quarta-feira, 30 de junho de 2010
A LUGAR COMUM apresenta:
Emily Jane White (USA)
8 de Julho de 2010, 22:00
Museu Nacional Machado de Castro – COIMBRA
Ao percorrermos "Victorian America" pressentimos estar perante o esboço de um território esquecido, cujas fronteiras se perdem no passado, por entre mitos e narrativas distantes. Atravessamos a sua imensidão, conduzidos pela voz de Emily Jane White, enquanto esta convoca a tradição e a solidão da folk norte-americana. O trilho pelo qual seguimos torna-se cada vez mais definido e reconhecível à medida que avançamos, não sendo já um estreito caminho como o de "Dark undercoat", o seu primeiro LP, editado em 2007. Um assumido sentimento de perda e de tristeza, que aquela autora apontava como exclusivo objecto das suas composições, deu lugar ao longo dos últimos anos a um genuíno interesse pelo poder da narrativa e do storytelling. As afinidades com autores da sua geração como Cat Power, Alela Diane ou Hope Sandoval permanecem evidentes; porém, à medida que as composições de Emily Jane White denunciam uma crescente amplitude, das mesmas emerge uma também progressiva preocupação com a escrita, tentando encontrar um registo que a liberte e a distancie dos seus pares. O trilho de "Victorian America" leva-nos a uma encruzilhada. Se por um lado a singer songwriter californiana recusa uma ruptura face às suas primeiras composições, as quais a imprensa catalogou de dark soul, sente-se por outro lado o pulsar do slowcore e do indie rock, dos quais convoca elementos que enriquecem e estendem cada vez mais as fronteiras daquele ainda indefinido e vasto território.
Links:
Emily Jane White - MySpace
Nancy Elizabeth - last.fm
Preço:
€ 6,00 (oferta de um pin a associados Lugar Comum)
A compra do bilhete inclui uma visita ao criptopórtico entre as 21h00 -22h00 na noite do concerto.
A reserva de entradas poderá ser efectuada através do endereço geral@lugarcomum.pt (com indicação de número de entradas pretendido, Nome, BI e Contacto).
O pagamento será efectuado à entrada do concerto mediante confirmação da reserva.
LUGAR COMUM – Associação de Promoção e Divulgação Cultural
terça-feira, 29 de junho de 2010
RadiaLx 2010
Está tudo a postos para o início do festival internacional de arte rádio RadiaLx 2010
Dias 1, 2 e 3 de Julho a cidade de Lisboa vai ser alvo de transmissões, instalações, concertos, uma conferência e um workshop sob o mote "novas e esquecidas formas de fazer rádio".
A Rádio Zero esteve desde domingo a emitir em FM em 99.0 MHz a sua programação normal. Agora, a partir das zero horas de quinta-feira está no ar a emissão especial da RadiaLx 2010 com programas especiais feitos para o festival.
Oiçam-nos em FM ou online e saibam aquio que estão a ouvir: http://www.radialx.radiozero.pt/programas.html
Mas há mais: o festival tem também eventos e a Rádio Zero convida todos os radialistas, interessados ou meros curiosos a aparecerem e fazerem connosco a festa.
O calendário dos eventos segue abaixo:
Eventos RadiaLx 2010
No Goethe-Institut em Lisboa:
» Suspended Radio Garden Instalação Sonora no Goethe-Institut [1 Julho às 17:00]
(Carlos Santos e Paulo Raposo) "Suspended Radio Garden" é uma instalação sonora concebida especificamente para o jardim do Goethe-Institut em Lisboa.
Utiliza fontes disseminadas na paisagem, mapeando os percursos e eixos dos jardim para articular um jogo e um processo de escuta radiofónica feito de múltiplas variações que interpelam o visitante.
» Banda Sonora ao Vivo de "As Aventuras do Princípe Achmed" Goethe-Institut [1 de Julho às 19:00]
(Jay Needham, Ron Coulter e Durán Vásquez)
"As aventuras do Principe Achmed", o filme animado de Lotte Reiniger de1926, ganha uma nova vida através da composição original de Jay Needham e Ron Coulter, com a participação de Duran Vazquez. Esta actuação especialem Lisboa será uma mistura única de texturas electrónicas e acústicas, integrando uma grande variedade de instrumentos, do piano aos gongos, do processamento digital à narração rádio de Ricardo Reis. São oferecidas duas experiências diferentes com este evento: assistir, vendo e ouvindo, no Goethe-Institut ou, acompanhando em 99.0 MHz ou pelo stream web, imaginar um Principe Achmed pessoal, pintado com os sons da "The Sometimes Orchestra".
