segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Boa Rádio portuguesa em 2012
Antena1:
A Menina Dança – José Duarte
Cinco Minutos de Jazz – José Duarte
Em Nome do Ouvinte – Mário Figueiredo / Paula Cordeiro (Provedores da Rádio Pública)
Paixões Cruzadas – António Cartaxo e António Macedo
A Ilha dos Tesouros – Júlio Isidro
Cinco Minutos de Jazz – José Duarte
Em Nome do Ouvinte – Mário Figueiredo / Paula Cordeiro (Provedores da Rádio Pública)
Paixões Cruzadas – António Cartaxo e António Macedo
A Ilha dos Tesouros – Júlio Isidro
A Vida dos Sons – Ana Aranha e Iolanda Ferreira
Antena2:
Em Sintonia – António Cartaxo
De Olhos Bem Abertos – António Cartaxo
Questões de Moral – Joel Costa
Descobertas – Maria Augusta Gonçalves
Matrízes – Rui Vieira Nery
Argonauta – Jorge Carnaxide
Jazz a 2 – José Navarro de Andrade e Maria Alexandra Corvela
Antena3:
Prova Oral – Fernando Alvim e Xana Alves
Música Enrolada – Família Fazuma (colectivo de realizadores)
Antena2:
Em Sintonia – António Cartaxo
De Olhos Bem Abertos – António Cartaxo
Questões de Moral – Joel Costa
Descobertas – Maria Augusta Gonçalves
Matrízes – Rui Vieira Nery
Argonauta – Jorge Carnaxide
Jazz a 2 – José Navarro de Andrade e Maria Alexandra Corvela
Antena3:
Prova Oral – Fernando Alvim e Xana Alves
Música Enrolada – Família Fazuma (colectivo de realizadores)
Música Sem Filme – Paulo Castelo e Ricardo Sérgio
Rádio Comercial:
Mixórdia de Temáticas – Ricardo Araújo Pereira
TSF:
Tubo de Ensaio – Bruno Nogueira e João Quadros
Zona de Conforto – Pedro Adão e Silva
Forum – Manuel Acácio
Rádio Comercial:
Mixórdia de Temáticas – Ricardo Araújo Pereira
TSF:
Tubo de Ensaio – Bruno Nogueira e João Quadros
Zona de Conforto – Pedro Adão e Silva
Forum – Manuel Acácio
RADAR:
Álbum de Família – Tiago Castro
Vidro Azul – Ricardo Mariano
Em Transe – Ricardo Mariano e Ricardo Carvalho
Certamente que existem mais programas de autor (e outros espaços radiofónicos) que poderiam fazer parte desta selecção, mas não posso pronunciar-me sobre o que não ouvi e não conheço, ou ouvi pouco e conheço mal.
Não há nem passado nem futuro, mas apenas uma série de presentes sucessivos, um caminho perpetuamente destruído e continuado, onde todos vamos avançando.
Marguerite Yourcenar
In: «O Tempo, Esse Grande Escultor»
O ano findo viu partir pessoas que, de forma directa ou indirecta, se cruzaram no meu caminho na Rádio: Miguel Portas, Bernardo Sassetti, Mário Miranda, José La Féria, José Hermano Saraiva, Margarida Marante e Joaquim Benite.
O Mundo começou sem o Homem e vai acabar sem ele.
D.M.K.
domingo, 30 de dezembro de 2012
Os melhores álbuns do ano
01.Dead Can Dance – Anastasis
Uma história com mais de três décadas nascida nos antípodas, que percorreu todas as latitudes musicais do planeta. Dezasseis anos depois do último trabalho de originais, a dupla fundadora Lisa Gerrard e Brendan Perry ressurge à multi-etnia sonora dos Dead Can Dance num disco pleno de força e autenticidade. Música intemporal, em «Anastasis» com bases firmadas na herança milenar grega.
O tema “Opium” é a canção de antologia do ano.
02.Sharon Van Etten – Tramp
Ao terceiro disco, a compositora/guitarrista/cantora norte-americana confirmou todas as boas suspeitas referentes ao seu talento, levantadas anteriormente por dois álbuns [«Because I Was in Love», 2009 e «Epic», 2010]. Trabalhos que passaram despercebidos por cá, ao contrário de «Tramp» que tem tido bom acolhimento por parte da crítica mais atenta. O tema “Serpents” é um hino à libertação interior.
03.Beach House – Bloom
Quarto disco da formação oriunda de Baltimore. Os norte-americanos Beach House seguem a espiral evolutiva preconizada pelos três discos anteriores. Uma dupla magnífica de autores, Alex Scally e Victoria Legrand, que tem na voz da vocalista a certeza de que estamos perante a melhor banda Dream Pop desde os escoceses Cocteau Twins. O tema “Myth” confirma.
04.Mirel Wagner – Mirel Wagner
Álbum homónimo e primeiro da cantora Mirel Wagner. Nascida na Etiópia e radicada na Filandia. Está entre o calor sorumbático de Billie Holiday e o gelo orgânico de Beth Gibbons. Grande colecção de canções introvertidas.
O tema “No Death” é a balada introspectiva do ano.
05.Bill Fay – Life Is People
Foram precisas quatro longas décadas para que o britânico Bill Fay voltasse a gravar. Não o fazia desde o já longínquo ano de 1972. Dos anteriores trabalhos, ninguém se lembrava. Na altura passaram completamente despercebidos. A justiça está a ser feita agora, aos 68 anos de idade, em grande forma e em clima apaziguador.
O tema “Never Ending Happening” é a balada existencialista do ano.
06.Grimes – Visions
Tudo feito por uma só pessoa: Claire Boucher, a canadiana de voz de criança, que dá corpo e alma a este projecto pessoal, editado – ao quarto disco – pela ala norte-americana da independente 4AD.
Música electrónica misturada com registos vocais, criando paisagens sonoras surreais e algumas delas dançáveis.
Tema de referência: “Colour of Moonlight”.
