sábado, 30 de novembro de 2019
Hoje em LISBOA
É difícil imaginar o impacto que a música de Claude Debussy terá tido junto das audiências em finais do século XIX. Ela anunciava uma rutura explícita com a tradição clássica e romântica, evitando configurações formais e processos de desenvolvimento previsíveis. Com novas texturas instrumentais, efeitos tímbricos fantasiosos e o uso deliberado de dissonâncias nas progressões harmónicas, abria caminho a um mundo de cores e sensações hoje conotado com o movimento estético impressionista. O Quarteto de Cordas foi a sua primeira obra que apontou nesse sentido, em 1893 – é anterior, portanto, ao célebre Prélude à l’après-midi d’un Faune. Tal não impediu, porém, que se tivesse tornado numa referência incontornável do repertório para aquela formação, e que se tenha juntado ao «peso da História» que Eurico Carrapatoso sentiu cair sobre si quando em 2009 o melómano e autarca de Matosinhos Manuel Dias da Fonseca lhe encomendou uma composição destinada ao Quarteto de Cordas com o nome do município. Carrapatoso enfrentou o desafio, dispondo-se a «cantar a memória daqueles mestres amados» – Haydn, Mozart, Beethoven, Mendelssohn, Zemlinsky, Webern, Ravel, Bartók, Ligeti… Debussy, claro está! O título que escolheu resulta desse propósito. A expressão «In, illo tempore» traduz-se do latim como «Naquele tempo».
SOLISTAS DA METROPOLITANA
Eurico Carrapatoso Quarteto de Cordas In illo
tempore
C. Debussy Quarteto de Cordas, Op. 10
C. Debussy Quarteto de Cordas, Op. 10
Alexêi Tolpygo: violino
Ágnes Sárosi: violino
Irma Skenderi: viola
Hugo Paiva: violoncelo
Ágnes Sárosi: violino
Irma Skenderi: viola
Hugo Paiva: violoncelo
FUNDAÇÃO ARPAD SZENES VIEIRA DA SILVA
PRAÇA DAS AMOREIRAS, 56
1250-020 LISBOA
PRAÇA DAS AMOREIRAS, 56
1250-020 LISBOA