» Relato de Um Jogo de Futebol [2 de Julho às 15:00]
O comentário desportivo feito na rádio tem os seus laivos de arte. E gera também a oportunidade de estabelecer paralelos entre o jogo no campo e outras áreas da vida através do jogo das perspectivas e comparações de que é pretexto.
Juntamos um grupo de peritos para comentar um jogo do Mundial com o jogo da vida de todos nós, ao estilo da rádio, uma narrativa paralela ao que se desenrola no campo.
» Mesa Redonda [3 de Julho às 12:00]
(Vários intervenientes)
No ano da Biodiversidade o que é que se passa com a Radiodiversidade?
Estarão as regras que definem o "jogo da rádio" – e a legislação que define o acesso à radiodifusão – organizadas pelas autoridades e reguladores de maneira a criar um ecossistema rico e diverso, onde adiversidade é encorajada? Será que existem "espécies" suficientes? E serão elas realmente diferentes, estabelecendo dinâmicas diversas e dirigindo-se a públicos distintos ou apenas mutações dos mesmos grupos funcionais?
» Apresentação Pública do Aporee Maps [3 de Julho às 17:00]
(Udo Noll)
Em conjunto com os participantes, Noll apresenta os conceitos e tecnologia por detrás do Radio Aporee através de gravações sonoras, mapeamentos, narrações, e outras ideias criadas e desenvolvidas durante o workshop doRadialx 2010.
Esta apresentação pública é de entrada livre. Para aparticipação no workshop é necessária inscrição.
Mais informação aqui: http://www.radialx.radiozero.pt/english/workshop.html
Há ainda no festival RadiaLx 2010 duas exposições:
» Lumiar Cité [De 1 a 28 de Julho das 10:00 às 19:00]
(Pedro Barateiro)
A exposição de Pedro Barateiro baseia-se numa reflexão do artista acercados espaços de apresentação, recorrendo a apropriações críticas que os transformam em lugares experimentais da relação entre espectador e obra. Durante o mês de Julho, Barateiro irá desenvolver e transmitir programasde rádio a partir da galeria.
» Museu das Comunicações [1 e 2 Julho das 10:00 às 18:00; 3 de Julho das 14:00 às 18:00] (Vários artistas, curadoria de EDITMAKEMIX)
[IN BETWEEN]
Radio Pieces desenrola-se simultaneamente na transmissão radiofónica e na exposição sonora no pequeno auditório do Museu das Comunicações. Aqui cada peça de um minuto é associada ao artista/músico que a produziu, em que o mote de um minuto dado ao mesmo, vem subverter a ideia de separador ou jingle radiofónico.
Para fechar em grande, no último dia do Festival, há um concerto no Jardim da Estrela
» Concerto [3 de Julho às 21:30] (Ehit, Ferradini/Pedro Sousa e One-Off)
Uma noite de concertos organizada pela Grain of Sound que traz um conjunto de propostas sonoras e musicais constituídas por alguns dos músicos mais activos na cena lisboeta. Ainda com a mais valia de combinar numa orquestra, ao encerrar a noite, o conceito One-Off e os convidados in situ da Rádio Zero. Tomando a rádio nas suas múltiplas possibilidades. Um final perfeito para o RadiaLx 2010.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
LINHAS CRUZADAS # 38
A Vida e Arte do encontro na Música
The Hope Blister & David Sylvian
The Hope Blister foi o regresso de Ivo Watts-Russell aos projectos pessoais de selecção de temas a conhecerem novas versões. Uma espécie de sequela dos This Mortal Coil, em 1998, com menos ambições e de dimensões mais reduzidas.
Apenas uma voz principal – a de Louise Rutkowski, que já havia participado em dois álbuns duplos dos This Mortal Coil – mas mantendo o mesmo conceito. Canções da preferência da vida pessoal do mentor e fundador da editora 4AD, apoiadas no conforto psicológico conferido pela fruição da música inspiradora de esperança, confiança e afectividade.
Autores como Brian Eno, John Cale ou David Sylvian estão contemplados com novas interpretações ao estilo This Mortal Coil, no álbum «Smile’s OK» do projecto The Hope Blister, mantendo o som característico e único da editora rainha das independentes.
