segunda-feira, 15 de julho de 2019

Férias de Verão na Rádio Crítica



terça-feira, 9 de julho de 2019

Luís Caetano

A FORÇA DAS COISAS . A RONDA DA NOITE . A VIDA BREVE . ÚLTIMA EDIÇÃO . O SOM QUE OS VERSOS FAZEM AO ABRIR . A FORÇA DO DESTINO . NO INTERIOR DA CULTURA . JAZZ A 2 . A GRANDE ILUSÃO . ACORDAR A 2 . ALLEGRO VIVACE . A... GOSTO DE . 






































Um príncipe da Comunicação. O que de melhor a Rádio tem para oferecer em Portugal, numa mistura única de conhecimento, bom gosto, sabedoria, inteligência, qualidade, beleza estética, sensibilidade e argúcia. Um verdadeiro caso de estudo no actual panorama radiofónico nacional. Os seus programas deveriam ser matéria de ensino nos cursos superiores de Comunicação Social e editados em CD. 
Falar da Rádio em Portugal nos dias de hoje é falar de Luís Caetano. O seu exemplo representa a esperança de salvação da Rádio, um meio que não poucas vezes e de forma cruel atira para fora os mais entusiastas e capazes. 
Apetece perguntar, qual o seu segredo? Qual a fórmula mágica? E constatamos que não há segredos nem fórmulas mágicas. O que há é um imenso talento aliado a uma enorme paixão pelo que faz. É essa a sua fonte de energia. Não me lembro de ter assistido a algo assim antes na Rádio. Estamos perante um fenómeno. O caso mais sério jamais visto de junção de todos os ingredientes e disciplinas da Rádio. 
De forma sedutora, dá vontade de conhecer a fundo todos os autores que apresenta. Dá vontade de ler todas as obras literárias levados ao programa. Não se trata apenas de apresentar um novo livro, mais uma obra literária ou cinematográfica ou outra. É a forma como se apresenta, a maneira como se dá a conhecer, a moldura estética que se lhe dá. A palavra certa no momento certo, com a entoação certa. A pergunta oportuna, a altercação eficaz, a interjeição necessária. A leitura em voz alta de excertos das obras. A voz reconfortante que apetece ouvir sempre sem tempo marcado. Luís Caetano tem o dom da palavra, onde há tempo para que a conversa se expanda e as ideias fluam sem as constantes interrupções e quebras de raciocínio que encontramos em toda a parte. 
Felizmente não está sozinho. A Antena2 está recheada de programas de autor de elevadíssima categoria, mas Luís Caetano destaca-se de forma natural e inequívoca. São numerosos os espaços que assina diariamente na Antena2. Tamanha capacidade de produção estávamos habituados a conhecer em alguns programas de Rádio, mas com equipas de várias pessoas. Acontece que a equipa de Luís Caetano é ele próprio. Produz, realiza e apresenta. 
Em Março foi galardoado com o recém criado Prémio de Jornalismo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores. Mérito e reconhecimento inegáveis.
Há poucos anos o programa «A Ronda da Noite» esteve nomeado para melhor programa de Rádio, mas o prémio foi parar a um programa de... Televisão! Um programa que nasceu na Rádio e que por ela é retransmitido, mas realizado em ambiente TV, com linguagem exclusivamente televisiva. Com a agravante de, nesse mesmo ano, esse mesmíssimo programa estar também nomeado na categoria de Televisão. Que sentido faz uma coisa assim? Ainda para mais sendo o Júri de Rádio composto, na sua maioria, por pessoas da Rádio – alguns grandes nomes – com provas dadas no meio nos últimos 40 anos. A mesma Sociedade Portuguesa de Autores que, em Março deste ano de forma justa e meritória, distinguiu Luís Caetano, está a dever-lhe desde o ano 2014 o prémio de melhor programa de Rádio. 
Estas são palavras de um fã e os fãs gostam de tudo, até dos defeitos. Mas onde é que eles estão? Estruturalmente e esteticamente, ou seja, em termos radiofónicos – que é o que interessa aqui –  os programas de Luís Caetano parecem-me perfeitos. 
Apesar de uma justiça por se cumprir, este grande radialista prossegue com os seus programas, onde divulga Cultura portuguesa – e não só portuguesa – todos os dias na Rádio Pública. Festivais e encontros literários, que nem sabia que existiam, são levados muito mais longe, a muitas mais pessoas e por mais tempo. Há imensos artistas nacionais, grandes talentos em todas as áreas da Arte que não têm voz, que não têm divulgação. O jornalismo cultural tem vindo a perder-se em detrimento de um aumento exponencial do que é supérfluo, do que não interessa. Uma cedência crescente, sem parar, ao que vende mais e mais depressa, a favor de audiências falaciosas, públicos oscilantes, objectivos flutuantes, em plena era digital onde grassam as fake news nos media e nos tempos actuais em que há demasiada palhaçada na Rádio. 




