Por uma notícia vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo
Nasceu como rádio pirata em Lisboa (102.7 FM), com emissões regulares desde do célebre dia 29 de Fevereiro de 1988. A primeira notícia do primeiro noticiário, às 7 da manhã, lida por Francisco Sena Santos: “Paz no fisco durante três meses”. A partir de então a Rádio em Portugal mudara para sempre, principalmente em termos informativos. Foi uma pedrada no charco. Tornou-se numa referência incontornável do jornalismo radiofónico nacional e mesmo em termos estéticos. É ainda hoje a estação de Rádio mais imitada em Portugal.
A olhar os dias, a olhar o mundo, através de livros recentes
"As máquinas começam de forma muito rudimentar a adquirir agência. Isto é, a capacidade de agir de maneira autónoma para alcançar uma meta. Nunca passou pela cabeça de um lápis escrever algo por sua iniciativa nem da da prensa pisar com mais força um cacho de uvas. Acontece que o telemóvel já não funciona de forma passiva, estando pelo contrário, programado para tomar as suas próprias decisões. Utilizamos o telemóvel para enviar um WatSapp e até aqui assemelha-se a uma ferramenta sofisticada, mas convencional. Permite-nos comunicar a mensagem que queremos. Mas depois aparece um monte de notificações que nunca pedimos e desvia-nos dos nossos objectivos iniciais. O aparelho começa a adquirir agência. Não por ser inteligente, não é, mas porque outros o utilizam como mecanismo de manipulação do nosso comportamento e pensamento. O uso que lhe damos é influenciado pelos interesses de um terceiro, mediatizados através de algoritmos. A irrupção da Inteligência Artificial coloca em cima da mesa o problema de quem toma as decisões. Uma bomba é atroz, mas é largada por uma pessoa, não decide atirar-se sozinha. Em contra partida, actualmente, graças a um profundo conhecimento que possuem sobre nós, as máquinas podem escolher de forma muito precisa que estímulo nos deverão apresentar para que se alterem os nossos pensamentos e comportamentos. Íamos enviar uma mensagem mas acabamos por passar duas horas a olhar para vídeos no Instagram ou no TikTok. Quem tomou essa decisão? Há já algum tempo que perdemos parte da nossa autonomia, a de sermos nós a decidir o que queremos com liberdade. Somos um pouco artificiais e deixamo-nos arrastar por algoritmos que invadem o nosso desejo mais profundo e a nossa motivação. Geram dependência. Apesar de andarmos por aí convencidos de que somos nós quem determina as nossas preferências e desejos. Na realidade, muitas das coisas que desejamos reflectem ideias que nos foram implantadas. "Muitas vezes as pessoas não sabem o que querem até que alguém lho mostre", disse uma vez Steve Jobs. A indústria da publicidade e do markting manipula as pessoas há décadas sem que estas se dêem conta. Estabelece associações entre cores e formas para gerar sensações de frescura, saúde ou beleza para satisfazer, etc. Recorramos a um exemplo simples: Quando num restaurante nos oferecem uma longuíssima carta com vinhos que não conhecemos, qual é o critério de escolha? A grande maioria das pessoas opta pelo segundo vinho mais barato. A decisão assenta num mecanismo inconsciente, tão invisível quanto recorrente, poupar o mais possível sem passar por sovina. Muitos hoteleiros sabem isto e põem o vinho que preferem vender, ou que lhes custa menos, em segundo lugar na lista. E assim, pouco a pouco, vamos caindo na armadilha de comprar o pior por um valor superior ao que tem. Alertados para esta possibilidade, aprendemos a desconfiar dos anúncios e de outros métodos evidentes de condicionamento dos nossos critérios. Mas ainda não desconfiamos das ferramentas porque, apesar de tudo, tivémo-las sempre sob o nosso controlo. Pegamos num lápis, desenhamos meia-dúzia de figuras, apagamo-las para as melhorar, fazemo-las de novo. O processo continua até perdermos a vontade de desenhar. E então, pura e simplesmente, paramos. Deixamos o lápis e passamos a outra coisa. Esta é a expressão mais simples do nosso sentido de agência. Quando queremos desenhar, desenhamos. Quando queremos parar, paramos. Pelo contrário, quando queremos comer duas ou três batatas fritas e acabamos a comer o pacote inteiro sentimos que algo se descontrolou e que não conseguimos evitá-lo. O que se perdeu pelo caminho é o sentido de agência. A nossa inteligência é versátil, mas também está repleta de pontos fracos que são muito evidentes quando entra em jogo a manipulação do desejo e da vontade."
