segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hoje é dia de JAZZ

Na Rádio devia ser todos os dias!















Dia Internacional do Jazz celebrado hoje, segunda-feira, 30 de Abril de 2012.
A UNESCO assinala pela primeira vez esta data, dedicada ao estilo musical que pode "derrubar barreiras e simbolizar a paz e a unidade".

A vida de ouvinte de Rádio levou-me a conhecer programas e profissionais dedicados à divulgação do género musical agora mundialmente decretado pela UNESCO. Espaços inesquecíveis e marcantes, que me puseram de ouvido colado à Rádio realizada em Portugal no último quarto de século.
Alguns desses programas ainda existem, outros – a maior parte – são doces memórias:

«Cinco minutos de Jazz»; «Até Jazz»; «Deserto Azul»; «Savoy»; «Sábado à Noite em Paris»; «Quem tem medo de Charlie Parker?»; «Jazz Avenue»; «O Jazz é Como as Bananas»; «Um toque de Jazz»; «Aqui Jazz»; «A Menina Dança?»; «Jazz Com Brancas»; «Jazz a 2».

O Jazz por inteiro na «Rádio Crítica» em artigo recente:
O JAZZ na Rádio

O Jazz em duas partes na «Rádio Crítica» em artigos recentes:
O Jazz quando nasce não é para todos (I)
O Jazz quando nasce não é para todos (II)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A Ilha dos Encantos





















No ano em que se comemoram os 25 anos da RFM, vem à memória dos ouvintes do então “outro canal da Renascença” um programa que começou no dia 01 de Janeiro de 1987, precisamente no dia de arranque do reformulado FM da Renascença: «A Ilha dos Encantos» de Amílcar Fidelis, que antes, ainda no FM da Renascença, havia já assinado o programa «Ultra-Som», iniciado em Julho de 1985 e terminado em Dezembro de 1986, justamente para o realizador se lançar aos encantos da ilha.
«A Ilha dos Encantos» esteve em antena, de segunda a sexta-feira, sempre em horário nocturno. Numa primeira fase da 01:00 às 02:00, numa segunda fase, da 01:00 às 03:00. Aparecia depois do «Oceano Pacífico» de João Chaves.
«A Ilha dos Encantos» durou quatro anos, acabando em finais de Dezembro de 1990.
Eram ainda os dias da Rádio de autor na Frequência Modulada nacional. Naquele segmento de programação, «A Ilha dos Encantos» rivalizava com o então designado FM-Estéreo da Rádio Comercial e com o programa «Som da Frente» de António Sérgio.
Sons mais duros e fronteiras mais radicais no «Som da Frente», paisagens mais celestiais e encantatórias na «Ilha dos Encantos». Mais do que concorrentes, os espaços eram complementares. O botão (analógico) do meu rádio da altura rodava entre um e outro.
Mas sendo um Four Heidiano convicto, pendia mais nessas noites para a Ilha. Não só pela novidade (o «Som da Frente» já tinha anos de existência), mas mais pela fantástica exibição dos sons novos vindos da editora alternativa 4AD, que como mostra o vídeo abaixo apresentado, eram a matriz temática da realização de Amílcar Fidelis, que conduzia o programa com grande mestria, possuidor também de um timbre inconfundível.
Artistas como Belly, Anna Domino, Pale Saints, Ultra Vivid Scene, Dif Juz, Cocteau Twins, MARRS, The Wolfgang Press, Pixies, Xmal Deutshland, This Mortal Coil, Le Mystère Des Voix Bulgares, His Name is Alive, The Smiths, David Sylvian, Nick Cave & The Bad Seeds, Virgínia Astley, Throwing Muses, Joaquim D’Azurém, Telectu ou Mler Ife Dada foram sendo divulgados de forma incisiva na «Ilha dos Encantos» e marcaram a memória – até hoje – de todos quantos puderam apreciar um programa de Rádio com tais características.
À excepção dos Red House Painters (cuja capa do álbum editado em 1993 aparece no vídeo abaixo), todos os artistas representados nas imagens passaram pelos encantos da ilha.
As galerias das editoras 4AD, Rough Trade ou a portuguesa Ama Romanta (de João Peste) fizeram as delícias da ilha.
Também foi no programa de Amílcar Fidelis que se deu a conhecer os álbuns «The Black Swan» dos australianos The Triffids, «Doolittle» dos norte-americanos Pixies, «Reading, Writing and Arithmetic» dos britânicos The Sundays (o single “Cant Be Sure” é de 1989) ou ainda o maravilhoso e injustamente esquecido «Corsária» de Né Ladeiras.

