segunda-feira, 24 de outubro de 2016
DAB ou não DAB
Pensar é difícil. É por isso que a maioria das pessoas prefere julgar.
Carl Jung
A iniciativa do Governo norueguês em abandonar a radiodifusão,
transmitida em FM (Frequência Modulada), substituindo-a, já em 2017, pelo
sistema digital DAB (Digital AudioBroadcasting) está a fazer levantar uma falsa
questão sobre qual o futuro da transmissão de Rádio.
A transição do FM para o DAB não é uma ameaça imediata para a
Rádio em Portugal. Duvida-se, até, que venha a ser uma verdadeira ameaça.
Algum dia a recepção de radiodifusão em Portugal será muito
diferente da ainda existente, mas não através de uma mudança brusca. Até porque
Portugal, como país de segundo mundo que é, está longe de possuir capacidade
para um choque tecnológico dessa envergadura. Implicaria a total
substituição de milhões de aparelhos domésticos nas casas dos portugueses,
automóveis, etc. Sendo que, seja como for a transição, haverá sempre ouvintes
que vão ficar pelo caminho.
É, talvez, conveniente lembrar que o sistema DAB já existiu em
Portugal e não pegou. Em 1998, quando foi introduzido, falava-se que iria ser
uma ampliação formidável para as maiores rádios nacionais, com a multiplicação
de canais temáticos de cada estação. Ora, nada disso aconteceu. Muito pelo
contrário. Assiste-se a um permanente afunilamento da oferta, via transmissão
tradicional (excepto na Internet), em Mega-Hertz, com sistema de antenas
emissoras, e o DAB foi abandonado pela rádio pública nacional em 2011.
A acreditar num rápido retrocesso de tudo isto,
só com muito boa vontade… Países onde existe tecnologia DAB (até ao ano 2007):