sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

TSF 20 ANOS
















A rádio que mudou a Rádio (V)

11 SETEMBRO 2001 A TSF inicia uma longa jornada informativa especial a propósito dos atentados nos Estados Unidos.

JANEIRO 2002 A TSF inaugura uma renovada imagem sonora, da autoria do músico e compositor Rodrigo Leão.

23 JULHO 2003 Carlos Andrade demite-se. Reestruturação da TSF. José Fragoso é o novo Director.

JANEIRO 2008 José Fragoso demite-se. Paulo Baldaia é o novo Director.

29 FEVEREIRO 2008 A TSF celebra em antena duas décadas de existência.

Com a chancela da Prime Books, a TSF lança «Perto do Mundo», uma obra que passa em revista 20 acontecimentos em 20 anos da “rádio que mudou a rádio”. Para o livros escreveram David Borges, Carlos Andrade, Francisco Sena Santos, Nuno Roby, Luís Costa Ribas, Manuel Acácio, entre outros.

In: «Diário de Notícias»; Sábado, 23 de Fevereiro 2008

NOTA: Alguns dos dados históricos recolhidos no livro «Tudo o Que Se Passa na TSF» da autoria de João Paulo Meneses; Edição Jornal de Notícias / 2003

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008







A rádio que mudou a Rádio (IV)

MAIO 1995 David Borges demite-se. Carlos Andrade é o novo director.

FEVEREIRO 1996 A TSF entra no universo da Internet.

31 JULHO; 28 NOVEMBRO 1997 Respectivamente são encerradas as emissões da XFM e NRJ-Rádio Energia/Radical FM (rádios ligadas à TSF).

JULHO 1998 Mudança de estúdios para o edifício Altejo, na Matinha em Lisboa.

SETEMBRO 1999 Emissão especial da TSF durante dez dias ininterruptos – 24 horas por dia – no chamado “Setembro negro” em Timor-Leste.

2000 A TSF (através da sua empresa-mãe, a Rádio Notícias) lidera o “ranking JN” das empresas mais rentáveis de Portugal (de acordo com a análise da rentabilidade dos capitais próprios).


No dia de aniversário [amanhã], a TSF passa, ao final da tarde, um debate, moderado por Carlos Vaz Marques, que reúne os seus quatro anteriores directores – Emídio Rangel, David Borges, Carlos Andrade e José Fragoso. Depois, em Grande Reportagem, a jornalista mais nova da rádio recorda como foi constituída a cooperativa, como se deu a primeira emissão pirata e muitas outras histórias “feitas de momentos bons e menos bons”, explicou Paulo Baldaia.

Paula Brito
In: «Diário de Notícias»; Sábado, 23 de Fevereiro 2008

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008














A rádio que mudou a Rádio (III)

01 JULHO 1991 A emissão da TSF chega ao Porto.

ABRIL 1992 Emídio Rangel deixa a TSF; David Borges é o novo Director.

JUNHO 1993 A TSF começa a transmitir na rede regional norte.

SETEMBRO 1994 Mudança de estúdios para o edifício Urbiceuta, na Avenida de Ceuta em Lisboa.

MARÇO 1995 A TSF encerra estúdios em Coimbra.

A TSF ao longo desta semana recorda as histórias que marcaram Portugal em Fevereiro de 88. Entre muitas, o destaque vai para a elevação de Loulé a cidade ou o congresso da UGT. O nascimento de uma escola na Gafanha da Nazaré ou a aprovação pela câmara de Matosinhos da passagem do Aeroporto Pedras Rubras a Sá Carneiro ou ainda o congresso do PS ganho por Vítor Constâncio constam também neste conjunto de momentos.

Paula Brito
In: «Diário de Notícias»; Sábado, 23 de Fevereiro 2008


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008





A rádio que mudou a Rádio (II)

08 SETEMBRO 1988 Final das emissões ditas “pirata”. Abertura concurso para atribuição de alvarás. A TSF concorre em Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. Ganha em Lisboa e em Coimbra (em associação com a RJC-Rádio Jornal do Centro).

NOVEMBRO 1988 A TSF organiza com mais rádios uma Cadeia Nacional.

20 MARÇO 1989 A TSF recomeça a emitir com regularidade em Lisboa, na frequência 89.5 FM.

JANEIRO 1990 A TSF lidera a Cadeia Nacional de Rádios e é ameaçada pelo governo.

1990 A TSF perde o concurso para a concessão da rede regional sul.

A celebração dos 20 anos da rádio, que foi constituída a 29 de Fevereiro de 1988, tem durante toda a semana uma série de iniciativas interessantes. É o caso de 20 personalidades para 20 anos, assente nagravação dos depoimentos de personalidades sobre Portugal e a TSF. Carvalho da Silva, Herman José, Maria José Morgado, Jorge Sampaio, José Eduardo Moniz, Durão Barroso, Pedro Santana Lopes, Francisco Pinto Balsemão, José Saramago, Dom José Policarpo, Xanana Gusmão, Catarina Furtado, entre outros, irão também estar disponíveis em vídeo no site da TSF, que a partir do 2º trimestre terá novidades.

