Rádio Crítica

Inaugurado no início de Outubro passado, pedindo emprestado o nome de uma antiga rubrica de Ana Cristina Ferrão em programas de António Sérgio, «Sinais de Fumo» são duas horas "entre o bizarro e o linear". 

Definitivamente eclético e nocturno, este espaço de Rádio permite a audição de sons e músicas arredados de quase todo o éter nacional – havendo sempre excepções, como sempre acontece em tudo. 

O ambiente é mesmo de excepção e Pedro Costa leva-nos a alienar parte do espírito em rodagem livre ao som de nomes como Alan Vega, Martin Rev, Suicide, John Cale, Tindersticks, Joy Division, New Order, Bill Callahan, Frank Zappa, Galaxie 500, Bob Dylan, Radiohead, David Bowie, Bauhaus, Lou Reed, King Crimson, Brian Eno, Talking Heads, Throwing Muses, Wolfgang Press, David Sylvian, Felt, Rafael Toral, etc, etc. 
Em «Sinais de Fumo» o alcance sónico atravessa as últimas cinco décadas das outras dimensões paralelas, principalmente da música popular/folk/alternativa britânica e norte-americana. 

Inclui passagens de frases de filmes, como «Apocalypse Now» em diálogos nas vozes de Martin Sheen, Marlon Brando e Dennis Hooper, ou ainda Leonard Nimoy (“I am guilty for sabotage”), entre mais palavras de extractos dialécticos. 
Pedro Costa é um dos vários radialistas que há muito deviam ter sido alvo de destaque aqui na «Rádio Crítica». Questões de tempo, sucessivos adiamentos e até – confesso! – alguns esquecimentos, entre outros hiatos de agenda, só agora chegou a vez. Ouço-o há tantos anos que um dia tinha de falar nele. 
Pedro Costa é também autor do já vetusto programa – vai em 27 anos – «Costa a Costa», primeiro na Antena3 e, desde há consideráveis anos na Antena1, nas noites de Sábado (em tempos com o já desaparecido José Paulo Alcobia). 
Tudo espaços radiofónicos que Pedro Costa realiza com inegável classe.