quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Faz hoje 25 anos
No dia 13 de Dezembro de 1987 realizava-se a oitava edição da Copa Toyota – Taça Intercontinental, também conhecida na altura como Mundial de Clubes, no Estádio Nacional Olímpico de Tóquio, no Japão
Debaixo de um nevão intenso, disputou-se a final da Taça
Intercontinental em Futebol, que juntava num só jogo o vencedor de clubes da
Europa com o vencedor de clubes da América do Sul.
Frente a frente o vencedor da Taça dos Clubes Campeões
Europeus [actual Liga dos Campeões], Futebol Clube do Porto, e o vencedor da Taça
Libertadores da América [actual Copa América], Club Atlético Peñarol (do
Uruguai).
A transmissão deste encontro de Futebol foi mais feliz para
a Rádio do que para a Televisão.
As imagens, fruto das más condições climatéricas, eram de
difícil visibilidade. Mal se conseguia ver a bola e onde ela estava, e era quase
impossível distinguir os jogadores.
Nos dias de hoje, o encontro seria adiado até estarem reunidas
as condições mínimas para a normal pratica do Futebol. Mas há um quarto de século
o jogo tinha mesmo que se disputar na data marcada devido também, mas não só, ao
urgente regresso das equipas aos respectivos continentes e campeonatos.
Ao intervalo o F.C. Porto vencia o Peñarol por 1-0. Na
segunda parte, ainda com mais neve e gelo em campo, acontece o empate.
Num cenário tão inóspito as duas equipas ainda teriam que resolver
a contenda num prolongamento de mais meia-hora.
O argelino Madjer desempata com um golo de arte. Seria o valsante da final de Viena a resolver o jogo a favor da equipa portuguesa.
Não deixa de ser irónico ter sido um bailarino das areias do deserto a executar o toque final de magia na densidade das neves em campo.
O argelino Madjer desempata com um golo de arte. Seria o valsante da final de Viena a resolver o jogo a favor da equipa portuguesa.
Não deixa de ser irónico ter sido um bailarino das areias do deserto a executar o toque final de magia na densidade das neves em campo.
Fica a imagem e comentário de TV (RTP) do golo da vitória da
equipa portuguesa, obtido naquela autêntica odisseia das neves, a dez minutos
do final do prolongamento.
Rabah Madjer foi eleito o melhor jogador em campo e recebeu um
carro da marca Toyota, o prémio oferecido pelo patrocinador oficial a quem merecesse –
mais do que todos – erguer a enorme chave dourada.
رابح ماجر;
Há curiosidades relacionadas com esta Taça Intercontinental:
O formato de um só jogo acabou em 2004, onde o F.C. Porto voltou a ganhar – nos penaltis, após 0-0 no prolongamento – frente ao Once Caldas, da Colômbia. Sem neve nem gelo. Apenas o ar frio próprio do mês de Dezembro na cidade de Yokohama. Foi a derradeira edição. Fez ontem (12.12.12) oito anos.
O Club Atlético Peñarol nunca mais voltou, até agora, a ser campeão da América do Sul. Por lá diz-se mesmo que a final de Tóquio foi o jogo da maldição.
Uma semana depois do Once Caldas perder a final da Taça Intercontinental, o treinador Luis Fernando Montoya, de 47 anos de idade, foi baleado com gravidade à porta de casa quando dois homens tentavam assaltar a mulher, tendo ficado paralítico na sequência dos ferimentos. Tinha sido considerado em 2004 o treinador do ano na América do Sul. A final da Taça Intercontinental desse ano foi o último jogo da carreira profissional. Montoya não voltou a treinar.
De 2005 para cá realiza-se um mini-campeonato mundial de clubes, também no Japão, onde se encontram as equipas vencedoras dos vários continentes (num formato esquisitíssimo).
O velho Estádio Nacional Olímpico de Tóquio será demolido no ano 2015 e, em seu lugar, surgirá um novo estádio ultra-moderno, da autoria de uma arquitecta iraniana.
Mais nenhuma equipa portuguesa (ou outra) poderá vencer a Taça Intercontinental. E para uma equipa portuguesa ganhar lugar no Campeonato Mundial de Clubes terá primeiro que voltar a conquistar a Liga dos Campeões.
Ainda mais curiosidades:
O Peñarol já tinha vencido três edições da antiga competição
Coupe Européenne-Sudamericaine
(formato inaugural que existiu entre 1960 e 1979) nos anos de 1961, 1966 e
1982, quando o título de Campeão do Mundo de Clubes se disputava em duas mãos,
na casa dos respectivos intervenientes. Na edição de 1961 foi frente ao Sport
Lisboa Benfica. A equipa de Eusébio disputou a Taça Intercontinental no ano
seguinte e também saiu derrotada.
Desde o início dos
anos 60 que as equipas nacionais não venciam títulos internacionais, pelo que o
ano de 1987 foi muito importante para o desporto português, na modalidade de Futebol,
com as várias conquistas da equipa portista.
Notas finais:
Este blogue não é
sobre Futebol (mas hoje é).
O autor do mesmo
não é adepto do F.C. Porto nem do S.L. Benfica.