terça-feira, 2 de maio de 2017

Sábado à noite em Lisboa













A curta-metragem «António Lindo António» foi finalmente exibida numa sala de Cinema na capital, depois de anteriores projecções em solo nacional no Festival Curtas de Vila do Conde e no Festival Córtex em Sintra. 
O multi-premiado documentário realizado pela cineasta Ana Maria Gomes conta a história familiar de um filho que emigrou há cinquenta anos para o Brasil e não mais voltou à aldeia portuguesa de origem, onde sua mãe o espera há meio século. Subtil e tocante, esta curta-metragem (não tão curta assim, já que ultrapassa os 40 minutos de duração) foi estreada internacionalmente em 2015. 
A Rádio tem uma breve participação na história, com a mãe de António rodando o botão na captação de frequências, como quem busca algo de muito precioso e único como é um filho para uma mãe. Como se, citando Sam Shepard, estivesse "Ansiando por um posto mágico que o devolvesse à sua herança, há muito perdida." 


















«António Lindo António» caracteriza-se por uma extrema contenção emocional, detendo em si o paradigma das mais incomuns histórias contadas em filme que, uma vez reveladas antes do final, liquida qualquer efeito pretendido. Traz à memória a chave da obra-prima «The Woman in the Window», de Fritz Lang. Encontra-se na categoria das obras proibidas de contar o final antes de o ver. 





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