O vídeo que se segue foi editado pelo antigo radialista da Renascença, Nanu Figueiredo, a partir da compilação de capas de discos de alguns dos artistas musicais supra citados.
O som é uma colagem de extractos do programa «A Ilha dos Encantos» da autoria de Amílcar Fidelis, numa emissão realizada em Maio de 1989.


O indicativo do programa é um curto instrumental original, composto propositadamente para «A Ilha dos Encantos».
A voz no indicativo é da radialista Teresa Fernandes.

Várias referências ao programa «A Ilha dos Encantos» e ao seu autor ao longo da última meia-dúzia de anos aqui na «Rádio Crítica».

A capa do disco de Anna Domino que ilustra este texto não surge por acaso. Está aqui porque foi na «Ilha dos Encantos» que se deu aconhecer a partir de 1987 o magnífico tema "Lake", editado nesse mesmo ano, no álbum «This Time».
Ouvir aqui

In this place, wide and endless
Surrounding the lake
Where the water waits silently
I walk in place
Once begun

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Passado, Presente e Futuro





















No passado dia 17 (terça-feira) o jornalista da TSF João Paulo Meneses esteve como convidado no programa «Prova Oral» na Antena3, para falar sobre Rádio a partir do livro do qual é autor: «Estudos Sobre a Rádio – Passado, Presente e Futuro».

A sinopse:
A rádio vive a sua maior crise desde o aparecimento da televisão. A rádio, sobretudo musical, está ameaçada, se continuar a ser e a fazer da mesma maneira. Nesta obra, João Paulo Meneses tenta fazer um diagnóstico da rádio actual, reflectindo sobre aquilo que ela pode ser no curto e médio prazo. Mas um diagnóstico que pretende abarcar diversas perspectivas, desde as mais teóricas (como as que têm a ver com o conceito) às mais práticas (que podem interessar quem está no negócio).

Ouvir a emissão aqui
Ou em podcast aqui

Estudos Sobre a Rádio – Passado, Presente e Futuro
De João Paulo Meneses (edição Mais Leituras, 2012)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Especial PATSY CLINE





















À semelhança dos programas «Os Dias da Rádio» e «Crónicas Americanas», aqui se recupera um especial dedicado a Patsy Cline, oriundo do espólio pessoal da antiga (e extinta) estação de Rádio RSS.
A cantora norte-americana foi homenageada a poucos dias do seu 62º aniversário de nascimento, no ano de 1994.
Foi há dezoito anos.

DOWNLOAD

A grande intérprete, natural de Winchester, teve vida atribulada e curta. Nasceu no dia 8 de Setembro de 1932 e morreu com 30 anos de idade, no dia 5 de Março de 1963, num acidente aéreo, após um concerto de beneficência.
Virginia Patterson Hensley (seu nome verdadeiro) foi a maior figura feminina da história da Country Music.

















Hoje em dia é impossível ouvir-se Patsy Cline nas rádios portuguesas, à excepção (muito rara) da canção que grande parte das pessoas dela ainda reconhece.
A canção “Crazy”, escrita por Willie Nelson, foi o tema mais conhecido da curta carreira de Patsy Cline e que mais versões tem tido ao longo dos tempos:



Especial Patsy Cline (RSS/1994)
Ouvir/download/podcast
Tempo total: 00:55:48

Spot de promoção do Especial Patsy Cline

Ouvir aqui

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O rumor dos dias silenciosos











O rumor dos dias silenciosos na edição dos 28 anos da «Íntima Fracção».
Para escutar com ouvidos de ver e sentir com coração de doer!