Paula Brito
In: «Diário de Notícias»; Sábado, 23 de Fevereiro 2008


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

TSF 20 ANOS









A rádio que mudou a Rádio (I)
Esta é a semana dos vinte anos da TSF. Até sexta-feira, alguns dos pontos-chave de uma história de duas décadas sobre a rádio que mudou a Rádio e que mudou Portugal.

MARÇO 1981 É criada a TSF-Cooperativa de Profissionais de Rádio.

17 JUNHO 1984 Primeira emissão “pirata”. Durou quatro horas e incluiu mensagens de apoio ao movimento das rádios livres.

MAIO 1987 Início do primeiro curso de formação da TSF.

29 FEVEREIRO 1988 Primeira emissão da TSF, ainda “pirata”, em Lisboa na frequência 102.7 em Frequência Modulada. Emídio Rangel é o primeiro Director. Estúdios na Torre 2 das Amoreiras.

25 AGOSTO 1988 Incêndio do Chiado, em Lisboa. Primeira de muitas transmissões históricas em directo na TSF.


TSF celebra 20 anos a recordar
Semana com histórias, depoimentos, reportagem, um livro e uma festa

“Por uma boa história, por uma boa notícia, vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo.” A TSF vai tornar, dia 29, sexta-feira, tão literal como real o lema que a guiou durante 20 anos. A rádio do grupo Controlinveste (ao qual pertence também o DN) vai colocar um repórter no “fim do mundo”, ou seja, em Ushuaia, a cidade mais austral do mundo, na província da Terra do Fogo, na Argentina, para, a partir daí, contar muitas histórias e fazer reportagem. Ao mesmo tempo, um outro repórter estará “no fim da rua” – zona ribeirinha de Lisboa (de manhã), onde António Costa falará sobre os planos para esta zona, e na baixa do Porto (à tarde), onde o presidente desta cidade, Rui Rio, irá também falar sobre esta zona, contou ao DN Paulo Baldaia, o actual director da TSF.

Paula Brito
In: «Diário de Notícias»; Sábado, 23 de Fevereiro 2008

domingo, 24 de fevereiro de 2008














Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2008; 02:45 hora de Lisboa
A rádio diz: Está a contecer lá em cima... Eclipse total da Lua. Noite de sombra e nevoeiro. O fenómeno do Eclipse (este e outros) está há muito cabalmente explicado e não é por um mistério estar claramente explicado que perde beleza ou encanto. Aliás, em minha opinião, um mistério explicado ainda é mais belo, porque não acarreta a angústia, a ansiedade, a inquietação e o temor do desconhecido. Mistério é um termo pomposo para confusão e ninguém mentalmente saudável gosta de confusões. E são tantos os mistérios relacionados com a Lua, e são tantas as canções que aludem à Lua. Apenas três exemplos (entre milhares de songs about moon they don’t play on the radio): Elvis Presley “Blue Moon”; Robert Wyatt & Soft Machine“Moon In June”; Sting “Sister Moon”. Ou ainda a obra «The Moon And The Melodies» de Budd, Frazer, Guthrie e Raymonde. Certo dia, há mais de dez anos e em resposta a um questionário acerca dos maiores prazeres da vida, indiquei um deles como o de estar à janela, à noite, a ouvir música. Hoje esse prazer, aparentemente muito simples, está seriamente danificado pelo crescente ruído automóvel, presente em todas as horas da noite, pela poluição visual causada pela iluminação de sódio que irradia nas cidades e, principalmente, pela indisponibilidade física e mental, atormentadas pela pressão dos horários rígidos impostos pela intensidade da vida activa. Nada ficou igual, mas houve neste eclipse da Lua um momento dos antigos. Nesta noite de eclipse lunar, corre em fundo uma das emissões exclusivamente compostas por peças instrumentais do programa «Vidro Azul» (23.Outubro.2006). Na sequência ouve-se “Ivy and Neet” dos This Mortal Coil, “Gnossienne No.4” de Erik Satie e “Night Bus” de Burial. A magia dos sons e o encantamento das imagens. Transmissão de afectividade que só a Rádio consegue transmitir. E esta é apenas uma das muitas razões pelas quais sou contra a existência das playlists. Porque anulam o efeito único de afectividade exclusiva da Rádio. Eclipsam a pessoalidade e eclipsaram os instrumentais. CD’s, e outros suportes de reprodução sonora, atenuam a lacuna, mas não colmatam o vazio. Há coisas – não pessoas – insubstituíveis. Antes do final do fenómeno, lá vieram as nuvens, as sombras e o nevoeiro. Lua tapada, depois a chuva de Inverno. Poderá ter sido a última noite de lua cheia? Tendemos sempre a achar que ela vai estar ali eternamente para nós, ou que nós iremos estar sempre aqui para a contemplarmos. Mais friamente – mas não menos ilusoriamente – conclui-se que a probabilidade de isso não acontecer é pequena, mas que a possibilidade é enorme, senão mesmo fatal. Vale a pena relembrar as palavras da cena final do filme «The Sheltering Sky» de Bernardo Bertolucci:
Por não sabermos quando vamos morrer, vemos a vida como uma fonte inesgotável. E no entanto tudo acontece apenas um certo número de vezes, um número muito reduzido, aliás. Quantas vezes recordaremos uma certa tarde da nossa infância, uma tarde tão profundamente parte do nosso ser que nem concebemos a vida sem ela? Talvez mais umas quatro ou cinco vezes, talvez nem sequer tantas. Quantas vezes mais veremos despontar a lua-cheia? Talvez vinte. E porém, tudo parece ilimitado.
Tudo isto é verdade encoberta pelos poderosos desejos da ilusão. Chega de lamúrias! Alguma coisa vai ter que acontecer! E, adaptando J.F.Kennedy, não pensemos mais sobre o que a vida pode fazer por nós, mas sobre o que nós podemos fazer pela vida. A Rádio faz parte da vida.

