terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Rádio Nostalgia

Fevereiro 2007

Momentos felizes nestes dias invernosos, lembrando outros ainda mais felizes, a propósito de algumas aquisições musicais há muito perdidas no espaço e no tempo, mas nunca da memória. Depois da redescoberta quase ao fim de 28 anos dos Earth And Fire (*), agora aquilo a que se poderia chamar de “Os Outros Anos 80”: Barbara Gogan, a front woman dos The Passions e o ainda muito novo Neil Finn a cantar nos Split Enz. Temas de sucesso comercial, mas que continham uma inegável classe pop, mesmo que vincada por pergaminhos de época. Boas canções que actualmente na rádio em Portugal não se apanham, encontrando-se em seu lugar playlists com canções contemporâneas destas duas mas sem um pingo do mesmo interesse.


The Passions - I'm in Love With a German Film Star (1981)

Certo dia entrevistei Barbara Gogan para a TSF, aquando de uma vinda dela a Portugal. Quando lhe perguntei sobre os Passions, o porquê da separação da banda, ela respondeu com uma lacónica frase: Forget about it!

Split Enz – I Got You (1980)

(*) Encontra-se disponível um outro, embora incompleto e de menor qualidade.


sábado, 24 de fevereiro de 2007

O filme da vida de Lady Day, com narração de Inês Meneses a partir da autobiografia de Billie Holiday. Homenagem a esta grande figura em mais uma emissão da série «Como no Cinema». Pela primeira vez disponível na Internet.







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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

PODCAST 2007

É uma excelente novidade! A RADAR começou a disponibilizar conteúdos em formato Podcast. Era um desejo já com algum tempo e agora, finalmente, concretizado. Já estão disponíveis algumas edições dos programas «Zé Pedro Rock & Roll»; «FalaCom Ela»; «Discos Voadores» e «Álbum de Família». Um passo em frente de uma estação local que ruma contra a maré dominante de mediocridade. Aqui está mais um exemplo de que a Internet e o Podcast não são uma ameaça para a Rádio. Quando bem utilizados, são complementos.





Imaginação Sonora
Desde o Natal do ano passado que o programa em formato podcast «SpotCast», de Alfredo Seixo, se transformou em «Imaginação Sonora». Está já na 6ª edição. Há algumas mudanças de figurino, mas a atitude de irreverência e tentativa de inovação mantêm-se inalteradas. E ainda bem. É um dos melhores e mais regulares podcasts nacionais. A não perder de ouvido!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

20 PERGUNTAS/20 RESPOSTAS (V)

Continuam a ser publicados contributos de leitores/ouvintes às 20 questões da «Rádio Crítica»
Recordo que todas as respostas têm de ser assinadas e autorizadas para publicação; o conteúdo integral das mesmas é da exclusiva responsabilidade dos seus autores; não serão publicadas mensagens anónimas.


Meu caro Francisco:
Cumprimentos. Parabéns pelo blogue e para o tornar melhor vamos contribuir.

01. Por que é que não acabam as “rádios” gira-discos vazias de vozes e de conteúdos?
Porque os consultores franceses e americanos dizem que é o melhor para nós.

02. Por que é que o programa «Ritornello», da Antena2, deixou de ter duas horas de emissão?
Também peço desculpa mas, ao contrário do que diz a Marktest em relação à A2, não ouço.

03. Por que é que o programa do Provedor da RDP não tem um horário mais favorável?
O Provedor não é para justificar uma "prateleira dourada? O horário nem é relevante.

04. Por que é que o RCP não se assume claramente como sendo uma rádio informativa em vez de generalista?
O RCP não é informativa, basta ouvir do meio-dia à meia-noite e das 05:00/07:00. Até o programa do final da tarde é de entretenimento.

05. E o que é uma rádio generalista?
Acho que é aquela que se assume como tão abrangente que consegue conciliar a palavra com a música comercial e ainda criar espaço para que os ouvintes possam participar. É uma boa pergunta.

