sábado, 11 de março de 2006

Boas, estranhas e más notícias no mundo da rádio em Portugal

Guardemos o melhor para o fim. Comecemos pelo menos positivo, ou dito de outra forma, pelo pior:

Más notícias:
01- Está disponível para download a emissão n.º 73 do "lado B". Uma edição que marca o fim da transmissão do "lado B" na Rádio Ocidente. Recentemente adquirida pelo Grupo Renascença, a Rádio Ocidente vê interrompidos os programas de autor (onde se inclui o "lado B"), sendo estes substituídos por uma "playlist"...
"No Ar" desde Maio de 2004, o "lado B" passa pela última vez na Rádio Ocidente este fim-de-semana (não esta emissão -n.º 73, mas a anterior). O programa de hoje é pois, o primeiro "lado B" em formato exclusivamente PODCAST. Até ver.

02- Música Portuguesa
«Lei da Rádio publicada em 'Diário da República'
A Lei da Rádio, que determina as quotas para emissão
da música portuguesa, já foi publicada em Diário da República. Trata-se do artigo 44.º, que estabelece que a programação musical dos serviços de programas de radiodifusão sonora tem de ser obrigatoriamente preenchida, em quota mínima variável entre 25% e 40%, com música portuguesa. Na estação pública, a quota não deve ser inferior a 60%.»

in DN.05.Março.2006


Estranhas Notícias:
01- O RCP-Rádio Clube Português mudou de nome. Agora é só Rádio Clube.
"Ressuscitado" em 2003 pela mão de Pedro Tojal, em substituição da Rádio Nostalgia, este "novo" RCP nunca chegou aos calcanhares do RCP de outros tempos. Apenas mantinha o nome. Um nome forte, implantado no mercado e na memória do público. Ao fim de 3 anos, e já com Pedro Tojal fora da Média Capital Rádios, eis que se altera um pouco o perfil do canal. Mas era necessário alterar um nome tão forte, só para ficar "Rádio Clube"? Será marketing? O RCP de Pedro Tojal era para ombrear com a Rádio Renascença. E o actual Rádio Clube, é para rivalizar com a "generalidade" da Antena1 ou é para se aproximar em termos informativos da TSF? Quem sabe?


O que eles dizem (11)


«Osório muda perfil do RCP
Quatro meses depois de ter assumido a direcção de informação da Media Capital Rádios, Luís Osório alterou já o perfil do RCP, uma das principais apostas do grupo de comunicação social agora controlado pelos espanhóis da Prisa. O Rádio Clube Português (Lisboa, 104.3 FM) tem, desde segunda-feira, uma nova grelha de programas, com uma mais forte componente informativa, em que cabem, por exemplo, entrevistas diárias de uma hora a personalidades portuguesas ou mesmo um especial de duas horas com o balanço do mandato de Jorge Sampaio, como aconteceu ontem. "Não queremos ser uma rádio informativa, mas sim mais generalista, onde a informação tem obviamente um papel importante", resume ao DN Luís Osório.Com uma nova assinatura ("Rádio Clube - O clube de quem sabe"), novos separadores musicais, comerciais e de informação, novos jingles e logotipo, a estação, que tem em Miguel Cruz o seu director de antena, lançou segunda-feira novos espaços, onde se destaca O Convidado do Clube, uma entrevista de Luís Osório a uma figura da sociedade portuguesa (as duas primeiras foram Miguel Sousa Tavares e o ministro Alberto Costa), com emissão às 17.00 e repetição à meia-noite. Para lá da opinião de Nuno Rogeiro, rubricas sobre o trânsito e informação financeira, já existentes até aqui, juntam-se agora o humor de Luís Filipe Borges (uma aposta de Osório ainda no tempo de A Capital, e apresentador de A Revolta dos Pastéis de Nata, na 2 e a análise de desporto do treinador Luís Norton de Matos. "Queremos tornar a manhã e a tarde ainda mais dinâmicas", explica o jornalista. Para o director de informação, a aposta é simples: "sem perder os ouvintes já conquistados, queremos agradar a outro tipo de público, que gosta de se informar, de reflectir e que quer que a sua rádio tenha capacidade de influenciar a sociedade portuguesa".»

