sábado, 6 de dezembro de 2008
Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (32)
A letra é de Ary Barroso e Luiz Peixoto. Uma dupla que viria a ter esta canção cantada e tocada por João Gilberto a partir do dia 4 de Fevereiro de 1959.
A Bossa Nova era, no seu início, um tipo de música sofisticada demais para as grandes massas. Pertencia a uma franja da classe média, mas depressa se popularizou em todas as outras classes. O novo movimento, provindo de um sector socialmente favorecido, nunca foi racista ou sectário. O “negro”, a “negra”, o “mulato” ou a “mulata” sempre estiveram incluídos. Não há, nem nunca houve, racismo na Bossa Nova. É um Samba de origem elitista, mas que serve a todos.
Na fotografia: Ary Barroso, compositor de alguns clássicos da Bossa Nova e Elizete Cardoso, a primeira voz da história a cantar o tema “Chega De Saudade” (o primordial registo histórico da Bossa Nova, em 1958).
Nas imagens: Participação da cantora Juliana Kehl no cinquentenário da Bossa Nova, no programa «Mosaicos» da TV-Cultura. Inclui homenagem a João Gilberto, mostrando que o mestre da Bossa Nova ouvia muita Rádio.
Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.
É LUXO SÓ
(Ary Barroso/ Luiz Peixoto)
Olha, essa mulata quando samba
É luxo só
Quando todo seu corpo se embalança
É luxo só
Tem um não sei quê
Que faz a confusão
O que ela não tem meu Deus,
É compaixão
Êta, mulata quando, ah
Olha, essa mulata quando dança
É luxo só
Quando todo seu corpo se embalança
É luxo só
Porém seu coração quando se agita
E palpita mais ligeiro
Nunca vi compasso tão brasileiro
Êta, samba, cai para lá
Cai para cá, cai para lá, cai para cá
Êta, samba, cai para lá
Cai para cá, cai para lá, cai para cá
Mexe com as cadeiras, mulata
Seu requebrado me maltrata