Foto: João Manuel Figueiredo


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sábado à noite em Coimbra

Indie Songs Don’t Lie

A anteceder as duas actuações da noite, encontros e reencontros fraternos com irmãos de éter: Francisco Amaral, Ricardo Mariano e Pedro Esteves. Há mais vida para além do que nos foi retirado da alma e do coração. Antes, durante e depois do jantar, muito se falou de Rádio (ao contrário do debate da tarde que não tocou no assunto, apesar da presença de vários radialistas, quer na mesa, quer na assistência). As conversas sobre o momento actual da Rádio em Portugal vão sempre ter aos mesmos terrenos, porém terminam invariavelmente com uma forte convicção de que alguma coisa vai ter que acontecer. E não é só na Rádio!

















Magic Arm O britânico Mark Rigelsford é um one man show, multi-instrumentista, executando uma performance sincronizada com gravação e reprodução electrónica em tempo real. Uma ou outra falha mínima de somenos não estragou uma corajosa e solitária actuação em palco.












Ola Podrida Os nova iorquinos indie-folk – cabeça de cartaz – apresentaram-se com uma formação reduzida a dois elementos: David Wingo (vocalista/guitarrista) e o baterista Matthew Frank. Canções com estórias lá dentro. Ambos os projectos encontram-se em início de carreira.

O som estava óptimo, boa produção e o ambiente excelente. Atmosfera protótipo de futuros voos mais altos e expectativas de eventos semelhantes e alargados. É bom lembrar que, de facto, não existe ainda em Portugal um grande e verdadeiro festival de Música Independente e Alternativa. Talvez tenha estado aqui o lançamento da primeira pedra.
Indie Songs Don’t Lie foi um evento para gente sentada, contrariando a ideia feita – ou estereotipo – de que a "fauna" indie/alternativa se pauta por um comportamento extravagante e visual andrajoso ou decadente, acompanhado por uma mentalidade urbano-depressiva. Não e não! O puro espírito indie veste-se bem, simples e limpo, aprecia e busca a secreta beleza das coisas e cultiva uma mentalidade construtiva e optimista. Ou seja, sem ser elitista ou altaneira, a autenticidade indie tem, em doses q.b., classe e requinte.

-Parabéns à iniciativa organizada por Ricardo Mariano, Pedro Sousa, Carla Lopes e Sara Mendes.
-Ver extractos das actuações no Teatro Académico Gil Vicente no passado sábado à noite: Magic Arm e Ola Podrida.
-Dia 27, na RTP2, vai ser transmitida uma reportagem sobre este evento, no programa/magazine ESEC-TV (por volta da 01:15).

Sábado à tarde em Coimbra

Os territórios indie e as suas fronteiras
Debate/conferência no Foyer do TAGV, com os convidados Rita Moreira, João Bonifácio, Rodrigo Cardoso e Vater Hugo Mãe. Moderação de Carla Lopes e Pedro Sousa. Iniciativa aberta ao público.