Aqui: http://expresso.sapo.pt/if
(09 de Abril 2012)

A grande ilusão
Tal como um filme
Não como O filme
A grande ilusão de pensar que nestes sons
Se reencontram tardes de Sol, inocências
Se dobra a esquina e o vento nos sopra na cara
Uma sempre persistente esperança
A grande ilusão
De uma luz riscando a noite
E pensarmos que ela a nós é dirigida



domingo, 15 de abril de 2012

1912-2012





















O crítico de Cinema João Lopes disse, aos microfones da TSF (em Janeiro de 1998), que o protagonista do filme «Titanic» [de James Cameron, que por essa altura estreava em Portugal] era o próprio navio. E mais certo não podia estar nessa frase conclusiva, no então magazine de Cinema da Rádio Notícias.
Década e meia depois da estreia mundial, catorze anos e três meses depois da estreia entre nós e um século após o naufrágio, «Titanic» de James Cameron – talvez a versão cinematográfica definitiva do trágico acontecimento – está aí outra vez, agora numa versão para ser visionada em formato 3D.
O gigantismo do "protagonista" e a magnitude do histórico acontecimento continuam, cem anos depois, a atrair e a fascinar espectadores em todo o mundo diante do grande ecrã.
A Rádio não passou ao lado da data que agora se assinala. Na principal estação da rádio pública nacional, realizaram-se emissões especiais sobre a tragédia do Titanic ao longo da última semana (de 9 a 13).
Ouvir aqui


















Na primeira metade dos anos 90, a TSF efectuou uma conversa com o músico inglês Gavin Bryars, autor de «The Sinking of The Titanic».
Em 1969, Gavin Bryars compôs a obra «The Sinking of The Titanic» [estreada em 1972, no Queen Elizabeth Hall], baseada na última valsa que a orquestra a bordo tocava para os passageiros, já com o navio em pleno afundamento.
A obra de Bryars será tocada hoje em homenagem aos desaparecidos. Ver pormenores no fim do seguinte trailer:

Gavin Bryars – «The Sinking of The Titanic»:

A obra «The Sinking of The Titanic» explicada pelo próprio autor:



O RMS Titanic foi um navio transatlântico da Classe Olympic operado pela White Star Line e construído nos estaleiros da Harland and Wolff em Belfast, na Irlanda do Norte. Na noite de 14 de abril de 1912, durante a sua viagem inaugural, entre Southampton, na Inglaterra, e Nova York, nos Estados Unidos, chocou com um iceberg no Oceano Atlântico e afundou-se duas horas e quarenta minutos depois, já na madrugada do dia 15 de abril.
Até o seu lançamento em 1912, ele fora o maior navio de passageiros do mundo.

In Wikipedia

Imagens digitais demonstrativas, em tempo acelerado, da tragédia marítima:



Outro ângulo de visão digital, realizado pela equipa de produção de James Cameron para o canal National Geographic:



O fascínio pela trágica história do famoso transatlântico ficou demonstrado aquando da exibição do filme «Titanic», de James Cameron. Exibido em finais de 1997 e durante todo o ano de 1998, o longa-metragem de 194 minutos de duração, com orçamento recorde de US$ 200 milhões, arrebatou 11 Oscars e encantou platéias do mundo inteiro, resultando numa das maiores bilheteiras da história do cinema, somando um total de US$ 1,9 bilhões. Com o sucesso do filme, o interesse pelo Titanic intensificou-se ainda mais, surgindo centenas de livros, estudos, debates e novas teorias a respeito da causa do naufrágio.

