quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ecos de uma noite nas notícias da Rádio

Em 2006 foram gastos mil e quatrocentos milhões de euros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em tratamentos directamente derivados do consumo de tabaco. O que não foi dito nas notícias da Rádio é que o imposto que o Estado arrecada com a venda do tabaco é de 76%. Em 2003, o Estado ganhou mil e duzentos e vinte milhões de euros com esse imposto. Desde então, o tabaco já aumentou várias vezes e, nalgumas dessas vezes, muito (segundo os consumidores). À luz dos dias que correm, talvez a despesa do SNS seja sustentada pelo vício tabagista, coisa que a Rádio não informou. Um “pequeno” pormenor que daria largueza horizontal à informação transmitida. No entanto, o final da notícia radiodifundida foi contundente e elucidativo: uma pessoa morre a cada dez segundos no mundo por causa do fumo do tabaco.
Eu, que não sou fumador, frequento há vinte anos locais de trabalho em que o fumo impera permanentemente. Não sou fundamentalista quanto às leis (discriminatórias? protectoras? proteccionistas? utópicas?) sobre os locais em que se deve/pode ou não fumar mas, apesar de saber que um dia aparecerá uma desculpa qualquer - natural ou artificial - para me fazer retirar da face da Terra, gostaria ao menos que não fosse um enfisema pulmonar ou um cancro na garganta que não paguei para ter.


Todas as formas de vício são más, seja o narcótico, o álcool, a morfina ou o idealismo.
Carl Jung



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