sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Solstício de Inverno 2010/2011
Em 2010 o Solstício ocorreu no dia 21 de Dezembro às 23h38m. Este instante marca o início do Inverno no Hemisfério Norte, Estação mais fria do ano. Esta estação prolonga-se por 88,99 dias até ao próximo Equinócio que ocorre no dia 20 de Março de 2011 às 23h21m.
(Retirado do OAL , 20 de Dezembro de 2010).
Vai-se 2010 e fica na história do calendário do ano findo a marcha de 12 meses maus para a Rádio. Foi o ano da destruição do RCP-Rádio Clube Português. Uma decisão administrativa que colocou na rua do desemprego profissionais de grande qualidade e gabarito, quiçá para sempre afastados do mundo da Rádio, mundo ao qual dedicaram – em alguns casos – a vida inteira. Vidas profissionais e carreiras destruídas num ápice. Em lugar do RCP nasceu mais um canal de plástico, sem vida nem alma. Um mega gira-discos com o reportório da outrora também encerrada Rádio Nostalgia. A Fénix não renasceu das cinzas e é uma cópia reles e maltratada da antecessora. A nova Star da companhia [MCR] é um fantasma sem brilho. E em Portugal existe uma Lei da Rádio e uma Entidade Reguladora [ERC] que permitem acções destas.
Vai-se a primeira década do novo século e do novo milénio e de 2010 fica a derradeira memória dos que directa ou indirectamente trabalharam comigo na Rádio, ou se cruzaram no mesmo éter do estúdio de emissão em directo, e partiram para o sono sem regresso: José Maria Lameiras, António Pocinho, Aurélio Márcio, João Veríssimo, Mário Bettencourt Resendes, José Luís Saldanha Sanches e Carlos Pinto Coelho.
Imagens do Outono 2010 (III)
Imagens do Outono 2010 (II)
Imagens do Outono 2010 (I)
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
LINHAS CRUZADAS #41
A Vida e a Arte do encontro na música
M/A/R/R/S
Membros dos grupos Colourbox e A.R. Kane produziram um marco na história da editora 4AD. Sob a denominação de M/A/R/R/S, e sob a ideia de Ivo Watts-Russel em os juntar, o hit-single "Pump Up The Volume" foi um tema de dança de grande influência. Êxito de efeito imediato, atingiu os lugares cimeiros dos tops de vendas em quase todo o mundo. Um sucesso comercial sem paralelo ao sétimo ano de vida da 4AD. Na altura, uma resposta com luva branca às críticas que, há já vários anos, eram apontadas à casa de Alma Road em não ser capaz de produzir um sucesso de vendas, apesar da editora 4AD já envergar grande prestígio mundial em 1987.
Para além do retumbante sucesso, o single "Pump Up The Volume" foi até nomeado para os prémios 'Grammy'.
Os músicos envolvidos nesta vertiginosa aventura não mais se reuniriam para continuar o trabalho conjunto. "Pump Up The Volume" é mesmo tema único da fusão momentânea dos Colourbox com os A.R. Kane, e o resultado é sobejamente conhecido.
Inconfundível em qualquer pista de dança, "Pump Up The Volume" foi considerado o primeiro tema do Reino Unido a conter amostras de outras canções. Uma situação que levantou vários problemas legais, entretanto resolvidos a tempo.
Do pioneirismo ao estoiro comercial foi um pequeno grande salto.
No ano em que a editora independente 4AD celebra 30 anos de existência, "Pump Up The Volume" continua a ser o seu maior êxito comercial e a sua produção mais conhecida em todo o mundo.
DOWNLOAD
Linhas Cruzadas #41
Ouvir/downlaod/podcast
Tempo total: 08:38”
M/A/R/R/S – "Pump Up The Volume" (1987)
A designação M/A/R/R/S deriva das iniciais dos membros envolvidos. A saber:
Martyn Young (Colourbox); Alex Ayuli e Rudy Tambala (A.R. Kane); Russell Smith (A.R. Kane); Steve Young (Colourbox).