06. Por que é que a TSF não fez o programa especial da revista do ano 2006 -com edição em CD - como fez, excelentemente, nos dois anos antecedentes?
Há um claro desinvestimento na TSF. Será um sinal de uma venda a favor de Luís Montez?

07. Por que é que a RFM usa o slogan “Só grandes músicas” se a melhor música de todos os tempos é emitida pela Antena2?
Porque foi o Sr. Pedro Tojal mandou dizer. E como rádio conservadora, mantém.

08. Por que é que as redacções dos media continuam a “dar” impunemente estágios fantasma (não remunerados) a jovens licenciados só para obterem mão-de-obra de borla?
Porque 96,8% desses miúdos/miúdas, de licenciados em comunicação social apenas têm a nota final. Depois falta Voz, poder de escrita e agilidade. Temos lido currículos fantásticos que na prática se revelaram um flop. Quem aproveita?
O Cenjor.


09. Por que é que continuam a existir tantos – demasiados – cursos superiores de Comunicação Social se o mercado está mais que saturado e não há empregos?
É como a RFM, é snob dizer que se ouve, mesmo que seja mentira.

10. Por que é que os accionistas/administrações/proprietários dos órgãos de comunicação social não distribuem dividendos aos seus funcionários (chamam-lhes “colaboradores”) se estes contribuíram decisivamente para os lucros obtidos por essas empresas?
Porque antes disso acontecer já estão na bicha o IVA, a Segurança Social, o PC (pagamento por conta), o PEC (Especial por Conta), o seguro obrigatório dos funcionários a SPA, as quotas da APR, o IVA a 21% e o gasóleo a mais de 1%.

11. Por que é que não se redefine e clarifica de uma vez por todas a totalidade da chamada Lei da Rádio?
Em que pontos?

12. Alguém acredita no cumprimento das quotas de música portuguesa nas rádios?
A música e a Cultura poderão algum dia ser impostas?

13. Porque é que o jornalista Francisco Sena Santos não regressa à Rádio?
Porque ainda ninguém conseguiu esquecer as "banhadas do passado". Agora é que ele está bem, a ensinar pessoas.

14. Por que é que o narrador desportivo Fernando Emílio não regressa à Rádio?
Porque o RCP ainda não viu bem que para além do ciclismo ele ainda faz coisas fantásticas.

15. Alguém consegue dar credibilidade aos noticiários da Rádio Renascença, nomeadamente quando informa sobre o referendo ao aborto, sabendo-se que a estação católica é assumidamente contra o aborto?
A pergunta em si encerra a resposta.

16. Como é possível que uma rádio como a RFM – segundo as sondagens trimestrais da Marktest – seja a mais ouvida em Portugal?
Porque a Marktest é há muitos anos dominada pela RR. Até têm gente que acompanha as entrevistas e opina se esta ou aquela entrevista deve ser validada. Relembro que no país em que os telemóveis já ultrapassaram o número de habitantes, a Marktest insiste em entrevista por telefone fixo. Acham credível?

17. E como é possível que a Rádio Renascença – segundo as sondagens trimestrais da Marktest – seja a segunda mais ouvida neste país?
Mas pode haver um trimestre que seja a primeira. Basta combinarem antecipadamente.

18. Por que é que nos órgãos de comunicação social (incluindo a Rádio) se vive com um sistema interno, uma espécie de Apartheid, em que alguns dos que lá trabalham – façam o mal que fizerem – são sempre tratados com as mãos, e outros – façam o bem que fizerem – são sempre tratados com os pés?
Aconselho um livro de Dale Carnegie. Para uns e para outros.

