sábado, 17 de junho de 2006

Nada a fazer...










Se não os podes vencer, não te juntes a eles. Ignora-os!

O jogo de futebol, nos seus 90 minutos é, talvez, o maior espectáculo do mundo. Mesmo quando ultrapassa, em jogo, os 90 minutos. Até mesmo no drama da decisão do resultado por grandes penalidades. Mas é um espectáculo muito triste fora disso. O jogo – ao mais alto nível (Liga dos Campeões; Campeonato da Europa e Campeonato do Mundo) – é belo e fascinante. Um permanente case study. Mas o folclore do antes e do depois do acontecimento desportivo é degradante. Não tem nada a ver com futebol. Os mass media, já se sabe, vão atrás do filão. Jornais, televisões e rádios alimentam – e alimentam-se – do monstro. Mesmo que a Selecção de Portugal fique pelo caminho neste Campeonato Mundial. Depois virão as férias, a reentrada tardia e o país regressará à dura realidade em finais de Setembro.
Um agora reputado comentador de futebol afirmou recentemente numa entrevista na rádio pública que, para ele, o mundo é um campo de futebol com casas à volta!
Até já o Professor Marcelo Rebelo de Sousa se tornou em comentador de futebol.
Nada a fazer... este ano, antecipadamente, o país entrou na silly season. José Pacheco Pereira tem toda a razão.

Bastaria um terço dos meios dispensados ao futebol em detrimento de informação cultural (Literatura, Música, Cinema) e teríamos certamente um país melhor, através dos media.


Cerca de 33.000 milhões de telespectadores é a audiência esperada para os 64 jogos do Mundial de futebol que decorre até 9 de Julho na Alemanha, segundo indicam as estimativas da agência Infront, ligada à FIFA e especializada na comercialização de direitos de transmissão.

In "PÚBLICO"
12.Junho.2006

.........................................................................................................


O que eles dizem (17)

A capacidade de aceitação da crítica não é propriamente uma virtude dos que trabalham na comunicação social…
(…)
Entendo que a função de Provedor, de Rádio ou de Televisão, deve exercer-se também a partir do seu próprio juízo de avaliação da Rádio e da Televisão.
(…)
O Provedor da Rádio vai ter de ouvir muito a rádio e não só as do grupo, mas também as outras. (…)
A Antena 1 é um canal de rádio para portugueses bacteriologicamente puros, ou para a representação de uma sociedade global, de que uma fatia importante é constituída por imigrantes luso-falantes, brasileiros e africanos? Se é para todos, onde está, então, a representação de uma música que traduza, por exemplo, o conceito de serviço público no quadro da chamada CPLP, ou no quadro da tão proclamada lusofonia no principal canal de rádio da empresa pública de rádio e televisão?
(…)

David Borges
Primeiro provedor do leitor em Portugal

Via: Clube de Jornalistas



<< Home