terça-feira, 11 de setembro de 2007
Coisas do Verão 2007 (7)
Iklimler
Este foi – para mim – o filme deste Verão. Realizado no ano passado pelo turco Nuri Bilge Ceylan, trata-se da história de um casal que já não comunica. Ele, mais velho, é uma pessoa muito introspectiva e rudimentar na sua abordagem linguística. Ela, mais nova, é muito fechada e manifesta-se através de um desconcertante comportamento infantil. Ambos querem reencontrar-se, mas já é tarde demais. Os estados de alma quer de um, quer de outro, são magistralmente definidos pela paisagem e pelas condições climatéricas. Montagem surpreendente (sim, ainda é possível fazerem-se montagens surpreendentes em cinema sem efeitos digitais!). A banda sonora não lhe fica atrás e é introduzida no filme através de um auto-rádio.
A Turquia pode estar politicamente à porta da Europa Comunitária, mas na sétima arte em nada fica a dever aos seus vizinhos (longínquos) europeus.
Sessão com pouco público no cinema Nimas, em Lisboa, numa noite fria de Agosto em que tive que envergar uma camisola que não vesti em todo o Inverno. Climas…
Imagens de «Climates» com espaço e tempo narrativos.
Ver trailer aqui
Claro que não há bela sem senão e, para manchar a tela da sala escura, lá tinha que aparecer mais uma manifestação de sexo e violência gratuitos. «Death Proof» de Quentin Tarantino só tem para oferecer, para além de um infindável reportório de impropérios e quejandas verbalidades escatológicas, um clímax reduzido a um brutalíssimo choque frontal entre dois automóveis. Ainda lá apareceu uma jovem estrela animadora de rádio, mas essa faceta não chegou sequer a ser explorada. Muito pouco a juntar ao nada. Tarantino já mostrou melhor.
Sessão pipoca com lotação esgotada e um filme completamente a mais no meu cinema.
Este foi – para mim – o filme deste Verão. Realizado no ano passado pelo turco Nuri Bilge Ceylan, trata-se da história de um casal que já não comunica. Ele, mais velho, é uma pessoa muito introspectiva e rudimentar na sua abordagem linguística. Ela, mais nova, é muito fechada e manifesta-se através de um desconcertante comportamento infantil. Ambos querem reencontrar-se, mas já é tarde demais. Os estados de alma quer de um, quer de outro, são magistralmente definidos pela paisagem e pelas condições climatéricas. Montagem surpreendente (sim, ainda é possível fazerem-se montagens surpreendentes em cinema sem efeitos digitais!). A banda sonora não lhe fica atrás e é introduzida no filme através de um auto-rádio.
A Turquia pode estar politicamente à porta da Europa Comunitária, mas na sétima arte em nada fica a dever aos seus vizinhos (longínquos) europeus.
Sessão com pouco público no cinema Nimas, em Lisboa, numa noite fria de Agosto em que tive que envergar uma camisola que não vesti em todo o Inverno. Climas…
Imagens de «Climates» com espaço e tempo narrativos.
Ver trailer aqui
Claro que não há bela sem senão e, para manchar a tela da sala escura, lá tinha que aparecer mais uma manifestação de sexo e violência gratuitos. «Death Proof» de Quentin Tarantino só tem para oferecer, para além de um infindável reportório de impropérios e quejandas verbalidades escatológicas, um clímax reduzido a um brutalíssimo choque frontal entre dois automóveis. Ainda lá apareceu uma jovem estrela animadora de rádio, mas essa faceta não chegou sequer a ser explorada. Muito pouco a juntar ao nada. Tarantino já mostrou melhor.
Sessão pipoca com lotação esgotada e um filme completamente a mais no meu cinema.