domingo, 30 de dezembro de 2012
Os melhores álbuns do ano
01.Dead Can Dance – Anastasis
Uma história com mais de três décadas nascida nos antípodas, que percorreu todas as latitudes musicais do planeta. Dezasseis anos depois do último trabalho de originais, a dupla fundadora Lisa Gerrard e Brendan Perry ressurge à multi-etnia sonora dos Dead Can Dance num disco pleno de força e autenticidade. Música intemporal, em «Anastasis» com bases firmadas na herança milenar grega.
O tema “Opium” é a canção de antologia do ano.
02.Sharon Van Etten – Tramp
Ao terceiro disco, a compositora/guitarrista/cantora norte-americana confirmou todas as boas suspeitas referentes ao seu talento, levantadas anteriormente por dois álbuns [«Because I Was in Love», 2009 e «Epic», 2010]. Trabalhos que passaram despercebidos por cá, ao contrário de «Tramp» que tem tido bom acolhimento por parte da crítica mais atenta. O tema “Serpents” é um hino à libertação interior.
03.Beach House – Bloom
Quarto disco da formação oriunda de Baltimore. Os norte-americanos Beach House seguem a espiral evolutiva preconizada pelos três discos anteriores. Uma dupla magnífica de autores, Alex Scally e Victoria Legrand, que tem na voz da vocalista a certeza de que estamos perante a melhor banda Dream Pop desde os escoceses Cocteau Twins. O tema “Myth” confirma.
04.Mirel Wagner – Mirel Wagner
Álbum homónimo e primeiro da cantora Mirel Wagner. Nascida na Etiópia e radicada na Filandia. Está entre o calor sorumbático de Billie Holiday e o gelo orgânico de Beth Gibbons. Grande colecção de canções introvertidas.
O tema “No Death” é a balada introspectiva do ano.
05.Bill Fay – Life Is People
Foram precisas quatro longas décadas para que o britânico Bill Fay voltasse a gravar. Não o fazia desde o já longínquo ano de 1972. Dos anteriores trabalhos, ninguém se lembrava. Na altura passaram completamente despercebidos. A justiça está a ser feita agora, aos 68 anos de idade, em grande forma e em clima apaziguador.
O tema “Never Ending Happening” é a balada existencialista do ano.
06.Grimes – Visions
Tudo feito por uma só pessoa: Claire Boucher, a canadiana de voz de criança, que dá corpo e alma a este projecto pessoal, editado – ao quarto disco – pela ala norte-americana da independente 4AD.
Música electrónica misturada com registos vocais, criando paisagens sonoras surreais e algumas delas dançáveis.
Tema de referência: “Colour of Moonlight”.
07.Julia Holter – Ekstasis
Promete ser algo mais no futuro próximo, mas no disco deste ano a jovem Holter já deixa consolidadas algumas das pistas mais inovadoras que havia lançado antes de «Ekstasis» (álbum «Tragedy», de 2011).
Multi-intrumentista e dona de uma voz leve e etérea.
Tema imperdível: "Our Sorrows".
08.Sun Kill Moon – Among the Leaves
Quase que não vale a pena descrever muito o trabalho do colectivo liderado por um só homem, o mesmo de sempre. Mark Kozelek.
Sem nunca conseguir ultrapassar a dimensão alcançada nos anos 90 com os saudosos Red House Painters, os Sun Kill Moon demonstram aqui uma vez mais de que massa são feitos. Mantêm a atmosfera que sempre os caracterizou, na mesma sopa que os torna permanentemente frescos e suculentos, de seu nome Caldo Verde.
Um álbum para ouvir do primeiro ao último instante. Todo ele é a mesma canção com diversas variantes.
09.Scott Walker – Bish Bosch
O trabalho do antigo vocalista dos Walker Brothers é, desde 1995, inclassificável. Não se insere em nenhuma das imensas categorias em que a industria musical está estratificada. Poder-se-á dizer que é música de autor que, por si só, é um estilo pessoal. Desde «Tilt» (1995), passando por «The Drift» (2006), chegando agora a este segundo disco sob a chancela da 4AD.