In Wikipedia

sábado, 14 de abril de 2012

Hoje em VISEU































+ Coimbra/Beja/Castro Verde/Esposende/Barcelos/São João da Madeira

Coimbra: 1 de Maio (17:00) – showcase FNAC
Coimbra: 1 de Maio (21:30) – OMT 'O Teatrão' [+ Gobi Bear]
Beja: 4 de Maio (23:00) – Galeria do Desassossego
Castro Verde: 5 de Maio (23:00) – Café 7Arte
Esposende: 11 de Maio (22:00) – Café-Galeria Avesso
Barcelos: 12 de Maio (22:00) – Zoom
São João da Madeira: 25 de Maio (21:30) – Festival Indie.Frente

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Armstrong & Gerlach

Para quem ouve Rádio todos os dias e está atento à música que é difundida diariamente, não pode deixar de sentir uma imensa orfandade pela total ausência de variedade.
Existe uma infinita constelação de temas de autores e intérpretes sobejamente conhecidos (para não falar dos desconhecidos) que nunca passam na Rádio.
Este tema da dupla Louis Armstrong e Horace Gerlach é um dos inúmeros exemplos. Não é uma novidade, porque é uma gravação muito antiga (meados dos anos 30 do século XX), mas é um tema novo para todos os ouvintes de Rádio em Portugal porque nunca o ouvem passar na Rádio.


Louis Armstrong "If We Never Meet Again"
(Louis Armstrong & Horace Gerlach)

If we never meet again, I'll have a rose to remember
The snows of December will bring you back to me
If we never meet again, I'll fall asleep in the flowers
And dream of the hours we spent in ecstasy
The leaves in the fall will wreak all the beauty I found in your eyes
The birds in the spring when they sing, will tell me that love never dies
If we never meet again, as sure as heaven above you
Forever I'll love you if we never meet again


terça-feira, 10 de abril de 2012

Abril 1989
















Em Abril de 1989 assistiam-se aos mais brilhantes dias de indie-pop açucarado vindo dos antípodas.
Par a par, os álbuns «16 Lovers Lane» dos The Go-Betweens (1988) e «The Black Swan» dos The Triffids (1989).
Quis o destino que estes dois álbuns, marcantes na época em que surgiram, trocassem as voltas aos fãs e também às próprias bandas.
Os The Go-Betweens só voltariam a gravar no ano 2000 e os The Triffids acabaram a carreira justamente depois do álbum supra citado, em plena maturidade e auge artístico.
David McComb morreria prematuramente no dia 2 de Fevereiro de 1999, aos 36 anos de idade e Grant McLennan morreria também de forma inesperada e súbita no dia 6 de Maio de 2006, aos 48 anos de idade.
O brillho e a tragédia de duas formações marcantes da segunda metade da década de 80, às portas da nova década dos 90.
A par dos compatriotas The Go-Betweens (de Brisbane), os The Triffids (de Perth) foram a quinta essência da indie-pop da Austrália.
Na Rádio em Portugal eram ouvidos em programas de Rádio como «A Ilha dos Encantos» de Amílcar Fidélis (RFM) e «Circuito Fechado» de José Mariño (CMR).
Os temas "Goodbye Little Boy" e "Falling Over You" foram amplamente e especialmente divulgados na Ilha da RFM. Estes dois temas foram os únicos singles estraídos do álbum «The Black Swan» dos The Triffids, editado em Abril de 1989.
Derradeiros dias da década de 80, da Rádio portuguesa de Autor, em termos de quantidade, qualidade e variedade.





















Depois do injusto fracasso comercial do disco «The Black Swan», também os derradeiros dias da banda liderada por David McComb.
O primeiro single teve direito a teledisco oficial. São essas as imagens que se seguem, com o tema a ser cantado pela teclista Jill Birt.
Em Julho de 2006 a banda (com os membros fundadores) reuniu-se para concertos e várias actuações ao vivo, até ao final do ano passado, sendo Jill Birt a vocalista principal dos The Triffids na era pós-David MacComb.
Em 2008 foi reeditada toda a discografia oficial.

