segunda-feira, 7 de abril de 2008

Pedro Malaquias

Um outro olhar informativo nas manhãs da Antena2

Oiçam-no nas manhãs da Antena2 às 07:30; 08:30 e 09:30. Uma pessoalíssima espécie de Revista de Imprensa através de um outro olhar, o olhar do jornalista Pedro Malaquias. Malaquias, desde sempre na Rádio que nos habituou a um estilo muito próprio. Distingue-se pela inovação, pela renovação da linguagem e da língua. Um certo travo irónico e cómico fazem parte do estilo de Malaquias. Foi assim na extinta NRJ-Rádio Energia desde a sua fundação (1991) até ao seu regresso à redacção da TSF em 1995, da qual saiu em 2004. Seguiu-se um hiato radiofónico e ei-lo de novo no éter nacional desde finais do ano passado, na rádio (clássica) pública. É bom, mas é pouco. É pouco porque o imenso talento de Malaquias dá para muito mais no mundo da Rádio. Não sei se é por falta de oportunidades, se é por opção, ou se por ambas as razões ou até por nenhuma delas, mas é um facto: o talento deste homem da rádio está (continua) subaproveitado. Pedro Malaquias é, desde que o comecei a ouvir na TSF, antes da sua transição para a rádio jovem, um dos meus heróis da Rádio. Não hesitei em contar com ele para o elenco de convidados para várias emissões da série de programas «Como no Cinema» na TSF. E muito mais teríamos feito em conjunto se tivesse havido oportunidade para isso.
Há semanas, Malaquias voltou à TSF por uma hora como convidado no magazine diário «Mais Cedo ou Mais Tarde», na qualidade de escritor de canções. É apenas uma das suas expressões artísticas. No fundo, é aquilo que Pedro realmente é: um artista, um homem da Arte e da Cultura. Lembram-se do magazine de Teatro que ele realizou durante anos na TSF?

Os meus “ex”
Voo rasante pelo espectro nacional, de ponta a ponta, no FM. E o que encontro? Antigos colegas da Rádio, os meus “ex”, como carinhosamente lhes chamo. Para além de Pedro Malaquias, muitos outros camaradas de ofício e companheiros desta estrada radiofónica. E são tantos… ainda na Antena2, Paulo Alves Guerra. Tantas foram as horas partilhadas em estúdio no «À Noite», na elaboração de peças informativas relativas a música e participação em emissões especiais (Noite dos Óscares, por exemplo), para além das jornadas informativas diurnas até à sua saída para as manhãs na Antena2 «Império dos Sentidos» (segunda a sexta-feira/07:00-10:00); Na Antena1: encontro a conduzir a emissão, das cinco às sete da manhã, Bruno Gonçalves Pereira, do qual fui correspondente a partir de Lisboa no seu programa semanal (sábado à tarde) «Atlântico» na rádio Antena Miróbriga (Santiago do Cacém). Depois, das sete às dez, ainda na Antena1, António Macedo: o “animal da rádio” como era chamado nas manhãs da TSF. Manhãs que animou durante oito anos. Foram muitos os cruzamentos em estúdio, o último dos quais quando o rendi na sua derradeira emissão na TSF, antes de rumar a um novo (efémero e falhado) projecto chamado Central-FM. A editar as manhãs informativas do primeiro canal da RDP está o jornalista José Guerreiro, outro ex-TSF, com o qual partilhei o mesmo emblema até à sua saída, também para a Central-FM. Mas há muito mais. Por exemplo a jornalista Eduarda Maio, minha colega na TSF durante nove anos. E Tiago Alves, e Miguel Soares, e Teófilo Fernando. Também nas manhãs da Antena1, Alexandre Afonso, jornalista desportivo e relator de futebol, exímio profissional com o qual privei durante um ano na RNA-Rádio Nova Antena. Ainda há semanas, numa tarde de domingo, estive a acompanhar a longa jornada desportiva que conduziu, briosamente, em directo a partir do estúdio principal em Lisboa. E Maria de Flor Pedroso, e Sandy Gageiro, e Fausto Coutinho, e António Cartaxo (sou fã, fã, fã!), do qual apanhei apenas os seus derradeiros dias na TSF. E as jornalistas Maria de São José, e Cláudia Almeida (que, tal com Sandy Gageiro, também fez parte do extenso elenco da série «Como no Cinema»). E Augusto Fernandes, e João Almeida, do qual oiço «Preto no Branco» (com Ana Rocha e Henrique Silveira) nas manhãs de Sábado e «Quinta-essência» (antigamente nas manhãs de Domingo), agora às sextas-feiras (13:00/14:00 ou 23:00/00:00), ambos os programas na Antena2. Mas ainda há mais, e noutras antenas. No RCP, por exemplo, encontro o jornalista Nuno Domingues nas manhãs do renovado Rádio Clube Português, onde também estão os grandes sonoplastas Mário Rui e Paulo Castanheiro; e Fernando Correia, Fernando António, Artur Teixeira, Elisabete Pato, Nuno Castilho de Matos, Ana Cristina Gaspar e Lara Santos.
Na RADAR, animação de Inês Meneses (com ela foram “só” nove anos na TSF) e informação a cargo de Paula Cristina Gomes (com ela foram quatro anos na extinta RSS). Continuo a “rodar o botão” neste raid aéreo pela ondas sonoras, e quem encontro mais? João Paulo Marques, outro jornalista (ex-RSS), ora na informação da RFM, ora na RR. O mesmo acontece com Sónia Santos, mas aqui na área da animação. Sónia já percorreu os actuais três canais da Renascença (Mega FM; RFM; RR). José Coimbra, há anos no «Café da Manhã» da RFM; Carlos Ramos na informação da Antena3. Álvaro Duque (ex-RSS), nas tardes e Ladislau Lucena (noites de sexta-feira) na RDS. Devo estar – certamente – a esquecer-me de alguém… são já tantos e velozes os anos passados. Para já não falar na TV, para onde enveredaram tantos outros dos “meus ex” (SIC; SIC-Notícias; RTP; RTP-N; TVI; etc…) ou na imprensa escrita (DN; Público; 24 Horas; etc…).
Advém de todo este voo rasante à distância, um genuíno sentimento de felicidade. Por ver que pessoas que eu gosto (uns duma maneira, outros doutra; uns mais, outros menos – não interessa!) e com as quais privei profissionalmente, mais ou menos directamente – e ao lado das quais se construiu um bocado de estrada na vida – prosseguem, evoluem e prosperem (assim seja, na medida do possível) nas suas carreiras. O êxito deles (os meus "ex"-colegas) é também um pouco do meu êxito. Advém de todo este voo etéreo um pouco da felicidade na vida que a Rádio ainda pode proporcionar. De vez em quando, lá nos reencontramos nos acasos das ocasiões da vida, numa rua, num centro comercial, numa festa (muito raro) ou num funeral (infelizmente, menos raro). A vida é um corredor de sentido único e, afinal, o que é a Rádio? A Rádio são as pessoas!



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