07.Julia Holter – Ekstasis
Promete ser algo mais no futuro próximo, mas no disco deste ano a jovem Holter já deixa consolidadas algumas das pistas mais inovadoras que havia lançado antes de «Ekstasis» (álbum «Tragedy», de 2011).
Multi-intrumentista e dona de uma voz leve e etérea.
Tema imperdível: "Our Sorrows".
08.Sun Kill Moon – Among the Leaves
Quase que não vale a pena descrever muito o trabalho do colectivo liderado por um só homem, o mesmo de sempre. Mark Kozelek.
Sem nunca conseguir ultrapassar a dimensão alcançada nos anos 90 com os saudosos Red House Painters, os Sun Kill Moon demonstram aqui uma vez mais de que massa são feitos. Mantêm a atmosfera que sempre os caracterizou, na mesma sopa que os torna permanentemente frescos e suculentos, de seu nome Caldo Verde.
Um álbum para ouvir do primeiro ao último instante. Todo ele é a mesma canção com diversas variantes.
09.Scott Walker – Bish Bosch
O trabalho do antigo vocalista dos Walker Brothers é, desde 1995, inclassificável. Não se insere em nenhuma das imensas categorias em que a industria musical está estratificada. Poder-se-á dizer que é música de autor que, por si só, é um estilo pessoal. Desde «Tilt» (1995), passando por «The Drift» (2006), chegando agora a este segundo disco sob a chancela da 4AD.
Para mentes mais abertas à estranheza e ao desconforto do desconhecido.
“Epizootics” é o tema bizarro do ano.
10.Lana Del Rey – Born to Die
Com um pé na chamada indie music e outro no mainstream, o equlíbrio difícil entre as duas fronteiras foi plenamente conseguido no álbum de estreia [em rigor histórico é o segundo disco] da cantora norte-americana.
Uma imagem artificial entre o glamour dos anos 50 do século XX e a modernidade, produziu um efeito sedutor. Factores que ajudaram muito nesta rampa de (re)lançamento de Lana Del Rey, mas o mais importante são as canções. E, já na parte final do ano corrente, «Born to Die» foi reeditado, numa «Paradise Edition» revista e aumentada, que engrandeceu ainda mais este álbum editado em Janeiro de 2012.
Um grito de liberdade chama-se “Ride” e o clássico “Blue Velvet” é a versão do ano.
+ cinco grandes discos de 2012:
11.Bruce Springsteen & The E Street Band – The Wrecking Ball
12.Tame Impala – Lonerism
13.Pond – Beards, Wives, Denim
14.Grizzly Bear – Shields
15.Paul Buchanan – Mid Air
Nacionais:
B Fachada – Criôlo
Bernardo Fachada realizou, poucos dias antes do Natal, os últimos concertos nos tempos mais próximos. Decretou 2013 como ano sabático. Não sem antes ter demonstrado uma vez mais a sua profícua actividade, incluindo colaborações com outros artistas. Sempre surpreendente a cada trabalho. Mas o disco a solo editado no Verão deste ano é a cereja em cima do bolo. «Criôlo» demonstra toda a inventividade de B Fachada. Uma escrita criativa, entre a benevolência, a inconformidade e a irreverência. Melodias contagiantes. Oiçam o tema “Como Calha” e vejam se o conseguem tirar do ouvido.
Orelha Negra – Orelha Negra
O colectivo português conseguiu ultrapassar a sempre difícil fasquia do segundo álbum, após um primeiro trabalho de grande qualidade.
Excelentemente produzido e com um resultado final extremamente sólido, o segundo disco dos Orelha Negra é a prova provada de que são um projecto bem estruturado. Uma lufada de ar fresco na produção nacional. Bons ambientes, boas melodias e ritmos, com grandes vozes e grandes misturas.
Ana Moura – Desfado
Uma das vozes de proa da nova vaga do Fado, principalmente agora, um ano depois da elevação a Património Imaterial da Humanidade pela Unesco.
São introduzidas algumas alterações ao chamado Fado clássico, em busca da inovação e renovação das antigas heranças. E Ana Moura é bem sucedida nas intenções. Escusado era recorrer a um produtor estrangeiro e cantar um tema em Inglês.
O tema “Até ao Verão” é o Hit do ano deste disco na Rádio. Uma canção da autoria de Márcia Santos, também ela uma das compositoras/cantoras portuguesas mais interessantes da actualidade.
Os concertos do ano em Portugal:
O melhor:
Bruce Springsteen & The E-Street Band
Parecia que estávamos na América! Mais de oitenta mil pessoas presentes a cantarem em uníssono aquelas palavras de ordem que atravessaram várias gerações e cuja maioria apenas conhecia de ver nas imagens de telediscos dos anos 80. Foi a primeira vez que Bruce Springsteen actuou em Portugal com a eterna E Street Band, embora já sem dois dos seus membros fundadores. Quase três horas de explosão Rock numa noitada de festa em Lisboa, no último concerto do Festival Rock in Rio. Foi tão esmagador que ainda sinto as vibrações emanadas de tamanha descarga de energia positiva. O BOSS!
O mais surpreendente:
Lana Del Rey
Havia uma certa desconfiança em relação à actuação da cantora norte-americana em palco, tendo em conta algumas (na altura) recentes actuações ao vivo pouco consistentes, nomeadamente comprometedoras prestações televisivas. Afinal era só falta de experiência e nervosismo próprios de uma principiante. Lana Del Rey chegou ao palco principal do Festival Super Rock em Julho já com mais segurança e maturidade. Foram cinquenta minutos muito convincentes. O suficiente para provar que sabe mesmo cantar, apesar do vento fresco da noite, vindo dos lados do Mar da Praia do Meco. Valeu!
O mais intimista:
Sharon Van Etten
A estreia absoluta na TV foi em Janeiro, no programa de Jimmy Fallon. Uma poderosa interpretação do tema “Serpents” despertou as atenções. Estava ali uma grande promessa. O disco «Tramp» foi editado no mês seguinte e em Setembro Sharon Van Etten chega a Portugal para fazer a sua estreia em palcos nacionais. No LUX, em Lisboa. Muito próxima do público, sempre dialogante com a assistência, não se coibiu de confraternizar com quem quis junto ao palco, dando autógrafos e deixando-se fotografar com os muitos fãs que a rodearam. Uma notável noite de comunhão!