No debate começou-se por tentar perceber donde vinha a designação indie e quis-se – inconclusivamente – definir o que é a independência na música pop-rock. Numa pesquisa prévia que alguns dos conferencistas efectuaram, a palavra/conceito indie remontava aos anos vinte do século passado. Elaborações históricas à parte, a verdade da origem do fenómeno indie é muito mais simples de explicar do que aparentemente ficou demonstrado neste debate/conferência. O termo indie provém da palavra Independent, ou seja, Independência. Independência artística dos músicos, compositores, autores, cantores e interpretes. Independência do vínculo editorial; Independência criativa; Independência das regras de mercado; Independência da alçada dos grandes agentes e intermediários; Independência dos ditames das majors multinacionais; Independência de calendários e linhas orientadoras que extravasem as definidas pelos próprios criadores. Em suma, e numa palavra: Liberdade!
Faltou memória no debate. Todos os conferencistas eram jovens – presumo que, na totalidade, nascidos após o 25 de Abril – e a esmagadora maioria do público presente também. Os intervenientes convidados/conferencistas no debate Os territórios indie e as suas fronteiras não se esqueceram de falar de nomes de relevantes editoras britânicas (Rough Trade, por exemplo) que se fundaram e se fundamentaram no fenómeno indie, mas nenhum dos oradores falou da 4AD – a editora independente mais importante do mundo nos anos 80 (alguns nomes de catálogo: Cocteau Twins; Dead Can Dance; This Mortal Coil; Wolfgang Press; Colin Newman; Pixies; Red House Painters; Gus-Gus; Thievery Corporation); ou quando se aflorou na conversa, muito pela rama, a possível existência de um cenário indie em Portugal, ninguém se lembrou de falar da editora Ama Romanta – a label mais significativa até hoje em Portugal no que à cena indie diz respeito – que teve vida curta mas peso de sobra nas décadas de 80 e 90 (alguns nomes de catálogo: Pop Dell’Art; Mler If Dada; Censurados; Anamar; Mão Morta; Telectu; Sei Miguel; Santa Maria Gasolina Em Teu Ventre; Essa Entente). Apesar das lacunas e dos desvios que a conversa tomou, foi um pedaço de tarde muito agradável. Ninguém estava à espera (ou a querer) que a conversa/debate fosse alcançar o nirvana ou encontrar um novo caminho marítimo para a Índia. Valeu a pena. Depois do debate, uma visita guiada às instalações da RUC-Rádio Universidade Coimbra, estando pela primeira vez no estúdio de emissão onde tantas vezes se desenhou o magnífico «Vidro Azul».

Independência
Na verdade, o conceito indie na música popular (pop-rock anglo-saxónica) apareceu já muito dentro da segunda metade do século XX. Tal como o conhecemos hoje, surgiu concretamente nos anos 70 e desenvolveu-se intensamente nos anos 80. Um dos casos mais marcantes do pioneirismo indie ocorreu em Nova Iorque, ainda na primeira metade dos anos 70, através da dupla Alan Vega e Martin Rev, que responderiam pela designação de Suicide. Esta dupla esteve anos a fio a tentar gravar o primeiro disco [formaram-se em 1971 e gravaram o álbum estreia em 1977], sempre com o projecto a ser repetidamente rejeitado, estando cinco anos à espera para conseguirem realizar a primeira actuação ao vivo. Nos primeiros tempos, os Suicide recusaram receber qualquer pagamento pelas actuações ao vivo em protesto por antes de começarem a serem conhecidos terem sido negados por editoras e possibilidades de espectáculos. Dizia provocatoriamente e revoltadamente Alan Vega: “Agora que já viram o nosso valor é que nos querem pagar? Fuck off!”. O nome Suicide também provém dessa indignação: Suicide was always about life. But we couldn’t call it life. We never would have gotten a gig. So we called it Suicide because we wanted to recognize life. Alan Vega, 1985
Os Suicide encarnaram da cabeça aos pés o conceito indie. Antes deles não havia nada igual nem sequer semelhante. Uma criativa simbiose electro-pop minimalista spoken-word (proto-industrial-punk-hybrid-garage), irreverente, provocatória e absolutamente original. A voz de Vega situa-se entre o grito da revolta bairrista e o lirismo crooner/rocker dos anos 50. Guardo na memória uma inesquecível noite que teve lugar há anos no Paradise Garage, em Lisboa: uma actuação impossível de caracterizar dos Suicide. Uma sala só para indefectíveis! Alan Vega e Martin Rev em carne e osso; som, fumo e luzes; sombras e fantasmas de Orbison e Presley; ruído, energia eléctrica e electrizante. Uma força e simplicidade incríveis. É isto tudo que são os Suicide. Aliás, representam muito mais do que isto. Em homenagem a estes importantes pioneiros indie, ficam aqui dois videoclips demonstrativos da atitude dos Suicide quer em estúdio, quer em palco. Alan Vega (o falante/cantante/gritante; agente provocador) e Martin Rev (o organista/sintetizador/alquímico; feiticeiro sónico). É mais uma eloquente sequência de songs they never play on the radio.



