domingo, 11 de março de 2007
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Uma emissão recomendada às pessoas que amam a Rádio.
Mais pormenores em: http://comonocinema.blogspot.com/
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Quando a Rádio nos fala – para além do ouvido – directamente ao coração
Estou preso num duplo discurso de que não posso sair. Por um lado, digo-me: e se o outro, por qualquer disposição da sua própria estrutura, tiver necessidade da minha pergunta? Não terei então motivos para me abandonar à expressão literal, ao dizer lírico da minha paixão? O excesso, a loucura, não são a minha verdade? a minha força? E se esta verdade, esta força, acabassem por impressionar? Mas, por outro lado, digo-me: os sinais desta paixão arriscam-se a sufocar o outro. Não se impõe então, precisamente porque o amo, esconder-lhe quanto o amo? Vejo o outro num duplo aspecto… ora o vejo como objecto ora como sujeito. Hesito entre a tirania e a oblação. Eu próprio me envolvo numa chantagem. Se amo o outro, cabe-me querer o seu bem. Mas então não posso fazer-lhe mal. ARMADILHA! Estou condenado a ser um santo ou um monstro. Santo não posso, monstro não quero. Portanto, hesito. Mostro um pouco a minha paixão.
Em que momento se torna perigoso avançar mais? A pergunta surge no momento em que achamos que já fomos longe de mais.
In: «Íntima Fracção» de Francisco Amaral
Feliz aquele que administra sabiamente a tristeza
(…)
Mais triste é termos de nascer e morrer
E haver árvores ao fim da rua
(texto de Ruy Belo)
Se perderam alguém que morreu, conformem-se. Se perderam alguém que está vivo, tenham esperança!
Uma ouvinte em directo ao telefone no programa «Tudo é Possível» de Paulo Ferreira de Melo (Rádio Clube Português)