The Triffids "Goodbye Little Boy" (1989):



Said you didn't need me
Said you had to leave me
So I helped you pack your bags
And I showed you to the door
Thought I heard a cab door
Just before I hit the cold floor
But I woke up in the morning
And I drank a little more
You said I cramped your style
I didn't make you smile
And all my sweet nothings
Came to nothing in the end

Goodbye, goodbye, goodbye little boy
Phone rang in the night
I woke up with a fright
You crying "Something isn't right"
And you were coming home again
You said you'd changed your mind
You'd been thinking 'bout the good times
How we should always be together
And forever you'll be mine

Why don't you leave for good this time
Do me a favour, stop wasting my time
I'm tired of drinking, fighting and crying
Why don't you leave for good this time
Goodbye, goodbye, goodbye little boy
(Don't hold your breath, read my lips
I've got a million other suckers to get my kicks
Do me a favour, stop, wasting my time
I'm so tired, I'm so fucking tired)

Em Julho de 2006 a banda (com os membros fundadores sobreviventes) reuniu-se para concertos e várias actuações ao vivo, até ao final do ano passado, sendo Jill Birt a vocalista principal dos The Triffids na era pós-David MacComb.
Em 2008 foi reeditada toda a discografia oficial.

Em grande contraste com essa Primavera de há quase duas décadas e meia está, não só os dias da Rádio que hoje em dia se vivem, mas também os ares do Tempo.
Não só a mentalidade que preside aos destinos da radiodifusão actual. Também o Tempo meteorológico se encontra num hemisfério oposto. Em Abril de 1989 vivia-se uma plena estação primaveril, com Sol e céu azul. Havia flores multicolores e folhas frescas, campos verdejantes e uma esperança no Tempo futuro que nos parece agora impossível.
Vivemos, no tempo presente, o Inverno na Primavera.

The Triffids "Falling Over You" (1989):


I was always... I was always... stop!
- wait a minute. I'll remember...I think it was September...
Taking off time, taking off clothes
Taking more than I needed I suppose
Taking rides in strangers' cars
Handsome lips, topless bars
Falling down the stairs in a white wedding dress
Looking like a mess, just like I never close
Off somebody's balcony, I suppose
Falling out the window into the warm wet night
You gave me such a thrill then you gave me such a fright
Yes I remember that particular night

I was always falling over you

All that summer long one night ran into another
I was falling over you when I didn't know your number
I was always...I was always...stop!
- wait a minute. I'll remember...it really was December...

I was always falling over you

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os Dias da Rádio (IV)





















Quarta (e última, pelo menos por enquanto) crónica publicada pela primeira vez na Internet, depois de recuperada do espólio pessoal da extinta estação de Rádio RSS.
A rondar a vintena de anos desde a sua publicação live on Air, esta crónica de «Os Dias da Rádio» é dedicada ao grupo inglês The Shadows, liderados por Hank Marvin, que durante anos acompanhou o cantor Cliff Richard.
Aqui no clássico “Apache”, de 1960.
Os Shadows foram o grupo britânico mais influente na era pré-Beatles.

DOWNLOAD

O indicativo é o som da mistura de um famoso radialista norte-americano com o tema "That Will be the Day" de Buddy Holly.
A voz no indicativo é do actor e encenador Rui Quintas, na altura a voz de estação da RSS.