Suicide Dream Baby Dream (1980)



SuicideGhost Rider live (1977)

Além VEGA
Para quem quiser ver/ouvir mais, recomenda-se ainda o belíssimo e surpreendente “Surrender” (tema/canção que foge à patine dos Suicide, que conheci ouvindo o programa «Íntima Fracção» em 1988); o cortante “Mr. Ray” (numa actuação ao vivo em Londres/1997) e também Alan Vega a solo no mítico “Juckebox Babe” (1981).
A crítica musical internacional tem constantemente apontado os Suicide como decisivos na influência que exerceram no crescimento do electro-pop. Sem eles não haveria Human League, Bonski Beat, Soft Cell, Erasure, etc. O som e a estética dos Suicide é inconfundível.
Para além de, paralelamente, manterem carreiras a solo, Martin Rev e Alan Vega reúnem-se pontualmente, retomando os Suicide para actuações, digressões e gravação de novos discos. O mais recente «The World Demise» data do ano passado.
Os Suicide já não têm a influência de outrora. Sempre se disse que foram mais influentes do que comercialmente bem sucedidos e é verdade. Mais uma prova disso mesmo está na declarada admiração revelada por nomes tão insuspeitos como Tom Waits ou Bruce Springsteen. Também para ver e ouvir, eis aqui uma versão ao vivo do tema “Dream Baby Dream” com que Bruce Springsteen encerrou muitos dos seus espectáculos recentes. Bastaram três palavras (“Dream Baby Dream”) e três acordes para um grandioso momento que ultrapassa os oito minutos.

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O que eles dizem (37)

Rádios ‘online’ têm dez milhões de ouvintes
O projecto ROLI (Rádios On-line na Internet) acabou o ano de 2007 com mais de dez milhões de ouvintes, revelou a Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR).
2007 foi o primeiro ano em que funcionou em pleno, tendo sido oficialmente inaugurado em Maio. O ROLI conta, ao fim dos primeiros oito meses, com 190 rádios, de todo o país, associadas. As emissoras estão alojadas no site
www.radios.pt, onde cada utilizador tem acesso à lista dos associados, podendo ouvir a sua emissão directamente a partir daqui.

In: «Diário de Notícias»
Quarta-feira, 16 de Janeiro 2008

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Indie Sábado em Coimbra

No dia 16 de Fevereiro, o palco do Teatro Académico Gil Vicente recebe dois projectos sob o signo da etiqueta indie. Dois nomes que, apesar de separados pela sua geografia e pelos diferentes territórios sonoros que exploram, partilham a mesma liberdade criativa e descomprometimento comercial. Tanto a folk dos Ola Podrida como a pop electrónica de Magic Arm comportam poucos recursos para além da criatividade e engenho dos seus autores. No palco não existem fugas. Subsiste a autenticidade que acompanha as suas composições desde o primeiro momento, que as resgatou de um quarto, no qual sobreviveram ao longo de meses, num registo confessional e despojado. No palco existe o erro.





Para além do espectáculo, realizar-se-á uma conversa aberta ao público intitulada: "Os territórios indie e as suas fronteiras", com os convidados: Valter Hugo Mãe - escritor, editor, bloguer, vencedor do prémio José Saramago de 2007; João Bonifácio - jornalista e crítico musical do Jornal «Público»/Suplemento Y; Rodrigo Cardoso - lead manager da editora Borland e membro dos Alla Polacca e Rita Moreira - voz da Rádio Oxigénio e ex-animadora da RUC. Será às 15 horas, com moderação de Carla Lopes e Pedro Sousa, no Foyer do Teatro Académico de Gil Vicente. Concertos a partir das 21:30.
Para o encerramento das festividades, afterparty no Salão Brazil (com os amigos a serem DJ).

Blogue do evento: http://indiefolktagv.blogspot.com/
Reservas de bilhetes: http://dupond.ci.uc.pt/tagv/evento.asp?evtid=1195

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Nostalgia da Rádio



ChicagoColour My World (1969)

Por diversas vezes (e vou continuar a fazê-lo) tenho apresentado aqui temas musicais outrora conhecidos através da escuta de Rádio, mas que já não riscam, há muito, os éteres nacionais. Pagamento de dívidas de má memória ou notas de culpa alheia, são parte da interminável lista de songs they never play on the radio. Mas agora, a excepção: a canção “Colour My World” dos Chicago. Estive sem a "apanhar" na Rádio cerca de vinte anos. O mais incrível é que nunca, até há poucos dias, tinha descoberto quem a cantava, quais os autores, o nome da canção, etc. Em todo esse tempo, a melodia nunca me tinha escapado da memória. Um caso em tudo semelhante ao que aqui relatei em Janeiro do ano passado, sobre uma certa canção dos holandeses Earth & Fire. Agora, por mero acaso, ouço na rádio a identificação da canção dos Chicago, apresentada pelo convidado Mário Dorminski, no compacto «A Playlist de…», sábado à tarde na TSF. Por norma, este tipo de convidados – figuras públicas – não surpreendem muito nas escolhas musicais que fazem. São já numerosos os casos em que se repetem – sem o saberem – no critério que adoptam. Há, claro está, excepções. E no caso vertente de Mário Dorminski, nem é o facto de ter escolhido os Chicago que mais surpreendeu. Trata-se afinal de uma banda sobejamente conhecida e consagrada há décadas. A surpresa, o brio da escolha, está em ser aquela canção em particular, aquele tema específico. Dos Chicago que toda a gente conhece, sobressaem temas cantados por Peter Cetera, numa já vetusta e segunda vida (de que não gosto) deste grupo norte-americano, após a súbita morte do seu primeiro frontman em 1978.
“Colour My World” é ainda dessa primeira fase, com a formação original e a voz de Terry Kath.
Neste videoclip (Fevereiro de 1977, ao vivo em Amesterdão) vemos, para além do vocalista/guitarrista Terry Kath, o pianista Robert Lamm e o flautista Walt Parazaider. “Colour My World” é uma composição do trombonista James Pankow. Foi gravada em 1969 e encontra-se primeiramente editada no segundo disco dos Chicago em 1970. Em single, esta canção foi sempre editada como lado-B, atingindo o nº 7 na tabela de vendas. Os Chicago são, depois dos Beach Boys, a formação americana mais famosa de sempre em termos de sucesso comercial.

