sexta-feira, 4 de maio de 2018
Henrique Garcia
A primeira vez que me lembro de ter visto Henrique Garcia na
Televisão foi na noite de 4 de Dezembro de 1980, na RTP1, aquando da notícia da
queda da avioneta que transportava o primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro e
o ministro da defesa Adelino Amaro da Costa, mais restantes acompanhantes e
tripulação. Henrique Garcia foi o primeiro repórter a
chegar ao local da tragédia de Camarate.
Mas Henrique Garcia também foi da Rádio. Teve um percurso
iniciado na Rádio Universidade, continuado na Emissora Nacional, Antena1 e Rádio Comercial. O que conheci dele nesse meio foi no tempo da
Rádio Geste, uma estação local de Lisboa – ainda pirata – que obteve alvará
legal, vindo a extinguir-se poucos anos depois.
A RGT era uma pequena estação de Rádio feita, em parte, à imagem
do seu fundador e director. Elegante, discreta, low-profile, segura, subtil,
com firmeza e com classe.
O jornalista Henrique Garcia completou em Fevereiro 70 anos
de idade e foi convidado pela administração da TVI a cessar funções por motivo de idade. Um
profissional desta envergadura de saber e experiência leva décadas a obter, mas
não é possível envelhecer com dignidade no local de trabalho. Não em Portugal.
Quis o destino que o seu último dia de trabalho frente às
cameras de TV fosse no Dia Mundial do Trabalhador.
Em entrevista à revista online «N-TV», perguntado sobre se
este país não é para velhos, respondeu que “Nem é para velhos, nem para novos.
Este país não é para ninguém. E para os que estão no ativo também não é. Porque
são cada vez mais peças descartáveis”.
Estando na posse de todas as suas faculdades, espero que
continue a trabalhar como é seu desejo.
Ler entrevista completa aqui