Há 87 anos No dia 30 de Outubro de 1938 o mundo encontrava-se à beira da segunda guerra mundial e nesse dia o actor e realizador norte-americano realizou na Rádio aquela que talvez seja a sessão de Rádio mais conhecida de sempre, com a adptação radiofónica da obra «A Guerra Dos Mundos» de H.G. Wells, publicada em 1898.
A encenação através das ondas hertzianas foi de tal forma bem realizada que toda a gente que estava a escutar acreditou que era mesmo verdade que o planeta Terra estava a ser invadido por marcianos.
O Dia Mundial para a Herança Audiovisual / Dia Mundial do Património Audiovisual foi criado pela UNESCO e é celebrado desde 2008 para consciencializar sobre a importância dos arquivos de media e promover a recuperação de documentos audiovisuais.
A capacidade de manter vivos os arquivos sonoros das estações de Rádio é uma tarefa absolutamente impossível de concretizar. Principalmente todo o acervo existente anterior à era digital. Algum desse material pertencente à rádio pública, numa quantidade ínfima, foi - e tem estado a ser - digitalizado, mas a maior parte ficará para sempre desaparecida. São milhões de registos perdidos, muitos deles inegavelmente históricos.
O Grupo de Trabalho de Rádio e Meios Sonoros da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (Sopcom) convida os investigadores a apresentarem propostas que promovam a reflexão crítica sobre o lugar do som na rádio e nos demais meios sonoros e, em particular, os desafios que se colocam às práticas sonoras face às inovações tecnológicas contemporâneas. Pretende-se um espaço de debate e troca de conhecimentos amplo e contextualizador que, com os olhos (e ouvidos) postos no futuro, não se furte ao lastro da história nem à urgência de cuidar da memória dos sons.
Dia 25 de Outubro de 1925, Rua do Carmo, em Lisboa
A verdadeira data de estreia aconteceu a 25 de outubro de 1925, quando Abílio Nunes dos Santos inaugurou a CT1AA – Estação Rádio de Lisboa, instalada num dos andares dos antigos Grandes Armazéns do Chiado, com equipamento vindo dos Estados Unidos, linhas diretas para os teatros Variedades e Maria Vitória e uma estrutura técnica inédita no país, para a primeira emissão regular de rádio portuguesa. Convidada especial nessa emissão foi a estrela Ercília Costa, chamada “Santa do Fado”, que encheu o estúdio. Foi ela que, anos depois, descobriria uma certa jovem fadista chamada Amália Rodrigues.
Suprema ironia que a Televisão que anunciou o triunfo da música com imagem em detrimento da música na Rádio anuncie o encerramento, enquanto a Rádio prossegue - pelo menos por enquanto! - sã e salva da extinção. Num Sábado ao meio-dia (hora local de Nova Iorque), no dia 1 de Agosto de 1981, a MTV emitiu o primeiro teledisco/videoclip, com a canção "Video Killed The Radio Star" dos Buggles. O sucesso foi imediato e em crescendo. Mais de 44 anos depois, este anúncio.
O Teatro é a Vida e a Rádio são as pessoas Ainda há gente da Rádio ligada a esta companhia de Teatro
SINOPSE:
"Lugar Comum" é mais do que teatro; é um retrato íntimo e vibrante da nossa própria comunidade. Subindo ao palco, não estão atores, mas sim vizinhos, amigos, e membros da comunidade – pessoas com histórias reais, que aceitaram o desafio de partilhar a sua vida, as suas memórias e os seus sonhos com o público. Este projeto de teatro transforma o quotidiano em arte, provando que a experiência humana mais autêntica reside nos detalhes. O nome "Lugar Comum", sugere à partida algo trivial, mas o que vemos é precisamente o oposto: a extraordinária singularidade de cada indivíduo. Histórias que nos unem através de uma construção colaborativa e emocionante, o espetáculo leva-nos numa viagem pelas vidas dos participantes. O coração desta experiência reside na conversa intemporal entre quem fomos, quem somos e quem desejamos ser. Durante o processo de criação, os participantes foram desafiados a criar um diálogo singular: escreveram cartas para os seus "eus" no futuro ou no passado, e, em seguida, responderam a uma série de perguntas que forçam a um olhar honesto sobre a sua própria trajetória. É um espelho onde a plateia se pode rever, encontrando nos "lugares comuns" dos outros, os ecos das suas próprias existências. Um encontro necessário. "Lugar Comum" é um convite a desmontar barreiras e a celebrar a força da partilha. Ao dar voz e palco a quem normalmente está na plateia, este espetáculo reforça os laços e lembra-nos da riqueza que reside na diversidade de experiências. Vive da coragem de se expor, de transformar a vida real em palco. Agradecemos aos atores-cidadãos pela sua generosidade e valentia. Este espetáculo é a prova de que a nossa história, a nossa vida comum, é o palco mais fascinante de todos. Este espetáculo nasce de um percurso de partilha e aprendizagem, desenvolvido no âmbito do projeto Comunidades em Ação. Durante vários meses, os participantes fizeram formação teatral, experimentando o palco como espaço de encontro, criação e descoberta. O resultado é esta apresentação, que não é apenas um espetáculo, mas o reflexo de um processo vivido em conjunto, onde cada voz encontrou o seu lugar e deu corpo a uma narrativa comum.