Nuno Azinheira
in DN.08.Março.2006


02- «Mais uma rádio local que escapa aos pressupostos da licença
O som francófono da Rádio Paris Lisboa, que há 15 anos se tinha instalado em Lisboa, deu lugar este mês, a uma nova rádio, a Rádio Europa. A ligação à cultura francófona permanece nesta nova estação, que emite nos 90.4 da RPL. Mas a aposta agora é mais para a música instrumental e para a informação. E a publicidade passa a ser uma realidade até aqui ausente. Antonieta Lopes da Costa, directora da estação, que acompanhou o nascimento da RPL em Lisboa e que, após um interregno, ali se mantém desde 1994, afirma que na nova Rádio Europa se alterou muita coisa e não só o nome: "Mudámos para já para um jazz instrumental, com uma música francesa por hora. E vamos querer puxar por alguma música clássica em certas alturas do dia."Outra aposta da nova Rádio Europa é a informação. "Temos mais colaboradores, para além da equipa anterior que se manteve. Contamos com colaboradores especializados como Nuno Crato, Helena Matos e Helena Sacadura Cabral", adianta ainda, referindo que a emissão em francês continuará a ser assegurada pela Radio France International entre as 21h00 e as 07h00. Mas a que se devem estas alterações e a mudança de nome? "Temos um novo projecto comercial e queremos demarcar-nos do anterior modelo, que nunca teve publicidade", conta Antonieta Lopes da Costa. "Até aqui recebemos sempre uma subvenção da Radio France International, o accionista maioritário da rádio, que entretanto mostrou intenção de diminuir essa participação gradualmente. Procurámos então um parceiro no mercado que pudesse explorar comercialmente a rádio. "Foi assim que nos últimos tempos a emissão dos 90.4 passou a ser explorada comercialmente pela Rede A, empresa dirigida por Luís Montez, que detém a Rádio Capital. Este tipo de modelo outsourcing, de exploração comercial de uma antena, não é muito comum em Portugal, onde as rádios preferem apostar nos seus próprios departamentos comerciais. A Rádio Renascença é uma excepção nesse campo, onde conta com a empresa Intervoz para fazer a exploração das rádios do grupo. Mas com orçamentos muito apertados, nem sempre é possível contratar quadros para formar departamentos comerciais próprios."Já tínhamos uma estrutura de exploração publicitária de rádio, que operava no nosso grupo. Esta parceria é apenas uma maneira de rentabilizar essa estrutura", garantiu Luís Montez, responsável também da Luso Canal, que detém mais três frequências de rádio na grande Lisboa: Rádio Marginal, Rádio Oxigénio e Radar FM. "É uma relação estritamente comercial", garante, sobre a parceria com a nova Rádio Europa, assegurando que o interesse da Rede A não passa pela frequência de rádio em si. Para Antonieta Lopes da Costa, com um novo modelo de rádio não fazia sentido manter o mesmo nome da Rádio Paris Lisboa. "Continua a ser uma rádio para uma minoria. Mas mais temática, mais direccionada. A Rádio Europa é uma rádio onde a música é um factor muito importante", conclui.»

Ana Machado ("Público" - 7 Mar 06)


03- «Metade das rádios da Madeira processadas pelo ICS por violação da lei
Sete das 14 estações de rádio privadas da Madeira foram processadas pelo Instituto da Comunicação Social (ICS) por violação da Lei da Rádio. As frequências fiscalizadas, na quase totalidade propriedade de uma empresa controlada pelo secretário-geral e líder parlamentar do PSD madeirense Jaime Ramos, emitiam em cadeia e não tinham programação própria, como determina a lei. Segundo a legislação em vigor, as rádios generalistas ou informativas devem emitir pelo menos três serviços noticiosos regulares sobre a área geográfica da sua influência, por si produzidos. Esses serviços noticiosos e a redacção devem ser obrigatoriamente assegurados por jornalistas com carteira profissional. Pelos indícios recolhidos no arquipélago, o ICS e a Alta-Autoridade para a Comunicação Social (AACS) desencadearam processos contra a Rádio Jornal da Madeira, propriedade do governo regional, por emitir em cadeia com as cinco rádios de Jaime Ramos, todas beneficiárias de subsídio governamental concedido individualmente como se funcionassem com meios técnicos e humanos autónomos. Apesar das advertências, aquele operador continua a transmitir em cadeia com as rádios locais sediadas na maioria dos 11 concelhos do arquipélago. No Tribunal de Santa Cruz está pendente um processo de fiscalização efectuada em 1999 à Rádio Zarco, com instauração de contra-ordenação em 2002, por falta de programação própria. Idêntico procedimento foi desencadeado em 2000 contra a Rádio Sol e Girão FM, também pela falta de programação própria e de informação. Estas duas últimas frequências locais - que pertencem, tal como a primeira, à empresa Ramos Marques e Vasconcelos, sociedade de Jaime Ramos e outros dois deputados sociais-democratas detentores de seis rádios locais - também foram condenadas, mas o alvará foi renovado tacitamente. A Rádio Porto Moniz, propriedade da Associação Desenvolvimento da Costa Norte da Madeira (Adenorma) fundada pelo deputado social-democrata Gabriel Drumond, foi igualmente condenada a uma coima de 9975 euros - que está a ser paga em prestações - por emitir em cadeia com a Rádio Jornal da Madeira, situação que se mantém. Esta ilegalidade pode ser penalizada com a suspensão da licença. Também a Rádio São Vicente, da Associação dos Bombeiros Voluntários deste município, e a Rádio Viva FM, propriedade da Radiurbe e licenciada para cobrir o concelho da Calheta, foram fiscalizadas por indícios de emissão em cadeia com a Rádio Jornal da Madeira, mas o processo foi arquivado.»

Tolentino de Nóbrega ("Público" - 1 Mar 06)



Boas notícias:
01- Finalmente, desde há poucos dias, está disponível a emissão da Radar na Internet... mas levou tempo! E para quando um site a sério?
02- Finalmente, desde há poucas semanas, as emissões da RDP on-line. E para quando o Podcast?
03- O regresso de Nuno Infante do Carmo à animação radiofónica (Seg. a Sex. das 17h às 19h e das 20hàs 21h). É no Rádio Clube. Um regresso que não consegue matar as saudades do "Último Metro" e do CMR. Mas é de saudar.



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