segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Coisas do Verão 2006 (4)
Foi este o disco que mais escutei nestas férias (atípicas) de verão. Não em nenhuma rádio!
O disco também é atípico.
Scott Walker não gravava há onze anos. É uma personagem cheia de interesse e mistério.
«The Drift» fez-me recuperar de ouvido os Walker Brothers (anos 60) e o próprio Scott Walker a solo nos álbuns «Scott 4» (1969) e «Tilt» (1995). A voz de Scott continua inconfundível e toda a tristeza do mundo que actualmente expressa em «The Drift», já se fazia sentir em canções dos Walker Brothers, disfarçadas de contentamento, como por exemplo o incontornável tema “The Sun Ain’t Gonna Shine Anymore”. Scott é a parcela unificadora de dois tempos e dois mundos aparentemente antagónicos, mas que afinal são um só universo. Talvez uma espécie de paraíso infernal.
É inegável que o acesso à imensa música que se produz nos dias de hoje está muitíssimo mais facilitado em relação a um passado recente. A indústria musical, mesmo a que não é dirigida ás massas, tem uma produção de grandes dimensões em quantidade e qualidade. A chamada "crise da indústria musical" é, tal como todas as outras espécies de crises, uma coisa muito relativa ou mesmo especulada. O que não faltam são novos projectos, novas bandas, novas vozes e conceitos, mas foi preciso um super veterano retornar ao activo para colocar à disposição dos ouvintes, que assim o queiram, O Disco que sacode, perturba – para o bem e para o mal – os conceitos clássicos da música pop alternativa anglo-saxónica.
«The Drift» - que levou sete anos a ser gravado - já nem sequer se pode catalogar como sendo um disco, um álbum de canções nos seus contornos tradicionais. É mais uma sequência narrativa do desespero, da angústia, do grito e da revolta. É uma composição, um anti-disco.
Foi publicado no dia 8 de Maio deste ano pela editora 4AD e é o CD que mais me “consumiu” neste verão (para mim) atípico.
Para ouvir «The Drift» são indispensáveis, pelo menos, dois requisitos fundamentais: sozinho, no escuro, e com auscultadores, para a completa percepção das inúmeras subtilezas sonoras que percorrem toda esta obra ímpar.
É claro e notório que um trabalho com estas características pouco usuais não cabe na curta esfera radiofónica em Portugal, pelas razões que se conhecem, mas «The Drift» dava um bom programa de rádio!
(dava, e vai dar…)
O disco também é atípico.
Scott Walker não gravava há onze anos. É uma personagem cheia de interesse e mistério.
«The Drift» fez-me recuperar de ouvido os Walker Brothers (anos 60) e o próprio Scott Walker a solo nos álbuns «Scott 4» (1969) e «Tilt» (1995). A voz de Scott continua inconfundível e toda a tristeza do mundo que actualmente expressa em «The Drift», já se fazia sentir em canções dos Walker Brothers, disfarçadas de contentamento, como por exemplo o incontornável tema “The Sun Ain’t Gonna Shine Anymore”. Scott é a parcela unificadora de dois tempos e dois mundos aparentemente antagónicos, mas que afinal são um só universo. Talvez uma espécie de paraíso infernal.
É inegável que o acesso à imensa música que se produz nos dias de hoje está muitíssimo mais facilitado em relação a um passado recente. A indústria musical, mesmo a que não é dirigida ás massas, tem uma produção de grandes dimensões em quantidade e qualidade. A chamada "crise da indústria musical" é, tal como todas as outras espécies de crises, uma coisa muito relativa ou mesmo especulada. O que não faltam são novos projectos, novas bandas, novas vozes e conceitos, mas foi preciso um super veterano retornar ao activo para colocar à disposição dos ouvintes, que assim o queiram, O Disco que sacode, perturba – para o bem e para o mal – os conceitos clássicos da música pop alternativa anglo-saxónica.
«The Drift» - que levou sete anos a ser gravado - já nem sequer se pode catalogar como sendo um disco, um álbum de canções nos seus contornos tradicionais. É mais uma sequência narrativa do desespero, da angústia, do grito e da revolta. É uma composição, um anti-disco.
Foi publicado no dia 8 de Maio deste ano pela editora 4AD e é o CD que mais me “consumiu” neste verão (para mim) atípico.
Para ouvir «The Drift» são indispensáveis, pelo menos, dois requisitos fundamentais: sozinho, no escuro, e com auscultadores, para a completa percepção das inúmeras subtilezas sonoras que percorrem toda esta obra ímpar.
É claro e notório que um trabalho com estas características pouco usuais não cabe na curta esfera radiofónica em Portugal, pelas razões que se conhecem, mas «The Drift» dava um bom programa de rádio!
(dava, e vai dar…)