sábado, 22 de março de 2025
Extinção
12 passas para um ano de Rádio (11)
As ameaças à existência da Rádio, presentes desde o seu aparecimento, não cessam. Pelo contrário, aumentam de ano para ano, principalmente no sector privado, sempre com a cabeça no cepo, numa dança harakíri em bicos de pés sobre uma corda bamba, permanentemente sob o velho ditame de "ou as receitas são maiores que os custos ou então encerra-se". A guilhotina também desce, volta e meia, sobre o pescoço do sector público, com a tutela alternadamente a prometer investimento e reforço ou a promover a redução e a privatização. Reduzir o serviço público de radiodifusão significa empobrecer a oferta, tornando-a débil, condenando-a à irrelevância e privatizar significa fazer desaparecer.
A ameaça é maior quando provém de governos de ideologia ultraliberalista. Convém lembrar que as ameaças à continuidade da existência do serviço público de Rádio agudiza-se de cada vez que um governo com essas características está no poder. Em meio-século de Democracia em Portugal aconteceu vezes suficientes para que o facto seja encarado como se se tratasse de uma mera coincidência.