19. Por que é que na rádio (não só na rádio) se ouve muitas vezes, por exemplo, isto: “Amanhã, previsão de nuvens a norte (…) e céu limpo a sul”. É linguagem habitual nas previsões meteorológicas para Portugal continental. Ora, a norte de Portugal continental está Espanha (Galiza); Golfo da Biscaia; Irlanda; parte da Escócia; Ilhas Faroé; Mar do Norte; Oceano Glaciar Árctico e o Pólo Norte. A previsão refere-se a qual destas regiões do planeta a norte de Portugal? A sul fica Marrocos e restante costa ocidental africana (hemisfério norte); Ilhas Ascensão, Santa Helena e Tristão da Cunha; Oceano Glaciar Antárctico e o Pólo Sul. A previsão do estado do tempo que se ouve na rádio refere-se a qual destas regiões do planeta a sul de Portugal?
Boa questão!

20. Alguém responde? Porque é que ninguém responde?
Talvez no site do INMG esteja a resposta...

Boas e santas tardes
Paulo Melo

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Está disponível desde ontem e pela primeira vez na Internet o programa “No Reino do Sol Poente” da série «Como no Cinema».
Uma interiorização na eterna noite dos mistérios e das incertezas. Lendas intemporais, segredos da escuridão, revelados ao som de um álbum inteiro dos Dead Can Dance, com textos de Charles Baudelaire e voz de Aníbal Cabrita.

Esta é capa do disco que ilustra toda a emissão e que há vinte anos, por estes dias, estava prestes a ser gravado.







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Dead Can Dance «Within the Realm of a Dying Sun»
Foi através da Rádio que conheci, na íntegra, este álbum. Na primavera/verão de 1987, durante várias madrugadas no CMR-Correio da Manhã Rádio, num espaço compreendido entre as duas e as sete da manhã chamado “Os Silêncios de Ouro”. Desfilavam discos integralmente, sem palavras pelo meio. Apenas uma breve introdução ao início dessas cinco horas. Mário Fernando, numa gravação prévia, dizendo somente e – por ordem de entrada em cena – o nome dos artistas. Nem mais uma informação. Quem seria a pessoa que escolhia os álbuns que passavam nesse espaço de rádio? Gostava de saber. Só para poder agradecer.
Levei alguns meses a descobrir o nome dos autores deste disco. Assim que soube, corri para a discoteca «Motor» na Praça dos restauradores em Lisboa para o comprar. Essa era a loja de referência para sons avant-gard e alternativos na altura. Como mais tarde viria a ser a saudosa loja de discos «Contraverso», no Bairro Alto, que com o fim da XFM viria a perder a razão de existir. A ligação de lojas de discos à Rádio e a programas de autor era uma mais valia para o meio e para a indústria musical. As lojas «Motor» e «Bimotor», por exemplo, mantinham parceria com o programa «A Ilha dos Encantos» de Amílcar Fidélis, nos (bons) primeiros anos da RFM. A discoteca «Arco-Íris», no centro Comercial com o mesmo nome na Avenida Júlio Dinis, no Campo Pequeno em Lisboa, matinha parceria com o programa «Morrison Hotel» de Rui Morrison (Rádio Comercial). As lojas «EMI-Valentim de Carvalho» apoiavam o programa «Íntima Fracção» (TSF).
Hoje, a Rádio já não apresenta álbuns musicais na íntegra. A ditadura das playlists não permite uma coisa dessas. Não é a rádio que é a grande divulgadora. É a Internet. Hoje, a Rádio não mantém mais esta saudável relação com lojas de discos. Aliás, já quase não há lojas de discos, tão esmagadas que têm sido pela massificação das grandes superfícies e, nos grandes centros urbanos, pelo fenómeno global chamado FNAC.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Rádio Nova – Rádio Nossa

Mais um registo com história. Um programa antigo gentilmente oferecido pelo leitor/ouvinte da Rádio Crítica, Vítor Soares.


