quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Joaquim Benite
1943-2012
No noticiário das quatro horas desta madrugada, a SIC-Notícias informou os telespectadores da morte do encenador Joaquim Benite
Fui parar, através da Rádio, ao Festival de Teatro de Almada no início do Verão de 1996.
Após a sessão pública de apresentação da edição desse ano, Benite confidenciou-me algumas palavras já com o microfone desligado, dizendo-me: “Vocês deviam vir cá mais vezes”.
É verdade que a Rádio voltou a ir ao Teatro, mas também é verdade que não foi as vezes que devia ter ido. E, um dia, deixou mesmo de aparecer. Mas o Teatro continuou.
Anos antes, nas intermináveis manhãs de fim-de-semana da já há muito extinta RSS, e antes de conhecer pessoalmente Joaquim Benite, divulgava aos ares mais atentos as suas encenações na Companhia de Teatro de Almada.
Naquele início de Verão, numa quente noite de Julho, assisti à peça «Os Três Porquinhos», magistralmente encenada e levada à cena num pequeno anfiteatro ao ar livre, numa escola livre, em Almada.
A fábula, em forma de conto, descreve a vida dos três irmãos Cícero, Heitor e Homero. É um clássico da literatura infantil, mas que todos os adultos deviam conhecer.
Benite conhecia-a bem e também fez dela um dos seus desígnios na vida que teve de 69 anos.
O que ele dizia:
Os encenadores nunca ficam na história. Quem fica na história são os autores.