O mais importante:
Dead Can Dance
A espera foi tão longa que os bilhetes esgotaram em escassas horas, muitos meses antes do concerto na magnífica Sala Suggia na Casa da Música, no Porto. É a digressão mundial de «Anastasis», que se prolongará até ao Verão de 2013. Os Dead Can Dance pela primeira vez em Portugal. Uma banda proveniente dos anos dourados da 4AD, que perdurou no tempo o suficiente para realizar uma memorável actuação, que também contemplou interpretações de temas de outros álbuns, incluindo o projecto multi-colectivo This Mortal Coil. Houve quem viesse de longe para ver Lisa Gerrard e Brendan Perry. Houve quem tivesse esperado décadas por esta oportunidade. A volta ao mundo cultural em duas horas de transcendência musical. O culto está vivo e vai continuar!
Uma história com mais de três décadas nascida nos antípodas, que percorreu todas as latitudes musicais do planeta. Dezasseis anos depois do último trabalho de originais, a dupla fundadora Lisa Gerrard e Brendan Perry ressurge à multi-etnia sonora dos Dead Can Dance num disco pleno de força e autenticidade. Música intemporal, em «Anastasis» com bases firmadas na herança milenar grega.
O tema “Opium” é a canção de antologia do ano.
02.Sharon Van Etten – Tramp
Ao terceiro disco, a compositora/guitarrista/cantora norte-americana confirmou todas as boas suspeitas referentes ao seu talento, levantadas anteriormente por dois álbuns [«Because I Was in Love», 2009 e «Epic», 2010]. Trabalhos que passaram despercebidos por cá, ao contrário de «Tramp» que tem tido bom acolhimento por parte da crítica mais atenta. O tema “Serpents” é um hino à libertação interior.
03.Beach House – Bloom
Quarto disco da formação oriunda de Baltimore. Os norte-americanos Beach House seguem a espiral evolutiva preconizada pelos três discos anteriores. Uma dupla magnífica de autores, Alex Scally e Victoria Legrand, que tem na voz da vocalista a certeza de que estamos perante a melhor banda Dream Pop desde os escoceses Cocteau Twins. O tema “Myth” confirma.
04.Mirel Wagner – Mirel Wagner
Álbum homónimo e primeiro da cantora Mirel Wagner. Nascida na Etiópia e radicada na Filandia. Está entre o calor sorumbático de Billie Holiday e o gelo orgânico de Beth Gibbons. Grande colecção de canções introvertidas.
O tema “No Death” é a balada introspectiva do ano.
05.Bill Fay – Life Is People
Foram precisas quatro longas décadas para que o britânico Bill Fay voltasse a gravar. Não o fazia desde o já longínquo ano de 1972. Dos anteriores trabalhos, ninguém se lembrava. Na altura passaram completamente despercebidos. A justiça está a ser feita agora, aos 68 anos de idade, em grande forma e em clima apaziguador.
O tema “Never Ending Happening” é a balada existencialista do ano.
06.Grimes – Visions
Tudo feito por uma só pessoa: Claire Boucher, a canadiana de voz de criança, que dá corpo e alma a este projecto pessoal, editado – ao quarto disco – pela ala norte-americana da independente 4AD.
Música electrónica misturada com registos vocais, criando paisagens sonoras surreais e algumas delas dançáveis.
Tema de referência: “Colour of Moonlight”.
07.Julia Holter – Ekstasis
Promete ser algo mais no futuro próximo, mas no disco deste ano a jovem Holter já deixa consolidadas algumas das pistas mais inovadoras que havia lançado antes de «Ekstasis» (álbum «Tragedy», de 2011).
Multi-intrumentista e dona de uma voz leve e etérea.
Tema imperdível: "Our Sorrows".
08.Sun Kill Moon – Among the Leaves
Quase que não vale a pena descrever muito o trabalho do colectivo liderado por um só homem, o mesmo de sempre. Mark Kozelek.
Sem nunca conseguir ultrapassar a dimensão alcançada nos anos 90 com os saudosos Red House Painters, os Sun Kill Moon demonstram aqui uma vez mais de que massa são feitos. Mantêm a atmosfera que sempre os caracterizou, na mesma sopa que os torna permanentemente frescos e suculentos, de seu nome Caldo Verde.
Um álbum para ouvir do primeiro ao último instante. Todo ele é a mesma canção com diversas variantes.
09.Scott Walker – Bish Bosch
O trabalho do antigo vocalista dos Walker Brothers é, desde 1995, inclassificável. Não se insere em nenhuma das imensas categorias em que a industria musical está estratificada. Poder-se-á dizer que é música de autor que, por si só, é um estilo pessoal. Desde «Tilt» (1995), passando por «The Drift» (2006), chegando agora a este segundo disco sob a chancela da 4AD.
Para mentes mais abertas à estranheza e ao desconforto do desconhecido.
“Epizootics” é o tema bizarro do ano.
10.Lana Del Rey – Born to Die
Com um pé na chamada indie music e outro no mainstream, o equlíbrio difícil entre as duas fronteiras foi plenamente conseguido no álbum de estreia [em rigor histórico é o segundo disco] da cantora norte-americana.
Uma imagem artificial entre o glamour dos anos 50 do século XX e a modernidade, produziu um efeito sedutor. Factores que ajudaram muito nesta rampa de (re)lançamento de Lana Del Rey, mas o mais importante são as canções. E, já na parte final do ano corrente, «Born to Die» foi reeditado, numa «Paradise Edition» revista e aumentada, que engrandeceu ainda mais este álbum editado em Janeiro de 2012.
Um grito de liberdade chama-se “Ride” e o clássico “Blue Velvet” é a versão do ano.
