quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (29)











Wilson Simonal de Castro (1939-2000) é talvez o nome mais obscuro e esquecido da Bossa Nova. Simonal foi um artista de muito sucesso nos anos 60 e 70. Pela mão do compositor e músico Ronaldo Bôscoli foi parar ao “Beco das Garrafas”, que nos anos 50 era o reduto da Bossa Nova no Rio de Janeiro. “Beco das Garrafas” era a rua onde se situava um conjunto de estabelecimentos nocturnos, no bairro carioca de Copacabana. Nos anos 50, o “Beco das Garrafas” era frequentado pelos artistas mais boémios da Bossa Nova. Consta que João Gilberto nunca lá pôs os pés. A alcunha de “Beco das Garrafas” deve-se à pratica dos moradores em atirarem garrafas vazias sobre os boémios mais barulhentos que saíam dos bares a altas horas da noite.
João Gilberto, o recluso, gravou “Lobo Bobo” no dia 4 de Fevereiro de 1959, em pleno Verão carioca. É um dos clássicos da Bossa Nova com o texto mais infantil, a par de “O Pato”.
Nas imagens, a interpretação de "Lobo Bobo" pelo esquecido Wilson Simonal, ao vivo na TV-Record em 1969.

Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.

LOBO BOBO
(Ronaldo Bôscoli/Carlos Lyra)

Era uma vez um lobo mau que resolveu jantar alguém, estava sem vintém, mas arriscou e logo se estrepou. Um chapéuzinho de Maio ouviu buzina e não parou, mas lobo mau insiste, faz cara de triste. Mas chapéuzinho ouviu os conselhos da vóvó dizer que não para o lobo, que com lobo não fica só. Lobo canta, pede, promete tudo - até amor - e diz que fraco de lobo é ver um chapéuzinho de Maio. Chapéuzinho percebeu que o lobo mau se derreteu. Para ver vocês que lobo também faz papel de bobo. Só posso lhe dizer chapéuzinho agora traz um lobo na coleira que não janta nunca mais. Lobo bobo...




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