sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (07)
















Depois de “Garota de Ipanema” e “Samba de Uma Nota Só”, “Corcovado” é a terceira composição de António Carlos Jobim mais gravada no Brasil e no mundo. É uma composição de 1960, e João Gilberto gravou-a pela primeira vez em Março desse ano, no dia 30. Há uma segunda gravação muito mais famosa, com as participações de – para além do próprio João – da sua então mulher, a cantora Astrud Gilberto e ainda o saxofonista norte-americano Stan Getz. Na interpretação bilingue (Inglês/Português), “Corcovado” ficou com o nome de “Quiet Night of Quiet Stars”.
Na letra original desta canção, e logo na primeira frase, Jobim tinha escrito Um Cigarro, Um Violão. Durante as gravações João Gilberto convenceu Jobim a mudar a estrofe para Um Cantinho, Um Violão e assim ficou conhecida para sempre uma das mais belas melodias em língua portuguesa.
Jobim inspirou-se na vista que desfrutava a partir de uma janela do seu apartamento no Rio de Janeiro, na rua Nascimento Silva nº 107, donde avistava-se a estátua do Cristo Redentor no alto do morro [anos mais tarde a vista ficou tapada pela construção de um outro edifício]. A vista acabou, mas a canção ficou. Até hoje.

Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.



CORCOVADO
(Tom Jobim)


Um cantinho e um violão
Este amor, uma canção
Para fazer feliz a quem se ama

Muita calma para pensar
E ter tempo para sonhar

Da janela vê-se o Corcovado
O Redentor que lindo

Quero a vida sempre assim, com você perto de mim
Até ao apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é Felicidade meu amor



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