sábado, 16 de março de 2019
Hoje em SETÚBAL
A Sinfonia N.º 45 de Joseph Haydn é música de protesto,
um elegante protesto que pretendia convencer o príncipe Nikolaus a não obrigar
a orquestra a permanecer mais tempo no Palácio de Eszterháza em 1772, uma
estadia que já se prolongava por longos meses e mantinha afastados os músicos das
suas famílias. Haydn consentiu em traduzir em música essa insatisfação. No
decorrer do último andamento, os músicos terminam sucessivamente a sua parte e
retiram-se do palco. No final, não resta ninguém em cena. A Sinfonia
do Adeus despede-se, neste caso, de um programa que também inclui obras de
Albert Roussel e de Krzysztof Penderecki. Do primeiro, é tocada uma curta suite orquestral de 1929 que ilustra bem os traços mais vincados do seu
estilo. São três andamentos que nos conduzem por uma alvorada com o perfume do
exotismo espanhol, pelo registo bucólico de uma pastoral e pelo ambiente jocoso
dos bailes de máscaras parisienses. Mais recentes, os dois andamentos da
Serenata de Pendereckiforam compostos separadamente, em 1996 e 1997. Resultam
da peculiar combinação entre expressividade pós-romântica e sonoridades
modernistas, traço característico do estilo deste compositor polaco.
K. Penderecki – Serenata para Orquestra de Cordas
A. Roussel – Petite suite, Op. 39
J. Haydn – Sinfonia N.º 45, Sinfonia do Adeus