quinta-feira, 14 de abril de 2016

Os 30 anos deste disco






















Os escoceses Cocteau Twins foram uma das coqueluches da editora independente britânica 4AD na década de 80, a par dos Dead Can Dance e dos This Mortal Coil.
Entre 1984 e 1987 os Cocteau Twins viveram o mais flourescente período criativo, com obras notáveis como os álbuns «Treasure», «Victorialand» e «The Moon and the Melodies». 
O trio, na altura formado por Robin Guthrie, Elizabeth Fraser e Simon Raymonde, reduziu-se temporariamente ao duo Guthrie e Fraser, por ausência de Raymonde, o multi-instrumentista que então se ocupava profundamente na execução do segundo trabalho do projecto This Mortal Coil, o álbum «Filigree And Shadow», editado também em 1986. 
O guitarriasta Robin Guthrie e a vocalista Elizabeth Fraser regressaram assim ao formato anteriormente levado a cabo no disco de 1983, «Head Over Heels». 
O álbum «Victorialand» é semi-acústico e teve a participação especial do saxofonista Richard Thomas, elemento dos Dif Juz. Não está creditado, mas o músico norte-americano Harold Budd também colaborou ao piano neste disco, fruto da colaboração com o grupo nas sessões de gravação da obra «The Moon and the Melodies».
As delicadas texturas de «Victorialand» deixaram definitivamente para trás a força das heranças post-punk com que os Cocteau Twins haviam iniciado a carreira em 1979, tendo o grupo gravado o primeiro álbum em 1982, «Garlands», ainda com o baixista Will Heggie. 
Encontram-se em «Victorialand» paisagens sonoras que remetem para lugares etéreos, momentos planantes da imaginação e dos sentidos. Nunca os Cocteau Twins foram tão longe na viagem exploratória aos sons existentes para lá da linha do horizonte. Dream Pop intemporal que não passa na Rádio. 
O álbum «Victorialand» dos Cocteau Twins foi editado no dia 14 de Abril de 1986. Faz hoje 30 anos.
De referir também o Design gráfico desta edição que, a par de muitas outras da autoria da agência 23 Envelope, fazia parte de uma linguagem editorial comum da editora 4AD. A ponte perfeita entre som e imagem a cargo da dupla Vaughan Oliver e Nigel Grierson. 
A edição em vinil contém no interior mais imagens de ímpar beleza gráfica, só possíveis num tempo em que as dimensões dos LP abriam essa amplitude visual.
Outra particularidade deste álbum é ser um LP em 45 rotações por minuto, ao contrário dos outros que eram (e são) a 33.




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