quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014




















No dia Mundial da Rádio não faltam homenagens e justos elogios à Rádio, à sua imensa magia e intensa paixão. Às suas características únicas e qualidades inigualáveis. Mas não se ouve dizer o número de profissionais que, a um ritmo imparável, são forçados a abandonar a Rádio. Empurrados pelas circunstâncias ou indo pelo próprio pé. Não se ouve falar das pessoas que têm que desistir do sonho de fazer Rádio, pela impossibilidade de entrarem no meio de forma profissional. A cada ano que passa há menos gente a trabalhar na Rádio e há menos rádios onde se trabalhar.
Não é o fim da Rádio nem lá perto. Mas é um profundo estreitamento que, a seu tempo, produzirá nefastos efeitos sendo, desde logo o mais grave, uma irreversível e crescente irrelevância num mundo amplamente comunicacional, em que todas as plataformas concorrem entre si. Incluindo as convergentes e as complementares.
Na Rádio pública existe actualmente uma tutela e uma presidência a dizerem – a uma só voz – que há gente a mais no Serviço Público, ao mesmo tempo que decorre uma permanente ameaça de privatização/concessão/supressão/eliminação, etc. Em simultâneo, há ofertas de propostas de rescisões amigáveis, não renovação de contratos a termo, não contratação de novos operacionais, não formação de novos quadros, activação e promoção de reformas antecipadas ou compulsivas. A total incerteza quanto ao futuro. Um cenário, no mínimo, surreal.
A Emissora Católica Portuguesa abriu no ano passado um plano interno de rescisões por mútuo acordo, para além de reduzir horários e salários.
Nas rádios privadas o ajustamento é feito ao mês. Sai quem quiser, não entra ninguém. E quem sair já não consegue voltar.
Como se fosse pouco nestes tempos de adstringência, ainda estão sobre a mesa todas as possibilidades de fusões, silenciamentos e extinção de canais de radiodifusão. Inclusive nos chamados “grandes grupos”.



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