É uma gravação de um programa de 1974, pouco tempo antes do 25 de Abril. A emissão foi para o ar a 11 de Fevereiro, já lá vão 33 anos. Na altura, Vítor Soares estudava na Universidade de Luanda e realizava o programa do Centro Cultural da Universidade que a rádio Eclésia (uma espécie de Rádio Renascença lá do sítio) transmitia durante a madrugada. Ao tempo, o nonsense e o absurdo, misturados com alguma ironia, eram as únicas vias possíveis para contornar o poder e os censores da época.

Ouvir aqui
(Este registo permanecerá em linha até ao fim deste mês)

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Está disponível desde a passada sexta-feira, pela primeira vez na Internet, “Canções de Amor e Ódio” da série «Como no Cinema». A dramática linha ténue que separa o Amor do Ódio – ou que os une – numa catarse para corações destroçados e esperançosos.

Vozes de Aníbal Cabrita, Maria Azenha e Inês Meneses.

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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

20 PERGUNTAS/20 RESPOSTAS (IV)

Continuam a ser publicados contributos de leitores/ouvintes às 20 questões da «Rádio Crítica»
Recordo que todas as respostas têm de ser assinadas e autorizadas para publicação; o conteúdo integral das mesmas é da exclusiva responsabilidade dos seus autores; não serão publicadas mensagens anónimas.


01. Por que é que não acabam as “rádios” gira-discos vazias de vozes e de conteúdos?
Porque é o mais fácil. Os proprietários não arriscam.

02. Por que é que o programa «Ritornello», da Antena2, deixou de ter duas horas de emissão?
Desculpe-me Francisco, mas não ouço a Antena2.

03. Por que é que o programa do Provedor da RDP não tem um horário mais favorável?
Ouço sempre na net. Mas subscrevo o que outros leitores responderam. É capaz de ser um programa muito incómodo para a RDP.

04. Por que é que o RCP não se assume claramente como sendo uma rádio informativa em vez de generalista?
Porque não tem informação aprofundada. É uma rádio de conversas.

05. E o que é uma rádio generalista?
Pergunto o mesmo. Acho que são todas.

06. Por que é que a TSF não fez o programa especial da revista do ano 2006 – com edição em CD – como fez, excelentemente, nos dois anos antecedentes?
Nem me lembrei disso. Mas agora penso que gostaria de ter comprado o CD.

07. Por que é que a RFM usa o slogan “Só grandes músicas” se a melhor música de todos os tempos é emitida pela Antena2?
A música clássica é a melhor música de sempre, mas não é a que a maioria das pessoas gosta. Talvez por falta de conhecimento. Além disso, a antena2 tem audiências muito baixas em relação à rfm.

08. Por que é que as redacções dos media continuam a “dar” impunemente estágios fantasma (não remunerados) a jovens licenciados só para obterem mão-de-obra de borla?
Já fui estagiário numa redacção e sei o que isso é. É ser-se tudo e para tudo a troco de nada. Senti-me enganado. Conheço mais casos.

09. Por que é que continuam a existir tantos – demasiados – cursos superiores de Comunicação Social se o mercado está mais que saturado e não há empregos?
É um grande engano e foi propositado. Toda a gente sabia disso, menos os estudantes.

10. Por que é que os accionistas/administrações/proprietários dos órgãos de comunicação social não distribuem dividendos aos seus funcionários (chamam-lhes “colaboradores”) se estes contribuíram decisivamente para os lucros obtidos por essas empresas?
No sector bancário, onde trabalho, há distribuição anual de dividendos. Mas acredito que não seja uma prática generalizada.

11. Por que é que não se redefine e clarifica de uma vez por todas a totalidade da chamada Lei da Rádio?
É uma grande confusão.

12. Alguém acredita no cumprimento das quotas de música portuguesa nas rádios?
Continua a confusão e esta nova lei só serve para confundir ainda mais.

13. Por que é que o jornalista Francisco Sena Santos não regressa à Rádio?
Eu ouvia-o nas manhãs da Antena1 e gostava. Tenho pena que não esteja já lá.

