quinta-feira, 30 de novembro de 2006

O futuro hoje















Para além dos permanentemente informados, ainda há muita gente (nova) desatenta.
“Pelos vistos, o Podcast ainda tem muito caminho a percorrer”. É uma das conclusões de um trabalho de alunos universitários sobre o fenómeno Podcast. Neste trabalho realizado por Carolina Lapa e Vítor Ferreira (alunos de Comunicação Social na Universidade do Minho) são demonstrados dois exemplos práticos de programas de rádio actualmente disponibilizados em formato Podcast: «Íntima Fracção» e «Como no Cinema».
«Pod quê?» É um trabalho em vídeo que pode ser visto e ouvido na ligação ao portal YouTube.

Apenas dois pequenos reparos: o programa «Íntima Fracção» não está extinto na rádio. É transmitido pela RUC-Rádio Universidade Coimbra; o programa «Como no Cinema» em podcast não repõe a totalidade das emissões transmitidas pela TSF. Apenas 39 das 57 que foram realizadas.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

«O Piano» é a 5ª emissão da série «Como no Cinema» agora disponibilizada em formato podcast, para ouvir e/ou para fazer download.
Está em linha desde a passada sexta-feira.



Uma lição de piano pelo professor João Camacho, da escola metropolitana de Lisboa, com vozes de Fernando Alves e Inês Menezes. Inclui alguns pedaços de obras clássicas e contemporâneas, sempre ao piano.

É uma coincidência daquelas! Quando publico este programa na Internet, soube-se poucos dias antes que a Festa da Música no CCB em Lisboa vai acabar, ou acabou já, uma vez que no ano que vem já não vai haver. Vai surgir em seu lugar a “festa do instrumento” sendo – curiosamente – o Piano o primeiro a ser seleccionado. Para além de tudo o mais, o anunciado fim de festa prejudica também o mundo da rádio portuguesa, nomeadamente a Antena2. O canal clássico da RDP era uma verdadeira festa da rádio nos dias da Festa da Música com transmissões em directo durante muitas horas consecutivas, incluindo entrevistas, transmissão de concertos e tudo o que directa ou indirectamente se relacionava com o evento. Eram três dias de programação especial muito recomendável. Com o fim de festa, fica a cultura mais pobre, a pouca que resta, que vai emagrecendo em orçamentos e acontecimentos a cada ano que passa.
2006 ainda não acabou e já sabemos que 2007 vai ser culturalmente pior. Inclusive para a rádio.

sábado, 25 de novembro de 2006

Bons ventos de Espanha
















Bons ventos de Espanha. Coisas muito interessantes do outro lado da fronteira. Alejandro Moreno Sánchez realiza o programa «Cantos Del Desierto». Música irrepreensível. Alguma dúvida sobre isso? Então vejam só, a título de exemplo, estes três alinhamentos:

Yann Tiersen - Les bras de mer - Le phare
Sr. Chinarro - Buenas noches
Alberto Iglesias - Cautiva
Dead can dance - Don't fade away - Toward The Within
Dead can dance - How fortunate the man with none
Eleni Karaindrou & Kim Kashkashian - Woman´s theme - BSO La mirada de Ulises
Ryuichi Sakamoto - Little Buddha - Cinemage
Piano magic - Wrong french
Peter Gabriel - Low light - Ovo
(21.Novembro.2006)

The divine comedy - Our Mutual Friend - Absent Friends
Dominique A - Rouvrir - L'horizon
Dominique A - L'horizon - L'horizon
Perry Blake - Forgiveness - The Crying Room
Coldplay - Low - X & Y
Iván Ferreiro - Estrella de la muerte - Canciones para el tiempo y la distancia
Sigur Rós - Gong - Takk
Thom Yorke - And it rained all night - The eraser
Thom Yorke - Harrowdown Hill - The eraser
Natacha Atlas - Leysh Nat Arak (2005 Dub Mix) - The best of...
(24.Outubro.2006)

