terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (35)











Música de António Carlos Jobim, letra de Vinicius de Moraes. «O Grande Amor»: uma das mais aclamadas composições com as palavras de Vinicius. De todos os escritores de letras para canções na vasta cultura musical brasileira, De Moraes foi o mais aclamado e consagrado. E com toda a justiça. Ninguém como ele utilizou a palavra no período clássico da Bossa Nova. E a Bossa Nova não seria o que foi e é sem a altíssima qualidade da sua poesia. Claro que a sua poesia também não seria o que foi – e é – na Bossa Nova sem a música de Tom Jobim e a voz de João Gilberto. Em 1963, João, Astrud e Jobim juntam-se ao saxofonista norte-americano Stan Getz e gravam em Nova Iorque o álbum da consagração definitiva a nível mundial. Uma dos temas do disco é a canção «O Grande Amor» É aqui que se encontra, de facto, um acasalamento da Bossa Nova com o Jazz. Em 1964, Stan Getz e João Gilberto ganham os dois prémios Grammy nas categorias de Melhor Álbum e Melhor Canção superando, por exemplo, os The Beatles no disco «A Hard Days Night».
Stan Getz viria a abandonar o estilo Bossa Nova, optando por um Jazz mais esotérico, mas na segunda metade da década de 60 foi um dos principais divulgadores da Bossa Nova pelo mundo inteiro.
Aqui o vemos ao vivo em Paris, no ano de 1980, a interpretar instrumentalmente o tema «O Grande Amor».
Depois de uma vida atribulada e atormentada por viciosas ligações ao álcool e às drogas, Getz morre em 1991.

Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.



O GRANDE AMOR
(Tom Jobim/Vinicius de Moraes)

Haja o que houver

Há sempre um homem para uma mulher
E há-de sempre haver para esquecer
Um falso amor e uma vontade de morrer
Seja como for há-de vencer o grande amor
Que há-de ser no coração
Como um perdão
Para quem chorou



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