M/A/R/R/S
Membros dos grupos Colourbox e A.R. Kane produziram um marco na história da editora 4AD. Sob a denominação de M/A/R/R/S, e sob a ideia de Ivo Watts-Russel em os juntar, o hit-single "Pump Up The Volume" foi um tema de dança de grande influência. Êxito de efeito imediato, atingiu os lugares cimeiros dos tops de vendas em quase todo o mundo. Um sucesso comercial sem paralelo ao sétimo ano de vida da 4AD. Na altura, uma resposta com luva branca às críticas que, há já vários anos, eram apontadas à casa de Alma Road em não ser capaz de produzir um sucesso de vendas, apesar da editora 4AD já envergar grande prestígio mundial em 1987.
Para além do retumbante sucesso, o single "Pump Up The Volume" foi até nomeado para os prémios 'Grammy'.
Os músicos envolvidos nesta vertiginosa aventura não mais se reuniriam para continuar o trabalho conjunto. "Pump Up The Volume" é mesmo tema único da fusão momentânea dos Colourbox com os A.R. Kane, e o resultado é sobejamente conhecido.
Inconfundível em qualquer pista de dança, "Pump Up The Volume" foi considerado o primeiro tema do Reino Unido a conter amostras de outras canções. Uma situação que levantou vários problemas legais, entretanto resolvidos a tempo.
Do pioneirismo ao estoiro comercial foi um pequeno grande salto.
No ano em que a editora independente 4AD celebra 30 anos de existência, "Pump Up The Volume" continua a ser o seu maior êxito comercial e a sua produção mais conhecida em todo o mundo.
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Linhas Cruzadas #41
Ouvir/downlaod/podcast
Tempo total: 08:38”
M/A/R/R/S – "Pump Up The Volume" (1987)
A designação M/A/R/R/S deriva das iniciais dos membros envolvidos. A saber:
Martyn Young (Colourbox); Alex Ayuli e Rudy Tambala (A.R. Kane); Russell Smith (A.R. Kane); Steve Young (Colourbox).
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Íntima Fracção 23 de Dezembro 1990
DOWNLOAD
Publicação inédita na Internet da «Íntima Fracção» em vésperas do Natal de há vinte anos.
Existes em mim
Mas não estás aqui
Porque de mim fazes
Um outro que não sou
Ouvir/download/podcast
Há 20 anos a «Íntima Fracção» era transmitida na TSF-Rádio Jornal/RJC-Rádio Jornal do Centro nas noites de Domingo para Segunda-feira, da meia-noite às duas horas.
Sempre pouco para dizer, muito para escutar e tudo para sentir, esta não foi propriamente uma emissão dedicada à quadra natalícia, mas o air du temps fazia-se sentir.
Dez anos mais tarde, precisamente na mesma data – e também numa emissão de Natal – na série de programas «Como no Cinema» que realizei na TSF, convidei Francisco Amaral a recitar de novo um dos textos que surgem nesta emissão da «Íntima Fracção» que realizou em 1990.
No ano 2000, foi um bocadinho da IF em «Como no Cinema».
Aqui
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Aurélio Márcio
1919 - 2010
Desaparece mais uma pessoa que conheci na Rádio. Primeiro como ouvinte, depois pessoalmente como colega durante mais de nove anos na mesma estação.
Comentador desportivo na modalidade de Futebol, em 2002 foi distinguido pela FIFA por ser o jornalista com mais presenças em fases finais de Mundiais de Futebol – onze até então – desde Chile 1962 até Coreia/Japão 2002.
Escreveu nos jornais «A Bola» (de que foi co-fundador), «Diário Popular» e «Record». Comentou nas rádios Emissora Nacional, Renascença e TSF.
Foi condecorado pelo presidente Mário Soares com a Comenda da Ordem de Mérito.