SHIGERU UMEBAYASHI - Yumeji´s theme - BSO Deseando amar
RYUICHI SAKAMOTO - Rain (I want a divorce) - Playing The Orchestra
ENNIO MORRICONE - Cinema Paradiso - BSO Cinema Paradiso
STINA NORDENSTAM - The Morning Belongs To The Night - The world is saved
COLDPLAY - Don´t panic - Parachutes
LALI PUNA - Alienation - Faking the books
THE WHITE BIRCH - Your Spain - Come up for fair
MARLANGO - Once upon a time - Marlango
SCOTT WALKER - Boy Child
LOLÉ Y MANUEL - A ustedes señores míos - Alba Molina
PORTISHEAD - Roads - Dummy
YO LA TENGO - Saturday - And Then Nothing Turned Itself Inside-Out
MURCOF - Mes - Martes
(26.Maio.2006)















«Cantos del Desierto»
A emissão de Alejandro Moreno Sánches tem alma, tem mistério, é dotado de profundidade. De lá sopram bons ventos, é mais uma prova provada que há vida na Internet e a “Etérea Irmandade” ganha mais um hermano além fronteira.
«Cantos del Desierto» acontece em ondas locais numa rádio da Andaluzia, e embora Alejandro solte universais cantos ao deserto, não nos está a dar música!

Hoy, lunes 17 de abril de 2006, nace el blog del programa de radio "Cantos del desierto". En nuestro sexto año, se emite en la emisora cultural de Ronda (Andalucía), Onda 4, a través del 105.4 fm. Si dispones de conexión a internet por banda ancha puedes descargarte el programa en mp3, oírlo cuando te apetezca, repetirlo, archivarlo en tu disco duro...
Disponible, junto a todos los demás programas de Onda 4 Ronda en www.ronda.net/asociaciones/onda4 y pinchando en "Radio a la carta". También disponible en www.vambirocultura.com/alacarta

Cantos del Desierto es una propuesta de 60 minutos para que descubras una escena poco divulgada de la música contemporánea. Apostamos sobre todo por aquellos sonidos que las grandes discográficas multinacionales han decidido no darles una oportunidad y que, por su calidad, tienen más que merecido un hueco en la radiodifusión.
Sonidos alegres contrastarán con piezas de fuerte contenido emotivo e intimista, las bandas sonoras, las piezas instrumentales, el lirismo y la melodía...

Cantos del desierto: Músicas para practicar el bello ejercicio del sentir.
Realiza: Alejandro Moreno Sánchez
CANTOS DEL DESIERTO - Onda Local de Andalucía - Martes a las 22:00 y domingos a las 00:00 - Un programa de Alejandro Moreno Sánchez

http://cantosdeldesierto.blogspot.com/


Para além do deserto, a Madrugada Mítica
Alejandro Moreno Sánchez conhece Portugal e a realidade radiofónica do lado de cá da fronteira. Alejandro foi estudante em Coimbra, na segunda metade da década de 90. Estudava ouvindo rádio, especialmente durante a noite. O que ele mais ouvia era a TSF, num período que ele próprio chamou de “madrugadas míticas”. A devoção de ouvinte atento não se ficou pela escuta. Ele gravava as emissões nocturnas da TSF enquanto estudava, e deleitava-se com aqueles espaços livres (incluindo a Íntima Fracção) bem no fundo da noite, onde o frenesim próprio da Rádio Notícias abrandava o passo e respirava fundo antes de nova jornada informativa. Realizei muitas dessas noites, e foi com grande espanto meu que Alejandro me endereçou, há poucos dias, um e-mail dando conta de tudo isto. E, como se não bastasse a surpresa, enviou também um pedaço de uma gravação (*) dessas “madrugadas míticas”. É uma gravação de uma emissão minha na TSF, feita em directo, em Junho de 1999. Nela se reconhece uma espécie de antecâmara daquilo que mais tarde viria a ganhar corpo e forma sob o nome de «Como no Cinema», em particular dos vários programas dedicados ao Mar. Por via do renascimento do programa «Como no Cinema» na Internet – o qual também ouve – Alejandro redescobriu-me e eu descobriu-o a ele. Como pode ser fascinante este novo mundo das novas tecnologias! Afinal, a Internite, essa novel maleita baptizada por Saramago, também tem largas vantagens, além de costas largas.