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Foi um trabalho que conheceria uma reconversão com uma segunda edição denominada «Underarms», fazendo a recuperação para disco de sessões de gravações instrumentais do álbum original.
Vamos ficar com o tema “Let The Hapiness In”, de David Sylvian. Um original do ex-líder dos Japan, em 1987, no álbum «Songs Of The Beehive».
No podcast: Voz da cantora Louise Rutkowski, no projecto The Hope Blister no álbum «Smile’s OK», em 1998.
No vídeo, o tema original na voz de David Sylvian em 1987:
LINHAS CRUZADAS #38
Tempo total: 12:03
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sexta-feira, 18 de junho de 2010
Rádio Nostalgia / Junho 2010
Queridos Anos 80
Daqui a umas horas realiza-se outra festa organizada pelo autor do tal blogue que dava um grande programa de Rádio, novamente num outro local do grande Porto, na cidade de Matosinhos (ver endereço completo no cartaz).
A ilustrar a época, seguem-se as imagens de um tema de sucesso dos fabulosos Thompson Twins. A banda de Tom Bailey era um trio, acompanhado por Alannah Currie e Joe Leeway. Voltamos aos tempos pungentes da electro-pop britânica da primeira metade dos anos 80, onde tudo ainda era uma festa de ritmos, luzes e cores garridas.
Nas imagens do videoclip ficam as cores e os sons que há 26 anos faziam as minhas delícias de consumidor de Rádio, no programa «24ª Hora» (Rádio Comercial; programa de João Martins, de segunda a sexta-feira das 23:00 à 01:00 da manhã. Teve vários apresentadores, entre eles António Macedo, Aníbal Cabrita e, principalmente, Pedro Castelo).
“Hold Me Now” foi o tema de maior destaque do bem sucedido álbum «Into The Gap», gravado no Outono de 1983 e editado no dia 13 de Fevereiro de 1984.
“Hold Me Now” foi editado em single ainda em Novembro de 1983. "Doctor! Doctor!" foi outro single com grande êxito e o álbum «Into The Gap» atingiu o número 1 do top de vendas no Reino Unido e o número 10 nos EUA.
No ano seguinte o grupo teria ainda outro trabalho com grande reconhecimento, nomeadamente através do tema "You Killed the Clown" no álbum «Here’s to Future Days», mas a partir daí foi sempre a descer. Os Thompson Twins formaram-se em 1977 e desfizeram-se em 1993.
Thompson Twins – “Hold Me Now” (1983/1984)
quinta-feira, 17 de junho de 2010
A LUGAR COMUM apresenta:
Há cerca de um ano atrás, um público entusiasta despediu-se dos Ruby Suns numa pequena sala da invicta, ainda aturdido e sacudido pelos momentos finais de Palmitos Park, celebrados num ritmo frenético e contagiante. Na altura, após uma longa viagem desde Auckland e três datas consecutivas no nosso país, ficou de um exausto Ryan McPhun a promessa de uma segunda passagem por Portugal.
Entretanto surgiu "Fight softly", o perfeito motivo para que a Lugar Comum endereçasse um novo convite a Ryan McPhun.
"Fight softly" afasta-se progressivamente da génese do projecto neo-zelandês. Não despreza o legado tropicalista de "Sea lion", seu antecessor, mas acrescenta-lhe uma inclinação óbvia pelas texturas electrónicas e pela utilização de samples.
A componente dançável e celebratória persiste, transversal a todos os sons que os Ruby Suns comportam, mas desta vez Ryan McPhun surge-nos mais próximo de Panda Bear que de Ezra Koenig.
Em Junho, a Lugar Comum antecipará o Verão na companhia de Ryan McPhun, partindo do exacto ponto em aquele nos deixou há um ano: em efervescente celebração ao som dos primeiros esboços de "Fight softly".
Entradas:
€ 5,00 (associados Lugar Comum)
€ 7,00
€ 8,00 (dia do concerto)
Bilhetes à venda na OMT (Oficina Municipal do Teatro) e FNAC de Coimbra.
LUGAR COMUM – Associação de Promoção e Divulgação Cultural
terça-feira, 15 de junho de 2010
LINHAS CRUZADAS # 37
A Vida e Arte do encontro na Música
This Mortal Coil & Chris Bell
Terceiro e derradeiro reencontro com o projecto This Mortal Coil, neste ano de celebração das três décadas da editora independente britânica 4AD.
