As imagens que abaixo se vêm não são da canção de que vos venho falar. Não existe no
YouTube (ainda?), mas mostram o mesmo homem que a escreveu e a cantou.
O que dizer de uma canção que já diz tudo?
“
Love Calls You By Your Name” conheci através da «
Íntima Fracção», passei-a em muitas noites da rádio durante mais de uma década. É uma canção que salva – pode salvar – a alma e o coração. É purgatória e reflexiva.
"Love Calls You By Your Name" não faz parte do grande lote das canções mais conhecidas deste canadiano, filho da neve, mas também podia - e pode - estar entre as melhores do século XX.
É a descida àquilo que o pensador George Steiner chama de “tribunal da memória”, uma espécie de auto-exame em que, segundo Steiner, se formos verdadeiramente sinceros, chumbamos. Sem excepções. Descobrimos “o estranho” que há em nós (
I was the stranger).
Na última noite em que a IF foi transmitida pela TSF, eu estava em emissão e quis dedicar os quinze minutos que lhe antecederam incluindo esta canção de
Leonard Cohen. Foi a última vez que a pude passar na rádio.
Agora, nestes tempos de
songs they never play on the radio, ela ainda pode ser escutada na emissão do
23º aniversário da IF. As melhores canções são como as pessoas; é nos momentos maus que se revelam. E a Rádio já não passa as melhores canções.
Não temos as imagens nem o som da canção (
o amor chama-te pelo teu nome), mas temos o texto completo, as palavras, que encerram todo e qualquer discurso que sobre as mesmas poderia ou conseguiria mais fazer. Palavras para quê? Para serem lidas com todas as letras, especialmente as que não estão lá!