+ cinco grandes discos de 2012:
11.Bruce Springsteen & The E Street Band – The Wrecking Ball
12.Tame Impala – Lonerism
13.Pond – Beards, Wives, Denim
14.Grizzly Bear – Shields
15.Paul Buchanan – Mid Air
Nacionais:
B Fachada – Criôlo
Bernardo Fachada realizou, poucos dias antes do Natal, os últimos concertos nos tempos mais próximos. Decretou 2013 como ano sabático. Não sem antes ter demonstrado uma vez mais a sua profícua actividade, incluindo colaborações com outros artistas. Sempre surpreendente a cada trabalho. Mas o disco a solo editado no Verão deste ano é a cereja em cima do bolo. «Criôlo» demonstra toda a inventividade de B Fachada. Uma escrita criativa, entre a benevolência, a inconformidade e a irreverência. Melodias contagiantes. Oiçam o tema “Como Calha” e vejam se o conseguem tirar do ouvido.
Orelha Negra – Orelha Negra
O colectivo português conseguiu ultrapassar a sempre difícil fasquia do segundo álbum, após um primeiro trabalho de grande qualidade.
Excelentemente produzido e com um resultado final extremamente sólido, o segundo disco dos Orelha Negra é a prova provada de que são um projecto bem estruturado. Uma lufada de ar fresco na produção nacional. Bons ambientes, boas melodias e ritmos, com grandes vozes e grandes misturas.
Ana Moura – Desfado
Uma das vozes de proa da nova vaga do Fado, principalmente agora, um ano depois da elevação a Património Imaterial da Humanidade pela Unesco.
São introduzidas algumas alterações ao chamado Fado clássico, em busca da inovação e renovação das antigas heranças. E Ana Moura é bem sucedida nas intenções. Escusado era recorrer a um produtor estrangeiro e cantar um tema em Inglês.
O tema “Até ao Verão” é o Hit do ano deste disco na Rádio. Uma canção da autoria de Márcia Santos, também ela uma das compositoras/cantoras portuguesas mais interessantes da actualidade.
Os concertos do ano em Portugal:
O melhor:
Bruce Springsteen & The E-Street Band
Parecia que estávamos na América! Mais de oitenta mil pessoas presentes a cantarem em uníssono aquelas palavras de ordem que atravessaram várias gerações e cuja maioria apenas conhecia de ver nas imagens de telediscos dos anos 80. Foi a primeira vez que Bruce Springsteen actuou em Portugal com a eterna E Street Band, embora já sem dois dos seus membros fundadores. Quase três horas de explosão Rock numa noitada de festa em Lisboa, no último concerto do Festival Rock in Rio. Foi tão esmagador que ainda sinto as vibrações emanadas de tamanha descarga de energia positiva. O BOSS!
O mais surpreendente:
Lana Del Rey
Havia uma certa desconfiança em relação à actuação da cantora norte-americana em palco, tendo em conta algumas (na altura) recentes actuações ao vivo pouco consistentes, nomeadamente comprometedoras prestações televisivas. Afinal era só falta de experiência e nervosismo próprios de uma principiante. Lana Del Rey chegou ao palco principal do Festival Super Rock em Julho já com mais segurança e maturidade. Foram cinquenta minutos muito convincentes. O suficiente para provar que sabe mesmo cantar, apesar do vento fresco da noite, vindo dos lados do Mar da Praia do Meco. Valeu!
O mais intimista:
Sharon Van Etten
A estreia absoluta na TV foi em Janeiro, no programa de Jimmy Fallon. Uma poderosa interpretação do tema “Serpents” despertou as atenções. Estava ali uma grande promessa. O disco «Tramp» foi editado no mês seguinte e em Setembro Sharon Van Etten chega a Portugal para fazer a sua estreia em palcos nacionais. No LUX, em Lisboa. Muito próxima do público, sempre dialogante com a assistência, não se coibiu de confraternizar com quem quis junto ao palco, dando autógrafos e deixando-se fotografar com os muitos fãs que a rodearam. Uma notável noite de comunhão!
O mais importante:
Dead Can Dance
A espera foi tão longa que os bilhetes esgotaram em escassas horas, muitos meses antes do concerto na magnífica Sala Suggia na Casa da Música, no Porto. É a digressão mundial de «Anastasis», que se prolongará até ao Verão de 2013. Os Dead Can Dance pela primeira vez em Portugal. Uma banda proveniente dos anos dourados da 4AD, que perdurou no tempo o suficiente para realizar uma memorável actuação, que também contemplou interpretações de temas de outros álbuns, incluindo o projecto multi-colectivo This Mortal Coil. Houve quem viesse de longe para ver Lisa Gerrard e Brendan Perry. Houve quem tivesse esperado décadas por esta oportunidade. A volta ao mundo cultural em duas horas de transcendência musical. O culto está vivo e vai continuar!
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
LINHAS CRUZADAS #54
A Vida e a Arte do encontro na Música
Steven Brown & Blaine L. Reininger / Tuxedomoon
Os Tuxedommon formaram-se em 1977 na cidade norte-americana de São
Francisco, na Califórnia.
Um conjunto envolvendo vários membros que teve, desde sempre, o núcleo
principal centrado em Steven Brown e Blaine Reininger.
Numa altura em que o movimento Punk vivia os seus mais gloriosos dias,
os Tuxedomoon revolucionaram o som dominante da época juntando-lhe
Jazz, electrónica e experimentalismo.
Distinguindo-se também num contra movimento então chamado de New Wave,
os Tuxedomoon são uma súmula de tudo isso.
Sempre inseridos na categoria de rock alternativo avant-garde,
realizaram até ao momento uma carreira de culto, pautada por muitas
alterações, vários hiatos e mudanças de residência: Nova Iorque
primeiro, tendo-se depois fixado na Europa, em Roterdão, na Holanda e
em Bruxelas, na Bélgica.
Actualmente Blaine L. Reininger vive na Grécia e Steven Brown na
Cidade do México.
Blaine Reininger, violionista e cantor, entrou e saiu da banda várias
vezes. Apenas Steven Brown se manteve em todas as fases do grupo, que
editou o primeiro álbum em 1980.