Os Dias da Rádio (IV)
Tempo total: 04:27


sexta-feira, 6 de abril de 2012

A menina do ano 2mil & 12
















Ao cabo do primeiro trimestre deste ano, o álbum «Tramp» (editado em Fevereiro) é já uma certeza enquanto um dos melhores discos de 2012.
Sharon Van Etten não está a ter a merecida exposição na Rádio em Portugal. Tal facto não constitui em si surpresa alguma. Apenas injustiça.
Até agora só a apanhei de ouvido no éter através do programa «Vidro Azul» de Ricardo Mariano, mas esse espaço – no ano em que completará dez anos de emissões regulares – é um dos suspeitos do costume.
Enquanto isso, vão surgindo novos singles e videoclips da cantora norte-americana:

Sharon Van Etten – "All I Can" (2012):



Sharon Van Etten – "Leonard" (2012):



Sharon Van Etten na «Irmandade do Éter» (12.Janeiro.2012)
Sharon Van Etten na «Rádio Crítica» (06.Fevereiro.2012)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Love in Bloom

Música bonita para gente bonita que já morreu

Manuel João Vieira
In: «A Playlist de…»
TSF-Rádio Notícias, Março 2012






















Paul Whiteman – “Love In Bloom” (1934):



Lover, when I’m near you
And I hear You speak my name
Softly, in my ear you breathe a flame
Lover, when we’re dancing
Keep on glancing in my eyes
Til love’s own entrancing music dies
All of my future is in you
Your ev’ry plan I design
Promise you’ll always continue
To be mine
Lover, please be tender
















---------------------------------------------------------------------------------------------
O que eles dizem (87)

O sofrimento e a dor são sempre obrigatórios para uma consciência ampla e para um coração profundo.
Tenho a impressão que as pessoas autenticamente grandes devam provar ao mundo uma grande tristeza.

Fëdor Michajlovič Dostoevskij
Фёдор Михайлович Достоевский

quarta-feira, 4 de abril de 2012

João de Almeida Torto

Sonhar e tentar falhar o melhor possível














O ex-radialista (Rádio Renascença) Nanu Figueiredo foi o responsável pela música e desenho sonoro da magnífica peça de teatro «João Torto», que no passado Domingo saiu de cena no Teatro D. Maria II.

O Espectáculo

Junho de 1540, o homem anunciou: "Saibam todos os senhores habitantes desta cidade, que não terminará este dia sem se ver a maior das maravilhas, a qual vem a ser um homem desta cidade voar, com asas feitiças, da Torre da Sé ao Campo de São Mateus, pelo que responde por sua pessoa e bens, João de Almeida Torto".
20 de Junho de 1540, o homem fez: lançou-se do alto da Sé de Viseu, para voar claro, com duas asas que manufacturou.
História ou Lenda?
No curso da história, a experiência de 1540 é pioneira em Portugal e sucedeu aos estudos que Leonard da Vinci (1452-1519) desenvolveu sobre a possibilidade humana de voar.
João Torto, o espectáculo, é o sonho de todos os homens que sonham fazer mais. Em palco, o Sol nasce e todos avançamos pelo dia acima. Todos somos ecos de um só homem. E tememos, vacilamos, trememos. Mas, assumimos o mesmo compromisso: tentar falhar o melhor possível. E hoje.
Não podemos dormir enquanto é tempo.















Há a Lenda e há a História: D. Miguel da Silva, Bispo de Viseu em 1540, chegou à cidade, ou à Diocese, vindo de Itália.
Destacou-se na sociedade italiana e conviveu com nomes maiores da cultura da época. Levou para Viseu ares de Itália, influenciando, nomeadamente, a pintura de Grão Vasco e a arquitectura da cidade.
E a nós interessava-nos reescrever a Lenda e a História: durante a permanência em Itália, D. Miguel da Silva terá conhecido Leonardo da Vinci. Leonardo, é sabido, sonhou com a possibilidade humana de voo. Já em Viseu, D. Miguel da Silva terá conhecido João Torto, um homem que, à semelhança do Bispo, destoava do Mundo em que vivia.
João Torto tem este perfil, de certa forma quixotesco, "foi e não foi", "fez e não fez", próprio daqueles a quem nos juntamos num acto de irresponsável fé. E sorrimos e passamos a ser, todos, um sonho só.
Em 1540, João Torto não podia deixar de subir lá acima e tentar. Subir e tentar. Subir e tentar. Sonhar e tentar falhar o melhor possível. Mesmo que morresse.
Em 2012, João Torto tem que se aproximar da pedra dura, tocar o granito frio da torre, olhar lá de cima e sorrir. Lembrar: sempre tentar para nunca conseguir.












