sábado, 17 de fevereiro de 2007
Está disponível desde ontem e pela primeira vez na Internet o programa “No Reino do Sol Poente” da série «Como no Cinema».
Uma interiorização na eterna noite dos mistérios e das incertezas. Lendas intemporais, segredos da escuridão, revelados ao som de um álbum inteiro dos Dead Can Dance, com textos de Charles Baudelaire e voz de Aníbal Cabrita.
Esta é capa do disco que ilustra toda a emissão e que há vinte anos, por estes dias, estava prestes a ser gravado.
Mais pormenores: http://comonocinema.blogspot.com
Ouvir/download/podcast: http://comonocinema.libsyn.com/
Dead Can Dance «Within the Realm of a Dying Sun»
Foi através da Rádio que conheci, na íntegra, este álbum. Na primavera/verão de 1987, durante várias madrugadas no CMR-Correio da Manhã Rádio, num espaço compreendido entre as duas e as sete da manhã chamado “Os Silêncios de Ouro”. Desfilavam discos integralmente, sem palavras pelo meio. Apenas uma breve introdução ao início dessas cinco horas. Mário Fernando, numa gravação prévia, dizendo somente e – por ordem de entrada em cena – o nome dos artistas. Nem mais uma informação. Quem seria a pessoa que escolhia os álbuns que passavam nesse espaço de rádio? Gostava de saber. Só para poder agradecer.
Levei alguns meses a descobrir o nome dos autores deste disco. Assim que soube, corri para a discoteca «Motor» na Praça dos restauradores em Lisboa para o comprar. Essa era a loja de referência para sons avant-gard e alternativos na altura. Como mais tarde viria a ser a saudosa loja de discos «Contraverso», no Bairro Alto, que com o fim da XFM viria a perder a razão de existir. A ligação de lojas de discos à Rádio e a programas de autor era uma mais valia para o meio e para a indústria musical. As lojas «Motor» e «Bimotor», por exemplo, mantinham parceria com o programa «A Ilha dos Encantos» de Amílcar Fidélis, nos (bons) primeiros anos da RFM. A discoteca «Arco-Íris», no centro Comercial com o mesmo nome na Avenida Júlio Dinis, no Campo Pequeno em Lisboa, matinha parceria com o programa «Morrison Hotel» de Rui Morrison (Rádio Comercial). As lojas «EMI-Valentim de Carvalho» apoiavam o programa «Íntima Fracção» (TSF).
Hoje, a Rádio já não apresenta álbuns musicais na íntegra. A ditadura das playlists não permite uma coisa dessas. Não é a rádio que é a grande divulgadora. É a Internet. Hoje, a Rádio não mantém mais esta saudável relação com lojas de discos. Aliás, já quase não há lojas de discos, tão esmagadas que têm sido pela massificação das grandes superfícies e, nos grandes centros urbanos, pelo fenómeno global chamado FNAC.
Uma interiorização na eterna noite dos mistérios e das incertezas. Lendas intemporais, segredos da escuridão, revelados ao som de um álbum inteiro dos Dead Can Dance, com textos de Charles Baudelaire e voz de Aníbal Cabrita.
Esta é capa do disco que ilustra toda a emissão e que há vinte anos, por estes dias, estava prestes a ser gravado.
Mais pormenores: http://comonocinema.blogspot.com
Ouvir/download/podcast: http://comonocinema.libsyn.com/
Dead Can Dance «Within the Realm of a Dying Sun»
Foi através da Rádio que conheci, na íntegra, este álbum. Na primavera/verão de 1987, durante várias madrugadas no CMR-Correio da Manhã Rádio, num espaço compreendido entre as duas e as sete da manhã chamado “Os Silêncios de Ouro”. Desfilavam discos integralmente, sem palavras pelo meio. Apenas uma breve introdução ao início dessas cinco horas. Mário Fernando, numa gravação prévia, dizendo somente e – por ordem de entrada em cena – o nome dos artistas. Nem mais uma informação. Quem seria a pessoa que escolhia os álbuns que passavam nesse espaço de rádio? Gostava de saber. Só para poder agradecer.
Levei alguns meses a descobrir o nome dos autores deste disco. Assim que soube, corri para a discoteca «Motor» na Praça dos restauradores em Lisboa para o comprar. Essa era a loja de referência para sons avant-gard e alternativos na altura. Como mais tarde viria a ser a saudosa loja de discos «Contraverso», no Bairro Alto, que com o fim da XFM viria a perder a razão de existir. A ligação de lojas de discos à Rádio e a programas de autor era uma mais valia para o meio e para a indústria musical. As lojas «Motor» e «Bimotor», por exemplo, mantinham parceria com o programa «A Ilha dos Encantos» de Amílcar Fidélis, nos (bons) primeiros anos da RFM. A discoteca «Arco-Íris», no centro Comercial com o mesmo nome na Avenida Júlio Dinis, no Campo Pequeno em Lisboa, matinha parceria com o programa «Morrison Hotel» de Rui Morrison (Rádio Comercial). As lojas «EMI-Valentim de Carvalho» apoiavam o programa «Íntima Fracção» (TSF).
Hoje, a Rádio já não apresenta álbuns musicais na íntegra. A ditadura das playlists não permite uma coisa dessas. Não é a rádio que é a grande divulgadora. É a Internet. Hoje, a Rádio não mantém mais esta saudável relação com lojas de discos. Aliás, já quase não há lojas de discos, tão esmagadas que têm sido pela massificação das grandes superfícies e, nos grandes centros urbanos, pelo fenómeno global chamado FNAC.