Luís Caetano é um homem novo, na plenitude total das suas máximas capacidades. Tem muito para nos dar, somando ao muito que nos tem dado. Oxalá que nunca lhe falte o ânimo e a destreza singular com que tem enriquecido a antena de serviço público onde trabalha, bem como a qualidade de vida a quem escuta. O seu trabalho não aparece divulgado em lado nenhum, excepto no sítio na Internet da Antena2. Não aparece em nenhum jornal, em nenhuma revista, em nenhum cartaz de rua, nos mupis urbanos espalhados pelas cidades e vilas, embora a Antena2 disponha de uma boa cobertura de emissores a nível nacional. No entanto, nem uma chamada de atenção pública. Nada. A que se deve tamanho desinvestimento na divulgação do que a Rádio Pública tem de melhor? Talvez a última palavra constante na obra magna de Camões explique muita coisa. 

A Ronda da Noite - 2ª a 6ª entre as 23h e a meia-noite
A Força das Coisas - Sábados das 16 às 18h
Última Edição - 2ª a 6ª às 19:45 e 23:45
A Vida Breve - 2ª a 6ª às 12:50 e 16:50
O som que os versos fazem ao abrir - 4ªs 12:30 e 18:30

Prémio de Jornalismo Cultural
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Perfil de Luís Caetano no site da Antena2
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segunda-feira, 8 de julho de 2019

O Som e a Rádio





































A VOLTA AO ASSUNTO 
O que me incomoda não é só a permanente utilização da música sem qualquer sensibilidade artística ou urbana. É a própria massificação musical por todo o lado, em particular nas rádios. Numa fase da história do mundo em que podemos ouvir música extraordinária de todo o planeta, porque é que a esmagadora maioria das pessoas ouvem quase sempre quase só sempre a mesma música, quase sempre não a melhor (para dizer o mínimo)? 
E a rádio, num tempo de podcasts e de streaming, não tem aqui uma nova oportunidade para poder ser uma múltipla diversa e pessoal escuta do mundo? 

Nuno Artur Silva
In: Diário de Notícias, suplemento 1864, página 30 
Sábado, 6 de Julho de 2019 

domingo, 7 de julho de 2019

João Gilberto na Rádio





































João Gilberto
1931-2019

Zona de Uma Nota Só
Entre Outubro de 2017 e Julho de 2018 a TSF transmitiu o programa «Zona de Uma Nota Só» na celebração dos 60 anos da Bossa Nova. 14 (catorze!) das emissões foram sobre João Gilberto.
Estão disponíveis para escuta na Internet aqui

sábado, 6 de julho de 2019

O primeiro Verão sem Íntima Fracção






















Este é primeiro Verão sem «Íntima Fracção» desde que o programa de Francisco Amaral começou no já longínquo mês de Abril de 1984.
Nestes trinta e cinco anos, invariavelmente no Verão, este momento estival foi sempre tema de, pelo menos, uma emissão especial. Mesmo durante os anos em que a «Íntima Fracção» teve vida fora da Rádio que existiram alusões muito vincadas no programa sobre a estação quente do ano. Em alguns desses períodos de menor assiduidade, em que os programas chegaram a um mínimo de apenas duas emissões anuais (a do aniversário em Abril e no Verão) que Francisco Amaral realizava uma emissão especial sobre o Verão.
De todas elas, destaco uma publicada no Verão do ano 2005, numa fase em que a «Intima Fracção» estava a ser publicada a um ritmo semanal em duas rádios: RUC-Rádio Universidade de Coimbra e RUM-Rádio Universidade do Minho, na ESEC Rádio on-line e no formato Podcast através do portal GavezDois.
Deixo-a agora aqui para uma escuta atenta e apurada. Para apreciação de uma excelente realização estética, poética, emocional e de carácter intemporal.

Ouvir aqui

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Grandes Batalhas da Antiguidade






















Excelente série de treze programas sobre algumas das grandes batalhas de tribos, povos e impérios da antiguidade, desde o ano 1274 antes de Cristo até ao ano 451 depois de Cristo.
Um programa que nos coloca no centro da acção, através da muito visual e expressiva narração em monólogo de João Almeida, com uma notável sonoplastia cinematográfica de Tomás Anahory.
Cada batalha tem o narrador no campo de batalha, como agente observador, participante e testemunhal. Uma delícia de se ouvir. Pena que tenham sido apenas treze.

