sábado, 15 de dezembro de 2007
“Gosto da Rádio porque permite à pessoa imaginar o filme na sua cabeça.”
“Acho que o objectivo de quem faz rádio é tirar o máximo partido deste meio porque é superior à televisão em vários níveis, uma vez que temos orçamento ilimitado para fazermos o que quisermos.”
“No fim dos anos 80, quase todas as rádios eram piratas. Um dia, quando ouvia uma dessas rádios, o locutor disse a morada da rádio e apercebi-me de que era a rua nas traseiras da casa da minha avó. Fui lá espreitar com uma ideia romântica do que era a rádio, algo espectacular com estúdios e microfones. Afinal deparo-me com um casebre em ruínas, que nem gira-discos tinha. Nessa tarde, fui convidado para fazer o meu “Top Jackpot”. De repente, comecei a sentir o gozo de falar para os ouvintes no ar e de passar músicas.”
Nuno Markl
In: jornal «Dica da Semana»
15.Novembro.2007
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
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Que lugares guardamos na memória? Que importância têm nas nossas vidas?
O Cinema não tem pessoas. Não há ali nada atrás da cortina que se vai passar. E onde é que tudo se vai passar? O que é a vida? É o ecrã!
Os Pontos de Fuga de João Bénard da Costa. Este sábado, a vida no Cinema e os filmes de uma vida na sala escura.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
DL em minha casa
A sala do A.M.A.C. tinha mais de metade dos lugares preenchidos no início da sessão (única) do filme «Inland Empire» de David Lynch. A plateia estava composta por indefectíveis, curiosos e alguns enganados. A longa película obrigou a dois intervalos. No regresso do primeiro, só compareceram os indefectíveis e alguns curiosos. No regresso do segundo intervalo, só voltaram os indefectíveis. Sendo eu um indefectível, achei o mais recente filme de Lynch uma fantástica longa-metragem que, embora desconcertante, delineia variadíssimos caminhos de possibilidades narrativas. O proveito ou mau proveito está em quem vê. Fascina-me esta liberdade interpretativa que o autor nos dá. Laura Dern, actriz principal em Inland Empire (e interveniente em vários filmes outros filmes de Lynch: «Blue Velvet»; «Wild At Heart») realça essa grande característica – rara – de David Lynch, em entregar ao espectador os significados do fio narrativo da acção:
"He's not waiting for us to get the movie because he doesn't think the cinema is about 'getting it'. I think he believes - which I've found very rare in filmmakers - in the intelligence of the audience, that they're intelligent enough to discover the film and what it means within themselves."
Aplica-se nos filmes de Lynch uma espécie de teoria dos universos paralelos, onde não há uma só verdade, uma só dimensão das coisas, sejam elas reais ou não.
O trabalho cinematográfico de David Lynch inspirou momentos de realização de rádio. Lembro-me de ser a paisagem sonora de uma série de emissões da «Íntima Fracção» no arranque da década de noventa, ao som de composições de Angelo Badalamenti e de canções na voz de Julee Cruise. Anos mais tarde, algumas bandas sonoras compostas por Badalamenti para filmes de Lynch foram o suporte para alguns programas «Como no Cinema» que tive a oportunidade de realizar na rádio. Em suma, David Lynch foi – e por ventura continua e continuará a ser – uma notável fonte de inspiração para o mundo da rádio. Pelo menos, era bom que assim fosse.
A rádio pública (Antena1; Antena3) esteve a par da estreia de «Inland Empire» na última primavera. Ouvi o crítico João Lopes falar com verdade e conhecimento sobre a mais recente longa-metragem de Lynch e, meses mais tarde, o mesmo crítico com o mesmo saber, debruçar-se sobre a reposição de «Eraserhead» [em Portugal sob o nome de «No Céu Tudo É Perfeito»] aquando do trigésimo aniversário da primeira obra de fundo do realizador norte-americano.
Acompanho a obra de Lynch desde «Blue Velvet» (1986) percorrendo depois o tempo anterior a esse filme, chegando à primeira longa-metragem: «Eraserhead».