Para mentes mais abertas à estranheza e ao desconforto do desconhecido.
“Epizootics” é o tema bizarro do ano.
10.Lana Del Rey – Born to Die
Com um pé na chamada indie music e outro no mainstream, o equlíbrio difícil entre as duas fronteiras foi plenamente conseguido no álbum de estreia [em rigor histórico é o segundo disco] da cantora norte-americana.
Uma imagem artificial entre o glamour dos anos 50 do século XX e a modernidade, produziu um efeito sedutor. Factores que ajudaram muito nesta rampa de (re)lançamento de Lana Del Rey, mas o mais importante são as canções. E, já na parte final do ano corrente, «Born to Die» foi reeditado, numa «Paradise Edition» revista e aumentada, que engrandeceu ainda mais este álbum editado em Janeiro de 2012.
Um grito de liberdade chama-se “Ride” e o clássico “Blue Velvet” é a versão do ano.
+ cinco grandes discos de 2012:
11.Bruce Springsteen & The E Street Band – The Wrecking Ball
12.Tame Impala – Lonerism
13.Pond – Beards, Wives, Denim
14.Grizzly Bear – Shields
15.Paul Buchanan – Mid Air
Nacionais:
B Fachada – Criôlo
Bernardo Fachada realizou, poucos dias antes do Natal, os últimos concertos nos tempos mais próximos. Decretou 2013 como ano sabático. Não sem antes ter demonstrado uma vez mais a sua profícua actividade, incluindo colaborações com outros artistas. Sempre surpreendente a cada trabalho. Mas o disco a solo editado no Verão deste ano é a cereja em cima do bolo. «Criôlo» demonstra toda a inventividade de B Fachada. Uma escrita criativa, entre a benevolência, a inconformidade e a irreverência. Melodias contagiantes. Oiçam o tema “Como Calha” e vejam se o conseguem tirar do ouvido.
Orelha Negra – Orelha Negra
O colectivo português conseguiu ultrapassar a sempre difícil fasquia do segundo álbum, após um primeiro trabalho de grande qualidade.
Excelentemente produzido e com um resultado final extremamente sólido, o segundo disco dos Orelha Negra é a prova provada de que são um projecto bem estruturado. Uma lufada de ar fresco na produção nacional. Bons ambientes, boas melodias e ritmos, com grandes vozes e grandes misturas.
Ana Moura – Desfado
Uma das vozes de proa da nova vaga do Fado, principalmente agora, um ano depois da elevação a Património Imaterial da Humanidade pela Unesco.
São introduzidas algumas alterações ao chamado Fado clássico, em busca da inovação e renovação das antigas heranças. E Ana Moura é bem sucedida nas intenções. Escusado era recorrer a um produtor estrangeiro e cantar um tema em Inglês.
O tema “Até ao Verão” é o Hit do ano deste disco na Rádio. Uma canção da autoria de Márcia Santos, também ela uma das compositoras/cantoras portuguesas mais interessantes da actualidade.
Os concertos do ano em Portugal:
O melhor:
Bruce Springsteen & The E-Street Band
Parecia que estávamos na América! Mais de oitenta mil pessoas presentes a cantarem em uníssono aquelas palavras de ordem que atravessaram várias gerações e cuja maioria apenas conhecia de ver nas imagens de telediscos dos anos 80. Foi a primeira vez que Bruce Springsteen actuou em Portugal com a eterna E Street Band, embora já sem dois dos seus membros fundadores. Quase três horas de explosão Rock numa noitada de festa em Lisboa, no último concerto do Festival Rock in Rio. Foi tão esmagador que ainda sinto as vibrações emanadas de tamanha descarga de energia positiva. O BOSS!