Vários fatores conjunturais contribuem de forma decisiva para modelar a História da Humanidade, sendo que os desmandos da guerra marcam frequentemente a mudança dos grandes paradigmas para novos contextos político-sociais. Muitos conflitos que opuseram culturas, são determinantes para a compreensão de momentos em que o radicalismo de certas mundividências levou à destruição de sociedades, para que outras conseguissem impor as suas formas de governo e os seus modos de organização social. Os mecanismos de defesa dessas orgânicas culturais, próprias de cada povo, sempre foram fundamentais para a conservação das suas estruturas, mas a ambição inerente ao espírito humano levou, desde a mais alta antiguidade, a que a guerra, entendida como um conflito de larga escala, se tornasse endémica nas relações entre diferentes sociedades. 
Mais informação aqui

Grandes Batalhas da Antiguidade
Realização de Paulo Nazaré Santos
Antena2
De 06 de Abril a 29 de Junho
Ouvir aqui

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Hoje em LISBOA






































Já todos dissemos mal dele em qualquer altura das nossas vidas. Ele é os transportes públicos que estão mais cheios do que as novas latas de sardinha que vendemos aos turistas. Ele é os políticos, o Ronaldo na Juventus, o Centeno no Eurogrupo e o Guterres na ONU. Mas e se Portugal pudesse finalmente vingar-se de todos os que o querem ver na grelha? 

Mais informação aqui

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Hoje em LISBOA






































A Orquestra Metropolitana de Lisboa junta-se à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para um concerto comemorativo dos 521 anos desta instituição. 

terça-feira, 2 de julho de 2019

Pessoas da Rádio que escrevem livros

São poucas as pessoas da Rádio que escrevem livros
Aqui estão dois exemplos recentes 


















Fotografia de Jorge Carmona 

Pedro Malaquias editou este ano o livro «Coisas do Diabo e Estórias do Arco da Velha», sob o pseudónimo José d'Oliveira Gomes.
Pedro Malaquias, jornalista e cronista que durante anos esteve na TSF, NRJ e Antena2, foi entrevistado na manhã da Rádio pública, precisamente na Antena2.

Ouvir (a partir de 1:15:06; 1:50:23 e 2:47:25) aqui
































Fotografia de Jorge Carmona 

António Costa Santos reeditou recentemente o livro «Era Proibido».
O jornalista, autor de outros títulos editados, apresenta actualmente o «Roteiro das Artes» na Antena2. Foi entrevistado na manhã da TSF.

Ouvir (a partir de 40:51) aqui





































Também de António Costa Santos será novamente publicado na próxima sexta-feira o livro «Herman o Verdadeiro Artista», com a colaboração total de Herman José e prefácio de Mário Soares.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Teoria da Evolução















No mês passado aconteceu o regresso de José Mariño à Rádio.
Novo programa, agora na Antena1, anos depois do radialista ter saído da Antena3.
O novo programa é sobre Hip Hop, género musical urbano e suburbano no qual José Mariño se tornou num dos principais divulgadores em Portugal.
O programa é semanal, nocturno, mas teria mais cabimento na Antena3. O Hip Hop é uma das marcas identitárias da Antena3, não da generalista Antena1. Um desajuste, assim como o programa «Oceano Atlântico» de Pedro Coquenão, que a ter que existir na rádio pública faria igualmente muito mais sentido na Antena3.

A Teoria da Evolução
Antena1
5ª feira (p/6ª feira) à meia-noite
Ouvir aqui


























José Mariño
Saúda-se o regresso de José Mariño à Rádio, meio em que o ouvi pela primeira vez no há muito extinto CMR-Correio da Manhã Rádio, na segunda metade dos anos 80. Nessa antiga estação de Rádio lisboeta, José Mariño assinou bons programas de autor. Para além das emissões diárias de continuidade, realizou vários especiais musicais, como por exemplo Suzanne Vega, sobre o álbum «Solitude Standing» (1987) e David Sylvian, sobre a caixa «Weather Box» (1989).
Foi contudo com o programa «Circuito Fechado» o seu melhor momento no CMR, nas noites de Sábado para Domingo, da meia-noite às duas horas. Um programa de música alternativa, cujo indicativo era "Theme II" dos holandeses Clan of Xymox, do álbum «Medusa» (1986).
Já nos primeiros anos da década de 90 José Mariño troca o CMR pela então recém criada NRJ-Rádio Energia. Foi como se ele tivesse passado de adulto a adolescente, trabalhando para um público muito mais jovem. Depois teve uma passagem apagada pela Rádio Comercial, antes de chegar à Antena3, onde fez dupla de boa memória com Mónica Mendes nas manhãs do então canal jovem da RDP.
Deixo aqui alguns momentos de José Mariño no tempo em que esteve no CMR. Uma hora de emissão de continuidade numa tarde de Abril de há trinta anos e, um mês e uma semana depois, no programa «Circuito Fechado».

CMR-Correio da Manhã Rádio
Emissão de continuidade
7 de Abril de 1989
Ouvir aqui

Circuito Fechado
CMR-Correio da Manhã Rádio
14 de Maio de 1989
1ª parte
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2ª parte
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