14. Por que é que o narrador desportivo Fernando Emílio não regressa à Rádio?
Lembro-me dele na Rádio Comercial e também gostava.

15. Alguém consegue dar credibilidade aos noticiários da Rádio Renascença, nomeadamente quando informa sobre o referendo ao aborto, sabendo-se que a estação católica é assumidamente contra o aborto?
Boa pergunta. A Igreja Católica não deve permitir que a Renascença não tome partido.

16. Como é possível que uma rádio como a RFM – segundo as sondagens trimestrais da Marktest – seja a mais ouvida em Portugal?
Não confio nessas sondagens. A rádio que mais ouço é a Antena1.

17. E como é possível que a Rádio Renascença – segundo as sondagens trimestrais da Marktest – seja a segunda mais ouvida neste país?
A resposta anterior responde a esta questão.

18. Por que é que nos órgãos de comunicação social (incluindo a Rádio) se vive com um sistema interno, uma espécie de Apartheid, em que alguns dos que lá trabalham – façam o mal que fizerem – são sempre tratados com as mãos, e outros – façam o bem que fizerem – são sempre tratados com os pés?
Onde eu trabalho não se passa isso, mas não é um órgão de comunicação social.

19. Por que é que na rádio (não só na rádio) se ouve muitas vezes, por exemplo, isto: “Amanhã, previsão de nuvens a norte (…) e céu limpo a sul”. É linguagem habitual nas previsões meteorológicas para Portugal continental. Ora, a norte de Portugal continental está Espanha (Galiza); Golfo da Biscaia; Irlanda; parte da Escócia; Ilhas Faroé; Mar do Norte; Oceano Glaciar Árctico e o Pólo Norte. A previsão refere-se a qual destas regiões do planeta a norte de Portugal? A sul fica Marrocos e restante costa ocidental africana (hemisfério norte); Ilhas Ascensão, Santa Helena e Tristão da Cunha; Oceano Glaciar Antárctico e o Pólo Sul. A previsão do estado do tempo que se ouve na rádio refere-se a qual destas regiões do planeta a sul de Portugal?
Também me soa muito estranho. Não me parece correcto, mas tenho ouvido coisas piores, do género "manhã para sexta-feira, etc..."

20. Alguém responde? Porque é que ninguém responde?
Espero que tenha tomado boa conta das minhas respostas.
Parabéns pelo blog. Leio sempre.
D.Castro

20 PERGUNTAS/20 RESPOSTAS (III)

01. Por que é que não acabam as “rádios” gira-discos vazias de vozes e de conteúdos?
É barato e dá dinheiro. A publicidade paga os custos, cada vez mais baixos por causa das novas tecnologias.

02. Por que é que o programa «Ritornello», da Antena2, deixou de ter duas horas de emissão?
É para o desgastar com vista a fazê-lo perder força e, assim, poder-se acabar com ele.

03. Por que é que o programa do Provedor da RDP não tem um horário mais favorável?
Agora é à sexta-feira à tarde, mas ainda assim um bocado escondido. O mais grave é que não tem repetição. Quem não tiver Internet e não puder ouvi-lo no ar, perde-o sempre.

04. Por que é que o RCP não se assume claramente como sendo uma rádio informativa em vez de generalista?
Agora que já está no ar o novo formato percebe-se porquê: não tem notícias, só opiniões e excesso de palavras ocas.

05. E o que é uma rádio generalista? Pelo que se ouve, são todas.
Não há em Portugal rádios autenticamente temáticas.

06. Por que é que a TSF não fez o programa especial da revista do ano 2006 – com edição em CD – como fez, excelentemente, nos dois anos antecedentes?
Deve ter falhado o patrocínio.

07. Por que é que a RFM usa o slogan “Só grandes músicas” se a melhor música de todos os tempos é emitida pela Antena2?
É a enganar o povo que se conquista o povo.

