quinta-feira, 23 de março de 2006

Repetições


























Já me têm perguntado se não consumo mais meios de comunicação social para além da Rádio. Bom, demonstrei já por diversas vezes neste blogue que consumo jornais e… televisão. Veja-se as citações de jornais diários, como por exemplo o “Diário de Notícias”, “Público”, ou semanários como o “Expresso” ou o “Blitz”. Também consumo televisão, mas muito mais selectivamente do que a Rádio. Estou muito mais disponível para ouvir rádio do que ver TV. E, verdade seja dita, a televisão portuguesa também não ajuda muito. Hoje em dia quem não tiver televisão por cabo está fora do mundo. Não quero dizer que a rádio actualmente seja muito mais apelativa, mas para mim está em primeiro lugar.
Dos programas televisivos que procuro não perder de vista estão estes: “60 Minutos”; “Eixo do Mal”; “Toda a Verdade”; “Expresso da Meia-noite” [SIC-Notícias]; “O Belo e a Consolação” [SIC]; “1001 Escolhas [RTP-N]; “A Alma e a Gente”; "Clube de Jornalistas"; “Vidas” [2]; “Prós e Contras” [RTP1] e mais alguns com menos regularidade (documentários, biografias, debates especiais, jogos importantes de futebol – sim, gosto de futebol! E filmes só no TCM). E como é possível para mim acompanhar estes programas todos com regularidade, quase sempre sem perder nenhum? Porque os canais de TV os repetem. E assim, se não os “apanho” numa altura, “apanho-os” noutra. Neste conjunto de exemplos vindos do mundo televisivo há programas que repetem mais do que duas vezes, sempre em horários diferentes.
Isto para dizer que a rádio repete menos que a televisão. Refiro-me a programas específicos e, nomeadamente, aos de palavra. Sim, porque as playlists são repetidas (repetitivas) durante semanas, meses, anos…
As repetições são uma vantagem subvalorizada pela rádio. Na TV a repetição é, em princípio, mais penosa. Porque não só repete o som como as imagens que o acompanham. É sempre igual, no seu todo. Uma repetição radiofónica é sempre diferente, e não nos impede de realizar tarefas paralelas, como conduzir, por exemplo. Mas em Portugal, a TV repete mais que a rádio. Esta, por sua vez, “gasta” a antena com mais do mesmo (playlist) quando poderia estar a repetir um programa ou uma crónica bem mais interessantes. Há estações que o fazem (TSF; Antena1; RCP). Mas não é o bastante. E o recurso à audição pelos arquivos na Internet (e já agora, por Podcast) não serve de desculpa. Ainda há muita gente sem acesso.
No caso das repetições por rádio, quem ouviu e gostou, volta a ouvir e a gostar. Quem não ouviu, ouve pela primeira vez. Assim atingem-se mais ouvintes e o produto repetido é melhor rentabilizado no seu objectivo primordial: a escuta.



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