Também é para mim um grande prazer de enviar-te cumprimentos e abraços desde Espanha porque eu também era um grande seguidor das tuas madrugadas na TSF lá pelos anos 98-99 que estive a estudar em Coimbra.

... Sim que eu gravava! Eram madrugadas míticas.

Nestes anos, as vezes que voltei a Portugal tentei ouvir os vossos programas pela TSF mas já ouvi que tudo mudou e esses momentos inesquecíveis já eram história. Portanto, é para mim uma grande satisfação as vossas tentativas de boa rádio pela net e sobretudo é fantástico contactar com vocês, com Francisco Amaral e contigo, com aqueles que há coisa de 7 anos me faziam muito feliz em Coimbra ouvindo a rádio de madrugada.

Acho que ainda tenho algumas cassetes dos programas. Vou procurá-los.
De facto, os poemas de "O mar" de Vitorino Nemésio na voz de Maria Azenha estão na minha casa numa cassete do ano 99.


(*) Para quem quiser ouvir/guardar, está aqui disponível (também em formato podcast) uma parte da “Madrugada Mítica” disponibilizada por Alejandro Moreno Sánches: DOWNLOAD
O som foi gravado em cassete, pelo que se compreende uma qualidade sonora não muito elevada, sendo perceptíveis alguns dos ruídos típicos da captação em FM.

Nota: (este ficheiro sonoro deixará de estar em linha a partir da próxima sexta-feira, dia 01 de Dezembro).

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Houve um tempo em que a fotografia só era a preto e branco


Não havia televisão e a Rádio era a janela para o mundo





Está já disponível em formato podcast, para audição e/ou download, a 4ª emissão da série «Como no Cinema», intitulada “Anos 30”.

Um programa dedicado em exclusivo à vida, às vozes, à música e à sociedade nacional e internacional durante a terceira década do século XX. Um “filme” de época. Destaque para os depoimentos de duas mulheres e dois homens que viveram as suas juventudes durante os anos 30. Relatos de viva voz da diáspora lusitana no Brasil, dos tempos do início da Segunda Grande Guerra e da vida na aldeia em Portugal. Um retrato – ano a ano – social e político de um tempo que já não existe.

Podcast: http://comonocinema.libsyn.com/rss
Download: http://comonocinema.libsyn.com/index.php?post_id=152665
Blogue: http://comonocinema.blogspot.com/

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Moinho de Maré

Está disponível em formato podcast, para audição e/ou download, a terceira emissão da série «Como no Cinema», intitulada “Moinho de Maré”.

Destaque para as vozes boreais de Márcia Breia e Miguel Almeida, com as fusões sonoras do Miso Ensemble.


Esta é a segunda das várias emissões de paisagem marítima na série «Como no Cinema». Desta vez, antes de se chegar propriamente ao fundo do mar, flutuamos nos sons de um velho moinho de maré através das águas do rio Tejo. Esta emissão foi a primeira da série que abordou texturas sonoras de cariz puramente experimental, com sobreposição de numerosos sons cruzados.

Foto: Joana Jordão

Podcast: http://comonocinema.libsyn.com/rss
Download: http://comonocinema.libsyn.com/index.php?post_category=podcasts
Blogue: http://comonocinema.blogspot.com/

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O que eles dizem (19)

Características do segundo choque
A partir do artigo «Changing Its Tune; Broadcast Radio Is Scrambling To Regain Its Groove» do New York Times, Richard Siklos, 15/9/06, traduzido pelo Courrier Internacional, versão portuguesa (Outubro 2006):

- Cada vez mais gente abandona as rádios de música para ouvir sites de musica; copiam essas musicas e gravam-nas em CD ou copiam-nas para o iPod;
- A rádio tradicional é ameaçada pelo streaming audio, o podcasting, os leitores de mp3 ou ainda a rádio por satélite,
- «O futuro da rádio parece cada vez mais incerto desde o fim da década de 90, período em que os industriais se atropelavam para comprar estações emissoras. Hoje, as receitas das rádios estão estagnadas e o número de ouvintes em queda. O tempo que as pessoas dedicam à rádio durante a semana caiu 14 por cento nos últimos dez anos. E, de há três anos para cá a cotação das acções das cinco maiores empresas radiofónicas caiu entre 30 e 60 por cento»
- Excesso de publicidade; satélite é solução (rádio via satélite tem cerca de 10 milhões de assinantes).