1991 é o ano da edição do duplo álbum «Blood»; nele encontra-se “You And Your Sister”: a versão de um original de Chris Bell – um dos fundadores dos Big Star – e foi interpretada nos This Mortal Coil pela dupla feminina Kim Deal e Tanya Donelly. Estas duas cantoras fizeram parte da ala norte-americana do catálogo 4AD, através dos grupos Pixies, Throwing Muses, The Breeders e Belly.
Ainda nesta versão está Jocelyn Pook na secção de cordas.
O projecto This Mortal Coil, idealizado pelo fundador da 4AD Ivo Watts-Russell, não mais gravaria novo material. Existiu, todavia, uma sequela de contornos semelhantes em 1998, com um único álbum de versões, sob a designação The Hope Blister.
Depois de “You And Your Sister” pelos This Mortal Coil, segue-se o original composto, tocado e vocalizado por Chris Bell em 1970.
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LINHAS CRUZADAS #37
Tempo total: 07:47
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terça-feira, 8 de junho de 2010
LINHAS CRUZADAS # 36
A Vida e Arte do encontro na Música
This Mortal Coil & Tim Buckley
Eis o segundo dos três momentos dos This Mortal Coil, o super-grupo da 4AD.
No ano em que a mítica editora independente britânica completa 30 anos de existência, viajamos até 1986, ao encontro do duplo álbum «Filigree And Shadow».
O músico norte-americano Tim Buckley foi, desde sempre, a influência mais marcante deste projecto. O cantor já tinha sido versado no primeiro álbum dos This Mortal Coil, no clássico tema “Song To The Siren” e voltaria a ser dois anos mais tarde, através de mais dois temas. Um deles é “Morning Glory”, nas vozes de Deirdre e Louise Rutkowski e nos teclados de John Turner.
Depois da versão etérea de “Morning Glory” pelos This Mortal Coil, ouviremos o original de Tim Buckley em 1967.
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Tim Buckley - "Morning Glory"
I lit my purest candle close to my
Window, hoping it would catch the eye
Of any vagabond who passed it by,
And I waited in my fleeting house
Before he came I felt him drawing near;
As he neared I felt the ancient fear
That he had come to wound my door and jeer,
And I waited in my fleeting house
"Tell me stories," I called to the Hobo;
"Stories of cold," I smiled at the Hobo;
"Stories of old," I knelt to the Hobo;
And he stood before my fleeting house
"No," said the Hobo, "No more tales of time;
Don't ask me now to wash away the grime;
I can't come in 'cause it's too high a climb,"
And he walked away from my fleeting house
"Then you be damned!" I screamed to the Hobo;
"Leave me alone," I wept to the Hobo;
"Turn into stone," I knelt to the Hobo;
And he walked away from my fleeting house
LINHAS CRUZADAS #35
Tempo total: 06:49
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terça-feira, 1 de junho de 2010
LINHAS CRUZADAS #35
A Vida e Arte do encontro na MúsicaThis Mortal Coil & Big Star
Neste ano em que se celebram as três décadas da editora independente britânica 4AD, vamos passar nas Linhas Cruzadas por três momentos dos três álbuns do super-grupo desta editora alternativa: os This Mortal Coil.
Com temas próprios, quer sejam cantados, quer sejam instrumentais, o trabalho dos This Mortal Coil distingue-se pelas interpretações de excelência de canções obscuras dos anos 60 e 70. Composições de bandas esquecidas como os Big Star, os Spirit ou os Pearls Before Swine foram versadas de forma superior pelo projecto de Ivo Watts-Russell.
Com álbuns de fundo editados entre 1984 e 1991, os This Mortal Coil resultaram da colaboração entre os muitos músicos dos vários projectos da mesma casa, para além de artistas convidados pertencentes a outras editoras.
Um desses artistas da casa foi o cantor Gordon Sharp, vocalista dos Cyndy Talk – também da 4AD – no tema de abertura do primeiro álbum dos This Mortal Coil, intitulado «It’ll End In Tears», em 1984, na interpretação do clássico tema “Kangaroo”, um original dos Big Star de Alex Chilton.
A voz é de Gordon Sharp; Simon Raymond dos Cocteau Twins está na viola-baixo e na guitarra acústica; Ao violoncelo está Martin McGarrick.
Depois dos This Mortal Coil, segue-se o original dos Big Star em 1975.
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LINHAS CRUZADAS #35
Tempo total: 08:52
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