segunda-feira, 3 de março de 2014

Também queremos pizza!













Pelo segundo ano consecutivo, a Rádio ficou fora dos Óscares.
No ano passado aconteceu pela primeira vez em mais de duas décadas. Poderia ter sido uma circunstância pontual, uma vez sem exemplo. Mas não. A ausência da transmissão da cerimónia por parte da Rádio este ano confirmou o que já se suspeitava: uma aposta em não apostar!
Ao fim de mais de duas décadas já nem sequer se tratava de uma aposta. Era uma certeza. Era uma tradição, assegurada pela RDP há quase dez anos (até 2012).
Lá diz a gasta frase que a tradição já não é o que era e em 2014 chegou a confirmação definitiva. Um erro. Uma decisão totalmente fora da inteligência.
Justificar com “A Crise” é argumento inaceitável. Os meios para a realização desta emissão especial já existiam. O orçamento para o mês ou para o ano já estava fechado. Não se trata de uma despesa extra ou suplementar. É desinteligência (para não chamar outra coisa) de quem decide e manda.
A última palavra está a caber, vezes demais, a quem não percebe o que está a fazer. Ficou muito mal na selfie!
O assunto morre assim e acaba aqui. Só poderá a ser novamente abordado se algum dia a Rádio voltar a brilhar na noite das estrelas. Por ora, reina a fome e a escuridão.












Nota: A compreensão da frase “Também queremos pizza!” está reservada a quem acompanhou em directo as imagens da 86ª cerimónia da entrega dos Óscares via TV.

Ver Os Óscares na «Rádio Crítica» (2009) + (2013).

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O que eles dizem:

Nós todos estamos convencidos de que, depois de um período de intenso desenvolvimento científico e económico, a sociedade sai reforçada, as pessoas mais contentes, seguras delas próprias, os valores colectivos mais estáveis. Porém, é exactamente o contrário que é verdade. As épocas de um impetuoso desenvolvimento económico e científico criam bem-estar, mas, ao mesmo tempo, alteram a estrutura profunda da sociedade, os modos de vida. Fazem emergir novas classes sociais e fazem declinar outras, promovem novas actividades e tornam obsoletas as velhas. Mas, sobretudo, comprometem os valores consolidados, os modos de viver tradicionais e tranquilizadores sem que outros lhes tenham tomado o lugar. Por isso difunde-se um obscuro mal-estar social e o futuro apresenta-se ameaçador e incerto. 

Francesco Alberoni
In: «La Speranza», 2000. 



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