O mais surpreendente:
Lana Del Rey
Havia uma certa desconfiança em relação à actuação da cantora norte-americana em palco, tendo em conta algumas (na altura) recentes actuações ao vivo pouco consistentes, nomeadamente comprometedoras prestações televisivas. Afinal era só falta de experiência e nervosismo próprios de uma principiante. Lana Del Rey chegou ao palco principal do Festival Super Rock em Julho já com mais segurança e maturidade. Foram cinquenta minutos muito convincentes. O suficiente para provar que sabe mesmo cantar, apesar do vento fresco da noite, vindo dos lados do Mar da Praia do Meco. Valeu!
O mais intimista:
Sharon Van Etten
A estreia absoluta na TV foi em Janeiro, no programa de Jimmy Fallon. Uma poderosa interpretação do tema “Serpents” despertou as atenções. Estava ali uma grande promessa. O disco «Tramp» foi editado no mês seguinte e em Setembro Sharon Van Etten chega a Portugal para fazer a sua estreia em palcos nacionais. No LUX, em Lisboa. Muito próxima do público, sempre dialogante com a assistência, não se coibiu de confraternizar com quem quis junto ao palco, dando autógrafos e deixando-se fotografar com os muitos fãs que a rodearam. Uma notável noite de comunhão!
O mais importante:
Dead Can Dance
A espera foi tão longa que os bilhetes esgotaram em escassas horas, muitos meses antes do concerto na magnífica Sala Suggia na Casa da Música, no Porto. É a digressão mundial de «Anastasis», que se prolongará até ao Verão de 2013. Os Dead Can Dance pela primeira vez em Portugal. Uma banda proveniente dos anos dourados da 4AD, que perdurou no tempo o suficiente para realizar uma memorável actuação, que também contemplou interpretações de temas de outros álbuns, incluindo o projecto multi-colectivo This Mortal Coil. Houve quem viesse de longe para ver Lisa Gerrard e Brendan Perry. Houve quem tivesse esperado décadas por esta oportunidade. A volta ao mundo cultural em duas horas de transcendência musical. O culto está vivo e vai continuar!
Uma história com mais de três décadas nascida nos antípodas, que percorreu todas as latitudes musicais do planeta. Dezasseis anos depois do último trabalho de originais, a dupla fundadora Lisa Gerrard e Brendan Perry ressurge à multi-etnia sonora dos Dead Can Dance num disco pleno de força e autenticidade. Música intemporal, em «Anastasis» com bases firmadas na herança milenar grega.
O tema “Opium” é a canção de antologia do ano.
02.Sharon Van Etten – Tramp
Ao terceiro disco, a compositora/guitarrista/cantora norte-americana confirmou todas as boas suspeitas referentes ao seu talento, levantadas anteriormente por dois álbuns [«Because I Was in Love», 2009 e «Epic», 2010]. Trabalhos que passaram despercebidos por cá, ao contrário de «Tramp» que tem tido bom acolhimento por parte da crítica mais atenta. O tema “Serpents” é um hino à libertação interior.
03.Beach House – Bloom
Quarto disco da formação oriunda de Baltimore. Os norte-americanos Beach House seguem a espiral evolutiva preconizada pelos três discos anteriores. Uma dupla magnífica de autores, Alex Scally e Victoria Legrand, que tem na voz da vocalista a certeza de que estamos perante a melhor banda Dream Pop desde os escoceses Cocteau Twins. O tema “Myth” confirma.
04.Mirel Wagner – Mirel Wagner
Álbum homónimo e primeiro da cantora Mirel Wagner. Nascida na Etiópia e radicada na Filandia. Está entre o calor sorumbático de Billie Holiday e o gelo orgânico de Beth Gibbons. Grande colecção de canções introvertidas.
O tema “No Death” é a balada introspectiva do ano.
05.Bill Fay – Life Is People
Foram precisas quatro longas décadas para que o britânico Bill Fay voltasse a gravar. Não o fazia desde o já longínquo ano de 1972. Dos anteriores trabalhos, ninguém se lembrava. Na altura passaram completamente despercebidos. A justiça está a ser feita agora, aos 68 anos de idade, em grande forma e em clima apaziguador.