In: «Artificial - A Nova Inteligência e a Fronteira do Humano» Dos argentinos Mariano Sigman, físico, especialista em neurociência cognitiva da aprendizagem e Santiago Bilinkis, tecnólogo e especialista em Inteligência Artificial robótica de neurociência e nanotecnologia.
"As redes sociais são neste momento um problema muito sério que nós temos porque efectivamente elas estão a extremar as pessoas, estão a polarizar a sociedade, estão a destruir a sociedade. Fazem com que as pessoas só vejam o seu ponto de vista. Tornam-se incapazes de ver o ponto de vista de outras pessoas de qualquer sector político, ideológico, religioso, clubístico, o que quer que nós escolhamos e, portanto, tudo isso é um problema muito sério e o problema torna-se mais sério quando elas começam a ser usadas do ponto de vista geoestratégico como instrumento de propaganda sem que nós nos apercebamos que são propaganda. Aliás, esse é um dos princípios melhores da propaganda. É fazer-se propaganda sem que se perceba que é propaganda e isso as redes socais estão a fazer muito bem. Ou melhor, agentes nas redes sociais.
(...)
Muitas das nossas decisões já são tomadas pelas redes sociais, que interpretam a forma como nós pensamos e depois agem em conformidade.
(...)
Neste momento o que nós estamos a ver justamente é que muita gente está a ter acesso à informação - e a parte do problema - através das redes sociais, através de agentes e as redes sociais são manipuladas por agentes maliciosos que dizem ser o que não são e não dizem ser o que são e enchem as redes socias de notícias falsas ou semi-falsas e que se destinam a criar determinados efeitos. E funcionam.
(...)
A verdade é que nós estamos a ter acesso - quando nos informamos através das redes sociais - estamos a ter acesso a informação que não é verificada. E, portanto, estamos a agir em função de realidades que não existem. É um bocado como: faz de conta que entra aqui um leão, mas toda a informação é de que não há nenhum leão. Se não há nenhum leão eu continuo a portar-me normalmente e daqui a um minuto vou ser comido. É importante nós sabermos qual é a realidade, porque se vivermos num mundo que não existe, um mundo de mentira, o que vai acontecer é que vamos estar constantemente a tomar decisões erradas. E não fugir do estúdio quando está aqui um leão é uma decisão errada."
Prova Oral Antena3 Programa de Fernando Alvim 02 de Dezembro 2025 (19:00/01:00)
Convidado: José Rodrigues Dos Santos, jornalista da RTP Ouvir aqui
As vezes que te olhamos e procuramos o outro lado Aquele lado que nunca vimos
Esteve muitos anos nas horas fundas de fim-de-semana na Antena2, mudou-se há algum tempo para a RADAR. Selecção musical calma e introspectiva, isenta de apresentação. Fazem falta espaços assim. Nem sempre a palavra é rainha na Rádio.
Olhar a Lua RADAR Programa de Thomas Anahory Domingo 00:00/01:00 3ª Feira 23:00/00:00 Ouvir aqui
Uma gravação pouco conhecida, num concerto no auditório do Teatro Carlos Alberto no Porto, no dia 31 de Março de 1984. Momentos de partilha tocada e falada do artista num disco que acompanha o livro «Movimentos Perpétuos», editado pela Oficina do Livro, incluindo dois concertos, um deles inédito.