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«Investimento em rádio foi o único a cair até Setembro»
«A rádio é o único meio onde o investimento publicitário baixou até Setembro deste ano, em relação ao ano passado, segundo os dados da Medimonitor, que baseia a sua análise nos valores de tabela dos meios (...) Em termos de investimentos reais, as previsões das agências apontam para ligeiros decréscimos na rádio e na imprensa no final de 2006. (...) Os aumentos de investimento na rádio acontecem normalmente nos anos de campanhas ligadas a grandes eventos como o campeonato do mundo de futebol ou o Rock in Rio. «Nos anos em que não existem esses eventos, o perfil das marcas procura outra direcção. Preferem concentrar o investimento num único meio para optimizar os resultados e aí a televisão é privilegiada porque a resposta é mais imediata», explica Mário Mateus (, da Iniciative).»

Diário Economico, «Investimento em rádio foi o único a cair até Setembro» (ass), Carla Castro, 25/10/06

In: http://osegundochoque.blogia.com/
04.Novembro.2006

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Outros "perigos" do Podcast

















Há oito meses fiz aqui um pequeno alerta para alguns "perigos" do fenómeno podcast, assinalando a importância fundamental da regularidade. Mas neste maravilhoso mundo novo do áudio, há outros "perigos" aparentemente escondidos. A saber:
Os podcasters que, com a sua actividade de podcaster, ambicionarem qualquer tipo de fama e fortuna, estão condenados ao fracasso.
Os podcasters que tenham ambições para além do razoável, não vão resistir. A frustração derrotá-los-á.
Os podcasters que alinhem pelos números da estatística, pela luta de tops, que esperem e desesperem por uma atitude laudatória por parte de quem os escuta, também não irão longe.
Então qual é a "salvação" para o podcaster?
Na minha opinião, a "salvação", a garantia segura da continuidade da actividade de podcaster, é fazê-lo pelo prazer do dever. Exactamente: o prazer de ter que fazer! Só assim o podcaster perdurará no tempo.

Ver Perigos do Podcast na «Rádio Crítica»: 19.Março.2006

domingo, 5 de novembro de 2006

Ele está de volta…










... na Internet.
Assim Vai o Mundo
Francisco Sena Santos, jornalista (ex-TSF; ex-Antena1) ressurge em podcast. Todos os dias, a qualquer hora. Há mesmo vida na Internet! Por este caminho, daqui a não muito tempo, o formato podcast – que é actualmente um complemento e uma alternativa à rádio tradicional – vai transformar a própria rádio tradicional na alternativa ao podcast.
Este regresso de Sena Santos – um dos melhores pivots radiofónicos dos últimos 30 anos – também mostra uma outra coisa: a de que actualmente, quem sai da rádio, muito dificilmente a ela retorna. Seja lá porque razão for.
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O que eles dizem (18):


O elogio a Francisco Sena Santos 
Agora que tudo se conjuga para "bater" naquele que é um dos três mais importantes jornalistas de rádio das últimas gerações, aqui fica o meu testemunho:
- Francisco Sena Santos tem um lugar reservado na história do jornalismo radiofónico português. Com ele caíram alguns tabus e com eles surgiram novos contributos.
- FSS mostrou como a voz não é na rádio um fim em si próprio mas sim um meio, um veículo para levar as notícias (e nesse aspecto - teoricamente - todas servem);
- Mais, FSS mostrou como os ouvintes de rádio estimam as vozes do dia a dia, as vozes quotidianas, e não (apenas?) as tronituantes, graves e roucas dos locutores clássicos;
- FSS conseguiu um equilíbrio único (mesmo quando o padrão é internacional) entre o "lido" e o "falado"; o lido com tudo o que isso significa de rigor e contenção; o falado como "natural", "espontâneo", "próximo";
- FSS mostrou sempre uma preocupação pela realidade circundante, numa visão o mais cosmopolita possível - foi o primeiro a trazer a ciência e o ambiente para a rádio (às vezes com alguma chacota interna e externa);
- FSS ajudou a moldar a TSF e a TSF ajudou a moldar o actual jornalismo radiofónico português;
- FSS criou o "Forum" para participação de ouvintes na rádio portuguesa e só isso já merecia aplauso. Estou certo que além do que criou, mostrou, conseguiu ou ajudou, FSS ainda vai criar, mostrar, conseguir ou ajudar a rádio em Portugal!