Numa das fases mais produtivas, os Tuxedomoon editaram em 1985 o álbum
«Holy Wars».
Nele encontra-se o tema “In a Manner of Speaking”, uma das composições
mais salientes de toda a vida do grupo da dupla Brown/Reininger.
“In a Manner of Speaking” nas vozes de Winston Tong e do próprio
Blaine Reininger, conheceria uma versão muitos anos mais tarde, em
2004, pelo colectivo francês Nouvelle Vague, versão essa que também
ouviremos aqui a seguir à gravação original dos Tuxedomoon.
DOWNLOAD
LINHAS CRUZADAS #54
Tempo total: 09:40
Ouvir/download/podcast
Steven Brown & Blaine L. Reininger / Tuxedomoon
Os Tuxedommon formaram-se em 1977 na cidade norte-americana de São
Francisco, na Califórnia.
Um conjunto envolvendo vários membros que teve, desde sempre, o núcleo
principal centrado em Steven Brown e Blaine Reininger.
Numa altura em que o movimento Punk vivia os seus mais gloriosos dias,
os Tuxedomoon revolucionaram o som dominante da época juntando-lhe
Jazz, electrónica e experimentalismo.
Distinguindo-se também num contra movimento então chamado de New Wave,
os Tuxedomoon são uma súmula de tudo isso.
Sempre inseridos na categoria de rock alternativo avant-garde,
realizaram até ao momento uma carreira de culto, pautada por muitas
alterações, vários hiatos e mudanças de residência: Nova Iorque
primeiro, tendo-se depois fixado na Europa, em Roterdão, na Holanda e
em Bruxelas, na Bélgica.
Actualmente Blaine L. Reininger vive na Grécia e Steven Brown na
Cidade do México.
Blaine Reininger, violionista e cantor, entrou e saiu da banda várias
vezes. Apenas Steven Brown se manteve em todas as fases do grupo, que
editou o primeiro álbum em 1980.
Numa das fases mais produtivas, os Tuxedomoon editaram em 1985 o álbum
«Holy Wars».
Nele encontra-se o tema “In a Manner of Speaking”, uma das composições
mais salientes de toda a vida do grupo da dupla Brown/Reininger.
“In a Manner of Speaking” nas vozes de Winston Tong e do próprio
Blaine Reininger, conheceria uma versão muitos anos mais tarde, em
2004, pelo colectivo francês Nouvelle Vague, versão essa que também
ouviremos aqui a seguir à gravação original dos Tuxedomoon.
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LINHAS CRUZADAS #54
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domingo, 23 de dezembro de 2012
A melhor canção de Natal em Língua Portuguesa
Simples, curta, directa, imensa. O que mais dizer? É o «Mito» no seu melhor!
João Gilberto – “Presente de Natal”:
Papai Noel me deu um bom presente de Natal
Você embrulhadinha num papel monumental
Papai Noel me deu um bom presente de Natal
Você embrulhadinha num papel monumental
Quem ganha boneca é menina eu sei
Mas eu sou menino e também ganhei
Nao foi uma bola nem sequer um cavalinho
Mas foi você amor que veio então para ser o meu benzinho
sábado, 22 de dezembro de 2012
A melhor canção de Natal dos anos 80
A ideia (de Bob Geldof, líder dos Boomtown Rats) era ajudar a combater a fome em África, nomeadamente na Etiópia.
Juntaram-se as grandes estrelas da música Pop britânica de então e fez-se um notável trabalho numa só canção.
Momento de inspiração que, no ano seguinte, originou no outro lado do Atlântico o famosíssimo “USA For Africa”.
Quase trinta anos depois, não só não acabou a fome em África, como aumentou ainda mais e alastrou-se perigosamente ao sul da Europa.
Band Aid – “Do They Know It’s Christmas” (1984):
Outras boas canções de Natal nos anos 80: The Pogues & Kirsty McColl – “Fairytale of New York”; Chris Rea – “Driving Home For Christmas”.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Uma das piores canções de Natal dos anos 80
Um sucesso estrondoso dos britâncos Wham! de George Michael no Natal de 1984, que fez as delícias da Rádio nessa quadra de há 28 anos.
Um tema quase tão insuportável como “I Just Call To Say I Love You” de Stevie Wonder.
Depois deste Christmas os Wham já não existiriam no Natal seguinte, mas o vocalista George Michael iniciaria uma carreira a solo cheia de êxitos e polémicas.
A sorte dele é ter boa voz e cantar bem, porque a música, a pose, o hipotético glamour e o alegado charme nunca consegui apreciar.
Wham! – “Last Christmas” (1984):
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
A Melhor canção de Natal nos anos 70
Um dueto (televisivo) improvável entre o consagradíssimo crooner norte-americano Bing Crosby (em fim de vida) e o então rei da Pop britânica e figura já incontornável do Glam Rock e seus derivados, David Bowie.
Bing Crosby & David Bowie – “Peace on Earth/Little Drummer Boy” (1977):
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
A melhor e a pior canção de Natal da História do Rock
Disseram-se maravilhas e horrores desta canção de Natal dos britânicos Slade.
Daí intitular a melhor e a pior canção de Natal da História do (Glam) Rock.
Estou do lado dos que disseram maravilhas.
Slade – “Merry Christmas Everybody” (1973):
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Sobre o Serviço Público de Rádio e Televisão
O estado actual e o futuro do serviço público de Rádio e Televisão portuguesa foram os temas em debate no passado dia 10 de Dezembro, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.
Estrela Serrano e Alberto Arons Carvalho foram alguns dos intervenientes.
Estrela Serrano foi profissional de Rádio e Televisão.
Jornalista; Membro do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC); Autora dos livros As Presidências Abertas de Mário Soares (2001), Para Compreender o Jornalismo (2006) e Jornalismo Político em Portugal (2006) e de artigos científicos sobre media e jornalismo; Membro do Centro de Investigação Media e Jornalismo e é co-directora da Revista académica com o mesmo nome; Docente do Mestrado em Comunicação, Cultura e Novas Tecnologias da Informação do ISCTE; Doutorada em Sociologia da Comunicação, da Cultura e da Educação pelo ISCTE, mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa.