08. Por que é que as redacções dos media continuam a “dar” impunemente estágios fantasma (não remunerados) a jovens licenciados só para obterem mão-de-obra de borla?
Exploração. Nada mais. Acontece em todas as profissões.

09. Por que é que continuam a existir tantos – demasiados – cursos superiores de Comunicação Social se o mercado está mais que saturado e não há empregos?
Os professores não podem estar todos no desemprego e há que extorquir dinheiro às famílias de jovens sonhadores.

10. Por que é que os accionistas/administrações/proprietários dos órgãos de comunicação social não distribuem dividendos aos seus funcionários (chamam-lhes “colaboradores”) se estes contribuíram decisivamente para os lucros obtidos por essas empresas?
Se podem ficar com o bolo inteiro por que haveriam de dar uma fatia?

11. Por que é que não se redefine e clarifica de uma vez por todas a totalidade da chamada Lei da Rádio?
A lei da Rádio só existe porque é obrigatório haver lei, mas não é obrigatório cumpri-la.

12. Alguém acredita no cumprimento das quotas de música portuguesa nas rádios?
Talvez quem fez a lei acredite, mas mesmo esses devem duvidar disso.

13. Por que é que o jornalista Francisco Sena Santos não regressa à Rádio?
Não deve precisar. Aliás, talvez seja a Rádio que mais precisa dele do que ele da Rádio.

14. Por que é que o narrador desportivo Fernando Emílio não regressa à Rádio?
Já regressou! Está no novo RCP.

15. Alguém consegue dar credibilidade aos noticiários da Rádio Renascença, nomeadamente quando informa sobre o referendo ao aborto, sabendo-se que a estação católica é assumidamente contra o aborto?
Só acredita na RR que acredita em Deus.

16. Como é possível que uma rádio como a RFM – segundo as sondagens trimestrais da Marktest – seja a mais ouvida em Portugal?
Porque pertence à Rádio Renascença.

17. E como é possível que a Rádio Renascença – segundo as sondagens trimestrais da Marktest – seja a segunda mais ouvida neste país?
Porque pertence à Igreja. Eles não iam ter uma rádio para ser menos ouvida que as outras, não acha?

18. Por que é que nos órgãos de comunicação social (incluindo a Rádio) se vive com um sistema interno, uma espécie de Apartheid, em que alguns dos que lá trabalham – façam o mal que fizerem – são sempre tratados com as mãos, e outros – façam o bem que fizerem – são sempre tratados com os pés?
É na rádio e é na vida. A injustiça e o compadrio estão em todos os ramos de actividade profissional ou não profissional.

19. Por que é que na rádio (não só na rádio) se ouve muitas vezes, por exemplo, isto: “Amanhã, previsão de nuvens a norte (…) e céu limpo a sul”. É linguagem habitual nas previsões meteorológicas para Portugal continental. Ora, a norte de Portugal continental está Espanha (Galiza); Golfo da Biscaia; Irlanda; parte da Escócia; Ilhas Faroé; Mar do Norte; Oceano Glaciar Árctico e o Pólo Norte. A previsão refere-se a qual destas regiões do planeta a norte de Portugal? A sul fica Marrocos e restante costa ocidental africana (hemisfério norte); Ilhas Ascensão, Santa Helena e Tristão da Cunha; Oceano Glaciar Antárctico e o Pólo Sul. A previsão do estado do tempo que se ouve na rádio refere-se a qual destas regiões do planeta a sul de Portugal?
Se ainda fosse só isso... muito sofre a língua portuguesa.

20. Alguém responde? Porque é que ninguém responde?
Bom, eu respondi conforme penso. Sou ouvinte de Rádio há mais de 30 anos.
Pedro Dias

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Está já disponível a emissão «Como no Cinema» intitulada “América”.

É a América de «Paris Texas» de Wenders, é a América de «Once Upon a Time in América» de Leone, é também a América de Antonioni em «Zabrieski Point».

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