João Paulo Meneses
In: http://ouve-se.blogspot.com/
15.Janeiro.2004

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Sena Santos deixa RDP
A uma pergunta inevitável uma resposta sensata. A de Luís Marinho, director de informação da RDP, ao Público em entrevista publicada ontem: "A única coisa que digo sobre o Francisco Sena Santos é só isto: a sua saída foi a pior notícia, foi a pior coisa que me aconteceu desde que cá estou. Lamento muito que ele tenha saído". Na mesma entrevista, adianta estar à procura de um substituto de Sena Santos até ao final deste mês. E concluiu a entrevista: "A manhã é um espaço fundamental, onde se ganha ou se perde a rádio. Temos que ser ainda maiores de manhã. Não era à toa que ali estava o Sena Santos".Que pena não se substituir Francisco Sena Santos com ... Francisco Sena Santos!

Rogério Santos
In: http://industrias-culturais.blogspot.com/
10.Fevereiro.2004

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Também eu lá estarei a ouvir
Passou-me ao lado durante a leitura rápida dos jornais da manhã, mas o blogue Jornalismo e Comunicação deu a correcta atenção ao artigo desta segunda-feira de Eduardo Prado Coelho, no Público. Escreve o professor universitário a propósito de Sena Santos: "Passaram já alguns anos, Sena Santos desapareceu de circulação e a verdade é que muitos já nem se lembram dele. (...) Creio que é altura de termos de novo Sena Santos no programa da manhã de uma qualquer rádio - eu lá estarei a ouvir".

Luís Bonixe
In: http://radioejornalismo.blogspot.com
09.Outubro.2006

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O Regresso 
Francisco Sena Santos volta à rádio na Net

Primeiro vem apenas um teste de segundos. Depois vem a voz. A cadência única com que Francisco Sena Santos encheu a informação das manhãs da rádio, primeiro na TSF, depois na Antena1, voltou esta semana, na Internet em formato de podcast. O jornalista, que já não se ouvia desde 2004, inaugurou esta semana Assim Vai o Mundo, o seu novo espaço de podcast, onde, em formato de episódios, faz desde quinta-feira, em breves minutos, o resumo do dia informativo. A voz de Sena Santos pode ouvir-se, ao ritmo de um episódio por dia, num leitor de mp3 ou na Internet, em http://senasantos.podcasts.sapo.pt/

In: PÚBLICO
Sábado, 04.Novembro.2006

Há vida na Internet (cont.)

A Irmandade Etérea reforça os seus ramos.
Nídio Amado e Paula Cordeiro também pertencem aos permanentemente informados.

sábado, 4 de novembro de 2006













Está disponível em formato podcast, para audição e download desde esta sexta-feira, a segunda emissão de «Como no Cinema».
Neste programa sobre «O Mar», destaque para a participação especial do jornalista João Paulo Guerra, para as vozes de Aníbal Cabrita, Maria Azenha e Inês Meneses, para a poética de Fernando Pessoa e de Vitorino Nemésio e a música de Fausto.

Era uma vez um povo
Que viajou de Lisboa para a índia
Um grande e nobre povo
Que não se continha nas fronteiras de um pequeno país
Um povo com um sonho, uma aventura, uma história
Que se encontrou no mar
E se perdeu no tempo


Ver e ouvir «Como no Cinema» em:
http://comonocinema.blogspot.com/
É lá que se encontra tudo sobre o programa.