Alberto Arons Carvalho foi jornalista e profissional de Imprensa escrita.
É professor auxiliar no Departamento de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sendo licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa (1975) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa (2009); Foi candidato da Oposição Democrática às eleições de 1973, fundador do PS e da JS, e deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República de 1975 a 1983, de 1987 a 1995, e de 2002 a 2009; Foi Presidente da Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Administração Pública (Outubro/2008 a Setembro/2009); Foi membro da Comissão de Elaboração da Lei de Imprensa de 1975, designada pelo II Governo Provisório, e integrou a Comissão, designada pelo Sindicato dos Jornalistas em 1985, que elaborou um anteprojecto de Código Deontológico dos Jornalistas; Foi membro do Conselho de Imprensa (em 1975 e de 1985 a 1988) e membro dos Conselhos de Informação para a Imprensa (1977 a 1980) e para a RDP (1980 a 1984). Entre 1995 e 2002, foi Secretário de Estado da Comunicação Social, nos XIII e XIV Governos Constitucionais; É autor de sete livros (três deles em co-autoria) sobre matérias relativas ao Direito e à política de comunicação social. Integra o Conselho Científico Europeu e Internacional da Revue Européenne des Médias, publicada pelo Institut de recherche et d'études sur la communication (IREC), desde Outubro de 2009; É Vice-Presidente do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), desde 9 de Novembro de 2011.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Canções na Rádio | Outono/Inverno 2012
Bill Fay – “The Never Ending Happening” (2012)
Tema do álbum «Life is People». O primeiro de originais de Bill Fay nos últimos quarenta anos.
[Interpretação ao vivo no programa «Later... with Jools Holland» da BBC Two]:
The never ending happening
Of what 's to be and what has been
Just to be a part of it
Is astonishing to me
Of what 's to be and what has been
Just to be a part of it
Is astonishing to me
Lana Del Rey – “Ride” (2012)
Tema inédito incluído na reedição do álbum de estreia «Born to
Die – The Paradise Edition».
[Interpretação ao vivo no programa «Later... with Jools Holland» da BBC Two, no passado dia 27
de Novembro]:
Don't break me down
I've been travelin' too long
I've been trying too hard
With one pretty song
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Tubo de Ensaio
Foi agora publicado o quinto volume da série de livros da crónica diária de humor «Tubo de Ensaio», da autoria de João Quadros e Bruno Nogueira.
O espaço de humor na TSF distingue-se dos restantes existentes na Rádio em Portugal pela alternativa que apresenta aos formatos humorísticos muito mais “normais”.
Na Antena1 há o popular «Portugalex», como que uma versão radiofónica do (extinto) televisivo «Contra-Informação» da RTP.
Na Antena3 há «Outra Coisa, que é uma crónica humorística baseada em imitações a cargo de Luís Franco-Bastos.
Na Rádio Comercial existe «Mixórdia de Temáticas», que é excelentemente interpretado por Ricardo Araújo Pereira, mas que começou apenas neste ano. Todavia, o espaço assinado pela principal figura dos «Gato Fedorento» e melhor humorista português da actualidade, fez com que as manhãs do principal canal da Média Capital Rádios atingissem a liderança de audiência nacional no período matinal de segunda a sexta-feira, das 07:00 às 10:00.
«Tubo de Ensaio» na TSF é humor alternativo, sem pejos nem salamaleques. Corrosivo, ácido, mordaz, irónico, sagaz, sapiente. Dispensa todas as etiquetas de protocolo, derruba fronteiras do politicamente correcto e não exclui nenhuma área da sociedade actual. Não tem medo de incomodar seja quem for e não evita temas fáceis ou difíceis.
Políticos, religiosos, políticas e religiões são alvos preferenciais e, os momentos mais além, são as incríveis “Conversas com Deus”
Esta semana, (Quarta-feira, 12.12.12) Bruno Nogueira e João Quadros foram os convidados do fórum interactivo mais descomplexado da rádio portuguesa, «Prova Oral», na Antena3.
Falaram sobre o «Tubo de Ensaio», da história da crónica, do processo criativo, das críticas que recebem (positivas e negativas) e principalmente da liberdade criativa.
Não há criatividade sem liberdade!
«Tubo de Ensaio» na TSF, de Segunda a Sexta, às 09h20, com repetição às 18h25 e 20h15. Compacto semanal aos domingos, às 16h35.
Noticiários em jeito de stand-up, entrevistas ficcionadas, temas "quentes", coisa que irritam, projectos para o futuro, figuras públicas que fazem habilidades na rádio, soluções para os principais problemas da humanidade e muitas outras experiências para ocupar três minutos de rádio... sob a batuta de Bruno Nogueira.
Textos de Bruno Nogueira e João Quadros.
Sonorização de Alexandrina Guerreiro, Herlander Rui, Mésicles Helin e João Félix Pereira.
João Quadros & Bruno Nogueira na «Prova Oral» aqui
Mais um ano, mais um TUBO DE ENSAIO. Um livro onde, uma vez mais, esta fantástica dupla dá-nos a conhecer, em jeito de stand-up comedy, os temas e eventos mais marcantes do país e do mundo. Um livro que deriva do programa humorístico que anima as manhãs dos ouvintes da TSF.
Edição Livros d'Hoje
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Faz hoje 25 anos
No dia 13 de Dezembro de 1987 realizava-se a oitava edição da Copa Toyota – Taça Intercontinental, também conhecida na altura como Mundial de Clubes, no Estádio Nacional Olímpico de Tóquio, no Japão
Debaixo de um nevão intenso, disputou-se a final da Taça
Intercontinental em Futebol, que juntava num só jogo o vencedor de clubes da
Europa com o vencedor de clubes da América do Sul.
Frente a frente o vencedor da Taça dos Clubes Campeões
Europeus [actual Liga dos Campeões], Futebol Clube do Porto, e o vencedor da Taça
Libertadores da América [actual Copa América], Club Atlético Peñarol (do
Uruguai).