Aurélio Márcio tinha 91 anos de idade.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Na próxima quinta-feira dia 23
IF Natal de há 20 anos
Existes sempre em tudo
Existes sempre em tudo
E não estás em nada
Porque és uma invenção
Um ponto que se procura
Todos os sonhos do passado
E as esperanças no futuro
Na próxima quinta-feira dia 23, à meia-noite aqui na «Rádio Crítica», publicação pela primeira vez na Internet [para ouvir e/ou guardar] da emissão da «Íntima Fracção» na TSF/RJC transmitida no dia 23 de Dezembro de 1990.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
O Rei pendurou os suspensórios
Ontem um ex-radialista e carismático apresentador da TV norte-americana fez o seu último programa em directo. Conhecido em todo o mundo, Larry King fez cerca de 50 mil entrevistas. Pelo famoso «Larry King Live» na CNN [03 Junho 1985 – 16 Dezembro 2010] passaram as mais diversas figuras da sociedade mundial, incluindo chefes de Estado, até à mais execrável escória da sociedade norte-americana. Houve de tudo num espaço de entrevistas onde couberam todos os tipos de sentimentos. Uma vida cheia no pequeno ecrã e em directo para todo o mundo.
As entrevistas mais incríveis de todas as que vi de «Larry King Live» foram as com Marlon Brando (duas; uma em estúdio, outra numa das casas do actor) e uma em que um criador/tratador de animais selvagens levou ao estúdio um verdadeiro jardim zoológico, apresentando os animais exóticos – qual deles o mais fantástico? – um a um.
Lawrence Harvey Zeiger tem agora 77 anos de idade e pendurou o par de suspensórios que tanto o celebrizou em mais de 25 anos de vida em directo na TV. Mas não se enganem: Larry King era um homem da Rádio. O microfone de mesa esteve um quarto de século sempre a seu lado. Foi de lá, do mundo da Rádio, que veio até nós.
Nas imagens que se seguem:
A emissão inaugural do programa «Larry King Live», incluindo uma mini reportagem sobre o anúncio do fim e o derradeiro momento.
Comovente a despedida de um rei da comunicação. O pormenor final da realização é simplesmente genial: um microfone de Rádio que se apaga.
So long!
Nas imagens que se seguem:
A emissão inaugural do programa «Larry King Live», incluindo uma mini reportagem sobre o anúncio do fim e o derradeiro momento.
Comovente a despedida de um rei da comunicação. O pormenor final da realização é simplesmente genial: um microfone de Rádio que se apaga.
So long!
O que eles dizem (59)
Um gigante com uma carreira verdadeiramente impressionante que abriu os horizontes a gerações de americanos.
Barack Obama
Presidente dos EUA
In: CNN
16 de Dezembro 2010
Barack Obama
Presidente dos EUA
In: CNN
16 de Dezembro 2010
É o fim de um programa, não é um funeral.
Larry King
In: CNN
16 de Dezembro 2010
Larry King
In: CNN
16 de Dezembro 2010
Há muita coisa a acabar neste final de primeira década do Século XXI. Em grande parte, coisas boas. Sente-se "no Ar" que o que vem por aí do chamado futuro não são coisas assim tão boas como as que agora desaparecem à velocidade de um flash.
Menos jornalistas significa menos liberdade de imprensa.
José Azeredo Lopes
Presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC)
In: PÚBLICO
16 de Dezembro 2010
Presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC)
In: PÚBLICO
16 de Dezembro 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Também foi da Rádio
Carlos Pinto Coelho
1944-2010
Mais conhecido como uma figura da Televisão, o jornalista Carlos Pinto Coelho também foi um homem da Rádio. Fui ouvinte entusiasta das manhãs que realizou na Rádio Comercial na primeira metade dos anos 80, no horário das 07:00 às 10:00. Nesse espaço de Rádio, Carlos Pinto Coelho costumava dizer uma frase chave diariamente: "Aproveite bem este dia. Nunca mais haverá [por exemplo] outro dia 28 de Junho de 1983".