P.S: A série de programas temáticos «Como no Cinema» teve sempre convidados.
Participaram mais de 70 pessoas ao longo das 57 emissões.
Vários anos depois do fim, está a ser uma experiência absolutamente estimulante fazer voltar à vida algumas das vozes que escolhi para figurarem nestes programas. Vozes belíssimas, como as de Maria Azenha e Inês Meneses; alguns dos meus heróis da Rádio: Aníbal Cabrita, João Paulo Guerra, Ricardo Saló e Francisco Amaral; a dupla de personagens Baby Sandy & Mister-X.
Todas as emissões ressurgem inalteradas. Registos que pareciam condenados ao esquecimento, estão agora a ter uma nova e segunda vida através da Internet.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Há vida na Internet















Uma das grandes verdades da condição humana: somos os piores juízes de nós próprios, mas há quem nos mostre o espelho. Jorge Guimarães Silva, Ricardo Mariano, Pedro Esteves, Francisco Amaral, Luís Bonixe. Há um sangue invisível que nos sintoniza. São, juntamente com outros, meus irmãos de Éter.

"É essencial que estejam informados." Eles estão!
















Tenho um fascínio indesmentível pelo que é ignorado por ser pequeno, e pelas grandes escalas que as maiorias não conseguem ver. Entre ser opressor ou oprimido, se é que há escolha, prefiro estar do lado dos oprimidos. Os oprimidos só podem erguer-se. Os opressores só podem cair.
Há agora outro espírito vivo e atento: Hugo Pinto.
Vejam e oiçam: É um novo (musical) Podcast!

A partir de hoje publicarei uma série de gravações a que dei o nome de "Miss Tapes". São "podcasts" de uma hora em que se alinham músicas. Só isso. Como as cassetes que se gravavam para a namorada. Um desejo na forma de uma esperança. Tal como este blogue, a única pretensão das "Miss Tapes" é comunicar. A música é a linguagem do indizível. Há palavras-chave. Há sensações que se repetem. Mas, apesar da familiaridade e do desconhecido, resta um amontoado de intenções cristalizadas. Haverá sempre uma palavra a menos no seu lugar. É esta a derradeira maldição. E é este o eterno combate, porque de forças adversas falamos. Contra isso, a Fé tem que ser Diversa.

SG (gigante?)


















Na revista «» (Diário de Notícias, 20.Outubro.2006) Sérgio Godinho, músico e compositor maior da música popular portuguesa, dá uma interessante entrevista acerca do novo disco «Ligação Directa». Sérgio, que dispensa todas as apresentações que aqui e agora lhe possa fazer, não sabe trabalhar mal. Nunca soube. Não há nada que ele tenha feito que não fosse minimamente (muito) bom. Comprei [em alguns casos MESMO A PREÇOS ABSURDOS!], ao longo dos últimos 26 anos, a maior parte da obra de SG em CD. E do álbum «Pré-Histórias» há um imenso sentimento, arrepiante, que sinto quando escuto uma pérola intemporal chamada "A Noite Passada". Quanto a isto estamos conversados.
Nesta mesma (excelente, embora curta) entrevista, a dada altura, Sérgio Godinho fala da Rádio. Da rádio em Portugal e da Lei das quotas. Diz Sérgio, em respostas ao jornalista Tiago Pereira:

(...)
Em relação à chamada crise na música portuguesa, é com medidas como a nova lei da rádio que essa tendência pode mudar?
Por princípio não gosto de quotas mas apoiei esta medida, estive na Assembleia da República. Porque as coisas têm que mudar, porque batemos no fundo. Somos um país da Europa que passa menos música do próprio país. Quando mudaram a lei em França, a presença de música francesa duplicou e, inclusivamente, a sua penetração no estrangeiro. Este sistema que se instituiu das playlists serem auditoradas, de se repetir aquilo que já teve sucesso lá fora, é um processo que tem que evoluir. Quando há uma estação de rádio forte que diz que passaria mais música portuguesa se ela tivesse qualidade e depois não passam mais de metade da música que existe é porque a situação é grave.