Esta notável emissão de Rádio contém ainda outros registos do guitarrista no acervo histórico do serviço público, para além de várias versões do clássico "Verdes Anos" na rubrica «Semibreve» de Andrea Lupi.
Dia Mundial da Rádio com a gravação ao vivo do primeiro episódio do podcast "No Estúdio de Igrejas Caeiro".
O podcast, de periodicidade bimestral, é uma organização do Grupo de Trabalho Rádio e Meios Sonoros da Sopcom-Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, em parceria com a Fundação Marquês de Pombal.
No estúdio privado de Francisco Igrejas Caeiro, membros do GT entrevistam figuras notáveis da história da rádio em Portugal. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
Casa-Museu Igrejas Caeiro Rua Paulo da Gama 8, Alto do Lagoal, 2760-091 Caxias
10:00/12:00 TSF – Forum 10:00/13:00 Antena2 – Boulevard 11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 13:00/14:00 TSF – A Escuta do Mundo 13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo
13:00/14:00 RADAR – Perdida Na Música 17:00/18:00 Antena2 – Quinta Essência 18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais 20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 22:00/23:00 Antena3 – Portugália
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite
23:00/00:00 Antena1 – Fala Com Ela 00:00/01:00 Antena2 – Raízes 00:00/01:00 Antena1 – Gira Discos 01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 05:00/07:00 Antena1 – José Candeias
07:00/08:00 Antena1 - A Árvore da Música 07:00/09:00 Antena3 - Sol Maior 09:00/10:00 Antena2 - Café Plaza 09:00/10:00 Antena1 - Gramofone 10:00/11:00 Antena1 - O Amor É 11:00/12:00 Antena1 - A Cena Do ódio 11:00/12:00 RADAR - Reactivo 12:00/13:00 Antena3 - Coyote 12:00/13:00 TSF - Grande Entrevista 13:00/14:00 Antena2 - Coreto 14:00/15:00 Observador - E o Resto É História 14:00/15:00 Antena1 - Semana Que Foi, Semana Que Vem 15:00/16:00 Antena2 - Véu Diáfano 16:00/18:00 Antena2 - Musica Aeterna 18:00/22:00 Antena2 - Mezza-Voce 19:00/20:00 Antena3 - Matéria Prima 20:00/21:00 Antena3 - Notas Azuis 21:00/23:00 Antena3 - Sinais de Fumo 22:00/23:00 RADAR - Olhar a Lua 23:00/00:00 RADAR - 27 Graus 23:00/00:00 Antena2 - Argonauta 23:00/00:00 Antena3 - A Profecia do Duque 00:00/01:00 RUM - O Cubo 00:00/01:00 Antena2 - Geografia dos Sons 01:00/02:00 Antena2 - Bolha Gular 02:00/03:00 Antena2 - Refletor 03:00/06:00 Antena2 - Dois Ao Quadrado
10:00/12:00 TSF – Forum 11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 13:00/14:00 RADAR – Maus Exemplos 18:00/20:00 Antena2 – Baile de Máscaras 19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 20:00/21:00 Antena3 – Portugália
21:00/22:00 Antena3 – Indiegente 22:00/00:00 Antena3 – Bons Rapazes 23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 23:00/00:00 Antena1 – Duas Ou Três Coisas 00:00/01:00 Antena2 – Raízes 00:00/01:00 Antena3 – Muitos Mundos 03:00/04:00 Antena2 – A Fuga da Arte
Uma mentira pode dar a volta ao mundo ainda antes da verdade ter tempo
de vestir as calças Só que hoje com a Internet a mentira já deu mesmo a volta ao mundo antes
da verdade acordar e abrir os olhos. A revolução tecnológica digital mudou várias
indústrias e a dos média foi uma das mais drasticamente abaladas.
Conversa da jornalista Mafalda Anjos com os convidados Luís Paixão Martins, ex-radialista e jornalista, antigo consultor de comunicação e Gustavo Cardoso, sociólogo da comunicação, investigador, professor catedrático de ciências da comunicação e director do OBERCOM-Observatório dos Meios de Comunicação Social.