Teatro Nacional D.Maria II (Sala estúdio), Lisboa.
de 08 de Março a 01 de Abril de 2012.

Direcção artística de Rafaela Santos; Dramaturgia: Fernando Giestas; Consultoria artística: Cristina Carvalhal.
Interpretação: Leonor Keil, Margarida Gonçalves, Miguel Fragata e Rafaela Santos.
Uma co-produção Teatro Nacional D. Maria II , Magnólia Teatro, Amarelo Silvestre e Fundação Lapa do Lobo.

Magnólia Teatro
http://magnolia.amarelo-silvestre.pt

------------------------------------------------------------------------------------------
O que eles dizem (86):

As coisas não se vêem por metade
Ou passas e as fitas de repente
pousando um longo olhar de eternidade
que logo vai aos fumos da memória,
ou viverás com elas, nelas vendo-te
como em espelho que te sobrevive

Mas o passar como quem visse tudo
e ali ficasse não ficando a vida
faz que as coisas se cubram de um cristal
opaco e as diluindo em corpo falso
aquele que é quanto então mereces

Jorge de Sena
(Escrito em Verona)

terça-feira, 3 de abril de 2012

Faltam 2 meses





















Bruce Springsteen já está na Estrada com a nova digressão mundial [The Wrecking Ball Tour] que vai passar por Lisboa no próximo dia 3 de Junho.
Este mês, o Boss passa pela revista BLITZ.

Bruce Springsteen & The E-Street Band – “Death To My Hometown”
(Ao vivo no Apollo Theater, Nova Iorque, no passado dia 03 de Fevereiro):



Depois de “We Take Care of Our Own”, “Death To My Hometown” é o novo single do álbum deste ano, «The Wrecking Ball», e já se ouve em algumas (poucas) estações de Rádio nacionais.

--------------------------------------------------------------------------------------
O que eles dizem (85):

Uma ideologia simplista retirada dos blogues dá estes frutos. Esta imagem é o resultado de uma ideia confusa e pouco qualificada, quer pela análise, quer pelo conhecimento, quer pela ideologia, muito menos pelo liberalismo clássico, de que hoje o desemprego dos jovens, a precariedade, se deve à rigidez da legislação laboral, e de que quem tem emprego bloqueia o acesso dos mais jovens ao exercer e defender os “direitos adquiridos”, impondo, no linguajar da imagem, uma “ditadura do mercado laboral fechado”. Isto traduzido em bom português, significa: nós queremos que vocês, os mais velhos, os que tem trabalho, possam ser facilmente despedidos para nós irmos ocupar os vossos lugares. Ou, dito num português ainda mais simples e bruto, como convém face à asneira, “os vossos empregos são nossos, ide para a rua”. Não percebo a passividade da organização laboral do PSD, os TSD, face a este absurdo ataque, porque a luta da JSD é contra quem tem emprego e a favor dos despedimentos, o resto é fantasia ideológica.

José Pacheco Pereira
In: «Abrupto» (blogue)
Domingo, 01 de Abril 2012


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Os Dias da Rádio (III)





















Terceiro de quatro regressos aos dias da rádio através da recuperação do espólio sonoro pessoal. Um passado com quase vinte anos.
Da extinta estação RSS, «Os Dias da Rádio» – histórias de velhas canções.
Cliff Richard (com os Shadows) é a figura em destaque desta crónica agora publicada pela primeira vez na Internet, com o clássico “Livin' Doll”, editado em 1959.

DOWNLOAD

O indicativo é o som da mistura de um famoso radialista norte-americano com o tema "That Will be the Day" de Buddy Holly.
A voz no indicativo é do actor e encenador Rui Quintas, na altura a voz de estação da RSS.


Os Dias da Rádio (III)
Tempo total: 04:17