As time goes on
I realize
Just what you mean
To me, And now
Now that you're near
Promise your love
That I've waited to share
And dreams
Of our moments together
Colour my world with hope of loving you

Ouvir a gravação original aqui (não recomendada a visualização: imagens desinteressantes e de má qualidade).



The BeatlesLong, Long, Long (1968)

Depois de ter escutado “Colour My World”, apetecia-me escutar “Long, Long, Long” dos Beatles. Outra grande canção da música popular anglo-saxónica da segunda metade do século XX, que conheci graças à rádio. É inexplicável, mas se tivesse sido eu a escolher aquela canção dos Chicago, seria esta dos Beatles a fazer sentido na minha cabeça para uma sequência de temas e, ainda por cima e coincidentemente, contemporâneos. Colam maravilhosamente bem. Emerge assim uma outra perplexidade: o que é feito dos Beatles nas nossas rádios? Onde os ouvir? Os fab four (correntemente apontados como sendo os melhores de sempre) também não conseguem escapar ao estigmatizante drama de songs they never play on the radio. E, quando raramente aparecem a riscar os ares, nunca é com uma canção do calibre desta “Long, Long, Long”. Quando os Beatles tocam na nossa Rádio, é sempre através de um dos maiores e mais conhecidos hits yeah-yeah’s dos primeiros tempos de sucesso. “Long, Long, Long” foi escrito e interpretado por George Harrison (o beatle tranquilo) e apareceu no duplo álbum «The Beatles» (1968), mais conhecido pelo epíteto Álbum Branco (eclético, contrastante, esteticamente diverso e fracturante). Era a fase final dos quatro de Liverpool. Foi também uma das fases mais interessantes (não houve fases desinteressantes!) do grupo, então já em grandes transformações. Gostava de voltar a ouvir “Long, Long, Long” na Rádio... ah, se gostava!

It's been a long long long time
How could I ever have lost you
When I loved you

It took a long long long time
Now I'm so happy I found you
How I love you

So many tears I was searching
So many tears I was wasting, oh-oh

Now I can see you, be you
How can I ever misplace you
How I want you
Oh I love you
You know that I need you
Oh I love you

E continuam as canções de Amor… É inevitável? Esta semana, numa conversa com uma querida amiga, ela dizia-me que a vida resume-se a dois grandes e únicos momentos: Amor e Morte. É evitável?

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O que eles dizem (36)

Há 16 ou 17 anos, quando a TSF criou a “cadeia nacional de rádios”, só para transmissão dos noticiários à hora certa, eis que os fiscais saíram todos à rua, pelo País fora, para impedirem essas rádios de aproveitar esse serviço gratuito. A lei, pelos vistos, só não funciona para a Renascença, que passou a imitar a TSF, sem qualquer perseguição dos polícias das rádios. As entidades que pelo País fora receberam frequências sabiam e sabem que a licença é temporária, cedida pelo Estado para uso nas condições em que apresentaram a sua candidatura. Não para emitirem a programação da estação A ou B. Para fazerem programação local. Outra ultrapassagem da lei reside no facto de as frequências sem uso voltarem ao domínio público para novo concurso.

Emídio Rangel, Jornalista
In: «Correio da Manhã»
Sábado, 09 de Fevereiro 2008


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Rádio é Cinema?