A transmissão deste encontro de Futebol foi mais feliz para
a Rádio do que para a Televisão.
As imagens, fruto das más condições climatéricas, eram de
difícil visibilidade. Mal se conseguia ver a bola e onde ela estava, e era quase
impossível distinguir os jogadores.
Nos dias de hoje, o encontro seria adiado até estarem reunidas
as condições mínimas para a normal pratica do Futebol. Mas há um quarto de século
o jogo tinha mesmo que se disputar na data marcada devido também, mas não só, ao
urgente regresso das equipas aos respectivos continentes e campeonatos.
Ao intervalo o F.C. Porto vencia o Peñarol por 1-0. Na
segunda parte, ainda com mais neve e gelo em campo, acontece o empate.
Num cenário tão inóspito as duas equipas ainda teriam que resolver
a contenda num prolongamento de mais meia-hora.
O argelino Madjer desempata com um golo de arte. Seria o valsante da final de Viena a resolver o jogo a favor da equipa portuguesa.
Não deixa de ser irónico ter sido um bailarino das areias do deserto a executar o toque final de magia na densidade das neves em campo.
O argelino Madjer desempata com um golo de arte. Seria o valsante da final de Viena a resolver o jogo a favor da equipa portuguesa.
Não deixa de ser irónico ter sido um bailarino das areias do deserto a executar o toque final de magia na densidade das neves em campo.
Fica a imagem e comentário de TV (RTP) do golo da vitória da
equipa portuguesa, obtido naquela autêntica odisseia das neves, a dez minutos
do final do prolongamento.
Rabah Madjer foi eleito o melhor jogador em campo e recebeu um
carro da marca Toyota, o prémio oferecido pelo patrocinador oficial a quem merecesse –
mais do que todos – erguer a enorme chave dourada.
رابح ماجر;
Há curiosidades relacionadas com esta Taça Intercontinental:
O formato de um só jogo acabou em 2004, onde o F.C. Porto voltou a ganhar – nos penaltis, após 0-0 no prolongamento – frente ao Once Caldas, da Colômbia. Sem neve nem gelo. Apenas o ar frio próprio do mês de Dezembro na cidade de Yokohama. Foi a derradeira edição. Fez ontem (12.12.12) oito anos.
O Club Atlético Peñarol nunca mais voltou, até agora, a ser campeão da América do Sul. Por lá diz-se mesmo que a final de Tóquio foi o jogo da maldição.
Uma semana depois do Once Caldas perder a final da Taça Intercontinental, o treinador Luis Fernando Montoya, de 47 anos de idade, foi baleado com gravidade à porta de casa quando dois homens tentavam assaltar a mulher, tendo ficado paralítico na sequência dos ferimentos. Tinha sido considerado em 2004 o treinador do ano na América do Sul. A final da Taça Intercontinental desse ano foi o último jogo da carreira profissional. Montoya não voltou a treinar.
De 2005 para cá realiza-se um mini-campeonato mundial de clubes, também no Japão, onde se encontram as equipas vencedoras dos vários continentes (num formato esquisitíssimo).
O velho Estádio Nacional Olímpico de Tóquio será demolido no ano 2015 e, em seu lugar, surgirá um novo estádio ultra-moderno, da autoria de uma arquitecta iraniana.
Mais nenhuma equipa portuguesa (ou outra) poderá vencer a Taça Intercontinental. E para uma equipa portuguesa ganhar lugar no Campeonato Mundial de Clubes terá primeiro que voltar a conquistar a Liga dos Campeões.
Ainda mais curiosidades:
O Peñarol já tinha vencido três edições da antiga competição
Coupe Européenne-Sudamericaine
(formato inaugural que existiu entre 1960 e 1979) nos anos de 1961, 1966 e
1982, quando o título de Campeão do Mundo de Clubes se disputava em duas mãos,
na casa dos respectivos intervenientes. Na edição de 1961 foi frente ao Sport
Lisboa Benfica. A equipa de Eusébio disputou a Taça Intercontinental no ano
seguinte e também saiu derrotada.
Desde o início dos
anos 60 que as equipas nacionais não venciam títulos internacionais, pelo que o
ano de 1987 foi muito importante para o desporto português, na modalidade de Futebol,
com as várias conquistas da equipa portista.
Notas finais:
Este blogue não é
sobre Futebol (mas hoje é).
O autor do mesmo
não é adepto do F.C. Porto nem do S.L. Benfica.
Amanhã na RUC-Rádio universidade COIMBRA
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Hoje
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Sobre as Notícias na Rádio
Foi agora editado pela Livros Horizonte o livro «A Informação Radiofónica – rotinas e valores-notícia da reprodução da realidade na rádio portuguesa».
O livro integra-se na colecção promovida pelo CIMJ "Média e Jornalismo" e resulta da tese de doutoramento de Luís Bonixe, antigo radialista e actualmente investigador e docente.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Hoje em COIMBRA
sábado, 8 de dezembro de 2012
Este fim-de-semana em LISBOA
1ª Parte: Capitão Fausto
CAMPO PEQUENO | 8 DEZ. às 21h30 e 9 DEZ. às 18h00
2012, foi o ano de O Cerco Continua
Começou com a edição do novo “Cerco” e respectiva apresentação ao público a 24 de Fevereiro no Dragão Caixa, Porto.
Depois continuaram por esse país fora a apresentar O Cerco Continua.
Agora chegou a vez de fechar mais um ciclo e da melhor maneira, no Campo Pequeno a 8 e 9 de Dezembro os Xutos & Pontapés sobem ao palco para provar mais uma vez que resistir é vencer!
A destacar ainda o Bilhete familiar, para que ninguém fique em casa a chorar, os Xutos oferecem na compra de 4 bilhetes, um desconto de 2€ em cada um.
Estes vão ser dois concertos inesquecíveis e ninguém tem desculpas para ficar em casa!
