terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (03)

Se ouvirem o tema “Night And Day” de Cole Porter imediatamente antes, ou a seguir, de “Samba De Uma Nota Só” sentirão algumas semelhanças. Mas são só semelhanças, pois a divisão e os encadeamentos sonoros são totalmente diferentes. Jobim, como mais tarde se verificaria sem a mínima dúvida, foi um compositor ao nível de Porter. No entanto a polémica foi, inicialmente, inevitável.
“Samba de Uma Nota Só” é uma das canções mais versadas de Jobim, principalmente por parte do mundo do Jazz norte-americano. Adquiriu na América o nome de “One Note Samba” e uma das interpretações mais carismáticas pertence a Ella Fitzgerald.

Ver e ouvir aqui

Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.

SAMBA DE UMA NOTA SÓ
(Tom Jobim / Newton Mendonça)

Eis aqui este sambinha feito numa nota só
Outras notas vão entrar, mas a base é uma só
Esta outra é consequência do que acabo de dizer
Como eu sou a consequência inevitável de você

Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada,
Ou quase nada
Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada,
Não deu em nada

E voltei para minha nota como eu volto para você
Vou contar com uma nota como eu gosto de você
E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Fica sempre sem nenhuma, fique numa nota só




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