O tema “Never Ending Happening” é a balada existencialista do ano.
06.Grimes – Visions
Tudo feito por uma só pessoa: Claire Boucher, a canadiana de voz de criança, que dá corpo e alma a este projecto pessoal, editado – ao quarto disco – pela ala norte-americana da independente 4AD.
Música electrónica misturada com registos vocais, criando paisagens sonoras surreais e algumas delas dançáveis.
Tema de referência: “Colour of Moonlight”.
07.Julia Holter – Ekstasis
Promete ser algo mais no futuro próximo, mas no disco deste ano a jovem Holter já deixa consolidadas algumas das pistas mais inovadoras que havia lançado antes de «Ekstasis» (álbum «Tragedy», de 2011).
Multi-intrumentista e dona de uma voz leve e etérea.
Tema imperdível: "Our Sorrows".
08.Sun Kill Moon – Among the Leaves
Quase que não vale a pena descrever muito o trabalho do colectivo liderado por um só homem, o mesmo de sempre. Mark Kozelek.
Sem nunca conseguir ultrapassar a dimensão alcançada nos anos 90 com os saudosos Red House Painters, os Sun Kill Moon demonstram aqui uma vez mais de que massa são feitos. Mantêm a atmosfera que sempre os caracterizou, na mesma sopa que os torna permanentemente frescos e suculentos, de seu nome Caldo Verde.
Um álbum para ouvir do primeiro ao último instante. Todo ele é a mesma canção com diversas variantes.
09.Scott Walker – Bish Bosch
O trabalho do antigo vocalista dos Walker Brothers é, desde 1995, inclassificável. Não se insere em nenhuma das imensas categorias em que a industria musical está estratificada. Poder-se-á dizer que é música de autor que, por si só, é um estilo pessoal. Desde «Tilt» (1995), passando por «The Drift» (2006), chegando agora a este segundo disco sob a chancela da 4AD.
Para mentes mais abertas à estranheza e ao desconforto do desconhecido.
“Epizootics” é o tema bizarro do ano.
10.Lana Del Rey – Born to Die
Com um pé na chamada indie music e outro no mainstream, o equlíbrio difícil entre as duas fronteiras foi plenamente conseguido no álbum de estreia [em rigor histórico é o segundo disco] da cantora norte-americana.
Uma imagem artificial entre o glamour dos anos 50 do século XX e a modernidade, produziu um efeito sedutor. Factores que ajudaram muito nesta rampa de (re)lançamento de Lana Del Rey, mas o mais importante são as canções. E, já na parte final do ano corrente, «Born to Die» foi reeditado, numa «Paradise Edition» revista e aumentada, que engrandeceu ainda mais este álbum editado em Janeiro de 2012.
Um grito de liberdade chama-se “Ride” e o clássico “Blue Velvet” é a versão do ano.
+ cinco grandes discos de 2012:
11.Bruce Springsteen & The E Street Band – The Wrecking Ball
12.Tame Impala – Lonerism
13.Pond – Beards, Wives, Denim
14.Grizzly Bear – Shields
15.Paul Buchanan – Mid Air
Nacionais:
B Fachada – Criôlo
Bernardo Fachada realizou, poucos dias antes do Natal, os últimos concertos nos tempos mais próximos. Decretou 2013 como ano sabático. Não sem antes ter demonstrado uma vez mais a sua profícua actividade, incluindo colaborações com outros artistas. Sempre surpreendente a cada trabalho. Mas o disco a solo editado no Verão deste ano é a cereja em cima do bolo. «Criôlo» demonstra toda a inventividade de B Fachada. Uma escrita criativa, entre a benevolência, a inconformidade e a irreverência. Melodias contagiantes. Oiçam o tema “Como Calha” e vejam se o conseguem tirar do ouvido.