Nunca ouvi nada dele na RDP-Antena1 e já muitos anos depois, na TSF, realizou o programa de debate semanal «Directo ao Assunto» (Domingo; 11:00/12:00) entre os anos de 2003 e 2005.
Na TV segui também com entusiasmo o magazine de informação «Fim-de-semana» que apresentou, ao lado de outros grandes profissionais, na RTP1, ainda na primeira metade dos anos 80. É desse período que no programa «O Tal Canal» Herman José criou a personagem Carlos Filinto Botelho, numa saudável e inesquecível caricatura a Carlos Pinto Coelho. Outra frase chave para o final desses episódios: "Para todos um bom fim-de-semana!".
E claro, acompanhei durante incontáveis noites o telejornal cultural diário na RTP2 «Acontece», desde o início em 1994 até ao fim em 2003. Um final abrupto – de contornos políticos – para o melhor programa de informação e divulgação cultural alguma vez feito na televisão portuguesa.
O programa teve vida e continuidade no mundo da Rádio, com uma edição semanal ao longo dos últimos 12 anos em mais de 90 estações de Rádio em Portugal, Macau e Espanha. Também chegou à edição em livro.
Carlos Pinto Coelho foi um comunicador singular.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
O dia da morte de John Lennon
John Lennon e Yoko Ono por Annie Leibovitz (1980)
Os Beatles sempre fizeram parte da minha vida, muito antes de chegar à Rádio e de os passar a conhecer melhor.
Na segunda metade da década de 70 a RTP – único operador de TV em Portugal e ainda a preto e branco – exibia filmes dos Beatles com uma assiduidade como nunca mais se viu. «A Hard Days Night», «Magical Mystery Tour»; «Yellow Submarine», etc. Foi assim que, ao lado de minha irmã (muito mais beatle que eu), conheci John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. As imagens que mais retive nesses tempos eram as caretas que faziam e de os ver a correr num descampado, a caírem e a divertirem-se.
Em 1980 já rodava insistentemente na Rádio portuguesa uma canção chamada "Just Like Starting Over" de Jonh Lennon, do álbum «Duble Fantasy». Era a canção do momento, no momento em que Lennon regressava aos discos depois de cinco anos de hiato. Em casa só queria ouvir esta canção, quer no gira-discos, quer na Rádio (na Rádio tinha sempre outro sabor!).
Portugal ainda estava a recuperar da tragédia de Camarate que vitimou o primeiro-ministro [dia 4], enquanto a minha mãe lamentava o desaparecimento da bela Snu. E por esses dias, a 8 de Dezembro, ficámos a saber pela Rádio, e logo depois pela televisão, da morte de Lennon e da maneira como foi. E foi um choque para nós. Chorámos como crianças que éramos. Lennon era o nosso beatle preferido. Foi há 30 anos. Faz hoje.
Os Beatles sempre fizeram parte da minha vida, muito antes de chegar à Rádio e de os passar a conhecer melhor.
Na segunda metade da década de 70 a RTP – único operador de TV em Portugal e ainda a preto e branco – exibia filmes dos Beatles com uma assiduidade como nunca mais se viu. «A Hard Days Night», «Magical Mystery Tour»; «Yellow Submarine», etc. Foi assim que, ao lado de minha irmã (muito mais beatle que eu), conheci John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. As imagens que mais retive nesses tempos eram as caretas que faziam e de os ver a correr num descampado, a caírem e a divertirem-se.
Em 1980 já rodava insistentemente na Rádio portuguesa uma canção chamada "Just Like Starting Over" de Jonh Lennon, do álbum «Duble Fantasy». Era a canção do momento, no momento em que Lennon regressava aos discos depois de cinco anos de hiato. Em casa só queria ouvir esta canção, quer no gira-discos, quer na Rádio (na Rádio tinha sempre outro sabor!).