«No Céu Tudo é Perfeito» está há algumas semanas em reposição no cinema Nimas, em Lisboa. Desta vez não houve curiosos ou gente ao engano. As cadeiras não rangeram. Eram só indefectíveis e apreciadores genuínos de Lynch, ele próprio um estilo de Cinema. Oxalá a exibição desta obra-prima se mantenha um pouco mais. Quero poder lá voltar em breve… para a terceira incursão no estranho universo paternal de Henry Spencer.
sábado, 8 de dezembro de 2007
Depois da rádio, pela primeira vez na Internet.
Mais pormenores em:
http://pontosfuga.blogspot.com
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
António Sérgio confessa que ser tratado por animador de rádio é “baixar de nível”
Mais música e menos locução é assim que se caracteriza a rádio nos dias de hoje?
Infelizmente é uma formatação, que já não é de agora. Acentuou-se em 1998. Temos praticamente a mesma música a tocar, mas simultaneamente, em várias rádios. Deve-se, por um lado, à contratação de estudos de mercado. Por outro, às batalhas de audiências.
E isso muda o conceito de rádio?
O ouvinte precisa alimentar o seu imaginário.
Acabaram também os programas de autor…
A rádio de autor continua, para mim, a ser muito importante. Cheguei até a duvidar que o programa de autor poderia voltar. Hoje, a questão de ter sido afastado da grelha da Comercial acabou por não ser tão negativa. Acredito que seja necessário haver programas de mensagem.
Nas rádios locais ou nacionais?
As rádios locais estão a conseguir recuperar, não diria que a rádio de autor, mas a de mensagem. O problema são as “playlists”, que encurtam a hipótese de fazer programas de autor.
O termo radialista morreu?
Já não existe um locutor de rádio ou se usa o termo radialista – utilizado por alguma imprensa e que é suficientemente vasto para eu não passar nenhuma vergonha. No meu cartão da RDP eu era realizador de rádio. Passei a ser animador na Comercial. Desanima-me ser tratado por animador. É um baixar de nível em termos de funções…
Gosta de ouvir os animadores mais novos? Exprimem-se bem?
Oiço boas vozes, mas também há uma série de gente que não devia ter acesso aos microfones. Falar bem português é uma boa regra para mim. E muitos não o fazem.
Bruno Contreiras Mateus
In: revista «Domingo» (Correio da Manhã)
02.Dezembro.2007
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
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Que lugares guardamos na memória? Que importância têm nas nossas vidas?
O Mondego perdeu as águas frias num movimento convulso dos Invernos. Ao lado da cidade recupera olhares entre os choupos trémulos.
Os Pontos de Fuga de Maria Azenha. Este sábado, a torre é um farol e o miradouro um barco que nos leva para a Foz.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
António Sérgio
O Lobo que ruge
23:00 horas na RADAR. O início de «Viriato 25».
Aquela voz – sigo-a há mais de 25 anos – novamente a rugir no éter. Em Mega Hertz, como diz o lobo.
Primeiro tema on air: “Radio” com “R” grande. António Sérgio na emissão inaugural de «Viriato 25» endereçou agradecimentos iniciais a todos os que têm mantido a chama acesa, ao reconhecimento dos pares, ao acompanhamento por parte da Comunicação Social portuguesa e especialmente a Ana Cristina Ferrão e a Luís Montez.
«Tira Linhas» (já estreada na primeira noite) e «Enigmas no Radar» através da continuada colaboração com Ana Cristina Ferrão;
«Boomerang» e «Na Ponta da Língua» pelo próprio lobo.
Crónica diária de António Sérgio por volta das 19:45 de segunda a sexta-feira.
Viriato 25: O uivo da resistência!
In: Jornal de Notícias
Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007
sábado, 1 de dezembro de 2007
Um roteiro histórico é o que nos propõe o Professor Eduardo Alves Duarte no concelho de Oeiras.
Em «Pontos de Fuga», pela primeira vez disponível na Internet.