E não poderão as quotas ter um efeito perverso?
Não, porque a lei terá que ser trabalhada. O projecto prevê horários para a música passar na rádio e quotas para as especialidades e música nova. Caso contrário existiriam muitos perigos. Como a questão da língua: deve-se encarar a produção de língua portuguesa ou feita por portugueses? É óbvio que eu prefiro música cantada em português mas se for um músico como o David Fonseca, que canta em inglês, já não é música portuguesa? Acho que isso está errado. (*)

Esta também poderá ser uma medida positiva de estímulo do mercado, de venda de música e luta contra a pirataria?
Bem, a questão da música na Internet e do download é global, ultrapassa o circuito português. Essa é outra crise da indústria discográfica que agora começa a ser combatida com algumas medidas de regulamentação. Porque a Internet era uma terra de ninguém que pertencia a todos menos aos criadores, que foram os que deram o litro, os que fizeram com que o produto existisse, ou aos editores, que o viabilizaram. E depois há a questão das cópias piratas, porque o digital veio permitir essas cópias. Temos que contar com isso e a indústria tem que se preocupar em inovar, em criar coisas que apelem ao consumidor. Nós, músicos, continuaremos concentrados na música. Essa é, e será, sempre a parte mais importante.

Eu concordo, em parte, com o essencial disto, ou seja, que é preciso que as coisas mudem. Não há dúvida que sim. Mas agora pergunto: Sérgio Godinho actualmente precisa da Rádio para alguma coisa? Isto é, precisará ele desta Rádio que hoje em dia se pratica? Está tudo trocado! É a Rádio que precisa dele, mas a própria Rádio não sabe ou não quer saber isso. É grave? É grave! E o que dizer dos novos artistas que nem um disco de estreia conseguem gravar, e quando – muito a custo – o conseguem e nem sequer "cheiram" o Éter? Talvez esses necessitem mais da Rádio, não? E Sérgio Godinho, pessoalmente, até nem se pode queixar muito. Tem uma obra que atravessa gerações, há um público muito jovem que o aprecia condignamente e, assim como assim, SG passa na rádio com regularidade.

Meu caro Sérgio (permite-me que agora, por um pouco, me dirija a ti assim): Em Abril de 1997, aquando do dia 25, te entrevistei na TSF, falavas que Portugal vivia um espírito pleno de liberdade, mesmo com as sempre presentes desigualdades (inevitáveis? fatais?) na nossa sociedade. E um exemplo dessa liberdade – a de expressão – era a própria Rádio, nomeadamente a TSF. Estavas certo nas tuas palavras. Na rádio em geral, (ainda) se vivia em liberdade. Ouviam-se muitas vezes as tuas canções, a par de outros tão bons – dependendo dos gostos – como tu: Zeca, Fausto, Adriano, Vitorino, Palma, Freire, Cília, Janita, e mais e mais. Passados estes quase dez anos, neste 2006, dir-me-ias o mesmo? É para esta rádio, medida à lista, que te reclamas? Os outros tão bons como tu estão injustamente excluídos, e o que queres para ti? Perfilares ao lado de Madonnas, Shakiras, Williams, Adams e restantes vedetas da MTV versão playlist? Tu mereces o teu lugar próprio, lugar esse muito melhor do que aquele que agora existe. Mas afinal, talvez o facto de isto tudo estar trocado se deva a um outro facto, o de que «Isto Anda Tudo Ligado».

(*) Se David Fonseca passar na rádio estrangeira, alguém lá vai dizer que é música portuguesa? Quando muito dirão que é um músico português... que canta em inglês. Outro caso exemplar: A cantora islandesa Bjork: alguém diz que é música da Islândia? (Ela também canta em inglês!). E os Sigur Rós? Cantam em islandês. Alguém poderá dizer que não é música islandesa?

P.S: Nada neste caso específico mudará por decreto. Apenas artificialmente, e assim acaba-se por não mudar nada. Só a mudança de mentalidades pode mudar as coisas. É a História que todos os dias nos ensina isso... ah, mas é verdade... somos demasiadamente distraídos e sofremos de falta de memória, não é?
Mais: então e se as rádios – todas elas – se dedicassem 200% à sua missão existencial e somente fossem palavra e não música? Qual seria o bode expiatório? A TV, que actualmente ninguém aponta como o principal meio para divulgação musical?

"Só neste país se diz só neste país"