Portugal ainda estava a recuperar da tragédia de Camarate que vitimou o primeiro-ministro [dia 4], enquanto a minha mãe lamentava o desaparecimento da bela Snu. E por esses dias, a 8 de Dezembro, ficámos a saber pela Rádio, e logo depois pela televisão, da morte de Lennon e da maneira como foi. E foi um choque para nós. Chorámos como crianças que éramos. Lennon era o nosso beatle preferido. Foi há 30 anos. Faz hoje.
John Lennon – “(Just Like) Starting Over” (1980)
O legado de Lennon em palavras:
Vivemos num mundo onde temos que nos esconder para fazer amor, enquanto a violência é praticada à luz do dia.
O trabalho não justifica a existência. A gente trabalha para existir e vice-versa.
Eu tenho o maior medo dessa coisa de ser normal.
A vida é aquilo que acontece enquanto nós estamos ocupados a fazer planos para o futuro.
A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor.
Quando fizeres algo nobre e belo e ninguém notar, não fiques triste. Pois o Sol todas as manhãs faz um lindo espectáculo e, no entanto, a maioria da plateia ainda dorme.
Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí.
Um artista nunca pode ser absolutamente ele mesmo em público, pelo simples facto de estar em público. Pelo menos, ele precisa sempre de ter alguma forma de defesa.
Eu componho de acordo com as circunstâncias em que estou envolvido, seja de ácido ou na água.
Deus é um conceito pelo qual medimos o nosso sofrimento.
Pensa globalmente e actua localmente.
É uma falta de responsabilidade esperarmos que alguém faça as coisas por nós.
Ou te cansas a lutar pela paz ou morres.
Criticam-me por cantar "Poder para o Povo", dizendo que nenhuma facção pode deter o poder. Estupidez. O povo não é uma facção. Povo significa todas as pessoas.
Se o homem procurasse conhecer-se a si mesmo primeiramente, metade dos problemas do mundo estariam resolvidos.
A arte é a expressão da mente, a nossa vida é a nossa arte.
Viver é fácil com os olhos fechados.
[Num concerto de beneficência e a favor da paz] Os das filas de trás batam palmas, os da frente chocalhem as jóias.
Vivemos num mundo onde temos que nos esconder para fazer amor, enquanto a violência é praticada à luz do dia.
O trabalho não justifica a existência. A gente trabalha para existir e vice-versa.
Eu tenho o maior medo dessa coisa de ser normal.
A vida é aquilo que acontece enquanto nós estamos ocupados a fazer planos para o futuro.
A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor.
Quando fizeres algo nobre e belo e ninguém notar, não fiques triste. Pois o Sol todas as manhãs faz um lindo espectáculo e, no entanto, a maioria da plateia ainda dorme.
Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí.
Um artista nunca pode ser absolutamente ele mesmo em público, pelo simples facto de estar em público. Pelo menos, ele precisa sempre de ter alguma forma de defesa.
Eu componho de acordo com as circunstâncias em que estou envolvido, seja de ácido ou na água.
Deus é um conceito pelo qual medimos o nosso sofrimento.
Pensa globalmente e actua localmente.
É uma falta de responsabilidade esperarmos que alguém faça as coisas por nós.
Ou te cansas a lutar pela paz ou morres.
Criticam-me por cantar "Poder para o Povo", dizendo que nenhuma facção pode deter o poder. Estupidez. O povo não é uma facção. Povo significa todas as pessoas.
Se o homem procurasse conhecer-se a si mesmo primeiramente, metade dos problemas do mundo estariam resolvidos.
A arte é a expressão da mente, a nossa vida é a nossa arte.
Viver é fácil com os olhos fechados.
[Num concerto de beneficência e a favor da paz] Os das filas de trás batam palmas, os da frente chocalhem as jóias.
