domingo, 30 de dezembro de 2018
Idos do ano
De ano para ano há poucas novidades na Rádio. Na verdade,
são vários os anos consecutivos que já não há verdadeiramente novas grelhas de
emissão. Muitos efeitos de cosmética com o recurso fácil à mudança de horários
só para se dizer que mudou alguma coisa – e fazer parecer que se mudou alguma
coisa –, quando não se fez outra coisa se não afastar ouvintes fidelizados mais
a um horário que a um programa. Uma tremenda falta de coragem, com enormíssimo
medo em arriscar, o terror ao novo, aliados ao enclaustramento em formas e
fórmulas gastas, tornou-se há anos no novo normal da programação radiofónica em
Portugal.
O ano ido não trouxe inovação ao mundo da Rádio. Ainda assim,
todos os anos há coisas positivas a acontecerem na Rádio portuguesa. Logo
em Janeiro deu-se o regresso da «Íntima Fracção» ao éter, agora na RADAR. Uma
grande notícia para os numerosos seguidores do histórico programa de Francisco
Amaral. O debate semanal «Um Certo Olhar» terminou em Julho, não regressando em
Setembro. Tinha sido recuperado pela Antena2 em Abril de 2016, anos depois de
um hiato. Em seu lugar, nas noites de sexta-feira, voltou a estar «A Ronda da
Noite» de Luís Caetano, o mais belo e interessante programa diário da
actualidade. Também em Setembro aconteceu o regresso do espaço de humor «Tubo
de Ensaio» na TSF, após um intervalo em que a dupla Bruno Nogueira e João Quadros
esteve na rádio pública. Ainda no Humor, está previsto o retorno de Ricardo
Araújo Pereira às manhãs da Rádio Comercial com nova série de «Mixórdia de
Temáticas» já a partir de Janeiro do próximo ano.
O ano findo viu partir pessoas que, de forma directa ou
indirecta, se cruzaram no meu caminho na Rádio: Fernando Quinas, Pedro David,
Herlander Rui, Casimiro Cabrita, Cardoso Ferreira, Maria José Mauperrin e Ana Almeida Dias.