Ficha técnica e artística:
Encenação - Carina Silva e Rui Quintas
Interpretação - Ana Sofia Ribeiro, Carina Raposo, Diana Campos, Guilherme Filipe, Joana Augusto, João Neves, Raquel Nunes e Tiago Duarte
Assistência de Encenação - Catarina Santana Cenografia - João Pimenta Figurinos - Ana Pimpista Música Fast - Eddie Nelson Luminotecnia - João Oliveira Jr. Operação Técnica - Maria Inês Santos Design Gráfico - João Pimenta Fotografias e Vídeos - Cláudio Ferreira Produção Executiva - Catarina Santana
Espectáculo integrado no Projeto Comunidades em Ação 98ª produção da ArteViva – Companhia de Teatro do Barreiro
O filme teve boa aprovação do próprio Bruce Springsteen, que o tem promovido avidamente. O biografado é autor de imensas canções que falam de Rádio e continua a passar na Rádio há mais de meio-século.
É aproveitar a ocasião para ver o filme em sala de Cinema enquanto é tempo. Notícias recentes, nada surpreendentes, antes deveras preocupantes, dão conta do crescente encerramento de salas no país. Desde o início deste ano já fecharam 37 e mais 9 estão a caminho de serem extintas até ao fim do ano.
O galopante fecho de salas de Cinema em Portugal não é de agora, vem de há largos anos e o facto está ligado a vários factores, entre os quais a modificação dos hábitos de consumo. Os consumidores da Sétima Arte trocaram a ida à sala de Cinema por permanecer no sofá da sala de casa.
Para além disso, o próprio Cinema enquanto forma de Arte do Século XX encontra-se em franco declínio, muito por culpa da utilização desenfreada das novas tecnologias. Exagerado recurso a efeitos especiais digitais, que descredibilizam a indústria. Principalmente a partir de agora, com a exploração da Inteligência Artificial, estão unidas todas as condições para piorar o cenário.
Com antestreia no programa diário «A Ronda Da Noite» 5ª feira, entre as 23:00 e as 24:00 Antena2 5ª feira, 22 de Outubro 2025 Ouvir aqui
Talvez não por acaso este filme surge na mesma altura em que o álbum «Nebraska» é reeditado numa publicação discográfica revista e aumentada, não só com a remasterização do disco acústico original sem a mítica E Street Band como - principalmente - agora com a participação de toda a banda nas gravações electrificadas e amplificadas, cuja edição ficou de fora da discografia do Boss desde 1982.
Patrão da Comunicação Social em Portugal, jornalista acérrimo defensor da liberdade de imprensa, não chegou a ser também um homem da Rádio, mas quis ser. Como o próprio confessou publicamente, em tempos quis adquirir a TSF-Rádio Jornal. Declarações proferidas há alguns anos no extinto programa «Uma Questão de ADN», da jornalista Teresa Dias Mendes, justamente na TSF.
O negócio nunca chegou a concretizar-se mas o desejo do proprietário do grupo Impresa de juntar conteúdos áudio ao universo do Expresso e da SIC consumou-se em larga escala através do formato Podcast. O primeiro Podcast da Impresa foi no Expresso online, com um programa histórico oriundo do mundo da Rádio, «Íntima Fracção», de Francisco Amaral, onde permaneceu ao longo de vários anos. Entretanto a oferta em Podcast multiplicou-se grandemente nos média nacionais. O Expresso apresenta um conjunto com dezenas de propostas.
Há um ano a nova temporada começou com o fim de uma Rádio. O momento estava ensombrado pela tristeza inconsolável da perda de um magnífico projecto alternativo cuja ausência desde o dia 30 de Setembro do ano passado deixou um vazio por preencher. Impossível preencher. No início desta nova temporada o vazio deixado pelo encerramento da SBSR continua fundo, sem substituição concretizável. Em seu lugar está uma Correio Da Manhã Rádio que de Rádio tem muito pouco e de canal de Televisão tem som em excesso, não sendo nem uma coisa nem outra, resultando numa aberração auditiva. A Rádio fica sempre a perder quando se faz substituir pela TV. É suicidário. Não resulta.
Todas as temporadas na Rádio trazem surpresas agradáveis e desagradáveis, programas que começam e acabam, estações que encerram, outras que lhes sucedem. Profissionais que entram e saem, pessoas que morrem. Projectos de sucesso e fracasso, direcções que mudam, donos que entram e saem do negócio. Estruturas accionistas que se modificam. Há sempre perdas e ganhos em todos estes percursos, mas a linha que se evidencia é a constante degradação do meio. São mais as perdas que os ganhos. Está ser assim desde as últimas três décadas. A existência da Rádio não está em risco. Está é, como sempre esteve, ameaçada por inesperados e novos desafios em cada época.
Esta não será diferente. Encontraremos nela várias incidências, acontecimentos felizes e infelizes, percalços por ora ignorados, acontecimentos impossíveis de prever. Ninguém dispõe de uma lamparina mágica para esfregar e pedir os melhores desejos ao génio da lâmpada das mil e uma noites.