John Lennon – “God” (1970)
God is a concept
By which we measure
Our pain
I'll say it again
God is a concept
By which we measure
Our pain
I don't believe in magic
I don't believe in I-ching
I don't believe in Bible
I don't believe in tarot
I don't believe in Hitler
I don't believe in Jesus
I don't believe in Kennedy (John Fitzgerald)
I don't believe in Buddha
I don't believe in Mantra
I don't believe in Gita
I don't believe in Yoga
I don't believe in kings
I don't believe in Elvis (Presley)
I don't believe in Zimmerman (Bob Dylan)
I don't believe in Beatles
I just believe in me
Yoko and me
And that's reality
The dream is over
What can I say?
The dream is over
Yesterday
I was the Dreamweaver
But now I'm reborn
I was the Walrus
But now I'm John
And so dear friends
You'll just have to carry on
The dream is over
By which we measure
Our pain
I'll say it again
God is a concept
By which we measure
Our pain
I don't believe in magic
I don't believe in I-ching
I don't believe in Bible
I don't believe in tarot
I don't believe in Hitler
I don't believe in Jesus
I don't believe in Kennedy (John Fitzgerald)
I don't believe in Buddha
I don't believe in Mantra
I don't believe in Gita
I don't believe in Yoga
I don't believe in kings
I don't believe in Elvis (Presley)
I don't believe in Zimmerman (Bob Dylan)
I don't believe in Beatles
I just believe in me
Yoko and me
And that's reality
The dream is over
What can I say?
The dream is over
Yesterday
I was the Dreamweaver
But now I'm reborn
I was the Walrus
But now I'm John
And so dear friends
You'll just have to carry on
The dream is over
sábado, 4 de dezembro de 2010
Como disse?
Outra lamentável detracção da realidade e do bom senso.
Ouviu-se durante semanas na Rádio um anúncio com a seguinte frase:
Na comemoração dos 30 anos da morte de John Lennon e da separação dos Beatles
Então comemora-se a morte de John Lennon?! Comemora-se a morte de alguém como se fosse uma celebração, uma festa?! Comemora-se ou assinala-se?; Ou relembra-se?; Ou recorda-se?
Então os Beatles separaram-se há 30 anos!? A frase até parece relacionar directamente o fim dos Beatles por causa da morte de Lennon.
Os Beatles separam-se sim, mas uma década antes de Lennon morrer.
Mais uma pérola difundida no vasto mundo da Rádio e que vai para a infinidade da série "Porreiro, pá!"
Na comemoração dos 30 anos da morte de John Lennon e da separação dos Beatles
Então comemora-se a morte de John Lennon?! Comemora-se a morte de alguém como se fosse uma celebração, uma festa?! Comemora-se ou assinala-se?; Ou relembra-se?; Ou recorda-se?
Então os Beatles separaram-se há 30 anos!? A frase até parece relacionar directamente o fim dos Beatles por causa da morte de Lennon.
Os Beatles separam-se sim, mas uma década antes de Lennon morrer.
Mais uma pérola difundida no vasto mundo da Rádio e que vai para a infinidade da série "Porreiro, pá!"
P.S: Na próxima quarta-feira passam 30 anos do assassínio de John Lennon. Vamos lá ver (ouvir) as "comemorações" que por aí vão aparecer…
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
"Porreiro, pá!"
Mário Figueiredo (Provedor da Rádio pública desde Setembro deste ano, sucedendo no cargo a Adelino Gomes que por sua vez sucedeu José Nuno Martins), no seu mais recente programa «Em Nome do Ouvinte» e retransmitido na Antena2 ao final da passada tarde de Domingo, começa por criticar – muito justamente, diga-se – o mau uso da Língua Portuguesa na Rádio, apoiando-se em declarações a ele enviadas por ouvintes da rádio pública.
O novo provedor do ouvinte da RDP, elogiando – muito justamente, diga-se – o programa «Heróis como Nós» de Madalena Balça na Antena1 [Domingos; 11:00/12:00)], mostrou um excerto da excelência do programa. Nesse mesmo excerto de dez minutos [14 de Novembro], pouco depois do começo, aparece a autora/realizadora/apresentadora a dizer o seguinte:
"Foi há 34 dez anos atrás..."
