segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
LINHAS CRUZADAS #27
Está on-line a edição nº 27 da crónica «Linhas Cruzadas».
Esta é a última edição das «Linhas Cruzadas» no «lado B». Agradeço a oportunidade concedida pelo autor do programa, Pedro Esteves, para trazer aqui, a este espaço que assinei durante exactamente três anos, alguns cruzamentos que a música tem produzido ao longo da História, tendo como preocupação essencial estar em sintonia com a paisagem e ambiente alternativo do «lado B».
Foi a minha estreia em formato podcast, para além da contínua passagem em simultâneo por diversos éteres aqui e além fronteiras (Rádio Ocidente; Antena Miróbriga; Rádio Voz do Entroncamento; Rádio Zero; Euradio Nantes).
O conceito das «Linhas Cruzadas» foi sempre o de trazer à tona momentos escondidos ou esquecidos de pessoas autoras de música que – algures a propósito de algum ideal – se encontraram para produzir algo em comum.
Esta não é uma despedida; é sim um fim de ciclo para dar lugar à inauguração de um outro e novo ciclo. Como disse o grande poeta brasileiro Vinicius de Moraes: “A Vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na Vida”.
O encontro de que vos falo hoje é entre um homem e uma mulher. Brendan Perry e Lisa Gerrard juntaram-se há trinta anos, em 1979. Nesse ano, na Austrália, fundaram a primeira formação embrionária de um projecto musical que pouco mais tarde viria a ter o nome de Dead Can Dance. Desde cedo perceberam que na Grã-Bretanha teriam as suas expectativas artísticas devidamente satisfeitas e, com uma mão à frente e outra atrás, rumaram a Londres onde, em apenas três anos, viram compensada tamanha aventura na vida. Viveram juntos vinte anos e, depois disso, seguiram caminhos separados ainda que artisticamente unidos por algum tempo. Lisa Gerrard regressou à terra natal na Austrália, Brendan Perry continuou na sua igreja-estúdio na ancestral Irlanda.
A arte do reencontro aconteceu em 2005 para uma digressão mundial da qual não há, pelo menos por enquanto, um disco ilustrativo desses espectáculos que esgotaram lotações na Europa e na América. Há no entanto o registo de um memorável concerto ao vivo dos Dead Can Dance nos Estados Unidos, em Outubro de 1994, naquele que foi o derradeiro espectáculo ocorrido no Mayfair Theatre em Santa Mónica, na Califórnia. Depois, o teatro foi demolido por causa da instabilidade estrutural provocada por um abalo sísmico.
Neste início de 2009, os Dead Can Dance continuam algures por aí… e nós também.
Este não é o fim da linha para as «Linhas Cruzadas». As edições vão continuar aqui, na «Rádio Crítica», com a manutenção de uma crónica mensal e que, para além das imagens e texto, terão publicação em podcast e permanecerão em linha para descarga do ficheiro sonoro (download). Em Fevereiro próximo a edição nº 28.
Os Dead Can Dance estão na agenda deste ano na «Rádio Crítica». Na celebração dos 30 anos da fundação embrionária da banda liderada por Brendan Perry e Lisa Gerrard, irão aparecer aqui ao longo de 2009 os momentos chave das três décadas da formação que foi um dos três nomes fundamentais da editora independente britânica 4AD nos anos 80 e 90.
Também os Cocteau Twins serão aqui evocados, igualmente a propósito das três décadas da fundação do grupo de Robin Guthrie e Elizabeth Fraser.
Neste ano 2009, Dead Can Dance e Cocteau Twins reforçam a infindável lista de artistas que não passam na Rádio. Pelas razões menos nobres, também eles fazem parte da série de "Songs They Never Play on The Radio".
Também os Cocteau Twins serão aqui evocados, igualmente a propósito das três décadas da fundação do grupo de Robin Guthrie e Elizabeth Fraser.
Neste ano 2009, Dead Can Dance e Cocteau Twins reforçam a infindável lista de artistas que não passam na Rádio. Pelas razões menos nobres, também eles fazem parte da série de "Songs They Never Play on The Radio".