Orelha Negra – Orelha Negra
O colectivo português conseguiu ultrapassar a sempre difícil fasquia do segundo álbum, após um primeiro trabalho de grande qualidade.
Excelentemente produzido e com um resultado final extremamente sólido, o segundo disco dos Orelha Negra é a prova provada de que são um projecto bem estruturado. Uma lufada de ar fresco na produção nacional. Bons ambientes, boas melodias e ritmos, com grandes vozes e grandes misturas.
Ana Moura – Desfado
Uma das vozes de proa da nova vaga do Fado, principalmente agora, um ano depois da elevação a Património Imaterial da Humanidade pela Unesco.
São introduzidas algumas alterações ao chamado Fado clássico, em busca da inovação e renovação das antigas heranças. E Ana Moura é bem sucedida nas intenções. Escusado era recorrer a um produtor estrangeiro e cantar um tema em Inglês.
O tema “Até ao Verão” é o Hit do ano deste disco na Rádio. Uma canção da autoria de Márcia Santos, também ela uma das compositoras/cantoras portuguesas mais interessantes da actualidade.
Os concertos do ano em Portugal:
O melhor:
Bruce Springsteen & The E-Street Band
Parecia que estávamos na América! Mais de oitenta mil pessoas presentes a cantarem em uníssono aquelas palavras de ordem que atravessaram várias gerações e cuja maioria apenas conhecia de ver nas imagens de telediscos dos anos 80. Foi a primeira vez que Bruce Springsteen actuou em Portugal com a eterna E Street Band, embora já sem dois dos seus membros fundadores. Quase três horas de explosão Rock numa noitada de festa em Lisboa, no último concerto do Festival Rock in Rio. Foi tão esmagador que ainda sinto as vibrações emanadas de tamanha descarga de energia positiva. O BOSS!
O mais surpreendente:
Lana Del Rey
Havia uma certa desconfiança em relação à actuação da cantora norte-americana em palco, tendo em conta algumas (na altura) recentes actuações ao vivo pouco consistentes, nomeadamente comprometedoras prestações televisivas. Afinal era só falta de experiência e nervosismo próprios de uma principiante. Lana Del Rey chegou ao palco principal do Festival Super Rock em Julho já com mais segurança e maturidade. Foram cinquenta minutos muito convincentes. O suficiente para provar que sabe mesmo cantar, apesar do vento fresco da noite, vindo dos lados do Mar da Praia do Meco. Valeu!
O mais intimista:
Sharon Van Etten
A estreia absoluta na TV foi em Janeiro, no programa de Jimmy Fallon. Uma poderosa interpretação do tema “Serpents” despertou as atenções. Estava ali uma grande promessa. O disco «Tramp» foi editado no mês seguinte e em Setembro Sharon Van Etten chega a Portugal para fazer a sua estreia em palcos nacionais. No LUX, em Lisboa. Muito próxima do público, sempre dialogante com a assistência, não se coibiu de confraternizar com quem quis junto ao palco, dando autógrafos e deixando-se fotografar com os muitos fãs que a rodearam. Uma notável noite de comunhão!
O mais importante:
Dead Can Dance
A espera foi tão longa que os bilhetes esgotaram em escassas horas, muitos meses antes do concerto na magnífica Sala Suggia na Casa da Música, no Porto. É a digressão mundial de «Anastasis», que se prolongará até ao Verão de 2013. Os Dead Can Dance pela primeira vez em Portugal. Uma banda proveniente dos anos dourados da 4AD, que perdurou no tempo o suficiente para realizar uma memorável actuação, que também contemplou interpretações de temas de outros álbuns, incluindo o projecto multi-colectivo This Mortal Coil. Houve quem viesse de longe para ver Lisa Gerrard e Brendan Perry. Houve quem tivesse esperado décadas por esta oportunidade. A volta ao mundo cultural em duas horas de transcendência musical. O culto está vivo e vai continuar!