No melhor pano cai a nódoa num exemplo de um bom programa da Antena1. Um erro de português quase logo no início.
Para quem queria dar um exemplo de excelência...
No dia seguinte, Segunda-Feira dia 29, surge a notícia do corte de estradas e fecho de escolas devido à queda de neve nas Serras do Caramulo, Marão, Montemuro, Estrela e outras localidades do Centro e Norte do país. Referindo-se ao frio nesse dia, a animadora de serviço [numa estação privada] proferiu a seguinte pérola meteorológica:
"... esta tarde as temperaturas transformadas em neve..."
Para além desta, vamos ouvindo todos os dias outras maravilhas climatéricas, como: "Amanhã haverão muitas nuvens no céu a Norte do continente" ou ainda "Neve acima dos (x) metros de altura..."; "Temperaturas frias" (ou quentes); etc.
Os maus-tratos à língua portuguesa percorrem todas as latitudes da Rádio em Portugal. Quer sejam estações nacionais, locais ou regionais, quer sejam públicas ou privadas.
E a culpa não é da Rádio, pois não?
Há actualmente tantas queixas e reservas quanto ao famigerado novel acordo ortográfico, quando os grandes problemas da Língua encontram-se em (maus) exemplos recorrentes e diários como os supra citados.
E amanhã há mais.
"Porreiro, pá!"
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O que eles dizem (58)
O Estado faz o que não deve e gasta o que não pode.
A Rádio pública faz muito mais do que pode e gasta muito menos do que deveria.
Rui Pego
(Director de programas RDP)
In: “A Rádio em Portugal e o Futuro – Conferência Internacional”
07 de Outubro 2010
Universidade Lusófona, Lisboa
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Compreendes?
Ouviu-se na passada semana na Rádio o escritor José Luís Peixoto aludir à canção "Do You Realize?" dos norte-americanos Flaming Lips como tendo sido o tema musical que lhe serviu de banda sonora para a escrita do livro «Cemitério de Pianos», editado em 2006. A canção é de 2002, do álbum «Yoshimi Battles the Pink Robots», e que passei furiosamente na Rádio em directo até certo dia de 2003.
O escritor de títulos como «Morreste-me», «Uma Casa na Escuridão» ou o mais recente «Livro» é um conhecido apreciador e consumidor de sons pesados. Heavy Metal e Hard Rock são as suas predilecções musicais, mas não só, como o demonstrou no programa «A Playlist de...» na TSF, onde José Luís Peixoto seleccionou também temas de Fado e indie-pop. No entanto não faltaram Manowar, Iron Maiden e Moonspell (banda portuguesa), para os quais também compôs letras.
Mas não se consegue construir nada de positivo ao som de ruído, barulho, confusão e algazarra.
Foi com um som alternativo e reflexivo que se escreveu um livro.
Do You Realize?
The Flaming Lips – Do You Realize? (2002)
Do You Realize that you have the most beautiful face?
Do You Realize we're floating in space?
Do You Realize that happiness makes you cry?
Do You Realize that everyone you know someday will die?
Do You Realize that happiness makes you cry?
Do You Realize that everyone you know someday will die?
And instead of saying all of your goodbyes - let them know
You realize that life goes fast?
It's hard to make the good things last
You realize the Sun don't go down?
It's just an illusion caused by the world spinning round
It's hard to make the good things last
You realize the Sun don't go down?
It's just an illusion caused by the world spinning round
Do You Realize that everyone you know someday will die?
Do You Realize that you have the most beautiful face?
Do You Realize?
Do You Realize?
E agora uma vibrante interpretação dos Flaming Lips no mesmo tema, numa actuação ao vivo na TV norte-americana, no famoso talk-show de David Letterman em 2002: