sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (01)
Vem do Verão deste ano as comemorações dos cinquenta anos da Bossa Nova. A Rádio em Portugal, para variar, passou ao lado de uma das datas mais importantes da música mundial do último meio século.
Inaugura-se aqui e agora uma série de crónicas diárias que deveriam estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa na «Rádio Crítica» durante cinquenta dias até ao fim do ano.
Dos três nomes maiores da Bossa Nova (Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto) só João está vivo. Será através das interpretações dele que iremos ver e ouvir a maior parte dos 50 clássicos aqui publicados.
“Chega de Saudade” é uma canção escrita por Vinicius de Moraes (letra) e por Antonio Carlos Jobim (música) em meados dos anos 50. Foi gravada pela primeira vez em Abril de 1958 na voz de Elizete Cardoso, que a gravou com arranjos do maestro Antonio Carlos Jobim, acompanhada também pelo violão de João Gilberto. A versão de Elizete foi lançada em Maio desse ano no Álbum «Canção do Amor Demais». Alguns meses depois, a canção recebeu novas versões, primeiro pelos Os Cariocas, e também por João Gilberto, num disco de 78 rotações lançado em Julho que tinha, no lado B, a música “Bim Bom”, da autoria do cantor. A faixa-título do LP lançou para sempre a carreira de João Gilberto.
Mais tarde, esta gravação antológica ficou reconhecida como o primeiro registro fonográfico da Bossa Nova.
A canção “Chega de Saudade” foi gravada por João Gilberto Prado Pereira de Oliveira no dia 10 de Julho de 1958.
A versão que aqui vemos ao vivo, muitos anos depois, conta com a participação especial (inesperada?) de Bebel Gilberto, filha de João (actualmente também cantora com uma carreira a solo). A jovem Bebel faz dueto com o pai, cantando uma versão feminina da letra que consta do original primeiramente cantado por Elizete Cardoso.
Texto originalmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line
CHEGA DE SAUDADE
(Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela
Não pode ser, diz-lhe numa prece
Que ela regresse porque eu não posso
Mais sofrer
Chega de saudade a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca, dentro dos meus braços
Os abraços hão-de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é para acabar com esse negócio de você viver sem mim
Não quero mais esse negócio de você longe de mim...
O "Chega de Saudade" mudou a minha vida
Carlinhos Lyra
Quando escutei pela primeira vez a música fiquei paralisado. Tudo era completamente novo, a música, a letra, o canto, a forma de tocar violão.
Edu Lobo
Inaugura-se aqui e agora uma série de crónicas diárias que deveriam estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa na «Rádio Crítica» durante cinquenta dias até ao fim do ano.
Dos três nomes maiores da Bossa Nova (Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto) só João está vivo. Será através das interpretações dele que iremos ver e ouvir a maior parte dos 50 clássicos aqui publicados.
“Chega de Saudade” é uma canção escrita por Vinicius de Moraes (letra) e por Antonio Carlos Jobim (música) em meados dos anos 50. Foi gravada pela primeira vez em Abril de 1958 na voz de Elizete Cardoso, que a gravou com arranjos do maestro Antonio Carlos Jobim, acompanhada também pelo violão de João Gilberto. A versão de Elizete foi lançada em Maio desse ano no Álbum «Canção do Amor Demais». Alguns meses depois, a canção recebeu novas versões, primeiro pelos Os Cariocas, e também por João Gilberto, num disco de 78 rotações lançado em Julho que tinha, no lado B, a música “Bim Bom”, da autoria do cantor. A faixa-título do LP lançou para sempre a carreira de João Gilberto.
Mais tarde, esta gravação antológica ficou reconhecida como o primeiro registro fonográfico da Bossa Nova.
A canção “Chega de Saudade” foi gravada por João Gilberto Prado Pereira de Oliveira no dia 10 de Julho de 1958.
A versão que aqui vemos ao vivo, muitos anos depois, conta com a participação especial (inesperada?) de Bebel Gilberto, filha de João (actualmente também cantora com uma carreira a solo). A jovem Bebel faz dueto com o pai, cantando uma versão feminina da letra que consta do original primeiramente cantado por Elizete Cardoso.
Texto originalmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line
CHEGA DE SAUDADE
(Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela
Não pode ser, diz-lhe numa prece
Que ela regresse porque eu não posso
Mais sofrer
Chega de saudade a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca, dentro dos meus braços
Os abraços hão-de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é para acabar com esse negócio de você viver sem mim
Não quero mais esse negócio de você longe de mim...
O "Chega de Saudade" mudou a minha vida
Carlinhos Lyra
Quando escutei pela primeira vez a música fiquei paralisado. Tudo era completamente novo, a música, a letra, o canto, a forma de tocar violão.
Edu Lobo