Xutos e Pontapés
Dias: 8 de Dezembro às 21h30 e 9 Dezembro às 18h00
Preço único € 20/cada
Bilhete familiar: na compra de 4 ou + bilhetes - 18€/cada
Espectáculo p/ maiores de 3 anos
Locais de Venda:
Bilheteira Campo Pequeno / www.ticketline.sapo.pt / Worten / C.C Dolce Vita / El Corte Inglês / Lojas Viagens Abreu / Lojas Mega RedeReservas Campo Pequeno – 217 998 450 / Reserva Ticketline - 1820
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
A LUGAR COMUM apresenta:
MINTA & THE BROOK TROUT (Pt)
www.minta.me | http://optimusdiscos.pt/discos/artistoptimusdiscos/olympia
Sexta-feira 07 Dezembro 2012 às 22h30m no Salão Brazil COIMBRA
Sexta-feira 07 Dezembro 2012 às 22h30m no Salão Brazil COIMBRA
Transposta a barreira das três dezenas de concertos, a Lugar Comum regressa à sala onde o seu percurso se iniciou. Será num renovado Salão Brazil que receberemos a visita do quarteto Minta & The Brook Trout, projecto de Francisca Cortesão, que acaba de editar pela Optimus Discos o seu segundo longa-duração intitulado “Olympia”.
Percorrendo os trilhos da indie folk e do alt-country, nomes como Sufjan Stevens, Laura Veirs ou Aimee Mann não são certamente indiferentes à construção do imaginário de Minta. A componente de storytelling, assim como a fragilidade e melancolia confessional que habitam uma grande parte das suas composições, lançam pistas sobre a ascendência criativa do projecto. Desde 2008, altura em que editou o seu primeiro EP, que o seu trabalho tem passado por um natural e progressivo apuramento, sendo hoje consensual estarmos diante de uma das mais credíveis propostas da música nacional.
Produzido por Francisca Cortesão e Mariana Ricardo (também ela integrante do projecto), “Olympia” teve a sua masterização a cargo de Roger Siebel, que no passado trabalhou, entre outros, com Elliott Smith e Bill Callahan. No próximo dia 07 de Dezembro será apresentado no Salão Brazil, pelas 22h30, ao público de Coimbra. Após o sucesso das passagens de Noiserv e Márcia por Coimbra, esta será a terceira incursão da Lugar Comum pela nova música portuguesa.
"(...) o melhor disco que Laura Veirs nunca gravou." - Disco Digital
"(...) a sensibilidade singer-songwriter de Francisca Cortesão floresce entre a vasta paisagem da Americana, que a banda resgata com naturalidade e intenção – como se fosse sua (e é, senhoras e senhores, e é)." - Público
"(...) pop clássica, quase como as primeiras dos Beatles." - Santos da Casa
"(...) canções ternas que confortam como uma manta quente no Inverno à volta dos ombros." – Punch
Entrada geral: € 5,00
Local de venda: Salão Brazil, na noite do concerto, após as 21h15m.
A reserva das entradas poderá ser efectuada através do endereço geral@lugarcomum.pt (com indicação do número de bilhetes pretendido, nome, BI e contacto); as reservas podem ser feitas até 07 de Dezembro, devendo ser levantadas no Salão Brazil entre as 21h45m e as 22h00m do dia do concerto, sob pena de perderem efeito.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Joaquim Benite
1943-2012
No noticiário das quatro horas desta madrugada, a SIC-Notícias informou os telespectadores da morte do encenador Joaquim Benite
Fui parar, através da Rádio, ao Festival de Teatro de Almada no início do Verão de 1996.
Após a sessão pública de apresentação da edição desse ano, Benite confidenciou-me algumas palavras já com o microfone desligado, dizendo-me: “Vocês deviam vir cá mais vezes”.
É verdade que a Rádio voltou a ir ao Teatro, mas também é verdade que não foi as vezes que devia ter ido. E, um dia, deixou mesmo de aparecer. Mas o Teatro continuou.
Anos antes, nas intermináveis manhãs de fim-de-semana da já há muito extinta RSS, e antes de conhecer pessoalmente Joaquim Benite, divulgava aos ares mais atentos as suas encenações na Companhia de Teatro de Almada.
Naquele início de Verão, numa quente noite de Julho, assisti à peça «Os Três Porquinhos», magistralmente encenada e levada à cena num pequeno anfiteatro ao ar livre, numa escola livre, em Almada.
A fábula, em forma de conto, descreve a vida dos três irmãos Cícero, Heitor e Homero. É um clássico da literatura infantil, mas que todos os adultos deviam conhecer.
Benite conhecia-a bem e também fez dela um dos seus desígnios na vida que teve de 69 anos.
O que ele dizia:
Os encenadores nunca ficam na história. Quem fica na história são os autores.
Hoje em TONDELA
Ontem em LISBOA
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Hoje em LISBOA
Lançamento de «Os Maiores Êxitos da Prova Oral»
EL CORTE INGLÉS
Terça-feira, 4 de Dezembro
18h00
Hoje, terça-feira, 4 de Dezembro, Xana Alves e Fernando Alvim vão estar no El Corte Inglês a partir das 18h30 a fazer uma emissão especial da Prova Oral, no lançamento DVD comemorativo dos 10 anos do programa.
DVD este que já está à venda ao preço de 10,90 - que rica prenda de Natal! Venham assistir à Prova Oral ao vivo e com um bocado sorte ainda são entrevistados pelos dois magníficos seres que dão a voz ao manifesto neste programa tão especial e bonito!
EL CORTE INGLÉS
Terça-feira, 4 de Dezembro
18h00
Hoje, terça-feira, 4 de Dezembro, Xana Alves e Fernando Alvim vão estar no El Corte Inglês a partir das 18h30 a fazer uma emissão especial da Prova Oral, no lançamento DVD comemorativo dos 10 anos do programa.
DVD este que já está à venda ao preço de 10,90 - que rica prenda de Natal! Venham assistir à Prova Oral ao vivo e com um bocado sorte ainda são entrevistados pelos dois magníficos seres que dão a voz ao manifesto neste programa tão especial e bonito!