nicholson. Espera-se por isso um concerto envolvente e intimista.
LUGAR COMUM - associação de promoção e divulgação cultural

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

LINHAS CRUZADAS #27












Está on-line a edição nº 27 da crónica «Linhas Cruzadas».

Esta é a última edição das «Linhas Cruzadas» no «lado B». Agradeço a oportunidade concedida pelo autor do programa, Pedro Esteves, para trazer aqui, a este espaço que assinei durante exactamente três anos, alguns cruzamentos que a música tem produzido ao longo da História, tendo como preocupação essencial estar em sintonia com a paisagem e ambiente alternativo do «lado B».
Foi a minha estreia em formato podcast, para além da contínua passagem em simultâneo por diversos éteres aqui e além fronteiras (Rádio Ocidente; Antena Miróbriga; Rádio Voz do Entroncamento; Rádio Zero; Euradio Nantes).
O conceito das «Linhas Cruzadas» foi sempre o de trazer à tona momentos escondidos ou esquecidos de pessoas autoras de música que – algures a propósito de algum ideal – se encontraram para produzir algo em comum.
Esta não é uma despedida; é sim um fim de ciclo para dar lugar à inauguração de um outro e novo ciclo. Como disse o grande poeta brasileiro Vinicius de Moraes: “A Vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na Vida”.
O encontro de que vos falo hoje é entre um homem e uma mulher. Brendan Perry e Lisa Gerrard juntaram-se há trinta anos, em 1979. Nesse ano, na Austrália, fundaram a primeira formação embrionária de um projecto musical que pouco mais tarde viria a ter o nome de Dead Can Dance. Desde cedo perceberam que na Grã-Bretanha teriam as suas expectativas artísticas devidamente satisfeitas e, com uma mão à frente e outra atrás, rumaram a Londres onde, em apenas três anos, viram compensada tamanha aventura na vida. Viveram juntos vinte anos e, depois disso, seguiram caminhos separados ainda que artisticamente unidos por algum tempo. Lisa Gerrard regressou à terra natal na Austrália, Brendan Perry continuou na sua igreja-estúdio na ancestral Irlanda.
A arte do reencontro aconteceu em 2005 para uma digressão mundial da qual não há, pelo menos por enquanto, um disco ilustrativo desses espectáculos que esgotaram lotações na Europa e na América. Há no entanto o registo de um memorável concerto ao vivo dos Dead Can Dance nos Estados Unidos, em Outubro de 1994, naquele que foi o derradeiro espectáculo ocorrido no Mayfair Theatre em Santa Mónica, na Califórnia. Depois, o teatro foi demolido por causa da instabilidade estrutural provocada por um abalo sísmico.
Neste início de 2009, os Dead Can Dance continuam algures por aí… e nós também.

Ouvir/download/podcast


Este não é o fim da linha para as «Linhas Cruzadas». As edições vão continuar aqui, na «Rádio Crítica», com a manutenção de uma crónica mensal e que, para além das imagens e texto, terão publicação em podcast e permanecerão em linha para descarga do ficheiro sonoro (download). Em Fevereiro próximo a edição nº 28.

Os Dead Can Dance estão na agenda deste ano na «Rádio Crítica». Na celebração dos 30 anos da fundação embrionária da banda liderada por Brendan Perry e Lisa Gerrard, irão aparecer aqui ao longo de 2009 os momentos chave das três décadas da formação que foi um dos três nomes fundamentais da editora independente britânica 4AD nos anos 80 e 90.
Também os Cocteau Twins serão aqui evocados, igualmente a propósito das três décadas da fundação do grupo de Robin Guthrie e Elizabeth Fraser.
Neste ano 2009, Dead Can Dance e Cocteau Twins reforçam a infindável lista de artistas que não passam na Rádio. Pelas razões menos nobres, também eles fazem parte da série de "Songs They Never Play on The Radio".