terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (42)
Os Cariocas é um conjunto vocal, criado em 1942 por Ismael Neto, e é um dos agrupamentos mais antigos do Brasil. Vai já na sétima formação. Todas as grandes composições da Bossa Nova foram interpretadas pelos Cariocas. O estilo é, por eles, aligeirado. Uma espécie de banda de salão a tocar e interpretar covers. Eles estiveram com João Gilberto na actuação para o filme «Copacabana Palace». Na única vez que Vinicius de Moraes, António Carlos Jobim e João Gilberto tocaram juntos ao vivo, no Au Bon Gourmet (Rio de Janeiro), Os Cariocas estavam com eles.
Essas actuações históricas ficaram conhecidas como “O Encontro”, das quais participaram ainda o conhecido baterista Milton Banana e o baixista Otávio Bailly. Os Cariocas começaram nas festas de bairro no Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro e foram os meninos do rádio. Já depois da prematura morte do seu principal fundador, Ismael Neto (1956), entraram no movimento Bossa Nova desde a primeira hora. A partir dos anos 60, Os Cariocas tornaram-se famosos nas Américas, fazendo digressões de grande sucesso nos Estados Unidos, México e Argentina.
Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.
VIVO SONHANDO
(António Carlos Jobim)
Vivo sonhando, sonhando
Mil horas sem fim
Tempo que vou perguntando
Se gostas de mim
Tempo de falar de estrelas
De um céu, de um mar assim
Falar de um bem que se tem
Mas você não vem, não vem
Você não vindo, não vindo
A vida tem fim
Gente que passa sorrindo
Zombando de mim
E eu a falar em estrelas
Mar amor e luar
Pobre de mim
Que só sei te amar
Você não vindo, não vindo
A vida tem fim Gente que passa sorrindo
Zombando de mim
E eu a falar de estrelas
Mar amor e luar
Pobre de mim que só sei te amar
LOUCO
(Wilson Batista)
Louco, pelas ruas ele andava
O coitado chorava
Transformou-se até num vagabundo
Para ele a vida não valia nada
Para ele a mulher amada
Era seu mundo
Conselhos eu lhe dei
Para ele esquecer
Aquele falso amor
Ele se convenceu
Que ela nunca mereceu
Nem reparou
Sua grande dor
Que louco!