Uma das coisas mais horripilantes, mais anti-rádio que tenho escutado na própria Rádio é a utilização da expressão: “É pena que a rádio não tenha imagem para podermos observar a beleza…” (…de tal e tal). O quê? Terei ouvido bem? Então lamenta-se que a Rádio não tenha imagem? Esta expressão, infelizmente, ouve-se muitas vezes e repete-se na Rádio. A Rádio é – por definição, excelência e identidade – O ORGÃO DE COMUNICAÇÃO SEM IMAGEM! O que seria a Rádio com imagem? Televisão, ou algo muitíssimo parecido com isso, não? A Rádio não tem imagem e nem precisa. A Rádio produz imagens e as imagens formam-se através dos sons. Em cada pessoa, um turbilhão de imagens. A cada receptor, um universo elaborado cerebralmente pelo infinito poder sonoro. Um som, mil imagens. Mil imagens, uma onírica projecção. Rádio é Cinema? Sim, é!

P.S.1: Por favor (camaradas, companheiros, colegas da Rádio): nunca utilizem tal expressão por mais tentados que se sintam a isso. É totalmente anacrónico e por demais absurdo!
P.S.2: A imagem do ecrã widscreen a preto é propositada. Imaginem o que quiserem a partir dela.

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O que eles dizem (35)

Em Portugal o poder é retaliador.

António Lobo Xavier
In: «A Quadratura do Círculo»
SIC-Notícias
Quarta-feira, 06 de Fevereiro 2008

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Em tempo de Carnaval, isto sim, são máscaras verdadeiras!













O que eles dizem (34)

Mas nós, país mentalmente obscuro, pequeno e materialmente pobre, temos o nosso orgulhosinho! Sermos sempre em quase tudo imitadores, aprendizes de feiticeiro. Queremos aplicar – em míseros e pouco desenvolvidos contextos de sacristia – os esquemas que vigoram em sociedades com séculos de desassombrada e generalizada evolução política e económica. Não sei se deva acreditar nisto…

Joel Costa
In: «Questões de Moral» [Os Nossos Senhores]
RDP-Antena2, 28 de Janeiro 2008













Dados do I.N.E: os que estão entre os 25 e os 34 anos ganham, em média por mês, 668 € líquidos, para uma média nacional de 712 €.
(…)
A taxa de desemprego é de 6,5% para quem é Doutor; 7,9% para quem não é.
E esta é a geração a quem alguém um dia chamou “rasca”.
(...)
Uma das mais inquietantes estabilidades actuais deve residir no facto de nunca chegarmos a saber a verdade sobre uma série de coisas da nossa vida colectiva, injectados que somos através da televisão pelos variegados interesses em presença, e onde hoje vai um senhor e diz de uma coisa qualquer “que é branco” e, amanhã, vai outro senhor e diz – da mesma coisa – “que é preto”.

Joel Costa
In: «Questões de Moral» [A Instabilidade]
RDP-Antena2, 21 de Janeiro 2008














Em matéria de media, apesar das redes de cabo, das antenas parabólicas e da Internet, Portugal continua também a viver demasiado longe de tudo. Longe do resto da Europa. Quando tal situação é de facto insustentável.

J-M. Nobre Correia
Professor universitário
In: «Diário de Notícias»
Sábado, 2 de Fevereiro 2008














É preciso chamar a atenção para a rádio, que é rainha em todos os outros países e aqui é o parente pobre.

João Adelino Faria
Jornalista/editor RCP
In: «Notícias Magazine»
Domingo, 13 de Janeiro 2008














O stress é inerente a esta profissão, sempre de minutos e segundos muito contados. Acabamos por nos habituar mas, é claro, sobra sempre alguma úlcera nervosa ou coisa do género para nos recordar os muitos anos de trabalho sob a ditadura do relógio.

Helena Vieira
Jornalista/editora TSF-Rádio Notícias
In: «Notícias Magazine»
Domingo, 13 de Janeiro 2008













Há um complexo de se trabalhar no serviço público, porque se pensa que estamos a fazer fretes ao governo.
(…)
Como profissional, sinto falta de tempo para poder explicar melhor às pessoas a informação que gostaria de passar. Sinto que muitas vezes as coisas ficam pela rama, não são devidamente aprofundadas.

José Guerreiro
Jornalista/editor RDP-Antena1
In: «Notícias Magazine»
Domingo, 13 de Janeiro 2008














A Renascença, como emissora católica, tem uma posição que é expressa em espaços editorializados, fora do noticiário, e isso nunca impediu de dar os dois lados da barricada.
(…)
É preciso fazer isto por gosto, o que é uma coisa que transcende algumas folhas de ordenado.

José Pedro Frazão
Jornalista/editor Rádio Renascença
In: «Notícias Magazine»
Domingo, 13 de Janeiro 2008














Perdoar é compreender.
(…)
Existem apenas duas emoções na vida: o medo e o amor.
(…)
A vida é demasiado bela para se passar ao lado.
(…)
Nós fomos programados para viver em infelicidade.

