sexta-feira, 1 de junho de 2007
Ele (quase) em minha casa

O chavão/frase feita/cliché: “A sala foi grande demais para… ” não serve para descrever aquela noite. Os que lá estiveram, sabiam ao que iam. Não muitos, mas muito conhecedores. E só não foram mais porque a data apareceu praticamente do nada, com promoção a rasar o zero. Poucos, mas bons (aqui já vale cliché!) conheciam de cor letras de um disco que não passa na Rádio (embora passe um ou outro tema, quando deveria passar TODO!) e que ainda só foi editado há pouco mais de quatro meses.
JP Simões (deve-se pronunciar Gê-Pê) não enganou ninguém, Tão pouco desiludiu. Acompanhado pelo Couple Coffee fez soar a sua música e aquelas letras – principalmente aquelas letras – com o conhecimento de saber feito. Os comentários de JP entre cada canção são tão desconcertantes, irónicos e hilariantes quanto indispensáveis. Fazem parte da figura, como nos habituou nas saudosas actuações ao vivo dos Belle Chase Hotel e no efémero Quinteto Tati. «1970» é, até agora, o melhor disco português de 2006… editado em 2007 (Janeiro), beijando na boca o verão brasileiro. A conotação veio a seu tempo na imprensa e subscrevo por inteiro. O álbum, dentro do seu estilo multicultural, é uma obra quase sem mácula. Destaco uma magnífica versão do tema "Inquetação", de José Mário Branco. Mas a letra que mais me atinge, por diversas razões, é a do tema título "1970 (retrato)".
Estejam atentos: ele anda por aí. Há dias foi (quase) na minha casa, amanhã – ou já hoje – pode ser na vossa.
Eis uma das canções de «1970», aqui JP Simões em dueto com a cantora brasileira Luanda Cozetti.
Se por acaso (me vires por aí)