sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (45)
A Banda Nova acompanhou António Carlos Jobim por vários anos. Dela fizeram parte o violoncelista Jaques Morelenbaum. Entre as coristas figuraram a filha de Jobim, a segunda mulher, Ana e ainda Paula Morelenbaum. Esta última viria a formar mais tarde, juntamente com Jacques Morelenbaum, mais o filho e o neto de Jobim, o Quarteto Jobim Morelenbaum. Depois, ainda com Jacques Morelenbaum, Paula foi a voz do projecto Sakamoto/Morelenbaum2, que gravaram a obra «Casa». Um magnífico trabalho realizado no interior da própria casa de António Carlos Jobim, versando originais do autor de “Vivo Sonhando” e de tantos outros clássicos da Bossa Nova. O pianista japonês Ryuichi Sakamoto – fã assumidíssimo de Jobim – ainda encontrou impressões digitais do Mestre no piano que utilizou nessas gravações, anos depois da morte de Tom. Paula Morelenbaum tem agora uma carreira a solo onde, sem excepção, recorre ao espólio do melhor da Bossa Nova reinventando-a e prolongando-a no tempo actual.
Aqui fica a interpretação do tema “Você e Eu” da dupla de autores Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, homenageados ao vivo por Tom Jobim e a sua Banda Nova (há actualmente uma outra formação brasileira com o mesmo nome mas que em nada está relacionada com a de Jobim).
João Gilberto gravou este clássico maior da Bossa Nova no dia 14 de Setembro de 1961.
Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.
VOCÊ E EU
(Carlos Lyra/Vinicius de Moraes)
Podem me chamar
E me pedir e me rogar
E podem mesmo falar mal
Ficar de mal que não faz mal
Podem preparar
Milhões de festas ao luar
Que eu não vou ir
Melhor nem pedir
Eu não vou ir, não quero ir
E também podem me obrigar
Até sorrir, até chorar
E podem mesmo imaginar
O que melhor lhes parecer
Podem espalhar
Que eu estou cansado de viver
E que é uma pena
Para quem me conheceu
Eu sou mais você
E eu
SE É POR FALTA DE ADEUS
(Antonio Carlos Jobim/Dolores Duran)
Se é por falta de adeus
Pode ir embora desde já
Se é por falta de adeus
Não precisa mais ficar
Seus olhos vivem dizendo
O que você teima em querer esconder
A tarde parece que chora
Com pena de ver
Este sonho morrer
Não precisa iludir
Nem fingir e nem chorar
Não precisa dizer
O que eu não devo escutar
Deixe meus olhos vazios
Vazios de sonhos
E dos olhos teus
Não é preciso ficar
Nem querer enganar
Só por falta de adeus