José Micard Teixeira
In: «Mais Cedo ou Mais Tarde»
TSF-Rádio Notícias
Sexta-feira, 01 de Fevereiro 2008














O que se segue não foi inventado por mim, vem nos jornais. E digo desde já que não acredito! [Ironia de Joel Costa] Ou digo que, se for verdade, é porque é… é assim mesmo: A reserva federal está para os Estados Unidos como o Banco de Portugal está para nós. O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos foi, até 2006, um homem chamado Alan Greenspan. Ganhava 186.600 dólares anuais (155.000 €). E estamos nos Estados Unidos, não esquecer. Mas se dermos um salto a Portugal, saberemos que o cargo equivalente ao do Greenspan (como presidente da Reserva Federal Americana) é o de Governador do Banco de Portugal. E esse portuguesíssimo governador – e nosso senhor – do Banco de Portugal, aufere 280.000 €. Repito: enquanto o governador da Reserva Federal Americana ganha 155.000!
Consta, claro, que do presidente da Reserva Federal Americana, todo o mundo espera a última palavra, e é dele a grande prerrogativa da fixação das taxas de juro à escala mundial. E é por isso uma voz decisiva nas finanças do planeta. Consta…, eu não acredito… Quem tem essa importância toda é o nosso senhor governador do nosso banco de Portugal e, é por estas e por outras, que se vê a importância mundial que o nosso país tem conquistado. Doutra maneira, como se explicava a diferença de salário entre o nosso senhor governador do nosso banco central e o do borra-botas da Reserva Federal dos Estados Unidos? Parabéns, Portugal!

Joel Costa
In: «Questões de Moral» [Os Nossos Senhores]
RDP-Antena2, 28 de Janeiro 2008

domingo, 3 de fevereiro de 2008

VA na Radar












Terceira coisa boa neste novo ano: o programa «Vidro Azul» de Ricardo Mariano está, a partir de mais logo à noite, na RADAR.
Manter-se-á na casa mãe RUC-Rádio Universidade Coimbra, continuará disponível em formato podcast e, conhece agora – com todo o mérito – expansão na estação Alternativa de Lisboa.

Vidro Azul
RADAR – Domingo p/ segunda (00:00/01:00); quarta p/ quinta-feira (01:00/03:00)
RUC – Segunda-feira (23:00/01:00)

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Interlúdio



Interlúdio é o espaço em branco da vida. Um período mais ou menos longo entre dois momentos de acção. Pequeno trecho de música instrumental destinado a preencher o espaço entre dois actos ou parte de uma grande composição. A minha actividade enquanto autor de Rádio está em interlúdio. Não é um território por mim procurado. Fui lá colocado contra a minha vontade. Indiferentemente a isso, o mundo não pára, os dias correm velozes, o virar de página do calendário é cada vez mais rápido e a ditadura do relógio endurece a cada minuto. Alguma coisa vai ter que acontecer.
O meu primeiro espaço de autoria na Rádio chamava-se «Interlúdio» e, como quis que fosse, durou pouco tempo. Sessenta minutos de fusões musicais alternativas com a apresentação dos intervenientes no final de cada emissão semanal, aos domingos no final da tarde. Antes do «Interlúdio» tinha lugar a tarde desportiva com um relato em directo de uma partida de futebol e, a seguir, vinha o «Corte e Costura» de Cristina Azedo.
«Interlude» é um encontro raro e pouco divulgado entre Morissey (ex-Smiths) e Siouxsie Sioux (dos Banshees e dos Creatures). Está na crónica «Linhas Cruzadas» no programa «lado B» de Pedro Esteves.

Mais para ouvir do que ver, eis aqui o original (inclui a letra da canção) na voz de Timi Yuro.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O novo Arco-Íris

Radiohead – Nude (2007)



In Rainbows
O novo ano ainda não tinha começado e já sabíamos que 2008 iria trazer, pelo menos, duas coisas positivas. A primeira é que George W. Bush vai deixar de ser presidente dos Estados Unidos, a outra é a edição em disco do mais recente álbum dos Radiohead. «In Rainbows» é de 2007, mas é desde o início deste ano que o encontramos nas lojas. O interessante nesta história é que os Radiohead disponibilizaram livremente o novo trabalho na Internet a custo zero para os cibernautas que poderiam fazer um donativo com o valor que quisessem. Um novo paradigma na divulgação e distribuição e mais uma machadada na industria musical tradicional. Mas o mais interessante é que a obtenção gratuita de «In Rainbows» via Internet não diminuiu a procura do mesmo trabalho em edição CD (e até Vinil), pelo que os Radiohead ganharam duplamente nesta inovadora aposta. «In Rainbows» está a ser um sucesso de vendas.
Certa noite, em directo na Rádio, estava a conduzir a emissão e arranquei a jornada com dois temas do então novo álbum «Amnesiac» (2001) dizendo: A cada novo álbum dos Radiohead, um passo em frente na música pop. Já tinha sido assim com o grito de inconformismo de “Creep” (1993) e o novo arco-íris continua agora com o tema “Nude” de «In Rainbows». Alguma dúvida?